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Dida Bar e Restaurante celebra o Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha no Theatro Municipal do Rio de Janeiro

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O Dida Bar e Restaurante, reconhecido por sua culinária afro-brasileira autêntica, está organizando um evento especial em celebração ao Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. Este encontro único acontecerá no dia 26 de julho no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, um dos locais mais emblemáticos da cidade.

Com o objetivo de destacar a diversidade cultural e homenagear mulheres negras de destaque, o evento contará com a presença ilustre de Sueli Carneiro, figura central no movimento negro brasileiro e referência internacional em estudos sobre racismo e feminismo. Evelyn Bastos, rainha de bateria da Mangueira, também estará presente, juntamente com as parlamentares Tainá de Paula, Monica Cunha e Thais Ferreira, que têm se destacado por suas contribuições na luta por justiça social e igualdade de gênero.

Além delas, Marinete da Silva, mãe de Anielle Franco e Marielle Franco, símbolos de resistência e luta contra a violência e a desigualdade, será honrada pela sua incansável defesa dos direitos humanos. A jornalista Bel Clavelin, conhecida por seu trabalho na valorização da cultura afro-brasileira e na promoção de narrativas negras na mídia, também será uma das homenageadas no evento. Adriana Barbosa, fundadora da Feira Preta, um dos maiores eventos de cultura negra da América Latina, também receberá reconhecimento por seu papel crucial na promoção de artistas e empreendedores negros.

Durante o encontro, os participantes poderão desfrutar de uma experiência gastronômica que inclui pratos como Mini Acarajé, Mini Bolinho de Feijoada em suas versões normal e vegana, Mini African Burger, Cuscuz Marroquino vegano, Pãozinho Aberto Africano, além de uma mesa de frios e uma seleção de doces como Tartelette, Mousse de Chocolate e Brownie.

Dida, a matriarca e fundadora do restaurante homônimo, cuja trajetória é marcada pela dedicação à preservação e valorização da culinária afro-brasileira, será uma das anfitriãs do evento. “Estamos muito felizes em poder proporcionar este espaço de celebração e reconhecimento à contribuição das mulheres negras para nossa sociedade”, afirmou Dida.

O evento é aberto ao público e visa não apenas celebrar, mas também promover a troca de experiências e fortalecer vínculos comunitários. Os interessados podem garantir sua participação através do Sympla, acessando o link disponível na bio oficial do evento, ou realizando o pagamento via PIX para casaraoinstituto@gmail.com, com isenção de taxa do Sympla mediante envio do comprovante para o mesmo e-mail ou para o WhatsApp da organização.

Serviço:

Dois policiais são afastados após abordagem truculenta contra uma ambulante negra no RJ

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Fotos: Reprodução

Uma mulher negra, vendedora de balas, estava com duas crianças quando sofreu uma abordagem truculenta no Centro do Rio de Janeiro, na quarta-feira, 17 de julho. Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra o momento em que ela é jogada no chão por um policial dentro de um comércio na Rua São José, em frente ao Edifício Garagem, e causou indignação.

Nesta quinta-feira, 18, os agentes envolvidos, do Segurança Presente, foram afastados do programa após avaliação das imagens das câmeras corporais.

Nas imagens, é possível ver a vendedora já imobilizada no chão, quando as crianças começam a chorar e ela pede que os agentes a soltem. “Isso é covardia com uma mulher. Eu estou trabalhando. Você me bateu e me jogou no chão. Eu não fiz nada, só estou trabalhando, não tem necessidade. Me solta, moço, eu tenho direito de andar na rua. É por que eu sou preta? Eu só quero trabalhar”, reclama. “Eu tô aqui com meus filhos e você está me batendo”, diz em outro momento.

De acordo com uma testemunha, a violência aconteceu porque a mulher estava vendendo balas no local. Outras pessoas tentaram intervir na ação e proteger as crianças.

Em nota para o g1, na tarde de quinta-feira, A Superintendência do Segurança Presente informou que avaliou as imagens das câmeras corporais dos agentes e eles foram afastados. Leia na íntegra:

“A Superintendência do Segurança Presente determinou o envio à Corregedoria da Polícia Militar do processo aberto para apurar a conduta dos dois policiais durante uma abordagem, na tarde de quarta-feira, no Centro do Rio. No documento, é pedido a abertura de processo para determinar as transgressões disciplinares e, ainda, que os policiais sejam bloqueados de tirar novos serviços no programa Segurança Presente.

Os dois policiais que se envolveram no episódio não são do quadro fixo do programa. Eles trabalhavam no sistema de folga no Centro Presente. A apuração sumária, feita pela Corregedoria da Secretaria de Estado de Governo, analisou as imagens das câmaras corporais e dos vídeos feitos pelos moradores.

A Superintendência do Segurança Presente informa que todos os policiais de serviço no programa passam por cursos de capacitação e têm o compromisso de seguir os protocolos de abordagem de proximidade e com atenção aos Direitos Humanos”.

Fonte: g1

Donald Glover lança seu último álbum com o pseudônimo Childish Gambino

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Foto: Divulgação

Donald Glover lançou o seu último álbum com o pseudônimo Childish Gambino, nesta sexta-feira, 19 de julho. Intitulado ‘Bando Stone and The New World’, o sexto álbum de estúdio está disponível em todas as plataformas de música.

Antes do lançamento, o artista divulgou o novo single “In The Night”, em colaboração com Jorja Smith e Amaarae. Com 17 faixas ao todo, o disco ainda conta com parcerias de Chlöe, Flo Milli, Legend, Yeat, Foushée e Khruangbin.

Glover começou a dar pistas sobre o projeto em junho, quando estreou o trailer do filme ‘Bando Stone and The New World’, com o mesmo nome do álbum. Dirigido por ele, o longa-metragem ainda não teve a data de estreia revelada.

Desde o lançamento de seu primeiro álbum em 2011, Glover conquistou uma legião de fãs e inúmeros prêmios sob o pseudônimo de Childish Gambino. Seu trabalho variou de álbuns introspectivos a músicas de grande impacto social, como “This Is America”, que recebeu elogios por sua crítica poderosa à sociedade americana.

“Sucesso para mim é, honestamente, ser capaz de lançar um álbum de grande escala que eu ouviria”, disse ele durante uma entrevista recente. “Para este álbum, eu realmente queria ser capaz de tocar em locais grandes e ter grandes canções antológicas que enchessem esses espaços, para que as pessoas sentissem uma sensação de união”, declarou.

No Martins, a nova geração de artistas negros brasileiros

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Crédito: Obra de No Martins

Quem não dorme quando é sentinela
na espera elabora
arrisca
enfrenta o vazio
inventa estrela
passo e caminho
mesmo que seja
por um fio
sobre redemoinho

Cuti

Numa tarde de inverno paulistano, acompanhei o ator e músico Mestre Ivamar numa visita ao artista No Martins, no bairro tradicional da Barra Funda. Conheci o espaço divino do ateliê de No Martins, artista que impressiona pela fala mansa, sem pressa, fluente e com o cuidado com as palavras.

Entrar naquele lugar mágico com telas gigantes, herança do passado grafiteiro, onde cada tela nos remetia a cenas do quotidiano de mulheres e homens negros, nos emocionava e nos prendia nos detalhes. Não pude deixar de pensar nos mestres Lizar, Emanoel Araújo, Didi, Rubens Valentin e tantos outros que construíram um olhar negro sobre as artes plásticas brasileiras e tanto batalharam para impor seu trabalho na academia e no mercado elitista das artes.

Mestre Ivamar, No Martins e Ivair (Foto: Arquivo pessoal)

Ex-aluno da consagrada artista Rosana Paulino que é muito reverenciada pelo jovem artista. O tempo que estive lá no ateliê, me identifiquei com as suas origens de ser um morador da Zona Leste de São Paulo e na importância que foi o apoio da família negra.

Imagine um jovem que decide sair do emprego com carteira assinada no Museu de Imagem e Som- MIS e dizer à família que pretende viver de sua arte. Precisa ter coragem, muita determinação e apoio familiar. Não deve ter sido fácil a tomada de decisão daquele jovem negro.

Com as lições aprendidas na vida, na prática de grafiteiro, nos cursos da faculdade e, principalmente, nos ensinamentos sobre a arte da paciência, do saber esperar e do cuidado com o tempo de espera. No trabalha e faz acontecer os seus lindos projetos.

Crédito: Obra de No Martins

As pinturas e instalações artísticas de No Martins têm o mesmo impacto das poesias de Cuti, Oswaldo de Camargo, Jamu Minka, Arnaldo Xavier, Miriam Alves, Esmeralda Ribeiro, Kwame Yonatan, Solano Trindade e Eduardo de Oliveira. São imagens fortes do nosso quotidiano, que provocam nossa imaginação e mobilizam para luta contra o racismo.

Ouso dizer que estava diante de um “Miles Davis” da pintura negra brasileira. Durante aquelas horas de convívio, ouvindo Jorge Ben Jor, Gilberto Gil e muitos sambistas, só pensava que estava diante de um gigante que me inspirava a pensar e a me orgulhar de ser negro. Eu me reconhecia naquelas figuras retratadas com tanta beleza.

Nas conversas que tive com o mestre Lizar, artista que inspirou muita gente, ele sempre relatava a dificuldade de conseguir espaços para expor seu trabalho. A branquitude cria obstáculos difíceis de serem ultrapassados, mas na arte elitista, as exigências são enormes.

Crédito: Obra de No Martins

No Martins fala sobre a necessidade de estudar, praticar, conhecer novas técnicas, conhecer novas realidades pra além do Brasil e seguir as orientações de Rosana Paulino: paciência. Expôs seus trabalhos nos EUA, na França, na Alemanha e em galerias brasileiras com muito sucesso.

Ele trabalha para sua nova exposição na Galeria Millan, agendada para o mês de novembro, e esperada com muita alegria por todos nós. Esperamos com muita esperança por este especial momento.

Crédito: Obra de No Martins
Crédito: Obra de No Martins

PF prende dois suspeitos de matar Binho do Quilombo, filho de Mãe Bernadete

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Foto: Reprodução

A Polícia Federal (PF) prendeu dois suspeitos do assassinato de Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, também conhecido como Binho do Quilombo. Ele era representante da comunidade quilombola de Pitanga dos Palmares, na Bahia, junto com sua mãe, Maria Bernadete Pacífico Moreira, também vítima de homicídio no ano passado. A operação ocorreu nos dias 17 e 18 de julho.

“Os elementos de informação produzidos no curso dos autos demonstram que os suspeitos utilizaram na empreitada criminosa um veículo fraudulentamente adquirido em nome de terceiro, financiado mediante utilização de documentos falsificados. Restou consignado, ainda, que o número de celular utilizado por um dos investigados à época do crime foi cadastrado em nome desta mesma pessoa”, explicou a PF, em nota.

“Essas foram circunstâncias que, no início, fizeram as investigações tomar um rumo que se distanciava da correta elucidação do fato criminoso. Identificado o verdadeiro usuário do terminal telefônico de interesse, foram deferidos os dois mandados de prisão em desfavor dos indiciados, cumpridos durante a deflagração da operação”, acrescentou.

A morte de Binho do Quilombo era investigada desde setembro de 2017, quando ocorreu o crime. Ele foi assassinato a tiros dentro do carro, perto de casa, na comunidade remanescente do quilombo Pitanga dos Palmares, no município de Simões Filho, na Bahia. A motivação do crime ainda não foi divulgada. Outros oito mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos no estado. Armas e relógios de luxo foram recolhidos pelos agentes da PF.

A prisão dos suspeitos de matar Binho do Quilombo acontece quase um ano depois da morte de Mãe Bernadete, que lutou por anos por uma resposta para o assassinato do filho. Ela foi executada a tiros dentro de casa em agosto de 2023. Ela atuava como coordenadora nacional de articulação de quilombos e líder do quilombo Pitanga dos Palmares. Ela tinha denunciado a atuação de madeireiros em áreas de proteção ambiental.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a se manifestar pedindo uma investigação rigorosa. O caso também foi acompanhado pelo Ministério de Direitos Humanos e da Igualdade Racial.

Texto: Agência Brasil

Smorgasburg: Chefs negros trazem diversidade de sabores ao maior Festival de Gastronomia Criativa do Mundo, em São Paulo

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O maior festival de gastronomia criativa do mundo, Smorgasburg, chega à sua quarta edição em São Paulo nos dias 20 e 21 de julho, no entorno do Obelisco do Ibirapuera. Entre as centenas de inovações gastronômicas, um destaque especial vai para a presença marcante de chefs negros, que trazem uma diversidade de sabores e tradições à capital paulista.

Gastronomia de destaque

Este ano, o festival contará com a participação de vários chefs negros de renome:

Blackssoba (@blackssoba), comandado por Karen e Diego, oferece uma fusão de sabores asiáticos e brasileiros.

CHOCO’S 013 (@chocos013), do chef Laercio Junior (CHOCO), promete delícias irresistíveis.

Griô Comedoria (@griocomedoria), liderado por Geronimo Vinicius Vieira de Souza, celebra a culinária afro-brasileira.

Kzeiro Burguer (@kzeiroburguer), de Leonardo e Bruna, traz hambúrgueres gourmet únicos.

Le Porquet (@leporquetbr), de José Carlos Arcanjo, é especialista em pratos com porco.

Organicamente Rango (@organicamenterango), de Thiago Vinicius e Tia Jane, oferece uma cozinha saudável e sustentável.

SmorgasBar Experience

Uma das principais novidades desta edição é o SmorgasBar Experience, onde os participantes podem aprender a preparar seus próprios drinks. Vitor Marino mixologista da Pipoca e Head de Operações do SmorgasBar, ressalta a importância deste espaço que será “um bar só de profissionais negros, ensinando, sendo vistos do outro lado do balcão”. 

“Este ano, o que eu vou trazer de coquetelaria para o Smorgas são quatro drinks, inspirados nas quatro cidades onde o festival acontece. É um festival para a gente, da gente mesmo, um evento aberto e democrático, gratuito, que celebra a igualdade racial e social. É um projeto que me encanta muito e também tem uma pegada super sustentável e ESG, algo com que me identifico muito”, afirmou Marino.

Vitor Marino - Foto: Arquivo Pessoal

Programação cultural

Além das atrações gastronômicas, o Smorgasburg oferece uma programação cultural variada, com shows de jazz, soul, folk e reggae. O tributo Amy Reggaehouse, que celebra o legado de Amy Winehouse, é um dos destaques musicais.

Serviço

• Data: 20 e 21 de julho

• Horário: das 11:00 às 19:30

• Local: Obelisco do Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, S/N – Parque do Ibirapuera, São Paulo – SP)

• Ingressos: Entrada gratuita mediante apresentação dos ingressos, que podem ser retirados neste link ( clique aqui) (4 por CPF).

Com mais de 200 obras de 80 artistas negros, Museu Nacional da Cultura Afro-brasileira abre nova exposição em Salvador

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Foto: Luan Teles

Recuperar tecnologias ancestrais através da temporalidade do sagrado africano. Sob esse conceito, o Museu Nacional da Cultura Afro-brasileira (Muncab) abre, nesta sexta-feira, 19, às 18h, a exposição “Raízes: Começo, Meio e Começo”. Com mais de 200 obras de 80 artistas negros, como Emanoel Araújo, Heitor dos Prazeres, Lita Cerqueira e Juarez Paraíso, a exposição enaltece as tecnologias das matrizes africanas que moldaram a construção identitária do Brasil.

Na cultura iorubá, que chega ao Brasil no século XVIII pelos povos originários da Nigéria, Daomé e do Togo, o tempo é recorrente, com padrões e eventos que se renovam, indo de encontro à linearidade ocidental irreversível que se prende ao início, meio e fim. Dessa forma, “Raízes: Começo, Meio e Começo” propõem-se a mostrar a circularidade do tempo e a conexão do presente e do futuro com os antepassados, bem como evidenciar que nascimentos, euros de passagem e mortes são ciclos de continuidade e não de perdas, lutos ou eventos isolados.

Com curadoria de Jamile Coelho e Jil Soares, a exposição é dividida em cinco eixos temáticos, que preenchem os dois andares do Muncab: Origens, Sagrado, Ruas, Afrofuturismo e Bembé do Mercado. “‘Raízes: Começo, Meio e Começo’ entrelaça a circularidade do tempo, para refletir sobre as tecnologias ancestrais. Presente, futuro e passado formam as raízes de um grande baobá. Para algumas etnias originárias africanas, essa espécie vegetal de grande porte é a árvore da vida. Reconhecemos a diáspora afro-brasileira como uma das ramificações dessa raiz ancestral”, explica Jamile Coelho, que também é diretora do Muncab, sobre a pesquisa para a exposição.

Exposição

O núcleo “Origens” parte do princípio de tudo. Salvador é descrita como o útero da raça negra na diáspora. Narrativas visuais guiam o público pela travessia identitária das águas oceânicas que moldaram a formação dos quilombos a partir dos navios negreiros. Já o território “Sagrado” aprofunda as tradições espirituais. Mesmo dispersas, elas foram capazes de reatualizar e ritualizar suas conexões existenciais de pertencimento, por meio do culto aos orixás, nkisis e voduns juntados aos caboclos encantados da terra. Artefatos, músicas e danças celebram a força dos espíritos.

“Os visitantes são convidados a refletirem sobre a diáspora afro-ameríndia e a continuidade das tradições ancestrais, baseando-se na experiência visual como um testemunho contemporâneo. A exposição é uma jornada imersiva para contemplar esse berço civilizatório sob a perspectiva das manifestações artísticas, dos rituais religiosos e do modo de organização social e política, transmitidos entre gerações”, destacou Jil Soares.

O espaço “Ruas” abraça o “pretuguês,” neologismo que define o simbólico universo linguístico, artístico, gastronômico, político, social e cultural enraizado nas matrizes africanas. A paisagem urbana das cidades de Salvador, Luanda, Montevidéu, Porto Novo, Havana e Lagos carregam semelhanças dessa identidade sinônimo da resistência. O ambiente “Afrofuturismo” promove o encontro entre ficção científica, tecnologia, realismo fantástico e mitologia para retratar a vida plena da população negra nas artes visuais e na moda. Desta forma, recupera a autoestima de povos historicamente subalternizados, para projetar futuros libertários por meio da inserção da estética negra nas artes consideradas contemporâneas.

O eixo “Bembé do Mercado” registra os patrimônios culturais imateriais expressos na musicalidade, na língua, nos versos, nos sotaques e nos saberes sociais. A cidade de Santo Amaro, no Recôncavo da Bahia tornou-se palco do maior culto do candomblé de rua do Brasil, tendo sido realizado pela primeira vez em 1889 em celebração à Abolição da Escravatura. Um símbolo da manifestação da fé dos povos negros. “Raízes: Começo, Meio e Começo” também reverencia o princípio dinâmico de todas as coisas de Exu, o orixá regente de 2024. A exposição é uma produção do Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira em parceria com a RCD Produção de Arte.

A exposição segue até 9 de março de 2025. O Muncab funciona de terça a domingo, das 10h às 17h (com acesso até às 16h30). Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), com gratuitidade aos domingos e quartas-feiras.

Serviço:

Exposição – “Raízes: Começo, Meio e Começo”

Local: Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab)

Endereço: Rua das Vassouras, 25, Centro Histórico de Salvador, Bahia

Período: 19 de julho de 2024 a 9 de março de 2025

Horário: Terça a domingo, das 10h às 17h (acesso até 16h30)

Ingressos: R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia) | Gratuidade: Quartas-feiras e domingos

Alcione vai lançar versão de funk MTG do sucesso ‘Você Me Vira a Cabeça’

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Foto: Leo Aversa.

Pela primeira vez na carreira, Alcione vai lançar uma música de funk. Na verdade se trata de nova versão do sucesso ‘Você Me Vira a Cabeça’, dessa vez em MTG, formato que está dominando as paradas do Brasil.

Lançada em 1978 no álbum ‘Alerta Geral’, a canção ‘Você Me Vira a Cabeça’ tornou-se um grande sucesso, consolidando a carreira de Alcione como uma das vozes mais potentes e expressivas do Brasil. O funk MTG do clássico será lançado em colaboração com DJ Davi Kneip e Kelner.

MTG é uma abreviação para ‘montagem’, uma prática comum no funk que é antiga, mas que ganhou maior notoriedade ao longo do último ano, se trata de uma ‘colagem’ de sons, com novas batidas e efeitos sonoros. “Estou realizando um sonho! O primeiro da história da música brasileira a lançar um funk com a Alcione. Fico muito feliz em fazer parte desse projeto lindo junto ao meu irmão Kelner. Estamos abrindo uma porta gigante para o nosso gênero musical, com uma referência imensa da música brasileira“, celebrou Kneip. “Negociamos primeiro com ela e depois com a gravadora. Estou feliz demais. Alcione é um ícone da música brasileira e esse lançamento vai revolucionar o funk”.

A nova versão de ‘Você Me Vira a Cabeça’ será lançada em 2 de agosto.

Analfabetismo entre quilombolas é 2,7 vezes maior que a média nacional, aponta Censo 2022

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Foto: Gilvani Scatolin/Agencia Brasil

A taxa de analfabetismo entre a população quilombola é 2,7 vezes maior que a média do Brasil. Enquanto em todo o país o índice é 7%, na população quilombola alcança 18,99%. A revelação faz parte de um suplemento do Censo 2022, divulgado nesta sexta-feira (19) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa quilombola representa 192,7 mil pessoas com 15 anos ou mais de idade que não sabem ler e escrever nem ao menos um bilhete simples. De acordo com o levantamento censitário, o país tem 1,330 milhão de pessoas quilombolas, sendo 1,015 milhão com 15 anos ou mais de idade.

A coordenadora do IBGE destaca que até os 24 anos de idade, as taxas de analfabetismo dos quilombolas e da população brasileira como um todo variam cerca de dois pontos percentuais a mais para o primeiro grupo. Mas à medida que as faixas etárias vão crescendo, aumenta também a distância entre quilombolas e a média nacional. Na população com 65 anos ou mais, a relação é de 20,25% na população brasileira e 53,93% na quilombola.

“Para endereçar o analfabetismo nesse grupo [quilombola], a gente tem que olhar para essa faixa de idade também”, sugere Marta Antunes.

Disparidades de Gênero e Região

Em relação ao gênero, acontece entre os quilombolas comportamento semelhante ao da população brasileira, em que o analfabetismo dos homens é maior que o das mulheres. A taxa dos homens quilombolas é de 20,89%, superior à das mulheres quilombolas (17,11%). Essa diferença de 3,78 pontos percentuais é maior do que a observada na população total do país, que foi de um ponto percentual (6,52% das mulheres e 7,51% dos homens).

Das cinco regiões do país, o Nordeste tem taxa de analfabetismo de quilombolas (21,60%) acima da média nacional para essa população (18,99%). Em seguida aparecem o Sudeste (14,68%), Centro-Oeste (13,44%), Norte (12,55%) e Sul (10,04%).

“A gente tem taxas de alfabetização mais baixas para as pessoas quilombolas em todas as grandes regiões, então é uma situação que se repete independentemente da localização regional da população”, assinala a pesquisadora.

Situação nos Estados e Municípios

As comunidades quilombolas estão em 25 das 27 Unidades da Federação (UF). Apenas Acre e Roraima não registram essa presença. Ao observar o analfabetismo pelas UF, o IBGE verificou que oito estados têm taxas gerais acima do total quilombola (18,99%): Maranhão (22,23%), Piauí (28,75%), Ceará (26,38%), Rio Grande do Norte (24,08%), Paraíba (26,87%), Pernambuco (25,93%), Alagoas (29,77%) e Sergipe (23,76%).

A menor taxa é a do Distrito Federal, 1,26%, que chega a ser menor que a média da população geral da UF (2,77%).

Dos 1,7 mil municípios com população quilombola, foi possível verificar a taxa de alfabetização em 1.683. O Censo constatou que em 81,58%, o não letramento de pessoas quilombolas é acima da média do local. Em 20,26% a diferença supera 10 pontos percentuais.

O gerente de Territórios Tradicionais e Áreas Protegidas do IBGE, Fernando Damasco, explica que isso caracteriza uma “disparidade significativa” entre as duas populações na maior parte dos municípios. Ele detalha que entre os municípios com diferenças superiores a 10 pontos percentuais, há concentrações no Vale do Rio Amazonas, no Maranhão e no Semiárido.

“Todos os estados nordestinos têm uma concentração expressiva de municípios nessa situação”, pontua.

Marta Antunes considera que a diferença encontrada dentro dos municípios, com quilombolas vivenciando maiores taxas de analfabetismo, chama “muita atenção”. Ela adiantou que no fim do ano, o IBGE divulgará dados semelhantes, diferenciando a escolaridade das comunidades, levando em consideração se estão em área rural ou urbana.

Para ela, será uma forma de analisar melhor as disparidades. De acordo com a pesquisadora, os dados iniciais já sinalizam que há uma atenção desigual para os quilombolas em termos de investimento de políticas públicas ao longo das últimas décadas.

Debatemos igualdade racial e muitas pessoas ainda não entendem o que isso realmente significa

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Foto: Freepik

Texto: Rachel Maia

A luta por igualdade de raça é algo que debatemos sem que muitos entendam de fato o que isso quer dizer. Quando traçamos a história dos povos originários e afrodescendentes, sempre paira uma dúvida sobre termos e nomenclaturas corretas. Acredito que a negação da cultura, história e origem dos indígenas e negros seja um fator determinante para a confusão em torno de algo tão importante, que é o lugar de pertencimento de cada individuo. 

A educação é transformadora, e é por meio dela que devemos avançar na maneira que enxergamos o outro. De acordo com a (Lei nº 10639/2003), a história e cultura da África devem ser implantadas nas salas de aulas e fazer parte da educação básica nacional, no entanto, ainda temos dados relativamente baixos, quando o assunto é o ensino que se refere à história da população negra e indígena, que teve participação na construção social, econômica, política e intelectual do país. 

De acordo com o site Agência e Senado, em outubro de 2023 houve uma audiência pública interativa na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) em que a pauta se consistia em fazer valer a lei de ensino à cultura afro-brasileira, pois de acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto Alana e do Geledés – Instituto da Mulher Negra, sete em cada dez secretarias municipais não implantaram o ensino como previsto em lei. 

Temos falado muito sobre sensibilização racial, mas, ressalto sobre a importância do não esvaziamento do termo, pois se trata de um conjunto de práticas para validar as questões de raça e criar ações rumo à diversidade, que passa pela prática das leis como a Constituição Federal de 1988, de igualdade de direitos, que deixa claro que não deve haver distinção de cor, raça, gênero, crença ou qualquer natureza. 

A importância do debate sobre sensibilização racial e também sua prática na sociedade se faz necessário, uma vez que nos foi negado à educação de base sobre o assunto que corresponde a todos nós, pois se trata da história do povo brasileiro. Trabalhar em conjunto para promover atuações que correspondem a essa totalidade é um trabalho constante. 

A mudança cultural do país que exclui determinado fenótipo só será alcançada quando entendermos a relevância em sermos inclusivos de maneira plural. Validar a existência do outro, assim como validamos a nós mesmos, se faz necessário para a mudança que estamos buscando. É preciso trabalhar em conjunto e ressignificar a tratativa para que os direitos já adquiridos sejam aplicados de maneira assertiva. 

É preciso ganhar força dentro dos espaços e também fora deles, com isso possibilitamos uma educação plural desde a primeira infância, para que as próximas gerações tenham consciência e respeito pela diversidade, e que por meio dela possamos cada vez mais nos aproximar de uma sociedade que não se difere, para que no futuro, a palavra inclusão, seja algo que corresponda apenas a nossa história.

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