Mais de 100 pessoas foram atendidas na emergência oftalmológica do Hospital Municipal Souza Aguiar, no Natal, 25 de dezembro, e no dia seguinte, com queimaduras nas córneas provocadas por uso de pomada modeladora de cabelo. A Vigilância em Saúde e o Instituto de Vigilância Sanitária do Rio (Ivisa-Rio), órgãos da Secretaria Municipal de Saúde, investigam o caso e tentam identificar as pomadas usadas e onde foram compradas.

“Já identificamos algumas marcas e notificamos a Anvisa, que publicou uma lista de pomadas que não devem ser usadas. É uma situação muito preocupante porque os casos são muitos e alguns com gravidade, com cegueira temporária e situações extremas”, disse o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.

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Após uma onda de clientes afetados pelo uso de pomadas modeladoras, em março deste ano, a Anvisa divulgou uma lista com mais de 900 marcas autorizadas para comercialização e o secretário recomenda a consulta antes de utilizar qualquer produto. (Veja aqui!) Outras marcas foram suspensas por serem consideradas nocivas à saúde e causarem intoxicação ocular. 

Segundo relatório da Secretaria Municipal de Saúde, o Hospital Souza Aguiar costuma atender cerca de 70 pacientes por dia. Entretanto, no Natal e no dia seguinte, foram 83 e 167 atendimentos, respectivamente. “A maioria dos pacientes apresenta uma conjuntivite ou ceratite química causadas pelo contato com a pomada. E, quanto maior a quantidade do produto que escorre para os olhos, mais grave pode ser a lesão”, disse a diretora do hospital, Paula Travassos, para a CNN Brasil.

Agora a preocupação é com o próximo final de semana. “Se a situação já está assim devido ao Natal, pode ficar pior para o Réveillon, pois sabemos que muitas pessoas terminam a noite mergulhando no mar”, disse a médica. “E ainda temos previsão de chuva para a tarde do dia 31. Quem tiver usado essas pomadas e se molhar, também correrá o risco da água da chuva com o produto químico escorrer para os olhos.”

Os pacientes relataram que a ardência e queimadura ocorreram durante o banho, quando o produto escorreu do cabelo para os olhos. “Eu tinha perguntado à menina se a pomada em si ardia o olho. Eu fiquei 24 horas sem molhar o cabelo. Depois eu molhei e comecei a arder. O médico falou que é pra eu não usar mais a pomada, que eu posso até ficar cega, que tinha casos de pessoas que ficaram cegas por causa da pomada”, disse a estudante Raíssa Victória Silva para reportagem do g1. Além da queimadura, outros pacientes também relataram vermelhidão, inchaço nos olhos, visão turva e até cegueira temporária, além de bastante dor.

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