Um estudo recente publicado pela Universidade de Harvard lançou luz sobre os desafios enfrentados por mulheres negras no ambiente de trabalho, especialmente quando inseridas em equipes predominantemente compostas por colegas brancos. A pesquisa divulgada em novembro revelou resultados preocupantes sobre a rotatividade e os baixos índices de promoção dessas mulheres em comparação com seus colegas brancos.
Ao analisar mais de 9.000 novos funcionários em uma empresa de serviços profissionais entre 2014 e 2020, o estudo identificou que as mulheres negras inseridas em equipes com maior número de pessoas brancas enfrentavam maiores dificuldades. Elas eram mais propensas a serem consideradas como profissionais de “baixo desempenho” e, consequentemente, tinham menos chances de receber promoções ou mesmo de permanecer na empresa ao longo do tempo.
Os dados conclusivos do estudo destacam que funcionários negros, especialmente mulheres negras, têm uma probabilidade 32% maior de deixar o emprego nos dois primeiros anos após a contratação em comparação com colegas brancos. Além disso, apresentam uma probabilidade 26% menor de serem promovidos dentro do prazo previsto. Isso representa uma diferença ainda mais acentuada, com um aumento de 51% na rotatividade entre mulheres negras e brancas.
Elizabeth Linos, coautora do estudo e professora associada de Políticas Públicas e Gestão, destacou a relevância das horas faturáveis na empresa como uma métrica crucial para medir o sucesso dos funcionários. Isso impactava as mulheres negras, já que aquelas inicialmente designadas para equipes com uma proporção maior de colegas brancos relatavam menos horas faturáveis, mais horas de treinamento e eram consideradas com mais frequência como profissionais com desempenho fraco, aumentando assim as chances de rotatividade.
Uma análise do estudo revelou que as mulheres negras eram o único grupo demográfico a enfrentar resultados significativamente adversos em promoção e retenção quando inseridas em equipes mais brancas. De acordo com o estudo, homens negros ou mulheres e homens hispânicos, não foram prejudicados da mesma forma que as mulheres negras quando inseridas em equipes majoritariamente brancas. Isso indica uma questão específica enfrentada por mulheres negras neste ambiente de trabalho.
Ao comentar sobre essas descobertas, Linos ressaltou que, embora a sociedade avance na diversificação dos locais de trabalho em algumas áreas, as mulheres negras ainda enfrentam obstáculos adicionais para promoção no ambiente profissional. Ela destacou a necessidade de mais pesquisas sobre como os funcionários brancos podem adaptar seus comportamentos para evitar contribuir para as dinâmicas excludentes de gênero e raciais existentes no trabalho.
Entender esses desafios é fundamental para implementar mudanças significativas no ambiente corporativo. O estudo propõe a necessidade de políticas de intervenção que possam ajudar a mitigar o impacto negativos dos colegas brancos na rotatividade e promoção de mulheres negras. A pesquisa também sugere a importância de políticas de promoção de equidade racial e de gênero para que mulheres negras possam conquistar cargos de liderança, colaborando com mudanças nesse cenário.
Você já parou para pensar em quem são as pessoas que mais sofrem com discursos de ódio na internet? Ajornalista premiada Luciana Barreto, atualmente âncora da CNN, lança o seu primeiro livro: “Discursos de ódio contra negros nas redes sociais“, resultado da sua dissertação de mestrado, com uma contribuição pública por documentar a dimensão digital do racismo no Brasil.
“Uso no livro uma pesquisa do professor Luiz Valério Trindade que mostra que 81% dos discursos de ódio racistas são direcionados às mulheres negras com características semelhantes a minha: profissional com curso superior, cabelo crespo etc”, diz Luciana Barreto, em entrevista ao Mundo Negro, com a editora Isadora Santos.
Na análise dos discursos contra pessoas negras, a jornalista observa que “palavras que remetem a eliminação, morte, aparecem com frequência. Isso é muito grave porque está projetando uma conjuntura de ódio mas também de eliminação”, completa.
Neste sábado, dia 2 de dezembro, às 15h, a autora receberá o público na Livraria e Edições Folha Seca, no Centro do Rio de Janeiro; e no dia 7, a partir das 18h30, na Martins Fontes da Consolação, Na Consolação, São Paulo. O livro custa R$ 45.
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Leia a entrevista completa abaixo:
Com a exposição de casos de racismo e de comentários racistas na internet, como analisa o comportamento dos usuários de redes sociais atualmente?
É um momento ainda muito delicado. Veja bem, todo “hater” ou, como eu prefiro dizer, todo “odiador” tenta incansavelmente derrotar o seu alvo. Ele quer derrotar ideias mas quer também, acima de tudo, a conversão do seu alvo. O discurso de ódio contra negros aparece de uma maneira muito mais complicada, neste sentido. É o que chamamos de “inconvertibilidade do sujeito”. De uma maneira simples e direta: “um preto nunca vai ser branco”. Isso é fundamental para entender as marcas discursivas do hater racista. Em resumo, no discurso de ódio contra negros, palavras que remetem a eliminação, morte, aparecem com frequência. Isso é muito grave porque está projetando uma conjuntura de ódio mas também de eliminação.
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Já existem medidas judiciais eficazes para punir usuários que publicam discursos de ódio?
Tenho um capítulo do livro dedicado a questão jurídica. Penso que talvez seja o aspecto mais bem resolvido do problema. Quando comecei a estudar discurso de ódio percebi que a literatura sobre o tema se resumia à questão jurídica, inclusive. Faço no livro uma leitura do tema sob o ponto de vista da Análise do Discurso (AD), que nos permite uma reflexão mais profunda sobre interferências desses discursos que ultrapassam à questão jurídica.
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No que ainda precisamos avançar para proteger pessoas negras no ambiente digital?
Precisamos avançar muito ainda. Estamos na fase de reconhecimento e aceitação de que existe um problema grave. Cobrar das grandes empresas de tecnologia mecanismos eficazes para coibir a circulação desses discursos. Ainda não temos a responsabilização de quem realmente distribui esses discursos. Precisamos com urgência entender a força do que está acontecendo e, mais ainda, como esses discursos estão interferindo na sociedade. Sem isso, não avançaremos.
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Você poderia compartilhar alguma experiência pessoal sua relativa a ataques online?
Sou uma estudiosa do tema então faço uma análise dos discursos direcionados a mim também. Uso no livro uma pesquisa do professor Luiz Valério Trindade que mostra que 81% dos discursos de ódio racistas são direcionados às mulheres negras com características semelhantes a minha: profissional com curso superior, cabelo crespo etc. Tem uma intencionalidade muito evidente quando analisamos estes casos: o hater quer minar o emocional, quer atingir e distrair a vítima. De certa maneira, o hater quer “eliminar” a vítima daquele espaço, daquele local que ele julga não pertencer a ela. Brinco quando falo sobre isso: “não vou dar este gostinho ao hater”.
Em um encontro de gerações, Karol Conká lança sua nova música, “Negona”, feat com Tasha & Tracie. A canção chega com clipe, que traz ainda um “spoiler” do que o público verá nos próximos lançamentos da rapper.
“Negona” é o marco do início de uma nova e aguardada era na carreira de Karol Conká. Depois do sucesso de “Urucum“, seu último álbum, lançado em 2022, a colaboração com as gêmeas Tasha & Tracie é o primeiro single de seu aguardado quarto álbum, já confirmado por Karol.
A música celebra o poder feminino, enquanto eleva o rap a um novo patamar. A letra mostra que as mulheres não estão para brincadeira e que demandam respeito, além de desconstruir a narrativa da objetificação que os homens fazem com as mulheres nas músicas. “Pega toda essa potência, multiplica e soma, tem que ter fôlego pra aguentar essas negona”, canta Karol Conká na música.
A produção da faixa ficou sob a responsabilidade do RDD, produtor do grupo baiano ÀTTØØXXÁ, que mantém uma parceria duradoura com a rapper e já colaborou com artistas renomados, como Ludmilla e Pabllo Vittar. Para os visuais, sob direção da talentosa Aisha Mbikila, o clipe retrata o que acontece quando três potências do rap se juntam para fazer música.
As gêmeas Tasha & Tracie representam a nova geração do rap. Com sua abordagem única e letras autênticas, elas têm ganhado destaque e conquistado cada vez mais espaço pelo mundo.
Em “Negona”, elas moldam o gênero de maneiras profundas, com letras afiadas e desafiando estereótipos. “Tudo que vai, volta. Por isso, hoje nóis conta bem. Não esquece que você vai colher o que plantou também. Se entrar na reta, cê vai tomar. Precisa muito mais pra derrubar essas negona”, diz a letra.
Luciana de Oliveira, uma das 11 lideranças da Rede Vozes Negras pelo Clima e o governador do ES Renato Casagrande ( Foto: Divulgação)
A Rede Vozes Negras pelo Clima, fruto do projeto “Mulheres Negras e Justiça Climática” da Anistia Internacional Brasil reúne líderes femininas de oito estados brasileiros, representando diversos biomas. Sua missão transcende fronteiras, buscando promover direitos humanos, justiça socioambiental e combate ao racismo climático em escalas territorial, regional, nacional e internacional.
Atualmente, durante a COP28 em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, essas mulheres estão ativamente presentes, contribuindo para os debates sobre mudanças climáticas. A COP, uma iniciativa anual da ONU, visa prevenir intervenções humanas prejudiciais ao sistema climático mundial. A participação da Rede Vozes Negras na COP28 destaca-se, ampliando o diálogo e fortalecendo vozes historicamente marginalizadas em nível global. O evento acontece de 30 de novembro a 13 de dezembro.
Essas líderes negras, envolvidas em ações locais e regionais, expandem sua influência para a esfera internacional, potencializando a ação de mulheres negras no enfrentamento do racismo ambiental. “Dependendo do local, a repercussão dos desastres climáticos é diferente e sabemos que em nossos territórios é tudo ainda mais cruel e difícil. Temos que chegar nesse lugar de decisão, pois nós como mulheres negras vamos trazer para o chão a realidade que não é olhada”, Maria José Pacheco membro do coletivo em um documento de apresentação do projeto.
Durante a conferência, a Rede busca potencializar e dar visibilidade às ações já desenvolvidas por suas integrantes, conectando-as a esforços mais amplos de incidência política em nível nacional e internacional. Além disso, a formação e empoderamento das mulheres da rede nas temáticas das mudanças climáticas e do racismo ambiental são objetivos específicos, visando o acesso aos mecanismos nacionais e internacionais de denúncias e garantia de direitos.
A incidência política e advocacy nos territórios, espaços e organismos nacionais e internacionais são pilares fundamentais da atuação da Rede, buscando alcançar ações de mitigação, reparação, adaptação e resolução de conflitos. Essas mulheres não apenas levam suas vozes aos corredores do poder, mas moldam as conversas, influenciando políticas e práticas para criar um futuro mais justo e sustentável para todos.
Todos os anos o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB), organiza uma grande campanha chamada ‘Natal Sem Fome e Sem Miséria’, para denunciar as altas nos preços dos alimentos e denunciar a fome que atinge milhões de brasileiros. Atualmente, são mais de 32 milhões de crianças enfrentando a pobreza, e mais de 70 milhões de pessoas vivendo na chamada “insegurança alimentar”.
É nesse sentido que o MLB organiza há mais de 17 anos, a campanha ‘Natal Sem Fome e Sem Miséria’, com o intuito de arrecadar recursos, alimentos e brinquedos, a fim de atender diversas famílias das ocupações urbanas e das periferias do Brasil.
Como parte dessa campanha, neste sábado(02), às 16h, o MLB realizará uma live que contará com a participação de diversos artistas como Don L, FBC, Baiana System, Alice Carvalho, Leoni, Peres Kenji, Luiz Villaça, Mago de Tarso, e inúmeras lideranças de movimentos sociais e das frentes de lutas populares como Silvia Nascimento, Isuperio, Deputado Glauber Braga, Chavoso da USP, Maria Lúcia Fattorelli, Eduardo Moreira, Heloísa Villela e muito mais.
Mãe de um bebê que acaba de completar um ano de vida, a jornalista Isadora Santos, lançou nesta sexta-feira, 1, o projeto “Notícias de Mãe”, que reflete a maternidade como um trabalho não remunerado.
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“Com a chegada do meu filho, as novas demandas do bebê e a mudança na rotina, entendi que teria que ampliar minha jornada de trabalho, não só adicionando novos horários, mas oficializando esse novo emprego para uma jornada de período integral, um trabalho 360 graus, 24 horas por dia, sete dias por semana, praticamente sem descanso”, refletiu a jornalista que também integra o time de editores do site Mundo Negro.
Através de uma newsletter que será publicada quinzenalmente no perfil da jornalista no LinkedIn, ela compartilhará reflexões pessoais e a opinião de profissionais sobre o trabalho materno: “Ao celebrar um ano desse emprego em tempo integral que planejei, organizei e que consegui sem mesmo ter um currículo, a não ser aquele preparado estrategicamente para quem vive em uma sociedade patriarcal que nos treina a cuidar logo cedo ‘brincando de casinha’, começo a compartilhar aqui as habilidades que adquiri e como a rotina da maternidade tem acontecido para mim, além de entender como criar uma criança tem sido para outras mulheres”, afirmou.
Dezembro Vermelho | Dado a relevância do Dia Mundial de Luta Contra Aids, neste 1º de dezembro, o Ministério da Saúde divulgou um novo Boletim Epidemiológico sobre HIV/aids, nesta quinta-feira (30). Segundo o levantamento apresentado, 61,7% dos óbitos foram entre pessoas negras (47% em pardos e 14,7% em pretos) e 35,6% entre brancos. Apesar de registrar uma queda de 25,5% de mortalidade por aids nos últimos dez anos, só em 2022, morreram cerca de 30 pessoas por dia, um total de 10.994.
Os dados reforçam a necessidade de considerar os determinantes sociais para respostas efetivas à infecção e à doença, além de incluir populações chave e prioritárias esquecidas pelas políticas públicas nos últimos anos. Nesta quinta-feira (30), a pasta também lançou na TV aberta, nas redes sociais e em locais de grande circulação de pessoas em todo país a campanha de conscientização com o tema “Existem vários jeitos de amar e vários de se proteger do HIV”, reiterando a importância do cuidado.
Ainda segundo o boletim, na análise da variável raça/cor, observou-se que, até 2013, a cor de pele branca representava a maior parte dos casos de infecção pelo HIV. Nos anos subsequentes, houve um aumento de casos notificados entre pretos e, principalmente, em pardos, representando mais da metade das ocorrências desde 2015.
Estima-se que, atualmente, um milhão de pessoas vivam com HIV no Brasil. Desse total, 650 mil são do sexo masculino e 350 mil do sexo feminino. De acordo com o Relatório de Monitoramento Clínico do HIV, na análise considerando o sexo atribuído no nascimento, as mulheres apresentam piores desfechos em todas as etapas do cuidado. Enquanto 92% dos homens estão diagnosticados, apenas 86% das mulheres possuem diagnóstico; 82% dos homens recebem tratamento antirretroviral, mas 79% das mulheres estão em tratamento; e 96% dos homens estão com a carga viral suprimida – quando o risco de transmitir o vírus é igual a zero – mas o número fica em 94% entre as mulheres.
Para acabar com a aids como problema de saúde pública, a Organização das Nações Unidas (ONU) definiu metas globais: ter 95% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas; ter 95% dessas pessoas em tratamento antirretroviral; e, dessas em tratamento, ter 95% com carga viral controlada. Hoje, em números gerais, o Brasil possui, respectivamente, 90%, 81% e 95% de alcance. O Ministério da Saúde reafirma que possui os insumos necessários e já aumentou, neste ano, 5% a quantidade total de pessoas em tratamento antirretroviral em relação a 2022, totalizando 770 mil pessoas.
Em 2022, entre os casos de infecção pelo HIV notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 29,9% ocorreram entre brancos e 62,8% entre negros (13% de pretos e 49,8% de pardos). No mesmo ano, entre os homens, 30,4% dos casos notificados ocorreram em brancos e 62,4% em negros (12,8% de pretos e 49,6% de pardos); entre as mulheres, 28,7% dos casos se verificaram em brancas e 64,1% em negras (13,8% de pretas e 50,3% de pardas). Para os casos notificados de aids, o cenário também preocupa: dos 36.753 diagnosticados, 60,1% estão entre a população negra.
Para aprimorar os indicadores de saúde e guiar políticas públicas de combate ao racismo, redução das desigualdades e promoção da saúde ao longo dos próximos anos, o Ministério da Saúde tornou obrigatório o preenchimento do campo raça/cor no Cartão Nacional de Saúde, o cadastro do cidadão no SUS. A partir de 2023, os sistemas não permitem mais o registro ‘sem informação’.
Recorte raça/cor também preocupa entre as gestantes
Em 2022, houve um predomínio de casos de gestantes com infecção pelo HIV entre pardas (52,1%), seguidas de brancas (28,5%). As gestantes pretas corresponderam a 14% nesse mesmo ano. O diagnóstico do HIV em gestantes é muito importante para que as medidas de prevenção possam ser aplicadas de forma eficaz e consigam evitar a transmissão vertical do vírus. A maior parte das gestantes notificadas já é sabidamente HIV positiva antes do pré-natal e, em 2022, essas mulheres representaram quase 60% dos casos. É importante que essas gestantes estejam em uso regular de terapia antirretroviral (Tarv) e tenham suas cargas virais indetectáveis no momento do parto.
O percentual de realização de pré-natal é elevado entre as gestantes/parturientes/puérperas com HIV e tem se mantido em torno de 90% em todo o período analisado. No entanto, em 2022, o uso de Tarv durante o pré-natal foi relatado em apenas 66,8% dos casos. Essa informação é importante e necessária para a certificação de eliminação da transmissão vertical do HIV, cuja meta é atingir cobertura de Tarv igual ou superior a 95%. O percentual de gestantes/parturientes/puérperas sem uso de Tarv foi de 13,5%, e em 19,7% a informação sobre o uso da terapia era ignorada em 2022, segundo dados do Sinan.
A primeira edição nacional do Expo Favela Innovation Brasil 2023 começou hoje, marcando a abertura do evento de inovação e empreendedorismo que acontece em São Paulo, no Expo Center Norte, nos dias 1, 2 e 3 de dezembro.
A edição nacional do Expo Favela vai receber 220 empreendedores de favelas vindos de diversas regiões do Brasil, selecionados como os 10 melhores de cada edição estadual, juntamente com outros empreendedores escolhidos para uma repescagem, garantindo uma representação de projetos inovadores em todo o país.
Um dos destaques são os palestrantes deste ano, que incluem personalidades conhecidas da política, televisão e artes e comunicação como o Ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, a Ministra da Cultura, Margareth Menezes, além de Natuza Nery, MV Bill, Luciano Huck, Thelminha, Adriana Barbosa, Aline Torres, Paula Lima, Salgadinho, Igor 3K, Kleber Lucas, Xande de Pilares, AD Junior e outros compartilham suas experiências e visões.
Uma das novidades do evento, organizado pelo Grupo Favela Holding, é o espaço dedicado a empreendedores africanos residentes no Brasil. Com a participação de 50 empreendedores de países como Angola, Senegal, Moçambique, Togo, Camarões e República Democrática do Congo, o objetivo é destacar como o empreendedorismo africano influenciou positivamente os negócios e a inovação nas comunidades de favelas brasileiras.
A programação dos três dias inclui trilhas temáticas com temas de educação, saúde, sustentabilidade, cultura, economia criativa, diversidade, mobilidade, logística, gastronomia, comunicação, redes, moda, beleza e muito mais. Além das sessões de palestras e workshops, os intervalos permitirão que os participantes visitem as barracas dos expositores da favela.
Confira a programação:
Sexta-feira – dia 01/120
9h – Abertura do evento;
10h20 – Apresentação Pesquisa Data Favela, mostrando as oportunidades do mercado dasfavelas, com Renato Meirelles. Plenária Sol – Sexta-feira – dia 01/12
11h – Como o primeiro setor, o segundo setor e o terceiro setor podem se unir para o desenvolvimento do empreendedorismo na base da pirâmide, com: Preto Zezé (Conselheiro da CUFA), Paulo Kakinoff (membro do Conselho de Governança e do Conselho de Administração das organizações sem fins lucrativos Todos pela Educação, MBC (Movimento Brasil Competitivo), Bemtevi (Negócios Sociais) e é Presidente do Pacto pelo Esporte.) Celso Ferrer (Diretor Presidente da Gol), Marília Marton (Secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo) e Kalyne Lima (Presidente nacional da CUFA); 12h – Superação e Liderança, com: Cafu (Capitão do pentacampeonato da Seleção Brasileira) e Mariah Morais (jornalista, escritora, ativista humanitária. Primeira mulher a comentar partidas de futebol na TV brasileira); 13h30 – Movimentos sociais e as suas mais diversas formas de expressão com: Eliane Trindade (Editora do Prêmio Empreendedor Social e da plataforma Folha Social, na Folha de S.Paulo.) (Alexandre Loures (Sócio do Grupo FSB e Fundador da Loures), Neca Setubal (Presidente do Conselho Curador da Fundação Tide Setubal), João Paulo (assentado de Reforma Agrária, agricultor é formado em Ciências Sociais, atualmente faz parte do (MST) Direção Nacional dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e Marcio Lima (Vice Presidente da Central Única das Favelas– CUFA-Brasil); 14h30 – O papel da cultura, das grandes mídias e dos grandes eventos no desenvolvimento das narrativas periféricas, com Zé Ricardo (cantor, compositor, instrumentista, produtor musical, diretor artístico e hoje é o vice-presidente artístico da Rock World), Amauri Soares (Head do Canal TV Globo e dos Estúdios Globo), Aline Torres (Secretária de Cultura da Cidade de São Paulo) e Margareth Menezes (cantora, compositora, atriz, gestora cultural, empresária e atual ministra da Cultura do Brasil); 15h30 – Pretos no topo: Um bate-papo entre MV Bill e Luciana Barreto sobre os desafios enfrentados ao longo da carreira, com Luciana Barreto (Âncora da CNN Brasil) e MV Bill (rapper, escritor, ator, cineasta e ativista brasileiro); 16h30 – Negritudes Globo – As narrativas de transformação com:Vinicius Barrozo (analista de Valor Social na Globo com foco nas agendas LGBTQIA+, negritudes e cultura de doação), Renata Martins (Autora e roteirista) e Salgadinho (cantor e compositor brasileiro); 17h30 – O Som do Brasil: Uma troca de figurinhas sobre a diversidade musical brasileira e como as favelas potencializam essa mistura, com Thiago Crespo (Jornalista), Xande de Pilares (Cantor e compositor) e Otto Maximiliano (Cantor e compositor); 18h30 – Cultura Urbana: Como a música urbana tem influenciado no comportamento dos jovens das periferias, com Rodrigo GR6 (Empresário, Presidente GR6), Felipe Poeta (Produtor Musical), MC Hariel (Músico) e MC Dricka (Músico); Plenária Lua – Sexta – feira – dia 01/12 12h – Egressos do sistema prisional: Antes e Depois do cárcere, com Ângelo Canuto (Empresário), Orlando Silva (Coordenador da Cufa Santo Antônio e coordenador do Centro de distribuição da Cufa), Pablina Veloso (Empreendedora e educadora), Marcivan Barreto (Presidente da Cufa SP) e Karine Vieira (Assistente social); 14h – Aliança Empreendedora: Deu Ruim na Digitalização, com Alexandra Meira (Empreendedora da Operativ Consultori) e Aline Pedroso (Líder de Negócios na Aliança Empreendedora); 15h – Mulheres da CUFA: Saberes, tecnologias sociais e transformação nas favelas brasileiras, com Drika Martim (Executiva Social, Presidenta Cufa Sorocaba e Diretora institucional Mulheres da Cufa), Lua Gomes (Ativista social, gestora do Instituto Conexões Londrin, coordenadora regional da cufa PR), Alzira Nogueira (Assistente social, mestre em sociologia, presente da Cufa Amapá e ativista pela promoção dos Direitos Humanos dos povos que vivem nas favelas) e Verônica Paiva (pedagoga, empreendedora social e presidente da Central Única das Favelas de Sergipe); 16h – Hereditariedade do que não se conhece: Falciforme o mito da exclusividade dos menos favorecidos, com Dra. Mirimilla Pita (Pediátrica e fundadora do comitê de pediatria da ABHH) e convidados; 17h – Tecnologia: Informação em tempo real, inovação para impulsionar seu negócio na quebrada, com Eridan Lengruber (Mentora dos programas NASA Space Apps Challenge e AWE 3.0 da Embaixada dos EUA), Douglas Almeida (co-founder & CEO da Stayfilm), Samir Ramos (Empreendedor, Cofundador e Chief Product Officer do smarters) e Tiago Trindade (CCO da Digital Favela);
Plenária Sol – Sábado – dia 02/12
10h – Empreendedorismo de Favela e sua representatividade, com Marcelo Tas(Comunicador e Educador), Geovana Borges (VP de Relações CorporativasInstitucionais da CUFA), Rene Silva (Empresário, Comunicador e Ativista), LucasLima (Program Leader no Sebrae) e Karina Tavares (Diretora CUFA Global);
11h – Educação como o único caminho para o avanço das favelas, com Sergio Gordilho (Co-presidente e CCO da Agência África), Marlova Noleto (Diretora e Representante da UNESCO), Kleber Lucas (Pastor, Cantor, Acadêmico), Nathalia dos Santos (Senior Program Officer The Rockefeller Foundation) e Anna Karla (Chefe da Assessoria de participação social e diversidade do Ministério de Direitos Humanos e Cidadania);
12h– Favela Conectada: A importância do acesso às redes no fortalecimento dacomunicação na favela, com Grazi Mendes (Diretora LATAM de Diversidade, Equidade e Inclusão na Thoughtworks), Hélio de La Peña (Ator e Humorista), Theo Rocha (Diretor para América Latina do Creative Shop da Meta) e Maren Lau (Vice-presidente regional da META para a América Latina);
13h – A importância da produção local: Uma reflexão sobre como os veículos podem democratizar e como os espectadores podem ter mais acesso a conteúdos que representem o seu universo, com Samantha Almeida (Diretora de Diversidade e Inovação em Conteúdo nos Estúdios Globo), KondZilla (Produtor, empresário e apresentador de tv) e Erick Bretas (Diretor de produtos digitais e canais pagos da Globo);
15h – Comunicação, Direitos Humanos e Feminismo: Como construir uma narrativa que não permita o desvio dessas agendas, com Natuza Nery (Jornalista, palestrante e podcaster), Silvio Almeida (Ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania) e Ana Fontes (Empreendedora Social e fundadora da Rede Mulher Empreendedora);
16h – Acelerando os corre. Como a comunicação certa encurta caminhos, com Manoel Soares (Apresentador, escritor e jornalista), Rodrigo Faro (Apresentador) e Allan Barros (Empresário);
17h – Preto Zezé entrevista Luciano Huck: Uma reflexão sobre a interação entre negócios das favelas e do asfalto, com Preto Zezé (empreendedor, produtor artístico e musical, escritor, ativista brasileiro e Conselheiro da CUFA) e Luciano Huck (Apresentador);
Plenária Lua – Sábado – 02/12
11h – Potencialização: A importância do pertencimento em grandes organizações, com Claudio Paim (Diretor de produtos publicitários da Globo), Camila Santos (Head de negócios e projetos na B4People), Luca Lopes (Jornalista), Haynabian Amarante (sócia e COO da Hustlers.br), Fernando Guinato (Diretor Geral na WTC Events Center e Sheraton São Paulo WTC Hotel);
13h – Diversidade e inclusão: A importância da desconstrução de estereótipos na criação de novos modelos de beleza, com Márcia Silveira (Head de Diversidade, Equidade e Inclusão na L’Oréal Brasil), Marcela de Masi (Planejamento estratégico para a O Boticário) e Rosana Martins (Empresária);
14h – Comunicação e favela: Como a favela pode avançar na sua comunicação para alcançar seus objetivos, com Hugo Rodrigues (Presidente do conselho do McCann Worldgroup para WMcCann, Craft e Aldeiah), Carolina Rodrigues (Consultora de carreira, palestrante e entusiasta da pauta racial), Victor Garcez (Fundador da Vision03 Games e criador do jogo A Cura), Ariane Santos (fundadora da Badu Design) e Mateus Lima (CEO do Todas Por Uma);
15h – Educação e leitura: Como tornar a leitura um hábito não obrigatório na quebrada. Da obrigação para lazer, com Diogo Santana (Escritor), Bhetty Brazil (Escritora), Carlos Arcanjo (Conselho Estadual da Criança e do Adolescente) e Aisha Candido(Educadora social e responsável pelo projeto O Jaca é mídia);
16h – Mulheres empreendedoras de favela: A potência feminina nos negócios dequebrada, com Sara Mara (Trancista, comunicadora, influenciadora e empresária), Fabíola Silva (Líder da rede Gerando Falcões e influencer social), Daysi Lee (Nail Designer), Camila Fusco (Diretora de empreendedorismo do Facebook) e Viviane Almeida (Empreendedora);
17h– Samba, funk e rap: É som de preto, de favelado e quando toca ninguém fica parado, com Humberto Miranda (Produtor musical) Silmara Gonçalves (Educadora Social e Compositora) e Caroline Félix (Cantora e compositora de Funk cria da Favela da Cidade Alta);
Plenária Sol – Domingo – dia 03/12
11h – Arte, Favela e Sucesso – Como ter visibilidade e reconhecimento sem perder a favela de vista, com Helena Berthô (Diretora Global de Diversidade e Inclusão no NuBank), Jonathan Azevedo (Ator) e Serjão Loroza (Ator, Cantor);
12h – Gestão de Redes: Periferia e Influência, com AD Júnior (Empresário, consultor e comunicador) e Thelminha (Apresentadora e médica);
13h- Inteligência de negócios: Acelerando os negócios da base até o topo da pirâmide, com Joyce Santos (Gestora do Sebrae Comunidades), Adriana Barbosa (CEO PretaHub) e Murilo Duarte (Favelado Investidor);
14h – Uma conversa entre Paula Lima e Jonathan Haagensen sobre carreira e asmúltiplas formas de arte que um jovem de favela pode ter, com Paula Lima (Cantora, Atriz) e Jonathan Haagensen (Ator, diretor e produtor);
15h– Aprendendo com a África. Entender como a África cresce nos ajuda a crescer, porque somos África também, com Manoel Soares (Apresentador, escritor e jornalista), Tiniyko Kumalo (Consulesa Geral da África do Sul), Carolina Morais (Co-fundadora The African Pride) e Abena Busia (Embaixadora de Gana);
16h – A importância do podcast na democratização do acesso da favela à comunicação, com Igor 3K (Podcaster e criador do Flow Podcast);
18h – Diversidade Musical na Favela: A força e influência de outros estilos musicais dentro das periferias, com Tico Santa Cruz (Cantor, Compositor e Escritor) e Ezeq Souza (Educador Musical);
19h – Cadeia produtiva da música – Como as favelas podem ser protagonistas no mercado, com Thiago Simpatia (Apresentador, Repórter, Produtor) e Daniela Mercury (Cantora e compositora);
Plenária Lua – Domingo – 03/12
11h- A influência do esporte na promoção de saúde e bem estar da sociedade, com Luana Galdino (Fisioterapeuta, especialista em Neurociências e Comportamento, influenciadora digital), Fábio Casita (Professor) e Ellen Valias (Influenciadora digital);
12h– Do sonho ao sucesso: Gestão de negócios na quebrada, com Jean Carlos(empreendedor e proprietário da Box Marcenaria), Gilsane Mutuku (Fundadora da ANNERI), e Leona Moreno (Escritora e comunicadora);
14h – Conquistas dos movimentos de luta PCS, com Pedro Avelar (Especialista em Diversidade, Desenvolvimento Humano) e Marcos Pelegrini (Especialista emtecnologia assistiva e Consultor);
15h – Democratização do acesso à cultura: Do que estamos falando, com Sandra Sergio (Diretora executiva do Museu de Arte do Rio) e Patrícia Marys (Gerente de Educação e da Escola do Olhar no Museu de Arte do Rio);
16h – Economia Criativa: Como potencializar a participação das juventudes, comLeonardo Barchini (Diretor e Chefe da Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI)) e Deca Farroco (Deca Farroco – Gerente de Produção e Projetos Especiais na Fundação Roberto Marinho);
17h – A influência africana no Brasil e seus aspectos em comum a nossa cultura:Culinária, música, dança e religião, com Gislaine Antônio (Conselheira no Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade negra de Campinas/SP e Conselheira no Comitê Antirracista da Associação Atlética Ponte Preta) e Solange Ferreira (Coreógrafa e Diretora da Cia. Tribo).
Na quarta-feira, 29, a Câmara Municipal do Rio de Janeiro promulgou a Lei nº 8.2025/2023, que proíbe a manutenção ou instalação de monumentos, estátuas, placas e quaisquer homenagens que façam menções positivas e/ou elogiosas a escravocratas, eugenistas e pessoas que tenham perpetrado atos lesivos aos direitos humanos, aos valores democráticos, ao respeito à liberdade religiosa e que tenham praticado atos de natureza racista.
A nova lei prevê que homenagens que já estejam instaladas em espaços públicos sejam transferidas para ambientes que tenham perfil museológico, fechado ou aberto, acompanhadas de informações que deem contexto e informem sobre a obra e o personagem ali instalado.
O projeto de lei já havia sido aprovado em outubro deste ano, mas não teve nem a sanção e nem o veto do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD). Carlos Caiado (PSD), presidente da Câmara, promulgou a lei depois que o prazo de 15 dias úteis para o prefeito sancionar a lei expirou.
Co autora do projeto, a vereadora Mônica Benício (PSOL), fez uma lista prévia que inclui as estátuas e homenagens a pessoas que feriram os direitos humanos como o marechal Castelo branco, Duque de Caxias e o Padre Antônio Vieira.
Já em São Paulo, a então depuatada estadual, Érica Malunguinho também havia protocolado um projeto de lei para que fossem retirados monumentos que homenageiam figuras históricas escravocratas do país. A proposta previa que ‘prestem homenagem a escravocratas ou eventos históricos ligados à prática escravagista devem ser retirados de vias públicas e armazenados nos Museus Estaduais, para fins de preservação do patrimônio histórico’.
Uma mulher de 70 anos deu à luz gêmeos após realizar Fertilização in Vitro, informou o hospital de Uganda, nesta quinta-feira (30). “Alcançamos o extraordinário: a mãe mais velha da África a dar à luz gêmeos, com 70 anos!”, publicou o Facebook do Women’s Hospital International and Fertility Center (WHI&FC), localizado na capital Kampala.
Safina Namukwaya deu à luz um menino e uma menina por cesariana, na quarta-feira (29). Moradora do distrito de Masaka, ela relata que foi muito criticada ao longo da vida por não ter filhos. “Eu cuidava dos filhos das pessoas e os via crescer e me deixarem sozinha. Eu me perguntava quem cuidaria de mim quando eu envelhecesse”, disse ao Daily Monitor de Uganda.
A idosa também relatou que o parceiro e pai dos gêmeos a abandonou. “Os homens não gostam que você diga que está grávida de mais de um filho. Desde que fui internada aqui, meu homem nunca mais apareceu”, disse.
O médico Edward Sali é o responsável pelo sucesso do tratamento de Safiina. “Eu disse, olha, você é mais jovem que Sarah da Bíblia [que deu à luz com 90 anos], então é possível”, brincou o especialista em fertilidade. Ela teve a primeira filha em 2020, logo quando iniciou a Fertilização in Vitro.
Em 2019, uma mulher indiana de 73 anos também se tornou destaque nos jornais por dar à luz gêmeos após Fertilização in Vitro.