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Com cabelo alisado e piercings, Jimmy Butler aparece como “emo” no media day da NBA

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Foto: GettyImages

A fase emo está voltando com tudo e chegou também na NBA. O astro do Miami Heat, Jimmy Butler, se apresentou nesta segunda-feira (02) no chamado ‘media day’ e o visual do astro chamou atenção. Ele chegou com piercings, unhas pintadas de preto, sombra no olho e cabelo liso.

“Sinto que estou muito emotivo agora. Este é o meu estado emo e gosto disso. Este sou eu. É assim que estou me sentindo ultimamente”, disse Butler na coletiva de imprensa do Miami Heat. O media day marca os preparativos para a nova temporada da NBA, que começa ainda em outubro. Os jogadores se apresentam para seus respectivos times para falar com a imprensa e tirar as fotos oficiais. 

No caso do Butler, sua foto “emo” será a imagem oficial de todo jogo. Na temporada passada, ele também resolveu brincar com a imprensa e apareceu com dreadlocks longos. Mas logo que começaram as partidas ele retornou para seu estilo original.

Em um dos momentos, Butler apareceu tirando fotos com seus parceiros de equipe, Bam Adebayo e Tyler Herro, e diz que “esse é meu halloween”. O visual emo do atleta acabou viralizando e se tornou um dos assuntos mais comentados, muitos gostaram e outros acharam parecido com o Andre 3000, no clipe de ‘Hey Ya!’.

https://twitter.com/tmdqa/status/1708878566056776068
https://twitter.com/NBAdoPovo/status/1708875704010486015

Escritora britânica criou grupo para combater isolamento de mulheres negras com câncer de mama

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Foto: Reprodução/Instagram

Uma das principais vozes do Reino Unido na luta de mulheres negras contra o câncer de mama, a escritora e palestrante Leanne Pero revelou detalhes sobre sua própria história em uma entrevista para o site MyLondon. Pero contou que na primeira consulta o médico afirmou que ela era “muito jovem” para estar com a doença, o que adiou o diagnóstico. Ela ainda conta que a batalha da própria mãe contra co câncer de mama também a inspirou.

Fundadora do grupo de apoio “Black Woman Rising”, criado em 2017, durante o próprio tratamento, Leanne Pero percebeu que mulheres negras diagnosticadas com câncer não eram tratadas de maneira humanizada e viviam isoladas, além de não serem compreendidas em suas questões nem por médicos ou por seus pares.

A batalha de Leanne começou quando, aos 30 anos, em 2016, descobriu um pequeno caroço em seu seio, ela procurou ajuda médica pela primeira vez. O médico que a atendeu pela primeira vez afirmou que ela estava paranóica e que era “muito jovem” para ter câncer de mama, ignorando o histórico familiar da doença em sua mãe, que teve a câncer de mama duas vezes.

Na segunda vez, ela marcou novamente uma consulta incentivada por seu massoterapeuta que percebeu um caroço. O diagnóstico positivo veio 14 dias depois, quando o segundo médico, confirmou a presença de um tumor no estágio três, considerado agressivo. Ela tinha um caroço de sete centímetro de comprimento, além de outros caroços na mesma mama.

“Eu me senti envergonhada e culpada pelo meu diagnóstico. Ainda mais quando comecei a contar às pessoas da minha comunidade, por conta de como elas eram desinformadas. Essas pessoas diziam coisas como ‘porque sua mãe é mestiça deve ser o gene branco’; que o câncer era uma maldição por coisas que você fez no passado; não faz quimioterapia porque ela não foi feita para negros”, contou ela.

Após a confirmação do diagnóstico, Leanne percorreu uma jornada de tratamento difícil. Ela passou por oito sessões de quimioterapia a cada três semanas e recebeu injeções de imunoterapia por 18 meses. Além de ter que lidar com seu tratamento, ela também apoiava a mãe, que seis meses antes havia recebido o diagnóstico de câncer de mama pela segunda vez.

A primeira vez que a mãe de Leanne descobriu a doença, a escritora tinha apenas oito anos de idade. Ela conta que só entendia que algo estava acontecendo porque a mãe precisou cortar seus dreadlocks.

Ela notou que havia uma certa solidão que abatia mulheres negras com câncer, até mesmo pela falta de perucas voltadas para essas mulheres: “Disseram-me que estávamos sem perucas na seção étnica. Quando olhei para esta revista, havia um monte de perucas para mulheres caucasianas e depois havia algumas páginas no final da revista para pessoas de cor. E estamos em um hospital no centro da cidade de Londres, onde há pessoas e culturas diferentes ao redor”, relembrou.

Foi a partir dessas experiências que Leanne Pero resolveu criar o “Black Woman Rising”: “Meu foco principal é capacitar mulheres negras que passam pelo diagnóstico de câncer, capacitando-as a se defenderem e a se afastarem do trauma do câncer”.

Leanne também participou da escrita do livro “From The Margins”, contribuindo para a conscientização sobre a importância do apoio e da representatividade no tratamento do câncer, especialmente para mulheres negras.

“O amor é uma construção diária”, diz Aline Wirley em reflexão com Renato Noguera, no videocast do GNT

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Foto: Diego Padilha

O que é amar? Como lidar com os novos modelos de relacionamento e como manifestar esse sentimento em todas as esferas da vida humana: familiar, sexual, social e até nas amizades? Para falar sobre as múltiplas formas de amar, Maria Ribeiro, apresentadora de ‘Par ou Ímpar’, novo videocast do GNT, recebe nesta semana Aline Wirley – atriz, cantora e compositora e Renato Noguera – Doutor em Filosofia; Professor e autor do livro ‘Por que amamos?’.

“O amor é uma construção diária, é um lugar íntimo, principalmente o autoamor. Acordo todos os dias e falo que me amo profundamente e que me aceito. A gente vive em um mundo de desconexões e isso acaba afetando a nossa relação com nós mesmos”, afirma Aline.

Quando o assunto é cilada amorosa, Renato Noguera comenta que sempre as pessoas estão sujeitas a “ciladas”. “Tudo é uma experiência, no meu caso havia relações que eu poderia ter terminado antes, mas às vezes a gente insiste em coisas que não existem mais. A falta de consciência afetiva normalmente joga a gente em ciladas afetivas”, avalia.

Foto: Diego Padilha

Já Aline Wirley, comenta que não teve muitas relações.“Casei duas vezes e atualmente estou com o Igor, mas na minha adolescência tive poucas relações, eu era a melhor amiga de todo mundo, mas ninguém queria se relacionar comigo. Hoje entendo que o fato de eu ser uma mulher negra impactou muito nas minhas relações afetivas”, expõe a cantora e compositora. 

O programa também passa por temas como sexualidade, relações heteroafetivas e valores familiares. “Tenho uma relação aberta e livre com o meu marido e quando contamos para as pessoas, a maioria apontou como algo muito errado. Quando conheci o Igor, tinha acabado de sair de um relacionamento. Já ele estava em um outro momento, buscando entender a sua sexualidade. Nos conectamos como amigos, fomos morar juntos até mesmo antes de nos beijarmos, e até termos uma relação demorou bastante tempo. Nos apaixonamos aos poucos”, completa Aline que também reflete sobre o maternar e o grande desafio inicial que encontrou na relação com o filho após o parto.

A primeira temporada do videocast do GNT ‘Par ou Ímpar’, tem publicações semanais, às segundas-feiras, às 20h. Disponível de forma gratuita no Globoplay, o videocast também pode ser visto no YouTube do GNT e nas plataformas de áudio. Veja aqui!

Reboot de ‘Mansão Mal-Assombrada’ chega na Disney+ em outubro

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Foto: Divulgação

O filme ‘Mansão Mal-Assombrada‘ estreia amanhã, 4 de outubro, na plataforma da Disney+. O reboot do clássico de 2003 com o ator Eddie Murphy, é estrelado agora por Lakeith Stanfield, Tiffany Haddis, Rosario Dawson, entre outros.

O longa embarca o público em uma aventura inspirada em uma das maiores atrações do parques da Disney, com uma casa diferente, novos fantasmas e personagens mais diversos.

A nova versão da Disney acompanha uma mãe Gabbie (Dawson) e o filho Travis (Chase Dillon), que se mudam para uma nova casa em Nova Orleans e precisam recrutar um grupo de supostos especialistas espirituais, ao descobrir que a mansão é assombrada por fantasmas irritantes.

Dirigido por Justin Simien, o filme estreou nos cinemas brasileiros em julho, com uma venda frustrante nas bilheterias. Com orçamento acima de US$ 150 milhões, ‘Mansão Mal-Assombrada’ registrou uma estreia global de apenas US$ 33.3 milhões.

O motivo da baixa procura não foi pela qualidade da produção, mas por ter sido lançado na mesma época em que havia acabado de entrar em cartaz o fenômeno ‘Barbiehammer’, dos longas Barbie e ‘Oppenheimer’. 

Veja o trailer:

“Divertido, interessante e culturalmente orientado”, diz CEO da MAttel sobre live-action do Barney produzido por Daniel Kaluuya

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Foto: AFP/Everett Collection

Após o grande sucesso de Barbie, a Mattel Films quer seguir os moldes do longa que teve êxito de bilheteria para a sua próxima aposta no mundo cinematográfico, a live-action de Barney e Seus Amigos que está sendo produzida por Daniel Kaluuya e será focada para o público adulto. Segundo o CEO da Mattel, Ynon Kreiz, o longa-metragem será “divertido, interessante e culturalmente orientado”.

“Esse está recebendo muita reação. É muito cedo para ser específico, mas posso dizer que estamos adotando uma abordagem nova que será divertida, interessante e culturalmente orientada. Não será um filme estranho.”, disse o CEO à Semafor.

O pronunciamento veio depois que o filme começou a ganhar a atenção dos cinéfilos e nostálgicos. Em julho, o executivo da Mattel Films, Kevin McKeon, disse que o filme do Barney seria no estilo dos filmes da A24, estúdio de cinema que vem conquistando o público jovem, e dos filmes “surrealistas” de Charlie Kaufman e Spike Jonze. “Estamos nos apoiando na angústia da geração do milênio em relação à propriedade, em vez de ajustá-lo para as crianças. É realmente uma peça para adultos”

E Daniel Kaluuya também tem um papel importante para dar vida ao filme. Em 2019, Robbie Brenner da Mattel Films disse que Daniel Kaluuya permitiria ao estúdio “adotar uma abordagem completamente nova para ‘Barney’ que surpreenderá o público e subverter as expectativas”.

“Barney foi uma figura onipresente em muitas de nossas infâncias, depois desapareceu nas sombras, ficando incompreendido. Estamos entusiasmados em explorar esse atraente herói moderno e ver se sua mensagem de ‘eu te amo, você me ama’ pode resistir ao teste do tempo.”, acrescentou Kaluuya sobre o longa-metragem.

O filme ainda está em produção e não há previsão de lançamento ainda.

Surfistas Negras e Nordestinas Celebram Encontro Nacional em Pernambuco

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Foto: Divulgação.

No próximo sábado, dia 07 de outubro, a praia de Pontal de Maracaípe, localizada em Ipojuca, Pernambuco, será o palco do aguardado Encontro Nacional de Surfistas Negras e Nordestinas 2023.

Organizado pelo Movimento Surfistas Negras, o evento aberto ao público tem como missão unir mulheres de diversas idades e modalidades em um dia repleto de atividades esportivas na praia. A programação abrangente inclui aulas de surfe, sessões de yoga, demonstrações de freesurf com atletas de renome, rodas de conversa, exposição de fotografias, exibições audiovisuais, apresentações musicais ao vivo e muito mais.

Encontro Nacional de Surfistas Negras e Nordestinas. Foto: Divulgação.

O principal objetivo do encontro é celebrar a riqueza da diversidade das mulheres negras e nordestinas, oferecendo um espaço seguro e acolhedor para a prática do surfe. “Esses encontros são oportunidades singulares de conexão com mulheres incríveis. Falamos e somos ouvidas e tudo acontece com afeto e acolhimento”, diz Érica Prado, idealizadora do evento.

O grande aulão de surfe será conduzido por ícones do esporte, como Nuala Costa, a primeira mulher negra a integrar o circuito brasileiro de surfe e fundadora do movimento TPM Todas para o Mar; Atalanta Batista, hexacampeã brasileira de Longboard; e Thati Gleise, uma das líderes do projeto Mina do Surf. A aula de yoga ficará sob a liderança de Cris Queiroz.

O Encontro Nacional de Surfistas Negras e Nordestinas conta com o co-patrocínio da Corona Brasil e da Rip Curl Brasil, além do apoio da Pousada Un Paso Del Mar, Positiva, Wave Grip e Hideways. O Movimento Surfistas Negras foi fundado em 2019 com o propósito de ampliar a visibilidade das mulheres negras e nordestinas na cena do surfe, demonstrando que o oceano pode ser um local de afeto e autoconfiança para todas.

“Mãe me tira dessa escola”: filho de empresária e ativista Patrícia Santos sofre racismo pela quarta vez em escola de São Caetano do Sul

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Fotos: Reprodução/Instagram

ALERTA GATILHO!

“Aconteceu de novo!”. A executiva e ativista Patrícia Santos, fundadora da EmpregueAfro, relatou mais um caso de racismo sofrido pelo seu filho de 12 anos, na EMEF Ângelo Raphael Pellegrino, de São Caetano do Sul, em São Paulo, nesta segunda-feira (02). A mãe solicitou a transferência de unidade escolar para a criança.

“O segundo caso deste ano. [No] ano passado teve um, ano retrasado teve outro. São quatro casos de racismo, só com ele, nessa escola. O pior dessa vez não foi só a frase que ele ouviu. Ele estava se alimentando e o coleguinha disse para ele: ‘Nossa, Mateus, está comendo? Você nem parece africano’”, relata em vídeo publicado no Instagram. 

“Nós não somos africanos, nós somos brasileiros, somos afrodescendentes, temos o direito de existir com os nossos corpos nessa sociedade racista. O colega que deve ter mais ou menos a mesma idade, ele sabe o que ele está falando. O problema dessa vez é que o meu filho está em sofrimento psíquico, ele chorou muito, revoltado, transtornado”, lamenta a mãe.

Em outro vídeo publicado pela Patrícia, com imagem de fundo abraçando seu filho, ela mostra os áudios recebidos pela criança após ter sido vítima de racismo novamente. “Por favor, mãe, me tira daquela escola, eu não aguento mais. Não importa para qual escola eu vá, só me tira do Peregrino. É muita dor de cabeça lá, é muito sofrimento. Eu não quero sofrer de novo. Eu preciso sair daquela escola”, desabafa em prantos.

Após a publicação desses vídeos, Patrícia reapareceu nos stories cerca de uma hora depois, informando que voltou à escola para tratar do assunto com equipe pedagógica. “A única professora negra da escola que idealizou um projeto para falar sobre cultura afro-brasileira, não tem consciência racial. É o totem que a escola usa pra dizer que está fazendo alguma coisa, mas não tem consistência o conteúdo. Eu pedi a transferência do meu filho para outra escola. A família inteira está desgastada”. Encerrando o vídeo, a executiva ainda relatou o que ouviu da assistente da direção durante a reunião. “Você acha que transferindo ele de escola, o problema vai mudar?”.

Diversas personalidades negras apoiaram a Patrícia e sua filha nas redes sociais. “Ahhh Pati! Eu lamento tanto pela dor do Mateus, minha irmã. Que tristeza ouvi-lo chorando. Que dor! Todo meu apoio e afeto pra vocês minha irmã. Que haja cura psíquica pro Mateus! Axé”, escreveu o Dr. Fred Nicácio.

“Meu coração chega a doer. Fala pro Matheus que tia Luana ta de longe, mandando um abraço gigante pra ele e que ele não merece nenhum ataque nessa vida. Ele é lindo e um menino com futuro promissor. Esse sofrimento vai passar”, disse a apresentadora Luana Xavier.

Criança negra brasileira de 8 anos é vítima de racismo durante festival em Lisboa, Portugal

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Foto: Reprodução

Um caso de racismo ocorrido com uma criança negra brasileira em Portugal está repercutindo na imprensa. Na última quinta-feira, 28, durante Festival MIL, em Lisboa, uma criança paulista negra de apenas oito anos foi perseguida, acusada injustamente de roubo e arrastada a força por um homem branco, identificado como o produtor musical belga Marc Van Eyck. Os pais da criança procuraram a justiça.

O casal brasileiro, Viviane Rodrigues, de 37 anos, e Bruno Constante, de 38, que reside em Portugal há mais de um ano, estava participando de uma atividade de lazer no Hub Criativo do Beato, área reservada para os participantes do Festival MIL. O pai da menina, que trabalha com marketing digital, era um dos palestrantes do evento.

O incidente ocorreu enquanto duas crianças brincavam livremente pelas mesas da área de lazer. Em determinado momento, a mãe perdeu a filha de vista, e outra criança e um garçom informaram que um homem branco estava perseguindo a criança, acusando-a de roubo. Viviane começou imediatamente a procurar a filha e a encontrou num dos galpões do local, cercada por adultos, incluindo o agressor, que a acusava de ter roubado um cartão da sua mochila.

“Quando abri um dos galpões desse espaço estava lá com a minha filha do lado, e mais três ou quatro pessoas. Quando eu entro ele [Marc] estava dizendo que ela tinha roubado um cartão de dentro da carteira dele. Eu entrei e falei que ‘ela não mexeu em nada e, se tivesse mexido, você não poderia ter procurado a produção do evento, ou a pai e mãe da criança?’. Ele olhou para mim, e disse que iria chamar a polícia. Respondi ‘não é você que vai chamar a polícia sou eu, então pedi para a produção chamar a polícia”, contou a mãe da criança. Ela ainda questionou: Se fossem duas meninas ruivas correndo lá, ele teria essa atitude?”.

A mãe questionou por que o agressor confrontou a criança em vez de procurar os responsáveis ​​ou a equipe do evento. A polícia foi chamada pela produção do festival, e cerca de 40 pessoas estavam presentes, todas indignadas com a situação. No entanto, a mãe da criança criticou a condução da polícia portuguesa, afirmando que o agressor recebeu escolta para deixar o local em segurança, enquanto a família não teve nenhum apoio ou direcionamento.

Ao site Bantumen, a organização do evento afirmou que: “Mal a equipe toda de produção e comunicação teve conhecimento do que estava a acontecer, parámos todas as nossas comunicações e ficámos a aguardar ordens, para termos também noção legal de como é que nos poderíamos posicionar e porque queríamos claramente nos posicionarmos”. Gonçalo Riscado, fundador e diretor da Cultural Trend Lisbon (CTL), empresa responsável pela produção do festival, também destacou: “O que não há dúvida nenhuma é que, de facto, uma criança foi perseguida, foi tocada, foi confrontada. E aquilo de que também não tenho dúvidas nenhumas é que foi uma atitude racista”. 

O Festival MIL também emitiu uma nota sobre o caso nas redes sociais: “Nenhuma criança pode ser interpelada por um adulto e tratada com violência. É mais grave ainda quando existe motivação racial. Condenamos e repudiamos o ato a que essa criança foi lamentavelmente exposta. Os procedimentos legais possíveis estão em curso. As autoridades policiais foram chamadas e o MIL assume desde já a sua responsabilidade de apoiar os familiares neste acontecimento”

A mãe da vítima relatou a angústia que a família está vivenciando desde o ocorrido. “Minha filha está psicologicamente destroçada. Quando ela chegou em casa na quinta-feira perguntou ‘oh mamãe o que eu faço quando um próximo homem branco correr atrás de mim’. Isso mudou a forma dela de olhar o mundo, tirou a pureza de uma criança. É um abuso físico um homem grande ter puxado uma criança pelo braço, como ainda imprime traumas na vida de uma menina”. 

Ela ainda criticou a condução do caso pela polícia, apontando que os agentes ofereceram proteção para o agressor: “O estado português ainda fez escolta para ele sair de lá em segurança. Eu, minha filha e meu marido não tivemos escolta. Não direcionaram a gente se precisava fazer algum exame ou qualquer coisa”.

A família da criança também vai procurar a Embaixada em Portugal para denunciar o caso. “Qualquer brasileiro aqui passa por situações de preconceito. Infelizmente não é raro, não é difícil, mas eu nunca tinha presenciado uma situação assim, quanto menos com uma criança tão nova”, disse Viviane.

Pesquisa revela que mulheres negras são mais afetadas pelo câncer de colo do útero enquanto mulheres indígenas são as que mais morrem

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Foto: Freepik

Pesquisas recentes revelaram que, quando se trata de câncer de colo de útero, existe uma preocupante disparidade na prevalência e na mortalidade entre diferentes grupos étnicos. Em janeiro de 2023, um estudo brasileiro publicado na revista científica Ethnic Health Disparities trouxe à tona informações sobre como as mulheres negras são mais afetadas por esse tipo de câncer, enquanto as indígenas são o grupo que mais morre em decorrência da doença. 

Mulheres negras em risco elevado

O estudo, que analisou dados do Sistema Nacional de Informações sobre Mortalidade entre 2000 e 2020 e informações dos Registros Populacionais de Câncer (RBPC) brasileiros para entender as tendências de incidência entre 2010 e 2015, revelou que mulheres negras enfrentam um risco 44% maior de desenvolver câncer de colo do útero quando comparadas a outros grupos étnicos. Além disso, a chance de morte decorrente da doença é 27% maior para as mulheres negras e surpreendentemente 82% maior para as indígenas, em comparação com mulheres de outras etnias.

No final do ano passado, um outro estudo da info.oncollect, publicação da Fundação do Câncer, divulgado pela Agência Brasil, mostrou que mulheres negras, mulheres com baixa escolaridade e mulheres da Região Norte e Nordeste eram as mais acometidas por esse tipo de câncer. O estudo de 2022 trouxe dados que apontavam que a forma mais grave da doença acometia 49 a cada 100 mil mulheres no Brasil, além disso, mais de 60% dos casos analisados neste estudo eram de mulheres negras.

O estudo destaca também a urgência de estratégias eficazes de vacinação contra o HPV, aliadas a programas de rastreamento de Papanicolau bem implementados para prevenir e diagnosticar o câncer de colo do útero nas mulheres que pertencem a diferentes grupos étnicos. A vacina é distribuída gratuitamente na rede pública para adolescentes.

Pioneira em publicidade negra, MOOC Agency passa a se chamar KeLe ag: “Ensinamos que profissionais negros desenvolvem projetos sobre todos os assuntos”

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Foto: Lucas Cordeiro.

Fundada em 2015, a MOOC (Movimento Observador Criativo) , primeiro ecossistema de negócios criativos formado por profissionais negros no Brasil, cresceu, floresceu e consolidou-se como uma força de impulso para a representatividade e a autenticidade em diversos setores. Agora, em 2023, a vertical de comunicação passa a se denominar KeLe ag, sob a diretoria de Kevin David e Levis Novaes

A mudança ocorre com o rebranding da antiga MOOC agency que agora existe somente como KeLe ag, mas o coletivista ecossistema MOOC segue existindo. Agora, com duas vertentes de negócios: KeLe ag, agência criativa parte da FLACGX, e a MOOC Studio, produtora audiovisual parte da CINE.


Nos últimos 3 anos, a KeLe foi responsável por trabalhos com grandes marcas, como Levi ‘s Brasil, Coca-Cola (Chás Leão), Nike, Dove e Nubank. Através de uma abordagem personalizada, a agência continuará com a sua curadoria proprietária, promovendo diálogos marcantes e com extrema relevância cultural. 

Kevin David e Levis Novaes, diretores da Kele ag. Foto: Lucas Cordeiro.

Em entrevista para o MUNDO NEGRO, Levis Novaes explica o motivo do rebranding. “O MOOC cresceu e se tornou um ecossistema criativo. Nos últimos 3 anos, já vínhamos operando pelas principais unidades de negócio: a produtora audiovisual (MOOC Studios) e a agência criativa (MOOC Agency)”, diz ele. “Quando pensamos em termos de modelos de negócio, cada uma das verticais passou a ser desenhada em estruturas que possibilitem a constante expansão. Fugir de modelos engessados nos permite inovar. A ideia é que não restem mais dúvidas sobre a atuação específica de cada uma das unidades de negócio, assim como, a definição sobre os produtos e os serviços que são entregues”.

De 2015 pra cá, muita coisa mudou no mercado criativo. Levis conta que o maior desafio era fazer com que profissionais negros fossem protagonistas de suas próprias histórias. “Marcar essa presença [negra]  tanto em campanhas quanto dentro das estruturas de grandes marcas, agências, produtoras, ou até no desenvolvimento de seus negócios independentes. O MOOC acabou sendo pioneiro em diversas frentes dentro do mercado”, destaca o profissional. “Até chegar no desenvolvimento da KELE AG., como um modelo de negócios tão estruturado, nós tivemos que aprender a negociar, desenvolver e entregar com excelência, isso faz toda a diferença. Ensinamos para o mercado que profissionais negros desenvolvem projetos sobre todos tipos de assuntos e não apenas os padrões pressupostos. Já fomos subestimados, mas o melhor de tudo é ter conhecimento da potência do que estávamos realizando e agora vemos os frutos do movimento que começamos espalhados por todos os lugares”.

A MOOC já foi reconhecida pela indicação em Serviços de Marketing no Prêmio Caboré, na participação da edição Afrofuturo da Forbes Brasil e na GQ Brasil, como um dos 10 empreendimentos que melhor utilizam a tecnologia e a responsabilidade com o planeta como ferramenta nos negócios. Além de cases premiados com Emmy Awards, Effie Awards, Cannes Lions e Festival Clube de Criação. Ao MUNDO NEGRO, Levis também destaca o impacto da MOOC no cenário brasileiro, citando com o orgulho o trabalho de reivindicação de pessoas reais em campanhas publicitárias, equipes proporcionais na moda, sets de produção e agências de publicidade ou ainda a reconfiguração do imaginário e o direito de pessoas pretas falarem sobre todo tipo de assunto em todos os lugares.

Levis Novaes, diretor da Kele ag. Foto: Lucas Cordeiro.

Novembro é sempre um mês agitado para a publicidade negra. Levis conta que esse mercado vem crescendo significativamente nos últimos anos e essa movimentação acompanha a maior presença de profissionais negros pensando e criando estratégias de campanha. “A economia criativa negra é uma expressão cultural e econômica em larga escala”, diz ele. “Algumas marcas em diferentes etapas do processo, algumas com a pauta mais avançada no assunto e outras que estão começando. O principal ponto é entender que deve sim existir um forte investimento em Novembro, mas também precisa-se de uma inteligência para a aplicação de mais recursos distribuídos em um calendário anual trazendo retorno de investimentos significativos”.

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