Home Blog Page 271

Dia da Mulher: chefs proprietárias de restaurantes para conhecer

0
Foto: Marcelo Ferreira

Em celebração ao Dia Internacional das Mulheres, o Mundo Negro e o Guia Black selecionou quatro mulheres negras que são donas de restaurantes, em diferentes regiões do Brasil. 

São proprietárias e chefs conceituadas que valorizam a culinária afro-brasileira, pequenos produtores, se especializaram na culinária vegetariana e homenageiam outras mulheres negras no cardápio. 

Veja abaixo:

Tia Nice – Organicamente Rango (SP) | Instagram: @organicamenterango

A chef Cleunice Maria de Paula, mais conhecida como Tia Nice, comanda o restaurante Organicamente Rango, localizado no Campo Limpo, zona sul de São Paulo, desde 2019. Com um cardápio diverso, a sua premiada feijoada vegetariana é a favorita  pelo público. Já trabalhou como faxineira, manicure, e hoje é uma líder comunitária dedicada à alimentação saudável nas periferias e valoriza o produto orgânico dos produtores familiares.

Foto: Reprodução/Instagram

Jovi e Neiva Maximiano – Tapioca das Pretas (GO) | Instagram: @tapiocadaspretas 

As premiadas irmãs Josi e Neiva decidiram juntar a memória afetiva e representatividade para criar a “Tapioca das Pretas”, em Goiânia, que desde 2015 conquista os paladares com sua goma especial e um cardápio com mais de 20 tipos de tapiocas. Cada sabor é batizado com o nome de uma mulher negra que serviu como inspiração para as irmãs, como Taís Araújo, Beyoncé, Alcione e Marielle Franco.

Foto: Reprodução/Instagram

Eliane Barbosa Carneiro – AME Sabor (PR) | Instagram: @ames2sabor

Vegetariana há quase 20 anos, Eliane é dona do restaurante Ame Sabor, na cidade de Ponta Grossa, com um cardápio inteiro vegetariano. Ela conta que sentiu a necessidade de estabelecimento gastronômico que oferecesse mais alimentos assim, sem que se transformassem em um prato insosso. Então ela decidiu abrir o seu próprio negócio.

Foto: Reprodução/Instagram

Ivanilda Luz – Odara Restaurante (AL) | Instagram: @odararestaurante

Maria Ivanilda da Silva Luz, mais conhecida como Ivanilda Luz, é chef e proprietária do Odara Restaurante. Localizado em Maceió, o espaço é especializado em cozinha afro-brasileira e africana, e celebra a ancestralidade e o axé em cada detalhe. Ela também se apresenta com orgulho como: “mulher, mãe, negra, bissexual, periférica, gastróloga, pesquisadora da cozinha afro-brasileira e diasporica, entre outras especialidades”.

Foto: Reprodução/Instagram

As mulheres do fim do mundo

0
Foto: Pietro Baroni/ LUZ/ Redux

Texto: Rachel Maia

Elas são muitas. Para celebrar o dia 8 de março, divido com vocês a minha admiração pelas trajetórias de Elza Soares (1930-2022), cantora e compositora, e das mulheres negras, indígenas, quilombolas, trans, lésbicas, PCDs, brasileiras em geral, que precisam lutar com afinco, mesmo diante de tantas adversidades, a fim de galgar espaços nos mais diversos lugares.

As mulheres do fim do mundo representam todas nós. Eu, por exemplo, tenho me dedicado muito para que, no mundo dos negócios, as mulheres ocupem posições nos mais diferentes níveis hierárquicos. Hoje, porém, abordo e celebro, especificamente, as mulheres negras, buscando construir uma reflexão coletiva, entendendo que o feminismo precisa ultrapassar as barreiras do racismo.

A Mulher do Fim do Mundo é o título do álbum de 2015 de Elza (título que alude à canção homônima), o qual representa a força e a luta da mulher negra que ousa ir além das estatísticas, da imposição do patriarcado racista e das surras da vida. A intérprete foi considerada, nos anos 2000, a Melhor Cantora Brasileira do Milênio pela BBC de Londres e permanece como referência de competência e entrega até o fim. Em entrevista para Antônio Abujamra, no programa Provocações da TV Cultura, ela fala o porquê de estar estudando outros três idiomas: “Eu estou fazendo um CD de jazz. Eu não quero cantar inglês perfeito, quero ter o sotaquezinho brasileiro, mas é sempre bom você interpretar da melhor forma possível”, afirma, mostrando o seu comprometimento. 

A busca pela excelência faz parte de nós, mulheres negras, em todas as profissões. Não há outro caminho: essa procura vem da nossa ancestralidade, talvez até por sobrevivência. Quando Elza relata que se considera chorona e acredita que isso se deve ao fato de não ter sido uma menina feliz, não ter vivido uma bela infância (foi obrigada pelo pai a se casar com 12 anos), me pergunto quantas de nós tivemos que deixar o choro de lado e seguir lutando.

Da periferia para o mundo

Quando ouço o relato de Elza, uma mulher negra que contribuiu para quebrar paradigmas, e olho para o nosso cenário atual, percebo o quanto é importante validar a nossa luta e a nossa construção histórica. Não é fácil carregar o peso de ser a primeira, não é fácil lutar o tempo todo, mas o que nos move é saber que há crianças negras se enxergando em nossa trajetória. 

Nós não somos só luta e força, somos também desejo, calmaria, inteligência, sagacidade, doçura, amor e muita paixão pelo que construímos (incluindo nós mesmas). Vejam: vem aí uma geração de meninas negras com potência, conscientes de quem são e do que querem, que validam seus sentimentos e contam com lugares de pertencimento. Elas estão se libertando das amarras de estereótipos inseridos na sociedade e alçando novos voos. 

Sueli Carneiro, escritora, filósofa e doutora em educação pela Universidade de São Paulo (USP), fundadora do Geledés – Instituto da Mulher Negra, em seu livro Racismo, Sexismo e Desigualdade no Brasil (2011), ressalta: “A cada novo 8 de março, Dia Internacional da Mulher, celebra-se o contínuo crescimento da presença feminina no mundo dos negócios, nas esferas de poder, em atividades secularmente privatizadas pelos homens, e, em geral, omite-se o fato de as negras não estarem experimentando a mesma diversificação de funções sociais que a luta das mulheres produziu”.    

A escritora destaca também a solidão da mulher negra que ocupa apenas uma ou outra posição de importância. Ressalta ainda a participação de mulheres negras engajadas para uma mudança histórica, combatendo o racismo, a discriminação racial, a xenofobia e a intolerância. Os dados atuais, entretanto, nos mostram que é preciso mais. E, principalmente, que essa luta não é apenas das mulheres negra, e sim da sociedade como um todo.

Segundo informações do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), divulgadas em 2023, somente 17% das CEO das empresas brasileiras são mulheres. Dessas, apenas 4% são negras. Frente a esses números, importante salientar que, quando as mulheres estão no comando, a diversidade aumenta.

Somos múltiplas e dominamos uma pluralidade de saberes. Ocupar espaços, ganhar notoriedade, alcançar a independência financeira e o protagonismo sobre nossa existência é um direito constituído e vamos lutar por isso até o fim – como Elza nos ensinou. Ela nos deixa um legado e nos mostra que não há racismo, sexismo ou etarismo que nos impeçam de seguir. 

Que o trecho a seguir, interpretado por Elza, ecoe no seu e no nosso caminhar: “Eu quero cantar / Até o fim, me deixem cantar até o fim / Até o fim, eu vou cantar / Eu vou cantar até o fim”.

Ministro questiona laudo e vota para absolver militares que atiraram 257 vezes contra carro de Evaldo Rosa

0
Foto: Reuters/Fabio Texeira

O ministro Carlos Augusto Amaral Oliveira, do STM (Superior Tribunal Militar), votou por absolver os militares do Exército que mataram o músico Evaldo Rosa dos Santos e o catador de recicláveis Luciano Macedo, em abril 2019, no Rio de Janeiro.

Para justificar o voto, o ministro questionou a conclusão do laudo necroscópico referente à ação. A perícia aponta que Evaldo morreu em decorrência de uma hemorragia causada por um tiro na cabeça, o que teria ocorrido durante uma segunda ação dos militares, após a primeira leva de tiros.

No entanto, Oliveira levantou trechos de depoimentos de familiares da vítima para apontar discordâncias e sugerir que a vítima pode ter morrido durante a primeira ação dos militares, com um tiro de fuzil nas costas. O que seria motivo suficiente para absolver os agentes do homicídio, já que para ele, a primeira ação foi em legítima defesa putativa, por acreditarem que estariam sob risco ao confundir o carro da vítima com a de criminosos.

Segundo o ministro, a ação foi dividida em dois atos e o primeiro cenário apresentava risco aos militares, então a condenação deveria ser por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Enquanto no segundo, o carro estava parado. Neste momento, o catador de recicláveis Luciano Macedo foi até o veículo para ajudar Evaldo, mas os agentes iniciaram novos disparos, que atingiram ambos. 

Relembre o caso

No dia 7 de abril de 2019, Evaldo e a família seguiam para um chá de bebê quando tiveram o carro alvejado pelos militares em Guadalupe, na zona norte do Rio de Janeiro. O músico morreu após ser atingido por nove disparos. Ao todo, foram 257 tiros de fuzil e pistola.

Em outubro de 2021, o tenente Ítalo da Silva Nunes foi condenado a 31 anos e seis meses de prisão em regime fechado e outros sete foram condenados a 28 anos de prisão em regime fechado.

Com 55 anos de carreira e mais de 70 filmes, Zezé Motta será homenageada na série ‘Tributo’, do Globoplay

0
Foto: Raphael Dias

A carreira consagrada da atriz Zezé Motta será homenageada na série ‘Tributo’, do Globoplay. A produção, que estreia na plataforma neste dia 8 de março, vai honrar a trajetória da artista de 79 anos, que se tornou um dos maiores ícones do audiovisual brasileiro.

“A gente, na verdade, nunca se dá conta de certas coisas, sabe? Depois parei para pensar: eu sou da década de 1940. São 55 anos de carreira, estreei na ditadura e tenho mais de 70 filmes no currículo”, disse Zezé. “As pessoas na rua me tratam, às vezes, como uma entidade. Aí cheguei à conclusão de que talvez, realmente, minha vida seja interessante para ser contada. Eu me senti feliz, honrada, respeitada”.

Através das redes sociais, Zezé também comemorou o lançamento da série e disse que não possui planos de se aposentar. “Foram dias de gravações e tenho certeza que vocês irão amar. Me sinto honrada em poder ter minha história contada, mais ainda, vejo que valeu a pena toda minha luta para chegar até aqui, e não fiquem pensando que vou me aposentar, eu quero mais ainda, muito mais“, destacou.

A série ‘Tributo’ vai contar ainda com a participação de Taís Araujo. A atriz Laura Cardoso também será homenageada.

Dra. Jaqueline Goes se torna embaixadora da Ciência no Brasil

0
Foto: UM BRASIL/Divulgação.

A coordenadora responsável por mapear o genoma da COVID-19 em tempo recorde, Jaqueline Goes, foi nomeada oficialmente como embaixadora da Ciência no Brasil. Nesta última quarta-feira (6), a biomédica participou de seu primeiro compromisso oficial pós-trâmites contratuais.

O objetivo de Jaqueline é popularizar a Ciência no país, além de influenciar outras mulheres, principalmente, negras, a estarem em cargos de protagonismo nessa área de atuação.

Atuando desde o ano passado como colaboradora na Diretoria de Popularização da Ciência, Tecnologia e Educação Científica da Secretaria de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social (SEDES), a biomédica tem realizado um papel crucial no acesso à Ciência para toda população brasileira.

No evento realizado nesta quarta, Jaqueline compôs a mesa de cerimônia ao Dia Internacional da Mulher, além de fazer parte do lançamento do edital ‘’Meninas e Mulheres na Ciência’’ ao lado da ministra da Ciência Tecnologia e Inovação Luciana Santos.

Escola de Justiça Racial: Movimento Negro Evangélico lança programa gratuito de formação antirracista

0
Foto: Freepik

O Movimento Negro Evangélico do Brasil, uma organização nacional que opera em 10 estados brasileiros, anunciou o lançamento da Escola de Justiça Racial, ação que faz parte do Programa Martin Luther King para formação e incidência política. “Com conteúdos básicos sobre igreja, evangelho e combate ao racismo, fornecemos a igreja brasileira uma capacitação com professoras e professores direcionados pelo Espírito Santo para este tempo”, diz a página oficial do programa.

A ideia da escola é promover uma iniciativa educacional de capacitação e desenvolvimento teórico-prático da comunidade evangélica na luta pela equidade racial. “A escola
de justiça racial é necessária porque vivemos em um país desigual e é preciso pensar nas
tecnologias e ferramentas do povo negro para diminuir desigualdades através do nosso
conhecimento ancestral”, diz Rakell Matoso coordenadora nacional do Movimento Negro Evangélico.

A Escola de Justiça Racial vai ocorrer nos meses de março, abril e maio de 2024 de maneira presencial nas cidades do Rio de Janeiro e Recife, e também terá uma versão on-line para chegar em outros lugares do país.

O coordenador geral do Programa Martin Luther King, Jackson Augusto, defende que a ideia geral é discutir a sociedade em que vivemos. “O Brasil é um país com uma história sangrenta e a igreja protestante brasileira chega aqui ainda na época colonial e nunca discutiu de maneira oficial e profunda o legado da escravidão e o racismo dentro de suas estruturas, a escola é um instrumento de consciência e transformação não somente da igreja mas que também discute a sociedade que vivemos”, relata ele.

A inscrição na Escola de Justiça Racial é totalmente gratuita e pode ser feita através desse link (CLIQUE AQUI).  

Não somos propriedades dos brancos 

0
Foto: Reprodução

Tão cedo na vida, eu aprendi que se você quer alguma coisa, é melhor fazer barulho. (Malcom X)

Em primeiro lugar, é urgente reforçarmos uma informação que os brancos têm ignorado: a abolição da escravidão ocorreu em 1888. Nós estamos em 2024. 

Isto posto, duas ocorrências de violência racista noticiadas nos meios de comunicação, nesses últimos dias, chamaram a minha atenção. A primeira aconteceu no Rio de Janeiro. Um trabalhador de aplicativo foi baleado após se recusar a entregar o pedido diretamente no apartamento do cliente (policial). A segunda ocorreu em Porto Alegre (RS), um porteiro foi agredido física e verbalmente por conta de uma divergência com o morador do prédio. Este trabalhador não permitiu a entrega do motoboy no condomínio, que não sabia o número exato do apartamento.  

Essas duas situações caracterizam-se por uma lógica que atravessa a sociedade brasileira e produz incontáveis casos de violências: pessoas brancas atacando pessoas negras. As vítimas desses casos estavam desempenhando atividades profissionais, como qualquer pessoa que vende a sua força de trabalho numa sociedade capitalista. E procuravam exercer a função conforme as orientações do contratante: preservando a qualidade e a segurança. Mas os agressores não se importaram com as regras pré-estabelecidas. Não aceitaram ser contrariados por negros. Nós sabemos que, ao fundo dessas relações sociais, existe um complexo de superioridade no imaginário do branco; eles nos enxergam como serviçais de suas vontades. Isso motiva o comportamento escravocrata, brutal e criminoso, em que o sonho de uma chibata nas mãos é o desejo mais íntimo. Acham que somos suas propriedades, e até sentem prazer quando veem imagens e filmes retratando negros escravizados, chicoteados, comercializados como gados.

Para o incômodo deles, estamos em 2024. E ainda que esta democracia seja imperfeita, e não demonstre na prática o conteúdo da Constituição Federal de 1988, nós somos pessoas livres. Eles que engulam a síndrome de ‘sinhôs’ e ‘sinhás’: não retrocederemos! Que sejam responsabilizados por todos os crimes que cometam. Nós, negros, daremos sempre visibilidade para todos os casos racistas, pois, o barulho é um instrumento de luta. 

Humorista Nego Di sofre ataque racista no trânsito e reage destruindo veículo do agressor com um facão

0
Foto: Reprodução/Instagram

O humorista Nego Di contou em suas redes sociais, na última quarta-feira, 6, que foi parar na delegacia após ter sido vítima de insultos racistas e usar um facão para destruir o carro do homem que o teria ofendido.

“Eu estava na BR, na pista rápida da esquerda, tentando andar rápido. Estava tudo limpo e o cara estava andando a 50km/h na minha frente”, contou o humorista, que também afirmou ter sinalizado que queria passar, mas que o homem não deixou. “Quando eu buzinei, ele começou a me perseguir pela rua. Quando eu saí da BR, ele encostou o carro do meu lado, abaixou o vidro e começou a me ofender”, afirmou.

Nego Di conta que reagiu e foi ofendido com insultos racistas: “Eu falei ‘vai tomar no seu c* e quando eu falei isso, ele falou: ‘tinha que ser um negro desgraçado, pau no c*, macaco, preto, filho da p*ta’, tudo isso”, disse ele. “Atravessei o carro na frente do dele, saí com o meu facão que eu uso para gravar os meus vídeos e quebrei todo o carro dele”, relatou.

Na delegacia, o humorista teve o facão apreendido. Essa não é a primeira vez que Nego Di relata uma situação racista no trânsito. Ele afirmou que já passou pelo mesmo problema e que levou o caso à justiça, mas não foi adiante, por isso ele afirmou que vai reagir.

“Ele disse que vai procurar os direitos dele, que vai me processar e está tudo certo. Eu tenho o direito de reagir como eu reagi. Ele tem o direito de falar, eu tenho o direito de reagir e ele tem direito a tréplica, que é me processar”, finalizou o artista.

“Apenas alegria”, celebra Viola Davis ao ganhar sua própria versão da Barbie

0
Foto: Reprodução/Mattel

Viola Davis está celebrando sua mais recente homenagem. A atriz acaba de ganhar sua versão da boneca Barbie, fabricada pela Mattel, em homenagem ao Mês da História da Mulher e ao 65º aniversário da boneca. Ao celebrar a homenagem, Viola afirmou ao portal norte-americano theGrio: “Apenas alegria”.

Anualmente, a Mattel durante o Mês da História da Mulher e em comemoração ao aniversário da Barbie, que acontece no mesmo período, a marca lança uma coleção de bonecas em homenagem a contadores de histórias globais que usam suas plataformas para fazer o bem. Em 2024, as escolhidas foram Viola Davis, além de Helen Mirren, Shania Twain e Kylie Minogue.  

“Honestamente, eu queria que esta Barbie fizesse a pequena Viola de 6 anos gritar”, afirmou a atriz no comunicado.  “É o meu maior presente para ela… minha missão e legado de toda a vida fazê-la se sentir bonita, vista e digna. Sem palavras… apenas alegria.”

A boneca que celebra a história e contribuição de Viola Davis por inspirar crianças e mulheres negras no mundo inteiro foi inspirada no visual usado pela atriz durante a cerimônia do Globo de Ouro de 2018, em que Davis usou um vestido preto, com um colar e os cabelos soltos.

Além de Viola Davis, personalidades negras como Bessie Coleman , Tina Turner , Madame CJ Walker , Ida B. Wells , Laverne Cox , Shonda Rhimes, Pat McGrath e Ava DuVernay também entraram para o time de mulheres que ganharam sua própria versão da boneca.

“Para meu amigo branco”: um espetáculo teatral marcante

0
Foto: Sabrina da Paz

Nos últimos 50 anos tenho acompanhado algumas iniciativas sobre o combate ao racismo na educação. Você será surpreendido pela encenação do espetáculo “Para o meu amigo branco”, que está em cartaz no SESC do Belenzinho, no bairro de mesmo nome, Zona Leste da cidade de São Paulo.

“Para meu amigo branco” é uma apresentação teatral inteligente, que nos cativa desde as primeiras cenas, pela temática atualíssima: branquitude. Um texto bem escrito e de fácil compreensão.

Quantas vezes uma situação abertamente racista não foi interpretada como “não foi bem assim”, “a intenção não era essa”, “eu não enxergo a cor e sim seres humanos” ou até mesmo, “é você quem vê racismo em tudo”?

Ficamos impressionados pelo texto da peça teatral, escrito por Mery Delmond e Rodrigo França, que mostrou ser um trabalho de pesquisa em autoras negras como: Cida Bento, Kiusam de Oliveira, Petronilha Gonçalves e Silva, Sueli Carneiro, Nilma Lino Gomes, Rachel de Oliveira e tantas outras e escritoras e cientistas maravilhosas. E autores como Guerreiro Ramos, Abdias do Nascimento, Eduardo de Oliveira e Oliveira, Henrique Cunha Jr. e Luiz Alberto.

O espaço do teatro estava ocupado por casais de pessoas negras em sua maioria. Muita gente bonita e elegante na plateia. Em cada cena que observei, registrei olhares atento e comentários que se traduziram em merecidos aplausos. O elenco está impecável. Vale a pena ver a grandeza, a sensibilidade da representação daqueles atores, que nos mantêm conectados a cada fala, gesto, diálogo e movimento no palco. Que beleza. Quanto revelação.

Seria ótimo se professores e professoras do ensino fundamental, ensino médio e superior se articulassem para assistir. O espetáculo dialoga, em especial, com os docentes e propõe reflexões. Não há receitas, nem um manual de como combater o racismo. Há uma disposição de se aprender a superar o racismo, brancos e negros sem concessões, sem paternalismos, com um enfrentamento corajoso.

Como diz a historiadora Ynaê Lopes dos Santos no livro “Racismo Brasileiro: uma história da formação do país”, de leitura obrigatória: pensar o racismo a partir de um “contrato racial”. Esse contrato pode ser entendido como uma estrutura de poder específica, definida por regras formais e informais, por privilégios socioeconômicos e pela distribuição diferenciada dos bens materiais, das oportunidades, dos ônus e dos bônus e, também, dos direitos e dos deveres.

Recomendo que você chegue um pouco mais cedo ao SESC Belenzinho, em São Paulo, pois há uma exposição de arte negra maravilhosa: ‘Dos Brasis’. Além do espetáculo “Para Meu Amigo Branco”, que está em cartaz às sextas e sábados, às 21h30 e aos domingos às 18h30, visite a exposição.

Se você for, poderemos nos esbarrar ou nos encontrar na plateia, pois voltarei muitas vezes e levarei muitos amigos para assistirem. Vale a pena.

error: Content is protected !!