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Jonathan Majors consegue seu primeiro papel em filme após ser condenado por agressão e assédio

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Foto: Josh Morgan / USA Today.

O ator Jonathan Majors foi anunciado como parte do elenco de “Merciless”, o próximo filme do diretor Martin Villeneuve. Este papel marca o retorno de Majors à indústria cinematográfica após sua condenação por agressão em terceiro grau e assédio contra sua ex-namorada, Grace Jabbari.

Sentenciado em abril de 2024, Majors cumprirá um ano de aconselhamento sobre violência doméstica, enquanto busca reconstruir sua carreira e imagem pública sob os holofotes de Hollywood.

Foto: Getty Images

O novo filme, descrito como independente, é um suspense de vingança. Segundo o Deadline, a trama do filme segue um interrogador da CIA que, após ver a mulher que ama ser possuída por uma força malévola, é forçado a abraçar um lado ainda mais sombrio para combater essas forças sinistras. As filmagens estão programadas para começar no final de outubro.

O produtor do filme, Christopher Tuffin, disse que considera um “privilégio” trabalhar com Majors. “Na faculdade, tive a sorte de estudar roteiro com Millard Lampell, e aprendi com ele os perigos de deixar a política minar o devido processo e privar os artistas de suas carreiras. Considero uma honra e um privilégio trabalhar com Jonathan, que é um grande talento, agora que este assunto foi encerrado”, destacou.

A carreira de Majors parece que está seguindo novos rumos. Ele será homenageado na quarta edição do Hollywood Unlocked Impact Awards, recebendo o Perseverance Award no dia 21 de junho. A honraria, segundo os organizadores é “concedida a um indivíduo que, independentemente das adversidades que enfrente, continua a aspirar a inspirar”.

‘Casamento às Cegas Brasil 4’ homenageia Wanderlei Tavares, pai de Thamara Térez, da segunda temporada

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Foto: Reprodução/Instagram

Casamento às Cegas Brasil 4‘ estreou na plataforma da Netflix, nesta quarta-feira (19), e contou com uma homenagem no primeiro episódio, dedicada ao Wanderlei Tavares, pai de Thamara Térez, que participou da segunda temporada.

Ele faleceu em março deste ano, aos 55 anos de idade. “Estão me falando que no final do episódio tem uma homenagem pro meu pai. Eu nem assisti nada hoje, porque não ia dar tempo. Agora vou ter que assistir, logo hoje que estou emotiva para caramba”, disse Thamara nos stories do Instagram.

Wanderlei roubou a cena em sua breve participação no reality show, com um carisma admirável. Sua filha Thamara estava noiva de Alisson e o seu grande momento aconteceu no episódio de reencontro, onde foram exibidos alguns depoimentos dos pais e o dele viralizou na web. 

O pai de Thamara deu uma bronca em Will Domiêncio, que deixou Verônica Brito um pouco antes de subir ao altar. “O que eu penso é o seguinte: se você não quer realmente se envolver, não conquiste. E o que eu não entendo é que, no momento que antecede a entrada dele, o sorriso desse cara estava com um sorriso de propaganda de creme dental. Aí, ele chega lá e joga um balde de água fria na menina. Isso aí já é expor demais”, afirmou.

“A vida é engraçada. De repente, ela acaba. Ele foi embora e não caiu a ficha muito bem ainda. Te amo. Vai com Deus. Luto”, escreveu Thamara em um publicação com fotos ao lado do pai no Instagram, na época.

“A Isa Silva sempre existiu”, diz a estilista sobre o seu processo de transição de gênero

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Foto exclusiva de Isa Silva e Cris Bartis no videocast (Foto: Divulgação/Mamilos com Café)

“A Isa Silva sempre existiu. Eu via todas as amigas transicionando, se transformando e pensava: o meu dia vai chegar”, disse Isa Isaac Silva, um dos maiores nomes da moda brasileira, durante a sua entrevista no videocast ‘Mamilos Café’, apresentado por Cris Bartis, como a nova convidada do episódio desta quinta-feira (20).

Em 2015, durante a ascensão no mundo da moda, Isa Isaac Silva também passou por um processo de transição, assumindo sua identidade feminina. “Minha família mora na praia e resolvi ir para lá. Então, falei para a minha mãe que iria de maiô, pois ainda não tinha coragem de usar biquíni. Ela disse que estava tudo bem e até me incentivou a trocar pelo biquíni, mas continuei com a minha primeira opção. Desse modo, fui até lá, fiz lindas fotos e postei no Instagram. Ali foi a primeira foto onde a Isa apareceu para todo mundo”, detalha.

Isa descobriu a paixão pela arte de costurar ainda na infância e deixou Barreiras, na Bahia, para ganhar o mundo falando sobre estilo, axé e mulheridade. A estilista e palestrante relata sua experiência durante essa transformação. “Quando olho a Isa lá de trás, penso: que corajosa. Tive que ser muito forte para entrar em um mercado que estabelecia cores, como se comportar, a roupa do momento, o que fazer e, principalmente, a questão de gênero. Quando olhava para isso, falava: essa não é a moda em que acredito”, diz.

Foto exclusiva de Isa Silva e Cris Bartis no videocast: Divulgação/Mamilos com Café

Para ela, moda não se resume a inventar modelagem ou se adequar ao shape do momento, moda é sobre sustentabilidade e questão humanizada. “O desenvolvimento das minhas coleções tem como objetivo atender à questão do gênero, que é vestir o corpo das pessoas. Estamos batalhando para que a moda nacional, afro-brasileira e indígena seja um setor cultural, onde as pessoas tenham orgulho de vestir e dizer é ‘nossa’”, enfatiza.

O videocast ‘Mamilos Café’ tem novos episódios às quintas-feiras, está disponível no Globoplay, inclusive para quem não é assinante do streaming, e nas plataformas de áudio e no canal do YouTube do Mamilos.

Livro de Ziraldo sobre diversidade racial, ‘O Menino Marrom’ é suspenso das escolas em cidade de MG após pressão dos pais

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Foto: Elza Fiúra / Agência Brasil.

Sob pressão dos pais, um livro infantil do escritor e cartunista Ziraldo foi retirado das escolas de Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais, pela Secretaria Municipal de Educação. A ação foi feita porque algumas famílias consideraram o conteúdo da obra agressivo.

Publicado em 1986, o livro aborda temas profundos e sensíveis como amizade e diversidade racial, narrando a história de dois garotos, um negro e um branco, que compartilham a infância e suas descobertas. Através de diversas brincadeiras, Ziraldo explora as cores e contrapõe o preto e o branco, tratando de questões como a amizade e diversidade.

Trechos específicos da obra foram considerados ‘agressivos’ por alguns pais, levando à polêmica decisão de suspensão. Os comentários destacam principalmente duas passagens: o desejo do menino marrom de que uma senhora fosse atropelada após ela rejeitar sua ajuda para atravessar a rua, e a ideia dos meninos de realizarem um pacto de sangue para selarem a amizade.

A Secretaria Municipal de Educação suspendeu temporariamente, na quarta-feira (19), as atividades relacionadas ao “O Menino Marrom” nas escolas. Em nota nas redes sociais, a pasta lamentou as interpretações dúbias e defendeu a relevância da obra.

O livro é um recurso valioso na educação, pois promove discussões importantes sobre respeito às diferenças e igualdade. Utilizando uma linguagem simples e ilustrações atraentes, Ziraldo consegue envolver as crianças e facilitar a compreensão de conceitos complexos como racismo e empatia”, declarou o órgão. “Lamentamos que tenham havido interpretações dúbias acerca do mesmo e levando em conta nosso respeito aos pais e a comunidade escolar, a Secretaria Municipal de Educação de Conselheiro Lafaiete, diante das diversas manifestações e, divergência de opiniões, procedeu a solicitação de suspensão temporária dos trabalhos realizados sobre o livro ‘O MENINO MARROM’, do autor Ziraldo, a fim de melhor readequação da abordagem pedagógica evitando assim interpretações equivocadas”.

Corporativismo: explorando novos caminhos para a diversidade

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Crédito: Freepik

Texto: Rachel Maia

As estatísticas evidenciam um cenário nada favorável para pessoas negras. As de pele retinta, então, são as mais afetadas quando tratamos de oportunidades e acesso ao mercado de trabalho e bens de consumo.

Entender como a máquina gira é algo que não nos é ensinado a priori, mas, hoje, podemos contar com ferramentas para equilibrar e desconstruir o imaginário social que ainda é excludente e afeta a todos.

Um estudo realizado em 2021 por Carlos Portugal Gouvêa, professor de direito comercial, intitulado Governança corporativa e diversidade racial no Brasil: um retrato das companhias abertas, ressalta que o cenário é desfavorável para profissionais pretos e pardos, pois, diante dos dados obtidos, identificou-se que pessoas pretas representavam 0,00% dos cargos dos conselhos de administração, enquanto pessoas pardas apenas 1,05%. Sendo assim, o percentual para pessoas brancas em comparação às negras era 58% maior. 

A pesquisa desenvolvida na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) destaca a discrepância que existe no meio corporativo quando se trata de raça. O que mais quero, porém, dividir aqui com vocês é a importância de olharmos para esse cenário e avançar rumo a contextos em que a cor da nossa pele não seja um fator relevante nos processos de ascensão. 

Quem somos?

Quando validamos nossa existência e conseguimos nos mostrar para o mundo, nada mais deveria importar, no entanto a realidade é outra. Por isso, ter segurança e perpetuar a força dos nossos ancestrais nos torna ainda mais potentes e únicos. Podemos pensar que, para vencermos as barreiras do preconceito, é necessário fazer uso das ferramentas corretas para seguirmos sem sermos interrompidos. 

Entender quem somos e o que queremos torna tudo mais fluido. Com isso, os entraves do dia a dia serão apenas mais um obstáculo a ser vencido. Percebam: o lugar que ocupamos hoje é resultado de muita luta. Cada conquista remete a um período da nossa história e do nosso povo, gerações que galgaram um espaço que é nosso direito. 

Não se distraia 

Estamos diante de uma mudança significativa na maneira como enxergamos uns aos outros e também as oportunidades. Por isso, a importância de estabelecermos parcerias para a construção de novas maneiras de existir e gerar oportunidades.

Retomando a pesquisa realizada por Gouvêa, que traz empresas como a Nike, marca estadunidense que, após implementar a diversidade étnico-racial no seu quadro de funcionários, investir em produtos voltados para pessoas negras e ter como referência comercial ídolos negros (como o jogador de basquete Michael Jordan), cresceu exponencialmente, gerando mais lucro.

Nossas referências são muitas. A exemplo de Luiz Gama (1830–1882), advogado brasileiro, que também foi jornalista, escritor e orador, conhecido como patrono da Abolição da Escravatura do Brasil. Ele é, sem dúvidas, alguém para nos espelharmos, homem que, até os 17 anos, era analfabeto e, aos 29, já era consagrado como o maior abolicionista.

Estar preparado para atuar ativamente e, desse modo, conquistar um lugar de pertencimento é algo possível para todos nós. “Crie a melhor e a mais grandiosa visão possível para a sua vida, porque você se torna aquilo que você acredita”. Oprah Winfrey

Beyoncé diz que sua carreira não é motivada por números: “Coloquei dor, crescimento e sonhos em minha arte”

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Foto: Parkwood Entertainment.

Beyoncé continua celebrando o sucesso de seu álbum ‘Cowboy Carter’. O projeto ajudou a alavancar a carreira de diversos artistas negros no country. Em entrevista para o site The Hollywood Reporter, a cantora falou sobre suas motivações e legado enquanto artista. “Quando você está quebrando barreiras, nem todos estão prontos e abertos para uma mudança. Mas quando vejo todas as belas cantoras country voando para novas alturas, inspirando o mundo, é exatamente isso que me motiva”, celebrou.

Foto: BLAIR CALDWELL.

A artista, que se tornou a primeira mulher negra a ocupar o topo das paradas de country dos Estados Unidos, diz que sua carreira não é mais motivada por números. “Houve um tempo na minha vida em que os charts e as vendas me entusiasmaram e motivaram. Depois de me desafiar e colocar cada grama de vida, cada dor, crescimento e sonhos em minha arte, é impossível voltar atrás. Estou muito grata e honrada pelo extraordinário sucesso do novo álbum [Cowboy Carter]”, declarou.

Para Beyoncé, ‘Cowboy Carter’ é uma continuação do trabalho que ela realizou com ‘Renaissance’ de 2022, que mistura dance, house, disco, R&B e hip-hop e provocou discussões sobre a história da música dance e suas origens na arte e cultura negra. “Estou honrada em apresentar tantas pessoas às raízes de tantos gêneros. Estou muito empolgada que meus fãs confiaram em mim. Os controladores da indústria musical não estão felizes com a ideia de misturar gêneros, especialmente vindo de uma artista negra e, definitivamente, de uma mulher”, destacou a cantora.

Lenny Kravitz traz a turnê “Blue Electric Light” a São Paulo em novembro

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Foto: Reprodução

Mais um dos grandes nomes internacionais da música virá ao Brasil este ano. O cantor Lenny Kravitz anunciou um show para o dia 23 de novembro, no Allianz Parque, em São Paulo, como parte de sua turnê mundial “Blue Electric Light Tour 2024”.

A turnê é um marco significativo na carreira de Kravitz, com seu 12º álbum de estúdio, Blue Electric Light, lançado em maio, sendo amplamente aclamado. A Associated Press descreveu o álbum como “glorioso… o melhor trabalho do astro do rock em anos”, enquanto a NPR o definiu como “um caleidoscópio de rock vibrante, funk psicodélico, soul suave e muito mais”.

A turnê iniciou na Alemanha no dia 23 de junho, passando por várias cidades da Europa e dos Estados Unidos antes de chegar ao Brasil. Este será o retorno de Kravitz ao país desde sua última apresentação no Lollapalooza em 2019.

Além da música, Kravitz foi homenageado, em 2024, com uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood e recebeu o “Prêmio Ícone da Música” no People’s Choice Awards de 2024, além do “Prêmio Ícone da Moda” pelo CFDA (Council of Fashion Designers of America), destacando sua influência tanto na música quanto na moda.

Os ingressos terão pré-venda exclusiva para clientes Santander a partir do dia 21 de junho. Clientes Visa Infinite (Unique, Unlimited, Decolar e Smiles), AMEX (Gold, Platinum e Centurion) e Mastercard Black (Unique, Unlimited e AA) terão acesso à pré-venda a partir das 10h do dia 21 de junho até as 10h do dia 22 de junho. Em seguida, todos os clientes Santander poderão adquirir ingressos do dia 22 de junho, às 10h, até o dia 23 de junho, às 10h. A venda geral começa no dia 24 de junho, às 10h, pelo site da Eventim e na bilheteria oficial a partir das 11h. Clientes Santander também contarão com descontos exclusivos, conforme disponibilidade e condições.

Os fãs brasileiros podem esperar um espetáculo com performances ao vivo que combinam os novos sucessos de Blue Electric Light com clássicos da carreira de Kravitz, consolidando-o como um dos mais dinâmicos artistas do rock contemporâneo.

Kendrick Lamar reúne Dr. Dre, Tyler The Creator e outros nomes do Hip Hop em show histórico nos EUA

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Foto: Reprodução

Kendrick Lamar fez história na noite da última quarta-feira, 19, durante um show no Kia Forum, em Los Angeles, nos Estados Unidos, ao reunir grandes estrelas do rap como Dr. Dre, Tyler The Creator, Roddy Ricch, Ty Dolla $ign e Steve Lacy. A apresentação memorável fez parte do evento “The Pop Out: Ken And Friends”, focando-se na estreia ao vivo da faixa “Not Like Us”, uma resposta direta e explosiva à rivalidade com o canadense Drake.

Com ingressos esgotados instantaneamente após o anúncio no Juneteenth, o show foi um marco na disputa musical entre Lamar e Drake, marcada por trocas de provocações e críticas em músicas recentes. “Not Like Us” representa a mais agressiva dessas respostas, criticando Drake pelo uso de inteligência artificial de vozes de Tupac e Snoop Dogg em sua faixa “Taylor Made Freestyle”.

Ao longo da noite, Lamar apresentou “Not Like Us” cinco vezes, cada performance mais intensa e acompanhada por aplausos entusiasmados do público e das estrelas do rap presentes. A produção de DJ Mustard, que rapidamente se tornou um sucesso de streaming, ganhou nova vida ao vivo com a colaboração de diversos de músicos.

“Vocês não vão deixar ninguém desrespeitar a Costa Oeste, hein?”, provocou Lamar entre as apresentações, recebendo aclamação da plateia. Ele reforçou a mensagem de que o rap da Costa Oeste, com suas raízes autênticas, não toleraria imitações ou desrespeito, referindo-se especificamente às práticas de Drake.

O evento também contou com performances de destaque de Dr. Dre, que se uniu a Lamar para uma versão de “Still DRE”, com Kendrick substituindo Snoop Dogg nos versos. Tyler The Creator trouxe seu hit “Earthquake” ao palco, enquanto Roddy Ricch elevou a energia com “The Box”. Ty Dolla $ign e Steve Lacy também se juntaram a Lamar.

A rivalidade entre Lamar e Drake, que se intensificou desde abril com lançamentos de músicas provocativas de ambos os lados, foi o contexto em que “Not Like Us” surgiu. Drake havia feito insinuações sobre Lamar, acusando-o de se vender e zombando de sua altura, enquanto Lamar retrucou com críticas sobre a previsibilidade da música de Drake e alegações de vícios. “Not Like Us” levou a disputa a novos níveis, com acusações de apropriação cultural e comportamento impróprio, que Drake nega.

O show da última noite consagrou Kendrick Lamar como uma força unificadora e uma voz poderosa contra a diluição da cultura rap. A presença de Dr. Dre, Tyler The Creator e outros reforçou o tema de resistência e solidariedade, deixando claro que a comunidade do rap está firme e unida em torno de Lamar.

No final do show, Lamar fez questão de enfatizar a importância da unidade e da representação verdadeira da cultura rap. “Perdemos muitos manos para essa merda de música, muitos manos para essa merda de rua”, declarou, prometendo mais colaborações e um compromisso contínuo com a integridade do rap da Costa Oeste.

Nas redes sociais, os fãs do rapper vibraram com a apresentação afirmando que o show de Kendrick Lamar promoveu o enterro da carreira de Drake.

”Não somos vítimas. Nós somos algozes dos racistas”: O que Vini Jr. representa para a luta do movimento negro?

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Foto: Reprodução

O que Vinicius Jr. representa para a luta do movimento negro? E na luta antirracista contra negros no Brasil e no mundo? Vinicius Jr., brasileiro, carioca, hoje é a principal liderança na luta contra o racismo no mundo. Muita gente sempre esperou que tivéssemos uma liderança como Mohamad Ali, Malcom X, Luther King no Brasil.

Agora temos um jovem negro brasileiro que virou referência mundial. E os negros brasileiros não se deram conta.

Ele acabou com o sentimento de vira-lata, de complexo de inferioridade, e de ser alienado aos problemas de racismo no Brasil. E muitos jogadores de futebol, artistas, mulheres e homens públicos que se acostumaram a condescender, minimizando as dores do racismo, com honrosas exceções como o goleiro Aranha, vivem um novo momento.

O episódio da condenação dos racistas que ofenderam Vinicius Jr. é didático e revolucionário. Representa uma mudança radical pois contrariando a prática comum de que o jogador fizesse uma declaração amena, que colocasse panos quentes sobre o ato de racismo. Ele faz uma declaração de altivez, de orgulho e de luta: “Não sou vítima de racismo. Eu sou algoz de racistas”.

Uma manifestação que se tornou um grito de guerra inspirado em Zumbi dos Palmares. Os negros deixaram de ser vítimas do racismo e passaram a ser algozes dos racistas.

O que muda com esta atitude?

O movimento negro brasileiro sai vitorioso ao denunciar sistematicamente, ao longo de décadas, o racismo contra negros. Há uma nova perspectiva mais combativa e mais assertiva, sobre o protagonismo dos negros na defesa de seus direitos e respeito a sua dignidade como ser humano.

Uma vitória contra o medo e a solidão de enfrentar o racismo. Esperança de que os racistas sejam punidos. Uma mudança radical em ver a vida e seus sentimentos em relação ao branco.

Alguns dirão que é um caso isolado, e que representa pouco no dia a dia do racismo sofrido por milhões de negros no Brasil. Pode ser que sim. Mas nunca um caso de racismo contra um negro brasileiro teve tanta repercussão mundial como este caso, e com uma reação e um desfecho de condenação de brancos racistas.

Abre-se um novo horizonte.

Uma referência para inspirar a juventude e os homens e mulheres públicas sobre como se manifesta o racismo e como enfrentá-lo. Mudanças ocorrem muito lentamente, mas a explosão de Vinicius Jr. mostra que elas acontecem e nos obrigam a parar e refletir que a luta é justa, contínua e vitoriosa.

Movimentos negros já doaram mais de 10 toneladas de alimentos para povos de terreiro no RS, após enchentes

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Foto: Divulgação

A sede da Associação Satélite Prontidão (ASP), em conjunto com diversas organizações negras de abrangência nacional, formou a Central Rede das Redes, uma iniciativa que já atendeu 16.945 pessoas. Essa coalizão doou mais de 10 toneladas de alimentos, centenas de kits de higiene, colchões, roupas e outros itens essenciais para enfrentar as consequências das recentes inundações que afetaram principalmente as populações negras e periféricas de Porto Alegre e outras sete cidades da região metropolitana.

Desde o início da calamidade climática, causada pelas fortes chuvas em abril e maio, a Central tem atuado intensamente. A realidade mostra que as desigualdades raciais e sociais amplificam os impactos das enchentes nas populações negras. Denominado como racismo ambiental, um conceito desenvolvido por Benjamin Franklin Chaves Jr. na década de 1980, que denuncia as injustiças socioambientais sofridas por populações racializadas e pobres, que também afetam comunidades tradicionais e indígenas. 

“Na verdade, onde mora a população negra? Está nos morros, nos lugares distantes (como as ilhas), como os lugares sem infraestrutura nenhuma que qualquer chuva que dê é motivo de alagamento”, afirma a Iyalorixá Nara de Oxalá Orumilaia, coordenadora do Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos de Matriz Africana, em entrevista à Bruna Crioula para o Brasil de Fato. 

Os impactos das enchentes sobre a população negra foram evidentes desde o início. Famílias negras enfrentaram intolerância religiosa em abrigos e muitas não receberam doações institucionais adequadas. A Rede Afroambiental, já ciente da vulnerabilidade dessas comunidades, tem trabalhado para mitigar esses efeitos, mesmo antes das chuvas. “A rede [Afroambiental] já vinha estudando sobre isso. Há muito tempo já sabíamos que alguma coisa iria acontecer e que nós iríamos sofrer uma mudança climática. Infelizmente veio aqui para o Brasil e para o Rio Grande do Sul”, explica Iya Nara. 

“Depois de receber as inúmeras denúncias de pessoas que se encontravam nos abrigos, sofrendo hostilidade e preconceito por conta do uso de suas Guias e Torços, entendi que deveríamos acolher todas as pessoas que perderam tudo para que não passassem, além de toda sua dor, por mais violências”, conta a Iya Itanajara de Oxum, coordenadora de finanças do Fonsanpotma e uma das idealizadoras da Central. 

O Observatório das Metrópoles de Porto Alegre confirmou que as áreas mais atingidas pelas enchentes são as mais pobres e com alta concentração de população negra, como os bairros Sarandi e Rubem Berta. A Central Rede das Redes, localizada na sede da ASP, foi estabelecida para gerenciar a crise, coordenando a logística e a mobilização de recursos para apoiar essas comunidades.

“Nesse momento, em que a cidade de Porto Alegre e todo o estado passam por momentos difíceis, a ASP não poderia se furtar de associar-se a outras entidades que tratam dos interesses da população negra”, afirma Richard Evandro Guterres Alves, presidente do Clube Social Negro Associação Satélite Prontidão (ASP). 

Localizada na sede do Clube Negro Associação, na Rua Alberto Rangel, 538, Rubem Berta Sarandi, a Central Rede das Redes, já ajudou mais de 150 terreiros e 757 famílias. Com funcionamento de segunda a sábado, das 10h às 17h, eles continuam a receber doações monetárias todos os dias até às 16h e de itens prioritários. Confira a lista abaixo: 

– água potável em todos os volumes;

– alimentos não perecíveis, proteínas congeladas;

– produtos de higiene pessoal (sabonete, shampoo, condicionador, desodorantes, pasta e escova de dentes, papel higiênico)

– fraldas infantis e geriátricas;

– produtos de limpeza (água sanitária, detergente, sabão em pó, sabão em barra, baldes, vassouras, rodos, panos de chão, esponjas).

As doações estão sendo realizadas para famílias da tradição de matriz africana e comunidades de terreiro nas terças, quintas e sábados das 10h às 17h; e para a comunidade do entorno às segundas, quartas e sextas no mesmo horário.

A Central Rede das Redes é uma articulação entre a Associação Satélite Prontidão (@sateliteprontidao), a Rede Afro Ambiental (@redeafroambiental,) o Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos de Matriz Africana – Fonsanpotma (@fonsanpotma), o Grupo Mulheres de Axé do Brasil (@mulheres.axe.brasil), a Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (@renafrosaude) e Associação Cultural de Preservação do Patrimônio Bantu (@acbantu_ndeembwa) para o gerenciamento de crise dos Povos Tradicionais de Matriz Africana e Comunidades de Terreiro.

Com informações da Bruna Crioula no Brasil de Fato*

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