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Após caso de racismo em escola de São Caetano, mães e pais fundam coletivo para “construir um ambiente seguro”

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Foto: Divulgação

Após repercussão do quarto caso de racismo sofrido pela criança de 12 anos, na EMEF Ângelo Raphael Pellegrino, em São Caetano do Sul, São Paulo, a mãe e a executiva Patrícia Santos, CEO da EmpregueAfro, fundou o coletivo Escola Antirrascista SCS em parceria com outras mães e pais da cidade, pela defesa de seus filhos negros.

“Viemos para a reunião com a Secretaria de Educação hoje, 5 de outubro, eu consegui a transferência de escola. O currículo pedagógico está em revisão. A secretária de educação [Minea Paschoaleto Fratelli] falou pra gente, que a partir do ano que vem, terá mais formações para os professores. Eu vou revisar esse currículo, contribuir com o que eu entendo, junto com o coletivo que fundamos em São Caetano”, disse Patrícia nos stories do Instagram.

Na página oficial da iniciativa, eles disponibilizaram um link com formulário para realização de denúncias de racismo nas escolas de São Caetano do Sul e convite para novos parceiros (clique aqui!). “Nós existimos porque queremos que a escola também seja um espaço de acolhimento e segurança para nossas filhas e filhos. Porque queremos que cada criança e adolescente tenha assegurado o direito de ir à escola sem medo de ser discriminada, humilhada ou excluída por ser negra/o”, inicia o texto.

“Decidimos agir, porque não podemos mais aceitar o silêncio e a inação. Nossa missão é: construir um ambiente escolar seguro, igualitário e inclusivo para todas as crianças negras (e, consequentemente, demais crianças não-brancas), a partir da educação antirracista”, completa.

Entenda o caso

Na segunda-feira (2), Patrícia Santos publicou um vídeo no Instagram com alguns áudio enviados pelo filho de 12 anos, após ele sofrer racismo pela quarta vez, na mesma escola. “Por favor, mãe, me tira daquela escola, eu não aguento mais. Não importa para qual escola eu vá, só me tira do Peregrino. É muita dor de cabeça lá, é muito sofrimento. Eu não quero sofrer de novo. Eu preciso sair daquela escola”, dizia em prantos.

Segundo o filho da Patrícia, ele estava se alimentando e o colega disse para ele: ‘Nossa, você está comendo? Você nem parece africano’”, relatou a mãe.

Após a publicação do vídeo, a empresária informou os seguidores que foi até a escola para solicitar a transferência da criança. “A única professora negra da escola que idealizou um projeto para falar sobre cultura afro-brasileira, não tem consciência racial. É o totem que a escola usa pra dizer que está fazendo alguma coisa, mas não tem consistência o conteúdo. Eu pedi a transferência do meu filho para outra escola. A família inteira está desgastada”. Encerrando o vídeo, a executiva ainda relatou o que ouviu da assistente da direção durante a reunião. “Você acha que transferindo ele de escola, o problema vai mudar?”.

Há três anos, desde que o filho sofreu o primeiro caso de racismo, que a mãe luta para implementação da lei 10.639, sobre a obrigatoriedade do ensino da história, cultura afro-brasileira e africana nas escolas públicas e privadas do ensino fundamental e médio.

Beyoncé anuncia o lançamento da última coleção IVY PARK em parceria com adidas

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Foto: Reprodução / Instagram.

A cantora Beyoncé anunciou nesta tarde de quinta-feira (5), o lançamento da última coleção de sua marca IVY PARK com a adidas. O novo conjunto de peças foi chamado de ‘IVY NOIR’ e foi desenhado pela própria cantora. Ela utilizou alguns itens do lançamento durante o último show da turnê ‘RENAISSANCE’, que aconteceu em Kansas no dia 1 de outubro. O lançamento da nova coleção IVY PARK x adidas acontece mundialmente no dia 12 de outubro.

Em 2018, Beyoncé firmou uma parceria criativa com multinacional, onde relançou sua linha de roupas esportivas IVY PARK e também desenvolveu novos calçados e roupas para a marca. Em março deste ano, uma fonte ligada ao The Hollywood Reporter relatou que houve grandes diferenças criativas entre os envolvidos nas marcas, o que levou ao fim da parceria.

No Instagram, Beyoncé deixou sugestões de que novos lançamentos da IVY PARK estão a caminho, desta vez, sem a colaboração da adidas. A cantora também possui histórico de parcerias no muno da moda, tendo trabalhado anteriormente com a Balmain. Em março, Queen B e Oliver Roustering se uniram para criar uma coleção chamada Renaissance Couture, inspirada no álbum ‘RENAISSANCE’.

A IVY PARK oferece uma variedade de roupas esportivas, incluindo tops, leggings, jaquetas, moletons, shorts e acessórios. A linha é conhecida por sua estética moderna e minimalista, com uma paleta de cores diversificada. A IVY PARK foi fundada em 2016. O nome da empresa é uma referência à infância de Beyoncé em Parkwood Park, em Houston, Texas, onde ela costumava correr e treinar.

Cantora processa Jason Derulo por assédio sexual: “estou traumatizada, lidei com situações desumanas”

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Foto: Getty Images.

O cantor Jason Derulo está enfrentando um processo por assédio sexual, movido pela cantora Emaza Gibson. A artista alega que Derulo condicionava avanços em sua carreira musical a favores sexuais, demonstrando um comportamento agressivo e fazendo convites indesejados. Gibson afirma também que o cantor de 34 anos insinuava que ela precisaria se envolver sexualmente com ele para progredir como cantora.

“Estou neste ponto da minha vida onde tudo é muito doloroso”, disse Gibson em entrevista à NBC News. “Estou com ansiedade, estou traumatizada. Já lidei com situações de trabalho desumanas. Estou neste ponto em que voltei ao zero e não tenho nada.”  De acordo com o processo, em agosto de 2021, Derulo fechou um contrato musical com Gibson envolvendo a gravadora Atlantic Records. 

Jason Derulo. Foto: Beeld © ANP

A artista começou a colaborar com Derulo na criação de músicas em 2018. De acordo com o processo, durante esse período, o cantor frequentemente a convidava para encontros envolvendo como drinks e jantares exclusivos. Gibson relata ter recusado esses convites, com a intenção de manter um relacionamento estritamente profissional. Contudo, segundo a artista de 25 anos, Derulo começou a insistir que ela se juntasse a ele em momentos de consumo de álcool durante as sessões de estúdio.

Em setembro de 2021, Gibson finalmente concordou em beber com Derulo no estúdio, o que resultou no fornecimento de uma quantidade excessiva de álcool, conforme mencionado na ação legal. O processo argumenta que essa situação foi interpretada por Gibson como uma “clara demanda por favores sexuais em troca de sucesso”, uma interpretação reforçada por outros comportamentos, incluindo a pressão constante para encontros pessoais e a marcação de sessões de estúdio durante a noite.

Sem maiores explicações, Gibson foi retirada da Atlantic Records em setembro de 2022. O advogado da cantora, Ron Zambrano, disse que Derulo “não apenas quebrou promessas e contratos, mas fez também ameaças de danos físicos e avanços sexuais inescrupulosos contra a jovem que está apenas tentando entrar na indústria”.

Os representantes de Jason Derulo não comentaram sobre o caso.

Chris Rock vai dirigir filme biográfico sobre Martin Luther King Jr

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Foto: Getty Images.

O apresentador e humorista Chris Rock será responsável por dirigir o novo filme biográfico de Martin Luther King Jr. A Universal Pictures adquiriu os direitos de adaptação da aclamada biografia de Jonathan Eig, ‘King: A Life’. O roteiro do novo longa metragem será feito com base no livro.

A obra descreve a forma como Luther King realizou e idealizou protestos pacíficos no sul segregacionista dos Estados Unidos, ao mesmo tempo que lutava com as suas próprias fragilidades. A produção também deve abordar a forma como o governo norte-americano explorava cada passo dado pelo líder político.

Martin Luther King discursa para manifestantes e apoiadores. Foto: Reprodução.

Essa não vai ser a primeira vez que Chris Rock atua como diretor. Ele já havia firmado seu talento na direção com “Top Five”, um filme que ele também escreveu e que se destacou como um grande sucesso no Festival de Cinema de Toronto de 2014. Além disso, Rock também possui experiência na direção de filmes como “Um Pobretão Na Casa Branca” e “Acho Que Amo Minha Mulher”.

Foto: Ethan Mille r/ Getty.

Martin Luther King desempenhou um papel fundamental na aprovação da Lei dos Direitos Civis de 1964, que proibia a discriminação racial em locais públicos, e na Lei dos Direitos de Voto de 1965, que eliminou as barreiras ao voto para afro-americanos. Infelizmente, a vida de Luther King foi encurtada tragicamente quando ele foi assassinado em 4 de abril de 1968, em Memphis, Tennessee. Sua morte chocou o país e gerou protestos e agitação em várias cidades dos Estados Unidos.

Pesquisa aponta que 79% dos consumidores negros relatam impacto na saúde mental devido à discriminação racial nas compras

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Foto: Reprodução

Uma pesquisa recente realizada pela Globo, intitulada “O que falta para reinar? As Dimensões do Consumo Afro-Brasileiro”, revelou dados alarmantes sobre a experiência da população negra durante compras presenciais no Brasil. Os resultados, divulgados durante o Festival Negritudes Globo, destacam que 79% dos consumidores negros acreditam que a discriminação racial vivida durante as compras afeta diretamente sua saúde mental e autoestima.

A pesquisa, que ouviu 1667 pessoas com mais de 18 anos e pertencentes às classes ABC, identificou uma série de impactos significativos da discriminação racial no comportamento de compra da população negra no país. De acordo com o estudo, a discriminação racial tem levado a mudanças nos hábitos de consumo das pessoas negras:

  • 54% dos entrevistados afirmaram evitar estabelecimentos ou departamentos onde se sentiram discriminados racialmente;
  • 53% relataram que deixaram de frequentar locais comerciais após experienciarem discriminação racial;
  • 49% decidiram não consumir determinados serviços, produtos ou marcas após vivenciarem o racismo;
  • 35% dos entrevistados passaram a fazer compras online para evitar situações de discriminação racial em lojas físicas.

Além disso, 37% dos consumidores negros admitiram já ter alterado sua forma de se vestir e/ou estilo de cabelo para evitar constrangimentos em estabelecimentos comerciais.

A pesquisa também revelou que, na maioria das situações de compra, mais pessoas negras relatam ter vivido ou presenciado discriminação racial, muitas vezes com motivação racial. 70% dos negros entrevistados afirmaram ter sido seguidos em lojas ou terem testemunhado alguém sendo seguido por funcionários ou seguranças, com quase sete em cada dez deles atribuindo isso ao racismo. Entre os brancos que responderam, a porcentagem foi menor (60%), e menos da metade declarou que isso ocorreu devido à cor da pele.

Outro dado preocupante é que 45% dos negros e 37% dos brancos já foram questionados se tinham dinheiro para pagar pelos produtos ou serviços em questão, com uma porcentagem significativamente maior de negros (65%) acreditando que isso era devido a uma atitude racista, em comparação com os brancos (53%).

A pesquisa inédita foi conduzida em parceria com diversos pesquisadores negros e consultores especializados em áreas como economia, jornalismo, comunicação, cultura criativa e antropologia, entre outros. A partir dessas descobertas, tornou-se evidente como a jornada de consciência racial impacta o comportamento de compra da população negra. À medida que o poder aquisitivo aumenta, os objetivos financeiros também evoluem, indo desde a preocupação com o acesso ao mínimo até a intenção de apoiar afroempreendedores, reforçando um senso de comunidade.

Mais de 40% dos homens de periferias sentem dificuldades em expor seus problemas e medos, diz pesquisa

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Foto: Freepik

Como os homens periféricos tem lidado com suas emoções? De acordo com o levantamento feito pelo projeto Papo de Baile do Maisum, com homens residentes em periferias do Rio de Janeiro, 40,2% dos entrevistados raramente conversam sobre seus problemas ou medos. Dos 97,2% que dos entrevistado que afirmaram entender o significado do termo saúde mental, 75,7% disseram se cuidar de alguma maneira, sendo a prática de esportes ou exercícios físicos a principal, apontada por 25,9% dos participantes. O consumo de arte e cultura (21,3%) e a busca por um profissional de saúde (13,9%) também foram citados como cuidados tomados por eles.

A pesquisa é uma iniciativa criada pelo DJ Jorge Maisum, que visa fomentar debates de gêneros a partir de pautas ligadas à masculinidade periférica, evidencia as dificuldades que os homens moradores de favelas têm para se abrirem com outras pessoas.

O levantamento foi realizado entre agosto e setembro de 2023, em paralelo aos encontros do projeto, ocorridos aos finais de semana, na Lona Carlos Zéfiro, em Anchieta, Zona Norte do Rio. Neste ciclo, 14 homens, entre cis, trans e não-binários, divididos em dois grupos, tinham como proposta a formulação da pesquisa e a coleta de dados, além da entrega de um produto artístico.

Os dados foram lançados na segunda-feira (2). O acervo, formado por vídeos, fotos, músicas e poesias, ficará exposto em um local de grande circulação, ainda não definido. Parte das rodas de conversa foram registradas em vídeo. O material, composto por entrevistas com cada participante, será transformado em dois documentários, produzidos e dirigidos pelo jornalista Renan Schuindt. A finalização está prevista para dezembro de 2023.

“Tivemos uma troca muito constante que vai se refletir no dia a dia desses homens, das suas famílias, amigos. Todos nós saímos mais conscientes, com uma visão ampliada sobre o respeito, o autoconhecimento. É um trabalho de formiguinha e que precisa ser
incentivado, aplicado em rede”, afirma Jorge Maisum, idealizador do Papo de Baile.

Outros destaques da pesquisa
Ainda segundo os dados, 93,5% dos homens ouvidos conhecem o significado do termo “machista”. Desses, 62,5% se consideram machistas. Quanto às referências de masculinidades, sendo permitido marcar mais de uma opção, 42,6% citam o pai, 44,4%
citam outros homens da família e 34,3% citam os amigos. Entre os que gostariam de participar de algum projeto que debata o tema masculinidade, 64,5%. O levantamento foi realizado pelos participantes do projeto e ouviu 107 homens residentes em regiões
periféricas da capital e da Baixada Fluminense.

Veja a pesquisa aqui!

Festival do Rio apresenta seleção de filmes com foco no audiovisual negro e temáticas raciais

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Foto: Black Rio! Black Power!/Divulgação

Entre o dia 5 e 15 de outubro, acontece no Rio de Janeiro um dos maiores festivais de cinema do brasileiro, o Festival do Rio. O festival conta com mais de 200 títulos, entre filmes nacionais e internacionais, e uma seleção de filmes com foco nas temáticas raciais e protagonismo negro.

Em sua 25ª edição, o Festival do Rio tem como um dos seus principais objetivos reconhecer e dar a devida importância para filmes produzidos e protagonizados por pessoas negras. São diversos títulos, entre eles longas, curtas, animações e filmes nacionais e internacionais.

Além da exibição dos filmes, durante todo festival acontece a Première Brasil, considerada uma das maiores vitrines do cinema nacional, com 91 longas e curtas inéditos do audiovisual brasileiro que concorrem ao Troféu Redentor, sessões de debates com diretores e produtores e filmes clássicos restaurados, como Macunaíma, de 1969, com Grande Otelo e Milton Gonçalves.

Entre os destaques, estão ‘Othelo, O grande‘, dirigido por Lucas H. Rossi,  que conta história de Grande Otelo, um dos atores mais consagrados da história do cinema brasileiro, ‘Mussum, o Films‘, de Sílvio Guindane, uma cinebiografia sobre um dos maiores humoristas do Brasil, o documentário ‘Black Rio! Black Power!‘, de Emílio Domingos, e o curta ‘Arruma um Pessoal pra Gente Botar uma Macumba num Disco‘, de Chico Serra, que abordam a história social e desafios dos movimentos de música negra no Brasil, respectivamente, a soul music e o rap. 

O Festival do Rio conta com sessões gratuitas e pagas e debates com nomes da indústria audiovisual na Première Brasil. Os locais, a programação completa e mais informações podem ser conferidas no site ou nas redes sociais (@festivaldorio).

O Festival é apresentado pelo Ministério da Cultura, Shell e Prefeitura do Rio e realizado pelo Cinema do Rio, com apoio do Ministério da Cultura.

Psicoterapia gratuita e online ajuda em tratamento de quilombolas; projeto abre novas inscrições para todo o Brasil

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Foto: Freepik

Estão abertas até amanhã, 6 de outubro, as inscrições para a psicoterapia – gratuita e online – do Grupo Reflexivo de Apoio Psicológico, projeto voltado para a promoção de saúde mental do Centro Universitário IBMR. Desta vez, a oportunidade é focada em três públicos: profissionais da saúde, adolescentes (15 a 18 anos) e adultos acima de 18 anos.

Os grupos serão compostos por até 7 participantes. Serão de 8 a 10 encontros semanais, com duração de 1h30, sempre online, entre os meses de outubro e novembro de 2023. Inscrições devem ser feitas por meio do preenchimento de formulários online (listados no final deste texto).

Os grupos são abertos para qualquer interessado, exceto, alunos do curso de Psicologia do IBMR e seus familiares, por questão de ética da profissão. “Temos atendido pessoas de várias regiões do Brasil: Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul e também daqui do Rio de Janeiro”, diz a supervisora da iniciativa composta por estagiários, a psicóloga e professora do IBMR, dra. Melissa de Oliveira Pereira. O IBMR faz parte do Ecossistema Ânima de educação.

Psicoterapia é para todos

A professora do IBMR defende que, por serem online, os grupos conseguem chegar a mais gente. “Tem vindo gente do Acre, do Amazonas, da Paraíba, do Rio Grande do Sul, de São Paulo, Espírito Santo, Pará”, lista a supervisora. “Muitas vezes faço a supervisão remotamente também. É uma maneira de preparar os estagiários para os recursos online. Assim, testamos as metodologias e tecnologias juntos”, acrescenta.

Uma dessas participantes do grupo é a educadora popular, na Comunidade Quilombola São José de Icatu, no município de Baião (PA), Maria Delma Portilho Brito, 39 anos. Ela soube do Reflexivo pelo WhatsApp. Foi a segunda vez que ela teve acesso a um serviço de psicoterapia. A primeira vez também foi remotamente, mas em outra instituição, após sofrer uma crise de ansiedade seguida de depressão.

“Foram muitas situações acumuladas. Entre elas, tive uma irmã que foi assassinada. Precisei segurar não só as minhas emoções, mas de toda família. Eu, como a irmã mais velha, assumi esse papel de tentar cuidar dos outros, inclusive das duas crianças da irmã que pedi. Precisei procurar ajuda psicológica para continuar minha caminhada”, desabafa Maria Delma.

Além disso, com a pandemia, a educadora resolveu iniciar um mestrado na área do Direito. Hoje ela analisa que acessou o programa tentado desviar da tensão familiar. “Sou uma das primeiras quilombolas no estado do Pará, que não tem origem em graduação em Direito, a cursar uma pós-graduação nesta área. É assumir a responsabilidade de representar o movimento quilombola da Região do Baixo Tocantins, na Amazônia Paraense. Foi desafiador”. Pressões psicológicas, familiares, acadêmicas, sociais, “tudo isso acarreta muito, especialmente, em momentos em que nos encontramos mais fragilizados”, adverte.

Com o fim do isolamento, o primeiro serviço psicoterápico que Maria Delma recebeu passou a ser presencial. “Como eu moro em um quilombo, que fica a quase 300 km de Belém, onde era ofertado o atendimento presencial, não tinha como eu ir”, argumenta. Ao conhecer os grupos Reflexivos, do IBMR, a educadora diz que ficou muito feliz por saber que poderia retomar os atendimentos. “A palavra-chave é gratidão, diante desta ação. O Reflexivo me ajudou a acelerar na superação”.

Adolescentes

Para participar, os adolescentes precisam de autorização por escrito dos responsáveis, por meio de um formulário padronizado fornecido pelo IBMR. “Antes do grupo começar o trabalho, entrevistamos os participantes. No caso dos adolescentes, entrevistamos o participante e um dos responsáveis legais”, justifica a professora.

Melissa estima que o processo dure entre dois e quatro meses. Após os encontros, muitos precisam de encaminhamento para psicoterapias individuais e este processo opta por iniciativas gratuitas também. Ou seja, a equipe não deixa essas pessoas desamparadas. “Depois que o grupo acaba, continuamos a fazer este processo de cuidado”, garante a professora.

Como funciona

A professora Melissa, do IBMR, explica que, para quem já fez ou faz psicoterapia, essa é uma oportunidade para o compartilhamento coletivo. “Entendemos que a psicoterapia individual é muito importante, mas que há algo que apenas o grupo possibilita, que é a oportunidade de trocas e construções coletivas”. É um ajudando o outro em ambiente coordenado por ação técnica da equipe.

O Grupo Reflexivo de Apoio Psicológico foi criado no primeiro semestre de 2021, no início da pandemia. Até agora, cerca de 300 pessoas já foram atendidas, em 19 turmas, de quatro grupos, cada. “Era um contexto muito sério, antes da vacina. Nessa época, tínhamos muitas notícias de trabalhadores da saúde da linha de frente, com sofrimento psíquico grande. Sejam pelas condições de trabalho, sejam pelas mortes que eles estavam acompanhando”, lembra a professora.

No início, o grupo estava direcionado apenas para estes. Mas, diante dos bons resultados, o projeto se ampliou para públicos como gestantes, puérperas, cuidadores de idosos, professores de educação básica. “E com o retorno das aulas presenciais, ampliamos para os universitários e adolescentes”, acrescenta Melissa.

Inscreva-se!

Haverá duas chamadas para atender os inscritos: entre outubro e novembro de 2023; e entre fevereiro e março de 2024.

Grupos Terapêuticos: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSciaZ-FmsWjpQALPHoc3Zg0hza5z0p36ADpJONmeIJ-IWphTA/viewform

GATS – Grupo de Apoio a Trabalhadores de Saúde: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSeRq7tLErbGub8LE6A0l8PnXu3EheXfzTKYd-O9JNn22U5ckQ/viewform

Grupo Reflexivo para Adolescentes: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScVsHkrlWXWi93YKy5hIA8SAjblOjMWhkAMzJs510ZOq4Ap3w/viewform

Evento em São Paulo celebra juristas negras em meio a campanhas por uma Ministra Negra no STF

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Foto: Freepik

No próximo sábado (07), a Rede Feminista de Juristas – deFEMde promove um evento em São Paulo para celebrar juristas negras em meio às tensões da campanha que pede para Lula a indicação de uma ministra negra no STF.

A Rede Feminista de Juristas faz parte da Campanha #MinistraNegraJá, que busca a indicação de uma ministra negra no STF no lugar da ministra Rosa Weber, que se aposenta esse mês. Além disso, a deFEMde também tem como objetivo pressionar o Governo de São Paulo a nomear uma mulher negra para o Tribunal de Justiça de São Paulo.

O evento tem como objetivo “celebrar as supremáveis e promover um espaço de aquilombamento na comunidade jurídica negra e antirracista em São Paulo”. O momento vai contar com bate-papo, arte e lembranças para as juristas. 

“Queremos elevar nossas vozes e fazer valer nossa demanda; mas queremos, sobretudo, dar o melhor de nós a todas elas. Até na luta, é preciso ternura”, comenta Amanda Vitorino, Liderança em Mobilização Estratégica da deFEMde.

A deputada estadual do Movimento Pretas, Monica Seixas, do PSOL, também vai participar do encontro. “Esse evento é de muita importância para nós. O povo negro precisa se levantar e expor a ausência de igualdade na sociedade, inclusive no judiciário. Para quebrar a desigualdade racial  enraizada em nossa sociedade a presença de uma ministra negra no judiciário é essencial”, afirma a deputada.

O encontro conta com diversas entidades e convidados, entre eles a Associação Brasileira de Mulheres Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transsexuais e Intersexo (ABMLBTI), Movimento ELO – Incluir e Transformar, Instituto da Advocacia Negra Brasileira (IANB), Associação Nacional de Advogados e Advogadas pela Democracia, Justiça e Cidadania (ADJC), Conselho Municipal dos Interesses do Cidadão Negro de Limeira (COMICIN), Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica em São Paulo – ABMCJ-SP, Rede FemiJuris e outras organizações.

O evento acontece no sábado, às 14h, na Casa da Ari, no Butantã. “Estamos expostas e vulneráveis a todo tempo e precisamos garantir espaços de acalanto, onde possamos nos sentir apreciadas e acolhidas. Espero que nossos supremáveis consigam absorver as energias boas que queremos reunir em torno delas”, comenta Amarílis Costa, Liderança Política e de Advocacy da deFEMde.

Após dançar com Usher, Taraji P. Henson diz que o cantor é como “um imã feminino”

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Fotos: Divulgação/The Tonight Show e Reprodução/Instagram

A atriz Taraji P. Henson, 53, relembrou a comemoração de seu aniversário em Las Vegas, no ano passado, durante o show do Usher, 44. Em entrevista ao programa The Tonight Show, com Jimmy Fallon, ela comentou sobre a experiência inesquecível de dançar com o cantor no palco.

“Usher é um ímã feminino, não sei se você sabe disso”, disse Henson para o apresentador. “Há algo nele, ele é um ímã, você entra rebolando. Veja todas as filmagens, não sou só eu”, lembra a atriz, ao comentar sobre o vídeo divulgado nas redes sociais na época, inclusive por ela. “Ele tira isso de você. Eu não rebolo em público”, completa.

https://twitter.com/OneJoblessBoy/status/1677986173610754050

Henson revelou para Fallon que havia decidido comemorar o aniversário com as filhas, mas quando chegou no show do Usher, “meio que sabia que algo iria acontecer, porque eles estavam tipo, ‘sente-se neste assento'”.

Empolgada, ela disse que lembra do momento em que o cantor subiu ao palco. “Ele olhou na minha direção e disse: ‘Vejo você, Taraji!’ E eu pensei que essa era a minha deixa”, e invadiu o palco correndo até ele.

Recentemente, Usher fez uma apresentação na Paris Fashion Week e viu Henson no evento. “Então ele olha e diz: ‘Aquela é Taraji P. Henson?’ E juro por Deus, comecei a correr”, brincou a atriz no programa.

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