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“Em 10 anos ninguém mais vai cozinhar”: CEO da Ifood demonstra desconhecimento sobre a relação do brasileiro com a comida

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Foto: Midori de Lucca/divulgação

Apesar dos investimentos milionários em publicidade para promover o iFood como marca popular e brasileira durante o carnaval na Bahia, o CEO da empresa, Fabrício Bloisi, deu uma declaração ao jornal Folha de S. Paulo durante o final de semana que causou estranhamento por valorizar a tecnologia, sem considerar a relação dos brasileiros com a alimentação. Para ele, da mesma forma que não costuramos nossas roupas, nem educamos os jovens dentro de casa, em 10 anos as pessoas não irão mais cozinhar. Bloisi crê que em 5 e 10 anos, a comida dos restaurantes do aplicativo  será tão barata, que vai compensar pedir refeições pelo celular, do que ter o “trabalho de fazer”. 

O relatório O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI), publicado  em julho de 2023, pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), apontou uma piora dos indicadores de fome e insegurança alimentar no Brasil. O documento mostra que 70,3 milhões de pessoas estiveram em estado de insegurança alimentar moderada, em 2022.  Esses números representam pessoas que não deixaram de comer porque dá trabalho cozinhar ou falta tempo. 

Ao somar os dados de fome ao apartheid tecnológico que o país vive, fica difícil imaginar que em 10 anos pessoas de regiões ainda sem acesso a Internet, usarão um aplicativo para comer assim como vão às lojas para comprarem suas roupas. A realidade do celular 5G e de restaurantes com estrutura de delivery ainda é limitada se pensarmos no Brasil todo, para além das grandes capitais.

A empresária Rita Lobo, referência em pautas sobre alimentação, criticou as colocações de Bloisi em uma rede social, lembrando “do elitismo brasileiro e ranço escravocrata que desconsidera quem cozinha, seja em casa ou até profissionalmente”. 

COZINHAR É MAIS DO QUE ALIMENTAR

O Chef Paulo Rocha demonstra uma grande preocupação com a troca da comida feita em casa pela pedida pelo aplicativo que é a desvalorização do “temperinho da vovó”, do cardápio e tempero que trazem a identidade da família por meio dos alimentos que consomem. “Há um movimento que vem acontecendo já há anos, que já é perceptível, é que cada vez mais as crianças, os jovens, os adolescentes, não estão tendo memória, estão tendo as memórias afetivas da comida do pai, da mãe, igual antigamente a gente tinha”, afirma o Iron Chef. 

“Essa é uma tendência muito cruel! Só me vem as palavras de Nego Bispo na cabeça quando ele fala da atual arquitetura das casas brasileiras nas grandes cidades! Estamos sem quintal para produzir,  vivemos em lares com cozinhas cada vez menores e disfuncionais! Nos distanciamos da cadeia do alimento e esse barateamento da produção para o aumento do consumo de comida pronta é para mim uma conveniência inconveniente”, acredita Patty Durães, pesquisadora de culturas alimentares. 

Aline Chermoula, Chef especializada em gastronomia afrodiaspórica acredita que cozinhar em casa também é um ato de resistência. “Estamos vivendo um momento de uma sociedade mais aberta à diversidade, e o caráter plural de nossa comida tem sido mais valorizado, num movimento de reconexão com as culturas, valorização às memórias alimentares e gastronômicas, dos saberes, das formas de preparar, de servir e até conhecer a origem dos alimentos para que não se percam no tempo. Uma forma de resistência à imposição do sistema, é isto que o cozinhar em casa também representa”.  

NOTA À IMPRENSA 

Devido a repercussão negativa da entrevista, Fábio Blois usou sua conta no Linkedin para fazer alguns esclarecimentos.

“Em relação à matéria intitulada “Em dez anos, ninguém vai mais cozinhar, diz presidente do iFood”, publicada pela Folha de S.Paulo em 18 de fevereiro de 2024, gostaria de esclarecer que não acredito que ninguém mais vai cozinhar em dez anos.

Existe uma tendência de as pessoas fazerem menos comida em casa e pedirem mais comida feita fora. No Brasil, a penetração do delivery aumentou de 80% em 2020 para 89% em 2022, segundo a consultoria Kantar. Essa mudança de comportamento já aparece na lista dos mais pedidos do iFood. Em 2023, as marmitas foram as mais pedidas no aplicativo”.

Bahia registrou crescimento de 121% dos casos de intoxicação por uso de pomadas modeladoras para cabelos

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Foto: Reprodução

Desde o início de 2023, a notícia sobre casos de intoxicação pelo uso de pomadas modeladoras têm se intensificado entre os usuários do produto. Na Bahia, os registros de intoxicação cresceram 121%, de acordo com informações publicadas pelo jornalista Gil Santos, no jornal Correio das Bahia. Segundo dados da Secretaria de Saúde da Bahia, em 2023, foram notificados 19 casos, enquanto apenas no mês de janeiro deste ano, foram registrados 42 casos.

Os dados divulgados pelo órgão na última semana, mostram que 81% das vítimas são do sexo feminino e ,metade delas está na faixa etária de 10 a 29 anos. A secretaria informou que o município de Salvador foi o que mais teve notificações, reunindo 59,5% dos casos, enquanto Juazeiro foi o segundo em ocorrências, com 12 casos. Outros municípios, entre eles, Itapicuru, Barra do Choça, Poções e Porto Seguro possuem um caso de intoxicação por uso de pomadas modeladoras para cabelos.

Na semana passada, novos casos de cegueira pelo uso das pomadas modeladoras foram registrados. Em matéria publicada pelo jornal ‘Bom Dia Rio’ na sexta-feira, 16, uma jovem de 22 anos, moradora da Cidade de Deus, colocou tranças no dia 12 de fevereiro e no dia seguinte, quando foi tomar banho de piscina, começou a sentir fortes dores nos olhos e procurou a emergência.

De acordo com a matéria, no final do ano passado, o Hospital Souza Aguiar recebeu mais de 100 pessoas com queimaduras nos olhos depois do uso de pomadas modeladoras de cabelos. A Secretaria de Saúde do Município também já registrou mais de 80 atendimentos relacionados à infecção nos olhos desde o dia 1º de janeiro.

Na Bahia, de acordo com a secretaria de saúde, a preocupação aumentou com as festas de Carnaval. “Considerando-se que nessas festividades, em geral, aumenta o uso desses modeladores nos penteados, tendendo a aumentar o número de casos em virtude do calor, quando as pessoas suam mais, a ocorrência de chuvas e o hábito de banho de mar e/ou piscina”.

Recentemente, a Anvisa disponibilizou em seu site a lista de pomadas modeladoras que têm autorização para uso. Basta acessar o link (CLIQUE AQUI) para consultar.

Chris Brown revela ter sido desconvidado do NBA All-Star Game após pedido de patrocinador

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Foto: Prince Williams / Colaborador via Getty Images

Chris Brown revelou no último sábado, 17, que após receber um e-mail convidando-o para jogar no Ruffles Celebrity Game durante o NBA All-Star Game – que além de promover uma partida entre os melhores jogadores da liga, também reúne celebridades para jogar – foi desconvidado do torneio a pedido de patrocinadores do evento.

O cantor, que compareceu no evento na sexta-feira, compartilhou uma sequência de prints dos e-mails que recebeu com o convite. Em um deles, havia o título dava as boas-vindas a Chris Brown: “NBA All-Star 2024 Welcome x Chris Brown”. Enquanto a mensagem dizia: “Estamos emocionados que você fará parte do fim de semana!” e pedia uma foto e uma biografia aprovadas por sua equipe de imprensa.

“A NBA me convidou para jogar o All Star Game este ano! Só para eles ligarem mais tarde e dizerem que não puderam fazer ISSO por causa de seus patrocinadores, como RUFFLES”, escreveu o cantor, que também desabafou: “Neste ponto, estou farto de pessoas me incomodando e estou cansado de viver no passado.”

Brown também contou o motivo de ter compartilhado os e-mails em suas redes sociais: “Publiquei os e-mails para que vocês pudessem ver. A NBA ainda estava tentando me fazer sentar ao lado da quadra… NADA ESTÁ ACONTECENDO”, escreveu. “Só vou aonde sou apreciado”, reforçou ele antes de mostrar os prints dos e-amils

Um porta-voz da Ruffles afirmou à revista Billboard que a marca patrocinou o evento, mas não teve envolvimento na escolha das celebridades: “Ruffles não teve nenhum envolvimento nem visibilidade em quaisquer decisões de jogadores ou discussões sobre convites de celebridades”.

O evento, intitulado ‘All-Star Weekend’ teve início na última sexta-feira, 16, em Indianápolis, estado de Indiana, nos Estados Unidos. Ainda segundo informações, Brown teria participado do primeiro dia de festividades e sido desconvidado no sábado.

Maquiadora mais influente do mundo, Pat McGrath surpreendeu a internet ao criar o ‘acabamento de porcelana’

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Foto: Reprodução ; Getty Images.

Pat McGrath já foi eleita uma das pessoas mais influentes do mundo pela TIME. Ela também foi classificada como a maquiadora mais influente do planeta de acordo com a Vogue. Britânica, a profissional de 53 anos tornou-se conhecida pela maquiagem colorida, metálica, ousada, artística e sempre inovadora. Ao longo da carreira, seu objetivo sempre foi proporcionar um brilho mais saudável à pele, ao mesmo tempo em que suaviza a aparência da base.

O início da carreira de McGrath foi marcado por sua colaboração com grandes revistas de moda e marcas renomadas, onde seu talento inovador embelezou inúmeras capas e editoriais. Seu trabalho revolucionário rapidamente chamou a atenção, e ela se tornou conhecida por suas criações impecáveis, que desafiavam os limites convencionais da maquiagem. Ela se tornou a primeira maquiadora a receber o título de Dama do Império Britânico por seus serviços prestados às indústrias da moda, beleza e à diversidade.

Pat McGrath. Foto: Divulgação.

No final de janeiro, o nome de McGrath  se tornou um dos assuntos mais comentados da internet após o desfile de verão 2024 da Maison Margiela Artisanal, na semana de alta-costura de Paris. O destaque foi atribuído ao ‘acabamento de porcelana’ no rosto das modelos. Criadores do mundo todo tentaram desvendar o mistério por trás da técnica inovadora da profissional vanguardista.

“Meu telefone está pegando fogo desde esse show. Em meus mais de 35 anos de beleza, nunca vi uma reação como essa. E me surpreendeu como as pessoas tiveram uma conexão tão emocional com esses looks… é um dos grandes prazeres da minha vida poder inspirar desta forma“, disse McGrath em entrevista para a Vogue. “Foi uma alegria ver a super investigação de todos on-line. Nós realmente nos esforçamos artística e tecnicamente ao criar esse look de maquiagem, e significa muito para mim ter isso reconhecido. Ver todo mundo experimentando produtos diferentes para tentar recriar nosso visual tem sido incrível“.

Modelo com o ‘acabamento de porcelana’ criado por Pat McGrath. Foto: Reprodução / Instagram.

Em seu perfil oficial no Instagram, Pat McGrath compartilhou diversos criadores de conteúdo em suas tentativas de recriar o ‘acabamento de porcelana’. A profissional revelou que não se trata de um produto único, mas de uma mistura complexa de diversos elementos até alcançar o resultado final que observamos no desfile da Maison Margiela.

“Eu gostaria de poder dizer que era apenas um produto, mas, infelizmente, para criar aquele acabamento perfeito, hiper-reflexivo e semelhante ao vidro, precisávamos brincar com vários ingredientes diferentes – incluindo água e diferentes máscaras tipo gel – também como técnicas de [diferentes] artistas. Foi isso que realmente proporcionou o acabamento de porcelana perfeito que John procurava”, revelou McGrath.

Com um enorme império de beleza em seu nome, no ano de 2015 McGrath lançou sua própria linha de cosméticos, intitulada “Pat McGrath Labs”. A marca rapidamente se destacou pela qualidade excepcional, embalagens luxuosas e paletas de cores vibrantes e expressivas. “As pessoas não querem mais ficar entediadas. Elas realmente querem experimentar coisas novas. Acredito que as pessoas adoram o que veem nos desfiles de moda e nos editoriais e querem experimentar. Agora é uma abordagem nerd. E então chegou a minha hora, porque eu sou essa mulher. Acredito que todos são obcecados por maquiagem assim como eu”, disse a maquiadora em entrevista para o The Guardian, em 2017.

Silvio Almeida se manifesta sobre homem negro vítima de agressão preso pela polícia no RS: “o racismo perverte as instituições”

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Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O Ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio ALmeida, se manifestou em seu perfil nas redes sociais sobre o caso do motoboy negro que chamou a polícia após ser ameaçado por um homem branco no Rio Grande do Sul e acabou preso. O ministro afirmou que a ação dos policiais “demostra, mais uma vez, a forma como o racismo perverte as instituições e, por consequência, seus agentes”.

O caso aconteceu na tarde de sábado, 17, no bairro Rio Branco, em Porto Alegre, quando o motoboy, Everton Henrique Goandete da Silva, de 40 anos, acionou agentes do 9º Batalhão de Polícia Militar depois de ser agredido com uma faca por um morador branco, que não teve o nome divulgado. As imagens gravadas por testemunhas, mostram Everton sendo puxado pela camiseta por um policial depois de retrucar a um comentário do agressor, ele então é cercado pelos policiais que tentam algemá-lo enquanto o homem branco sai do local. Nesse momento, testemunhas começam a reclamar que Everton é a vítima da ocorrência.

Everton foi levado para a delegacia sob a acusação de desacato à autoridade e foi liberado em seguida. Ao avaliar a ação dos agentes de segurança, Silvio Almeida também pontuou a necessidade de avaliações críticas e de medidas para combater o racismo nas instituições: “É preciso que as instituições passem a analisar de forma crítica o seu modo de funcionamento e aceitar que em uma sociedade em que o racismo é estrutural, medidas consistentes e constantes no campo da formação e das práticas de governança antirracista devem ser adotadas. Em outras palavras, é preciso aceitar críticas e passar a adotar medidas sérias de combate ao racismo em nível institucional”, disse. O ministro revelou que conversou com Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial, e que os dois devem entrar em contato com as autoridades gaúchas para acompanhar o caso.

Depois de prenderem Everton é que os policiais foram atrás do homem branco, que teve tempo de subir ao seu apartamento, vestir uma camisa e se esconder a faca usada na agressão ao motoboy. Ambos foram conduzidos à 2ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento da Polícia Civil e em seguida liberados. Uma sindicância foi aberta pela Brigada Militar para apurar o caso.

Testemunhas contaram ao jornal GaúchaZH que o homem branco mora no prédio e que constantemente reclama de motoboys que ficam do outro lado da calçada enquanto esperam o chamado de aplicativos. Uma discussão entre o motoboy e o homem começou, foi quando ele sacou uma faca e foi para cima de Everton, atingindo o pescoço do motoboy que sofreu um corte superficial.

“Sinto que estou apenas começando”, celebra William Stanford Davis por sucesso em ‘Abbott Elementary’, após 4 décadas de carreira

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Foto: Rowan Daly

William Stanford Davis conquistou o público com o seu cômico personagem, o zelador Sr. Johnson, da série ‘Abbott Elementary. Essa foi a sua maior oportunidade como ator, desde que iniciou a carreira, em 1984.

“Quarenta anos depois, não apenas ainda estou em Los Angeles, mas também estou no Emmy como parte do elenco de um programa de TV indicado”, celebra Davis em artigo publicado no Times neste mês, ao lembrar que ao deixar sua casa em St. Louis para viver um sonho em Los Angeles, perdeu tudo após o carro pegar fogo no segundo dia morando na cidade nova, mas optou por continuar. “Aos 72 anos, enquanto muitas pessoas da minha idade estão se aposentando, sinto que estou apenas começando”, completa.

No início da carreira, Davis lembra que precisou aceitar muitos empregos para sobreviver: “trabalhar em uma olaria, como cozinheiro em uma parada de caminhões, operador de telemarketing, motorista de limusine e até mesmo DJ country, muitas vezes das 10 da manhã às 10 da noite. Foi um pesadelo não poder perseguir meu sonho”, conta.

Foto: ABC/Scott Everett White

Ele iniciou pequenos trabalhos em programas como ‘The Bold and the Beautiful’ e ‘The Practice’, mas se decepcionou ao fazer um teste para a série ‘Friends’. “Eu pensei que tinha arrasado tudo. Mas quando liguei para meu agente para obter feedback, o telefone ficou em silêncio total. Ele me disse que o departamento de elenco achou meu teste tão terrível que eu deveria voltar a ser operador de telemarketing. Meu rosto caiu. Meu coração afundou”.

Apesar de vivenciar esse momento delicado, Davis afirma que não deixou que isso o quebrasse. “Eu estava determinado a que ninguém jamais diria isso sobre meu trabalho novamente. Matriculei-me em aulas, oficinas, fiz teatro. Quando fui convidado para me tornar membro vitalício do Actors Studio, não apenas me senti um ator profissional, mas também pertencia. Pensando bem, essa rejeição foi uma das melhores coisas que aconteceram na minha carreira – até conhecer Quinta Brunson [atriz e criadora de Abbott Elementary]”.

Em meio a tantas dificuldades, foi em meio a pandemia de Covid-19, que a sua vida estava prestes a mudar. “Gravei uma fita em minha própria casa para fazer um teste para o piloto de uma nova sitcom chamada ‘Abbott Elementary’. Este foi um dos tempos mais sombrios da história americana, definido por tudo o que nos foi tirado. Mas foi aí que aconteceu um dos maiores acontecimentos da minha vida – e quero dizer o maior. A pandemia tirou muito de todos, mas deu muito para mim”.

Foto: Disney

Sr. Johnson era para ser apenas um personagem convidado com poucas aparições, mas ele conquistou todo o elenco e produção logo na gravação do piloto e Brunson lhe convidou para ser um ator regular a partir da segunda temporada. “O sucesso ocorre quando a preparação e a oportunidade colidem. Ter sucesso em qualquer idade, mas principalmente com o passar dos anos, é nunca desistir. É acreditar, no fundo, que algo grande vai acontecer. Para que isso exista. Para mim, o sucesso tem a ver com a jornada, não com o destino, e conhecer o universo sempre coloca você exatamente onde deveria estar. No meu caso: com um uniforme verde-sálvia, um cordão e uma vassoura, varrendo o chão de linóleo de uma escola primária da Filadélfia”.

Plano de agência reguladora dos EUA para proibir uso de Formol em produtos para alisar os cabelos é considerado insuficiente e tardio

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Foto: Reprodução


A Food and Drug Administration (FDA), órgão governamental dos EUA responsável pelo controle de alimentos e medicamentos deverá divulgar em abril deste ano, uma proposta que tem como objetivo proibir o uso de formaldeído, mais conhecido como Formol, em produtos para alisamento capilar. A proposta deve acontecer anos depois de a agência federal do país ter classificado o produto químico como cancerígeno para humanos.

Atualmente, existe uma preocupação crescente entre pesquisadores a respeito dos efeitos causados à saúde pelos produtos para alisar cabelos, que são utilizados e comercializados, em maioria, para mulheres negras. Porém, defensores e cientistas afirmam que a regulamentação proposta teria poucos resultados, além de estar muito atrasada.

Questionada sobre por que está demorando tanto para incluir a questão na agenda da FDA, Namandjé Bumpus, cientista-chefe da agência reguladora, disse ao KFF Health News: “a agência está sempre equilibrando múltiplas prioridades. Isso é uma prioridade para nós agora.”

A resposta da FDA às preocupações com o formaldeído e outros produtos químicos perigosos em alisadores capilares reflete em parte os poderes limitados da agência quando se trata de cosméticos e produtos de cuidados pessoais, de acordo com Lynn Goldman, ex-administradora assistente para substâncias tóxicas na Agência de Proteção Ambiental. Segundo a lei, ela disse, a FDA deve considerar todos os ingredientes químicos “inocentes até que se prove o contrário”.

Críticos dizem que isso também aponta para problemas mais amplos. “É um exemplo claro de falha na proteção da saúde pública”, disse David Andrews, cientista sênior do Environmental Working Group, que primeiro solicitou à agência a proibição do formaldeído em alisadores de cabelo em 2011 e processou sobre o assunto em 2016. “O público ainda está aguardando essa resposta.”

Evidências crescentes ligando os alisadores de cabelo a cânceres impulsionados por hormônios levaram as deputadas Ayanna Pressley (D-Mass.) e Shontel Brown (D-Ohio) no ano passado a instar a agência reguladora a investigar alisadores e relaxantes. A FDA respondeu propondo fazer o que muitos cientistas dizem que a agência deveria ter feito anos atrás – iniciar um plano para eventualmente proibir alisadores químicos que contenham ou emitam formaldeído.

Uma proibição desse tipo seria um passo crucial para a saúde pública, mas não vai longe o suficiente, dizem os cientistas que estudam o assunto. O risco elevado de câncer de mama, ovário e útero que estudos epidemiológicos associaram recentemente aos alisadores de cabelo provavelmente se deve a ingredientes diferentes do formaldeído, disseram eles.

O formaldeído foi associado a um aumento do risco de câncer do trato respiratório superior e leucemia mieloide, disse Bumpus em um anúncio em vídeo da proposta de proibição no X (ex-Twitter). Mas Kimberly Bertrand, professora associada na Escola de Medicina Chobanian & Avedisian da Universidade de Boston, e outros cientistas disseram que não tinham conhecimento de estudos relacionando o formaldeído aos cânceres impulsionados por hormônios, ou reprodutivos, que motivaram os recentes apelos para ação da FDA.

“É difícil para mim imaginar que remover o formaldeído terá um impacto na incidência desses cânceres reprodutivos”, disse Bertrand, epidemiologista e autora principal de um estudo publicado em dezembro, o segundo que liga relaxadores de cabelo a um risco aumentado de câncer de útero.

Produtos capilares direcionados a afro-americanos contêm uma série de produtos químicos perigosos, disse Tamarra James-Todd, professora associada de epidemiologia na Escola de Saúde Pública T.H. Chan de Harvard, que estuda o assunto há 20 anos.

Estudos mostraram que os ingredientes dos alisadores incluem ftalatos, parabenos e outros compostos disruptores endócrinos que imitam os hormônios do corpo e foram associados a cânceres, bem como puberdade precoce, miomas, diabetes e pressão alta gestacional, que é um contribuinte-chave para o risco aumentado de mortalidade materna das mulheres negras, disse James-Todd.

O primeiro estudo que vinculou relaxadores de cabelo ao câncer de útero, publicado em 2022, descobriu que o uso frequente de alisadores químicos mais que dobrou o risco em mulheres. Ele seguiu estudos mostrando que mulheres que usavam frequentemente relaxadores de cabelo dobraram o risco de câncer de ovário e tinham um risco 31% maior de câncer de mama.

Alisamentos brasileiros e tratamentos capilares semelhantes às vezes usam formaldeído como uma cola para manter o cabelo liso por meses. Os estilistas geralmente selam o produto no cabelo com uma chapinha. O calor converte o formaldeído líquido em um gás que cria vapores que podem adoecer os trabalhadores e clientes dos salões.

Além de cosméticos, o formaldeído é encontrado em fluidos de embalsamamento, medicamentos, amaciantes de tecido, líquidos de lavar louça, tintas, compensados e aglomerados. Ele irrita a garganta, o nariz, os olhos e a pele.

Mais de 10 anos atrás, um painel de especialistas pagos pela indústria considerou os produtos capilares com formaldeído inseguros quando aquecidos. Estados norte-americanos como Califórnia e Maryland proibirão o formaldeído de todos os produtos de cuidados pessoais a partir do próximo ano. E os fabricantes já reduziram o uso de formaldeído em produtos para cabelos. Relatórios para o Programa de Cosméticos Seguros do Departamento de Saúde Pública da Califórnia mostram uma queda de dez vezes nos produtos contendo formaldeído de 2009 a 2022.

John Bailey, ex-diretor do Escritório de Cosméticos e Cores da FDA, disse que a agência federal muitas vezes espera que a indústria remova voluntariamente ingredientes perigosos.

Cheryl Morrow co-fundou o The Relaxer Advocates no final do ano passado para fazer lobby em nome do California Curl, um negócio que ela herdou de seu pai, um barbeiro que iniciou a empresa, e de outras empresas e salões de cuidados com os cabelos afro-americanos. “Proíba”, disse ela sobre o formaldeído, “mas por favor não misture culturalmente com o que as pessoas negras estão fazendo.”

Ela insistiu que os relaxantes que os afro-americanos usam não contêm formaldeído ou outros carcinógenos e são seguros.

Um estudo de 2018 descobriu que produtos capilares usados principalmente por mulheres e crianças negras continham uma série de ingredientes perigosos. Investigadores testaram 18 produtos, de tratamentos com óleo quente a polimentos antifrizz, condicionadores e relaxantes. Em cada um dos produtos, eles encontraram pelo menos quatro e até 30 produtos químicos disruptores endócrinos.

Padrões de beleza racistas há muito tempo têm compelido meninas e mulheres com cabelos crespos a alisá-los. Entre 84% e 95% das mulheres negras nos EUA relataram usar relaxantes, mostram estudos.

A aplicação frequente e ao longo da vida de relaxantes químicos nos cabelos e no couro cabeludo de mulheres negras pode explicar por que os cânceres relacionados a hormônios matam mais mulheres negras do que brancas per capita, afirmam epidemiologistas. Os relaxantes podem ser tão viciantes que os usuários os chamam de “crack cremoso”.

Na Etiópia, Lula propõe mais parcerias entre o Brasil e a África: “Temos uma dívida histórica de 300 anos de escravidão”

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Foto: Ricardo Stuckert

Em discurso na abertura da 37ª Cúpula da União Africana, neste sábado (17), na Etiópia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que pretende ampliar parcerias com países africanos e afirmou que o Brasil tem dívida histórica com a África em razão da escravidão no país.

A União Africana reúne 55 países do continente e, em 2023, com o apoio do Brasil, passou a integrar de forma permanente o G20, grupo responsável por mais de 80% da economia global.

O presidente cobrou a reorganização da governança global para aumentar a atuação de países da África e da América Latina na solução de conflitos mundiais, e afirmou que a extrema-direita “racista e xenófoba” não solucionarão as crises mundiais.

“O sul global está se constituindo em parte incontornável da solução para as principais crises que afligem o planeta. Crises que decorrem de um modelo concentrador de riquezas e que atingem, sobretudo, os mais pobres. E, entre estes, os imigrantes. A alternativa às mazelas da globalização neoliberal não virá da extrema direita racista e xenófoba”, disse o petista.

Em defesa da ampliação nas relações diplomáticas e comerciais para que Brasil e o continente africano cresçam juntos, Lula propõe mais parcerias nas áreas de educação, saúde, ciência e tecnologia e uma “aliança global” contra a fome. “Vamos trabalhar juntos para capacitar a África na produção de alimentos e na adoção de energia limpa e renovável”, afirmou.

Para concluir o discurso, Lula citou a dívida histórica.”Muito ou pouco, que o Brasil tem, eu quero compartilhar com os países africanos porque nós temos uma dívida histórica de 300 anos de escravidão e a única forma de pagar é com solidariedade e muito amor”, disse Lula, sendo aplaudido de pé.

‘Vitória’: Escalação de Fernanda Montenegro para interpretar mulher negra na vida real causa polêmica

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Fotos: Conspiração Filmes e Reprodução/Redes Sociais

Na última quinta-feira (15), foi revelada a primeira imagem da atriz Fernanda Montenegro, 94, como protagonista do filme “Vitória”. Dirigido pelo genro Andrucha Waddington, o longa-metragem acompanha a história real de Dona Vitória, uma senhora de 80 anos que filmou da janela de seu apartamento a rotina do tráfico de drogas em Copacabana, no Rio de Janeiro, e denunciou à polícia, em 2005. Ela foi incluída no Programa de Proteção à Testemunha e sua identidade só foi revelada após a sua morte, em fevereiro de 2023.

Apesar de haver muita expectativa com o novo trabalho da atriz, muitas pessoas também questionaram a escalação nas redes sociais, já que na vida real, a Dona Vitória da Paz era uma mulher negra. “Acho que ela é gigante, mas é necessário a gente comentar que a Dona Vitória era uma mulher negra. Ela vivia em anonimato e seu rosto só foi revelado após a sua morte, quando o filme já estava em andamento, mas espero que se tenha uma menção na obra”, escreveu uma internauta no X (antigo Twitter).

“A Fernanda Montenegro é uma das maiores atrizes desse país! Ponto! Agora, colocar uma atriz branca para interpretar uma mulher preta, pra mim, não faz o menor sentido! O Brasil tem grandes atrizes pretas que poderiam fazer com louvor esse papel! Por exemplo, a gigantesca Zezé Motta!”, sugeriu outro internauta. 

https://twitter.com/DirceuTavares16/status/1758434366412177486?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1758434366412177486%7Ctwgr%5E483ac5214d84921c382c16ed3057c7d8b43657a5%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fnatelinha.uol.com.br%2Fnatelona%2F2024%2F02%2F16%2Fpor-que-a-escalacao-de-fernanda-montenegro-para-o-filme-vitoria-esta-causando-polemica-207718.php

O nome verdadeiro da Dona Vitória era Joana Zeferino da Paz e sua naturalidade também foi trocada de alagoana para mineira. Ela morreu aos 97 anos, sendo 17 em anonimato forçado. O filme “Vitória” estreia nos cinemas dia 15 de agosto.

Até o momento, a Conspiração Filmes não se pronunciou publicamente sobre o caso.

Curtas do Folclore Africano: antologia com seis curtas-metragens traz reinterpretações de contos populares africanos

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Foto: Reprodução/Twitter

Um daqueles achados positivos que a gente costuma fazer quando está passando pelo catálogo de opções da Netflix, a série antológica ‘Curtas do Folclore Africano’ é uma feliz descoberta. Os curta-metragens trazem reinterpretações de contos populares africanos produzidos por cineastas de diferentes países da região da África subsaariana.

Os filmes fazem parte do projeto “Contos folclóricos africanos reimaginados”, uma competição criada pela Netflix em parceria com a UNESCO com o objetivo de encontrar promissores cineastas da África subsaariana. O concurso selecionou seis jovens cineastas de países como Mohamed Echkouna, da Mauritânia, Walter Mzengi, da Tanzânia, Korede Azeez, da Nigéria, Voline Ogutu, do Quênia, Loukman Ali, da Uganda e Gcobisa Yako, da África do Sul, que receberam 25 mil dólares, além de um orçamento de produção de 75 mil dólares que foram utilizados para produzir os curtas.

Os profissionais desenvolveram seus trabalhos através de uma produtora local, sob a orientação de um produtor supervisor nomeado pela Netflix e de mentores de todo o continente.

O resultado é a série antológica multilíngue, nomeada ‘Curtas do Folclore Africano’, que recria seis contos folclóricos africanos que exploram o luto, o amor e o misticismo e que demonstram o rico legado cultural de África que permanece em seus jovens inovadores cineastas. O lançamento dos curtas aconteceu em março de 2023 e está disponível na plataforma de streaming.

Confira os trailers de cada curta-metragem:

Mohamed Echkouna, da Mauritânia, por O Gênio da Inimizade (@echkounem)

Uma mulher precisa enfrentar um gênio que causa inimizade por onde passa e que assombrou sua comunidade no passado.

Korede Azeez, da Nigéria, por Adieu, Salut (@korayday)

Para escapar de um casamento arranjado Halima receberá a ajuda de um desconhecido e do mundo virtual, conhecido como Napata.

Walter Mzengi, da Tanzânia, por Katope

Um período de seca extrema começou no mesmo ano em que uma jovem nasceu e, cerca de dez anos depois, ao avistar um misterioso pássaro preto, conhecido como pássaro da chuva, ela é escolhida pelo povo da comunidade onde mora para ser oferecida em sacrifício para que a chuva volte. Desesperada, sua mãe tenta impedir a perda da filha, mas todos serão surpreendidos.

Voline Ogutu, do Quénia, por Anyango e o Ogro (@volineogutu)

O filme traz um olhar sobre a violência doméstica e repetições de padrões geracionais a partir da história de uma mulher e seus três filhos, que encontram em uma lenda popular uma maneira de fugir do marido e pai abusivo.

Loukman Ali, do Uganda, por Katera e a ilha da punição

Abandonada em uma ilha com outras mulheres que engravidaram fora do casamento, uma mulher em luto pela perda do filho consegue voltar com a ajuda de um pescador e se vinga do homem poderoso que a deixou lá.

Gcobisa Yako, da África do Sul, por Uma’Mlambo

Uma’Mlambo é um ser místico que vive nos rios e zela pelas mulheres que estão vivendo situações de risco.

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