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Polícia Federal invade mansão de Diddy em Los Angeles após acusações de tráfico sexual ligadas ao rapper

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Foto: Paras Griffin/Getty Images.

A casa de Sean “Diddy” Combs, em Los Angeles , foi invadida por agentes da Polícia Federal dos Estados Unidos, nesta segunda-feira (25). Um representante do time de Investigações de Segurança Interna de Nova York informou que a ação faz parte de uma investigação federal sobre tráfico sexual. Outros detalhes não foram informados.

Foto: Forbes.

Ainda não foi revelado se o rapper Diddy estava dentro da mansão no momento da invasão feita pelos policiais. De acordo com site TMZ, pelo menos três pessoas que estavam dentro da residência foram rendidas pelas autoridades. Os dois filhos do rapper, Justin Combs e Christian Combs foram algemados pela polícia. Os investigadores disseram que a outra casa do magnata da música, que fica em Miami, também foi invadida.

Em 2023, Casandra Ventura, também conhecida como cantora de R&B Cassie, abriu processo em um tribunal federal de Nova York contra Diddy. A ação apresentou várias alegações que detalhavam anos de suposto abuso. Uma semana depois, mais duas mulheres se apresentaram e acusaram o magnata do hip-hop de abuso sexual em um processo separado. 

Nas redes sociais, Diddy se manifestou, negando todas as acusações. “Ao longo das últimas semanas, fiquei em silêncio enquanto assisti pessoas tentando assassinar minha imagem, destruir minha reputação e meu legado”, declarou o rapper. “Alegações doentias foram feitas contra mim por indivíduos que estão buscando por dinheiro fácil. Deixe me, dizer: Eu não fiz nenhuma dessas coisas horríveis que foram alegadas. Eu vou lutar pelo meu nome, minha família e pela verdade”.

Usher celebra os 20 anos do álbum ‘Confessions’: “Ajudou a moldar minha carreira como artista”

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Foto: Reprodução

Em 2024, Usher está celebrando grandes feitos. O cantor, que foi a grande estrela a se apresentar no palco do intervalo do Super Bowl deste ano, agora celebra 20 anos de um de seus trabalhos mais icônicos, o álbum ‘Confessions’, lançado originalmente em 2004 e que reúne grandes sucessos como ‘Yeah’, ‘Burn’ e ‘My Boo’: “Obrigado a cada colaborador importante que fez parte deste projeto muito especial que ajudou a moldar minha carreira como artista”.

No Instagram, Usher fez uma publicação celebrando as duas décadas de lançamento do álbum e as conquistas alcançadas com o trabalho musical: “Há 20 anos, lançamos o icônico álbum ‘Confessions’, que agora é 14x Platina. Tornando-o o álbum mais certificado pela RIAA por um artista solo masculino lançado neste século”, lembrou ele no texto da legenda.

‘Confessions’ vendeu 1,1 milhão de cópias na primeira semana do lançamento e permaneceu por 12 semanas em primeiro lugar com o single ‘Yeah’, que foi substituído por outro single do disco, ‘Burn’. Este último esteve oito vezes em primeiro lugar. O álbum recebeu oito indicações ao Grammy, entre elas a de ‘Álbum do Ano’ e ‘Gravação do Ano’ por “Yeah!”, ganhando Melhor Álbum de R&B Contemporâneo e mais dois troféus.

“O amor e apoio dos meus primeiros fãs têm sido incríveis. Obrigado por acompanharem cada letra, cada batida e cada confissão. Obrigado a cada colaborador importante que fez parte deste projeto muito especial que ajudou a moldar minha carreira como artista. Sem vocês, Confessions não seria a obra-prima que é. Aqui está para as memórias, as vibrações e a música atemporal que continua a nos mover. Vamos continuar fazendo história!!”, completou.

Álbum ‘RENAISSANCE’ será utilizado por 30 universidades como material de estudo sobre a comunidade queer negra

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Foto: Divulgação.

A arte de Beyoncé servirá como base de estudos – mais uma vez. Nesta segunda-feira (25), a Human Rights Campaign, maior organização de direitos LGBTQIA+ dos Estados Unidos, anunciou o lançamento do Renaissance: A Queer Syllabus, uma extensa coleção de artigos acadêmicos, ensaios, filmes e outras peças de mídia enraizadas nos estudos negros queer e feministas inspirados no álbum ‘RENAISSANCE’, de Queen B.

O plano de estudos servirá como um recurso educacional projetado para homenagear, analisar a alegria, inovação e legado da comunidade queer negra, além de destacar os desafios e a luta por direitos no mundo contemporâneo. O programa será compartilhado com 30 faculdades e universidades historicamente negras dos Estados Unidos, incluindo Howard University, North Carolina A&T University, Prairie View A&M University e Shaw University.

O projeto de pesquisa tem curadoria de Justin Calhoun, Leslie Hall e Chauna Lawson, pesquisadores do Human Rights Campaign. “O ‘Renaissance: A Queer Syllabus‘ inspira-se no renomado álbum de Beyoncé e na essência inclusiva da comunidade LGBTQ+. Assim como a música que celebra vozes diversas, este recurso visa mergulhar no rico espectro de experiências e expressões LGBTQ+“, diz a descrição.

O lançamento do material de estudos chega em um momento no qual a HRC denuncia também ‘o aumento perigoso e sem precedentes nos ataques legislativos anti-LGBTQ+’ nos Estados Unidos. “Acho que quando você destaca algo [com] um estado de emergência, você entende a situação e quão importante é [o] plano de estudos”, disse Calhoun, gerente de programa. “Isso traz um senso de urgência e realidade para o que realmente está acontecendo com a juventude queer, especialmente a juventude queer negra.”

Vini Jr. se emociona ao falar sobre racismo em campo: “Só queria jogar futebol”

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Foto: Rafael Ribeiro/CBF

Um dos principais nomes do futebol mundial da atualidade, o atacante Vinivius Jr. se emocionou ao falar durante uma entrevista coletiva concedida pela Seleção Brasileira na manhã desta segunda, 25, sobre os casos de racismo que vem sofrendo durante a temporada do campeonato espanhol.

A entrevista acontece um dia antes do amistoso entre Brasil e Espanha, que será realizado na próxima terça-feira, 26, no estádio Santiago Bernabéu, em Madri. Ao responder que “a falta de punições” é o que frustra mais, o jogador ainda afirmou desejar: “que as pessoas negras possam ter uma vida normal, como as outras. Quero seguir lutando por isso. Se fosse por mim, eu já teria desistido, fico em casa, ninguém vai me xingar, fazer nada comigo… Eu vou para os jogos com a cabeça centrada no jogo para fazer o melhor para minha equipe, mas nem sempre é possível. Tenho que me concentrar muito todos os dias…”, disse ele ao ir às lágrimas.

Durante a entrevista coletiva, o jogador também lembrou da história do próprio pai: “Meu pai sempre teve dificuldade por ser negro. Entre ele e um branco, sempre vão escolher um branco. Tenho lutado bastante por tudo que tem acontecido comigo. É desgastante por estar meio sozinho. Já fiz tantas denúncias e ninguém é punido, nenhum clube é punido. A cada dia, luto por todos que passam por isso. Se fosse só por mim e pela família, não sei se continuaria. Mas fui escolhido para defender uma causa bem importante e que eu estudo a cada dia para que no futuro meu irmão de cinco anos não passe pelo que estou passando.”, destacou.

Em um caso recente, em março deste ano, o jogador voltou a ser vítima de ataques racistas cometidos por torcedores europeus. Vini Jr. compartilhou o vídeo que mostra torcedores do Atlético de Madrid, antes do início da partida contra Inter de Milão, pela Liga dos Campeões, entoando um canto em que chamam o brasileiro de ‘cimpanzé’. Em nota, a Laliga afirmou que deve denunciar o caso à Procuradoria de Combate ao Ódio.

Os casos de racismo sofridos por Vini Jr. levaram o Ministério da Igualdade Racial do Brasil a cobrar o governo espanhol e a LaLiga a tomar providências contra os crimes cometidos, na maioria dos casos, por torcedores. Atualmente o jogador integra o Comitê Antirracista da FIFA.

Primeira vez no Lollapalooza: SZA e Gilberto Gil encantam público com performances memoráveis

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Foto Gilberto Gil: Reprodução Foto SZA: Barbara Jadeh

Atrações principais do Lollapalooza 2024, o cantor brasileiro Gilberto Gil e a norte-americana SZA subiram aos palcos do festival no último domingo, 24, no Autódromo de Interlagos, na Zona Sul de São Paulo. Os shows foram bastante elogiados pelo público, com Gil se apresentando no início da noite no palco secundário e SZA no palco principal por volta das 22h.

A apresentação de SZA deixou o público em êxtase, começando pelas roupas usadas pela equipe de ballet e pela própria cantora, que homenageavam o Brasil. Com uma frase gravada em português, a cantora agradeceu aos povos indígenas durante o show que teve quase 1h30 de duração: “Gostaria de agradecer todo o povo indígena e o Brasil por me receberem hoje. Obrigada”. A artista premiada no Grammy deste ano pelo trabalho com o álbum ‘SOS’, lançado no final de 2022, entregou dança, em uma coreografia que misturava samba e salsa, enquanto arrasava nos vocais e deixava a plateia emocionada.

O setlist do show incluiu músicas queridas do público como “Love Galore” (feat. Travis Scott) ,“The Weekend” e “Brooken Cocks”, do álbum ‘CTRL’, lançado em 2017, “Nobody Gets Me”, “Snooze”, “Kill Bill”, e “Good Days”.

O brasileiro Gilberto Gil, que também se apresentou pela primeira vez no festival, reuniu públicos de todas as idades para assistir ao seu show, que teve canções como “Não Chore Mais”, que contou com uma homenagem à Preta Gil, filha do artista, além de “Estrela”, “Nossa Gente (Avisa Lá)”, “Andar com fé eu vou” e “Palco”.

O veterano da música brasileira viveu um momento inusitado, quando precisou deixar o palco para apertar o cinto da calça: “Vou ali ajeitar meu cinturão pra não deixar a calça cair aqui. Vou ali e já volto”, disse bem humorado. Ele também destacou a presença jovem do festival: “Obrigada pela presença jovem, bonita, querida, da turma toda”.

Do Rap ao Reggae

O rapper Rael nomeou seu show no Palco Alternativo de ‘Raelpalooza’ e levou bandeiras com as cores da bandeira da Etiópia, usadas pelos fãs de reggae, para o palco e plateia, além de surpreender o público com participações de outros rappers consagrados como Mano Brown, que cantou ‘Eu Te Proponho’ e ‘Vida Loka (Parte 1)’, além de Emicida, com quem cantou “O Hip Hop É Foda”. Rael também homenageou Bob Marley cantando Stir It Up e Djavan, ao cantar ‘Linha do Equador’.

A rapper Mc Soffia, Vulgo FK, além da funkeira Mc Dricka foram as atrações principais do domingo no palco Perry’s by Johnnie Walker.

Homenagem à Michael Jackson

O funkeiro Mc Livinho fez um tributo a Michael Jackson durante seu show no Lollapalooza. O cantor dançou ao lado de Rodrigo Teaser, sósia do Rei do Pop, além de reproduzir diversas coreografias de músicas de Michael Jackson com seus bailarinos. O show de Livinho também contou com a participação de Mc Davi.

Anderson Leonardo, vocalista do Molejo, é internado novamente em estado grave

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Foto: Reprodução/Instagram

Em nota oficial publicada nas redes sociais, a assessoria do cantor Anderson Leonardo, vocalista do grupo Molejo, informou que o cantor voltou a ser hospitalizado no último domingo, 24, e está em estado grave. O músico faz tratamento contra um câncer desde 2022.

Segundo a assessoria de Anderson, “devido ao agravo da doença”, ele precisou ser hospitalizado no domingo, confirmando que o estado de saúde é grave e pedindo orações pelo cantor. Anderson havia sido internado no dia 27 de fevereiro, e passou 21 dias hospitalizado para realizar um tratamento de imunoterapia.

Em outubro de 2022, o vocalista do grupo Molejo foi diagnosticado com um tumor inguinal, um tipo raro de câncer localizado na região da virilha e que pode afetar o pênis e o ânus.

Na época em que recebeu o diagnóstico, Anderson agradeceu o apoio dos fãs: “Alô, meus amigos maravilhosos! Muito obrigado pelo apoio! Estamos aqui com Alice, ela veio aqui trazer alegria pro papai neste momento, né, Alice”.

“Novas realidades trazem qualidade para as obras”, diz Renata Di Carmo sobre a presença negra no mercado audiovisual

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Em 1999, aos 18 anos, a atriz, diretora, roteirista e escritora Renata Di Carmo, se tornou a primeira mulher negra do Brasil a ser contratada como autora-roteirista pela TV Globo, para trabalhar nos programas de humor Zorra Total e Escolinha do Professor Raimundo

No mercado audiovisual há 25 anos, a Renata contou sua percepção em relação as mudanças com o aumento da contratação de profissionais negros. “É outro mercado, fruto de muito trabalho nosso e das construções que fizemos. A questão é falar de paridade. Não se trata de inclusão, se trata de direitos, de uma sociedade democrática, que precisa se rever”, disse em entrevista ao Mundo Negro. 

“A entrada de novas realidades agrega e traz qualidade para as obras, que se tornam mais ricas, sensíveis e inteligentes. Sem dúvida temos um cenário bem diferente hoje, das que estavam no audiovisual, na política, na militância, nas artes, em todos os espaços. É outro cenário, mas ainda distante do que precisa ser. Em relação a tomada de decisões e poder econômico, por exemplo. Em relação a uma adesão contínua, forte e estruturada”, destaca. 

Foto: Luciana Zacarias

A cineasta ainda reforça a importância de não ser uma mudança oportuna. “Não deve se tratar de fetiche sobre a negritude, mas de qualidade. É esquisito como isso ainda perdura. Não deve se tratar de uma fase, mas do entendimento da precisão de ter esses profissionais inseridos, produzindo, crescendo. Sei que quando contamos histórias estamos falando de Brasil, e ele é amplo, plural e diverso. Por isso é absurdamente rico”, afirma. 

Hoje, aos 44 anos, Renata continua realizando grandes projetos e está atuando em três produções diferentes: a série ‘Toda Família Tem‘ da Amazon Prime Video como roteirista-chefe, a série spin-off de ‘Cidade de Deus‘ do Max (antiga HBO Max) como roteirista, e a série ‘Candelária‘ da Netflix com roteiro e redação-final.

“‘Toda Família Tem’ é uma comédia e conta a história de uma família negra brasileira. Traz o protagonismo de um jovem negro, nas relações com o mundo, as descobertas da idade, as relações com seus familiares e com as mulheres que o cercam. A proposta foi valorizar os subtextos que existem no contexto dessas relações familiares, mostrando a dinâmica desses afetos. É um projeto que na escrita dos diálogos, na construção das narrativas, desenvolvimento das personagens e escolhas feitas, foi pensando em camadas”, conta ao Mundo Negro. Série ainda não tem previsão de estreia.

Foto: Reprodução/Instagram

Já o spin-off de ‘Cidade de Deus’, Renata diz que a produção aposta em personagens femininas fortes. “Apesar de seguir com nosso Buscapé conduzindo a história brilhantemente, as personagens são variadas, assumindo os dois lados, há uma antagonista também. Vocês vão ver os desdobramentos que podem surgir a partir da atuação dela. Tá tudo plantado nessa temporada que vem aí. Fiquei bem contente quando isso foi encampado. Fora isso também dá espaço para personagens que não foram explorados no filme, algo que pensamos. É o depois, mas com muitas especificidades que são da série”, diz. A previsão de estreia é em 2024.

Enquanto a série ‘Candelária’, tem uma pegada afrofuturista. “Traz a visão das crianças vitimadas na chacina, reverbera seus futuros ceifados. Tem uma ludicidade inerente ao universo infantil, mas com o peso, a seriedade e respeito que precisa ter para contar essa história; o importante para nós foi sobretudo imprimir a visão de que eram crianças. Algo óbvio, mas esquecido muitas vezes nas coberturas que acompanhamos e na forma como a sociedade lidou com o acontecido. Candelária tem um estudo de linguagem sensível, escolhas muito pensadas”, relata a cineasta. Produção também será lançada em 2024.

“A surpresa é como isso foi arquitetado”, Ministra Anielle Franco fala sobre mandantes do assassinato de Marielle Franco

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“A gente não pode banalizar nem normalizar a perversidade que é esse momento, que é o como se dá esse crime”.  Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial e irmã de Marielle Franco, usou suas redes sociais para um desabafo após a prisão dos três suspeitos de serem mandantes do assassinato da vereadora e seu motorista Anderson Gomes, neste domingo, 24, seis anos após o crime que acontecem em março de 2018.

A Polícia Federal (PF) desencadeou uma operação na manhã deste domingo (24) que prendeu, em caráter preventivo, os irmãos Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio. Segundo informações divulgadas pela PF eles seriam os “autores intelectuais dos crimes de homicídio”. 

“Eu tô indignada, eu tô triste, eu tô chateada, eu tô com raiva. (…)  após assistir a coletiva e ter acesso a alguns pedaços da investigação, com o sigilo sendo quebrado, a gente tá aqui com algumas reflexões importantes desse momento difícil pra família de indignação, de raiva, de revolta.  A gente não tá surpresa como a maneira que esse crime se deu, mas a gente tá surpresa como que isso foi arquitetado”, comenta Anielle

Para ela, uma das principais motivações dos assassinos era o foco que Marielle tinha no bem-estar coletivo e justiça social.” É inadmissível uma vereadora ser assassinada com cinco tiros na cabeça porque defendia uma justiça social de qualidade, defendia interesses coletivos, ser assassinada por uma pessoa que pensava em seu benefício próprio apenas e não estava nem aí para o coletivo. A gente não pode banalizar nem normalizar a perversidade que é esse momento, que é o como se dá esse crime. A gente não pode”.

A Ministra ainda reforça a importância da democracia no combate ao crime.  “É por isso que é tão importante falar e defender uma democracia robusta, firme, de qualidade porque são em lugares onde as pessoas deveriam estar cuidando da população, cuidando dos interesses coletivos e não cuidando de mandar matar ou zombar de uma mulher que foi assassinada ou fazer falas como a que eu ouvi de um deputado agora no ano passado de 2023 que a morte chegaria pra mim, assim como chegou pra minha irmã, porque eu defendo o coletivo, justiça social e os mais vulneráveis desse país”. 

“Eu estou indignada, eu estou triste, eu estou chateada, eu estou com raiva, Tô surpresa com muitas das informações que saíram hoje, mas também tô cada vez mais certa de que a gente tá no caminho correto, no lado certo da história, lutando por esse país, lutando por quem mais precisa e, sim, defendendo o legado e a memória de Marielle, que não merecia, assim como ninguém, ser assassinada da maneira que foi”, finalizou Anielle. 

Presos suspeitos de mandar matar Marielle Franco; família celebra “um passo mais perto das respostas”

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A Polícia Federal (PF) desencadeou uma operação na manhã deste domingo (24) visando os suspeitos de serem os mandantes do brutal assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. Três mandados de prisão foram efetuados, juntamente com 12 de busca e apreensão, todos realizados no Rio de Janeiro.

Entre os detidos estão os irmãos Domingos Brazão, atual conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Chiquinho Brazão, deputado federal do Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa, ex-chefe de Polícia Civil do Rio.

A ação recebeu a autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e foi conduzida em uma operação conjunta envolvendo a Polícia Federal, a Procuradoria Geral da República e o Ministério Público do Rio de Janeiro.

Batizada de Operação Murder, em referência a “assassinato”, os investigadores explicaram à CNN que a Murder Inc. foi uma organização criminosa que atuou como executora a serviço das máfias de Nova York nos anos 1930.

O motorista Anderson Gomes também foi vítima fatal do crime, ocorrido em março de 2018.

Segundo informações divulgadas pela PF, foram detidos os “autores intelectuais dos crimes de homicídio”. O nome dos mandantes foi revelado por meio da delação premiada do ex-policial Ronie Lessa. Como Chiquinho Brazão é deputado federal, ele possui foro privilegiado, levando o caso à Suprema Corte.

A operação ainda está em curso para cumprir mandados de busca e apreensão na sede da Polícia Civil do Rio e no Tribunal de Contas do Estado.

Família agradece o empenho da justiça brasileira 

Em nota assinada pelo Instituto Marielle Franco e Luyara Franco, filha de Mariele a família da vereadora comemora o avanço das investigações:

“Neste Domingo de Ramos (24), dia de celebrar nossa fé, a luta por justiça, e na liturgia o domingo que antecede a Páscoa sobre recomeços e ressurreição, acordamos com a notícia da operação conjunta da Procuradoria Geral da República, Ministério Público do Rio de Janeiro e da Polícia Federal.

Reconhecemos o empenho da Procuradoria Geral da República, da Polícia Federal, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e do Ministro Alexandre de Moraes do STF para avançar por respostas sobre o caso, agora aguardamos o resultado da condução da investigação e a eventual denúncia dos mandantes e de todos os responsáveis pelas obstruções da justiça.

Neste dia de dor e esperança, nossa família segue lutando por justiça. Nada trará nossa Mari de volta, mas estamos a um passo mais perto das respostas que tanto almejamos!”

Estadão publica artigo contra as cotas raciais, sob acusação de ação afirmativa “restaurar o racismo”

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Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Hoje, 23 de março, os leitores do Estadão acordaram e se depararam com a seguinte chamada do artigo assinado por Fernando Reinach: “Cotas raciais restauraram o racismo onde ele havia sido abolido”. E logo veio uma série de críticas, uma delas, mais específica com a problemática já no título: “O racismo havia sido abolido?”, perguntou uma internauta nos comentários do post do Instagram. 

No primeiro parágrafo, além da ironia do autor em colocar um emoji de um punho para cima com o tom de pele negra retinta, ele inicia o texto afirmando que o Brasil optou por combater discriminação racial com discriminação racial. Uma das consequências é que o racismo voltou aos vestibulares depois de uma batalha de décadas para extingui-lo.⁣

Mauro Baracho, mestre em Antropologia Social e colunista do Mundo Negro, apontou o descontentamento com a publicação do artigo. “Eu fico impressionado como alguém tão incompetente tem uma coluna em um dos maiores jornais do Brasil. Mas que o Estadão tem trabalhado contra a política de cotas arduamente ninguém pode negar. Para destruir as cotas lançam mão até de desonestidade intelectual”, afirma. Só neste mês, o Estadão publicou cerca de três artigos contra as cotas raciais.

Para Soraia Cardoso, conselheira fiscal no Pacto de Promoção da Equidade Racial, é importante ser uma pessoa branca competente para falar sobre um assunto tão importante para o Brasil. “Para ler e concordar com a opinião de uma pessoa não negra e não indígena, há de ser algum estudioso respeitado do tema, como a Lilia Moritz Schwarcz ou Lia Vainer Schucman, por exemplo. De resto é puro suco de racismo e a história de quem não é nem aliado à causa”, pontua. 

“Estão replicando, de forma orquestrada, o movimento anti-woke dos EUA. Estejamos atentos e unidos, pois esses fascistas estão ocupando diversas mídias e partidos políticos”, alertou a executiva e palestrante Adriana Alves. O uso do termo woke, que em português significa acordei. O termo ressurgiu com o movimento Black Lives Matter, há dez anos, para representar a importância política de “estar alerta para a injustiça racial”, na luta contra o racismo e a brutalidade policial. No entanto, foi muito criticado por pessoas brancas.

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