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Alison dos Santos e Matheus Lima avançam à semifinal dos 400m com barreiras

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Fotos: Wander Roberto/COB

O Brasil terá dois representantes nas semifinais dos 400 metros com barreiras da Olimpíada de Paris, na França. O paulista Alison dos Santos, o Piu, e o cearense Matheus Lima garantiram as respectivas vagas nas baterias desta segunda-feira (5) pela manhã, realizadas no Stade de France. A disputa por classificação à final será nesta terça-feira (6), a partir das 14h35 (horário de Brasília).

Campeão mundial da prova em 2022 e medalhista de bronze nos Jogos de Tóquio, no Japão, um ano antes, Alison disputou a terceira bateria do dia e acabou na terceira posição, em 48s75. O brasileiro, favorito a medalha em Paris, liderou a maior parte do percurso, mas diminuiu o ritmo na reta final e foi ultrapassado pelo estadunidense CJ Allen e o estoniano Rasmus Magi. Mesmo assim, foi o suficiente para se classificar, já que os três primeiros avançavam às semifinais.

Já Matheus cresceu nos metros finais da quinta bateria e avançou com o segundo melhor tempo, com 48s90, ficando atrás somente do jamaicano Malik James-King. Estrante em Olimpíada, o barreirista foi medalhista de prata nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile, no ano passado.

Principais adversários de Piu na briga pelo ouro, o norueguês Karsten Walholm e o estadunidense Rai Benjamin também avançaram às semifinais sem dificuldades. O primeiro, campeão olímpico em Tóquio e recordista mundial da prova, venceu a segunda bateria com 47s58, enquanto o segundo, prata na última Olimpíada, fez 48s82 e levou a melhor na bateria que abriu as disputas nesta segunda.

A final dos 400 m com barreiras está prevista para sexta-feira (9), às 16h45 (horário de Brasília).

Fonte: Agência Brasil

Mostra de Cinemas Africanos anuncia destaques da edição 2024 com estreias e presença de cineastas

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Foto: Olivier Marceny - Cin_France Studios Archipel 3-Dune Vision

Mostra de Cinemas Africanos anunciou os destaques da sua próxima edição, que acontece em setembro de 2024, entre os dias 11 e 18 em São Paulo (SP) e 18 a 25 em Salvador (BA). Este é o sétimo ano consecutivo do único festival calendarizado no Brasil dedicado exclusivamente à exibição de filmes africanos contemporâneos.

Abderrahmane Sissako, um dos cineastas mais consagrados do continente africano e premiado internacionalmente, estará presente na programação do evento, estreando no Brasil seu mais novo filme Black Tea (2024). O filme conta a história de uma jovem da Costa do Marfim que se apaixona por um homem chinês mais velho, após imigrar para a Ásia. O longa, que tem ganhado elogios da crítica, foi indicado para concorrer ao prêmio Urso de Ouro no 74º Festival Internacional de Cinema de Berlim.

Nascido na Mauritânia, Sissako é conhecido por filmes que exploram a globalização e o deslocamento. Seu primeiro longa-metragem, Heremakono – Esperando a Felicidade (2002), ganhou o Prêmio FIPRESCI no Festival de Cannes de 2002. Seus longas Bamako (2006)Timbuktu (2014) foram amplamente aclamados, sendo este último selecionado para concorrer à Palma de Ouro e indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.

A jovem franco-senegalesa Ramata-Toulaye Sy também é uma das convidadas especiais desta edição que vem estrear seu filme no Brasil na Mostra de Cinemas Africanos. Banel e Adama (2023) é um conto senegalês que acompanha um jovem casal de uma pequena aldeia confrontado pelas convenções da sua comunidade. Esse é o primeiro longa-metragem da realizadora, que já chegou despertando atenção e concorrendo à Palma de Ouro no Festival de Cannes 2023.

Além de participarem da sessão de estreia de seus filmes, os cineastas participarão de programações que incluem sessões de debate com o público e mesas de discussão sobre o cinema africano e intercâmbio com o Brasil. 

Em uma parceria com a Imovision, distribuidora de Black Tea e Banel & Adana, a curadoria do Mostra também se estende com a recomendação de alguns títulos disponíveis no streaming da distribuidora, a Reserva Imovision, incluindo filmes como Timbuktu, também de Abderrahmane Sissako.

Encontros do Audiovisual Brasil-África

Outro grande destaque da Mostra de Cinemas Africanos 2024 é a realização de um encontro inédito que vai reunir cerca de 40 profissionais do audiovisual africano e brasileiro, que atuam em diversos setores da cadeia de produção, do roteiro à distribuição.

Os “Encontros do Audiovisual Brasil-África” acontecem exclusivamente em Salvador (BA), como parte da programação de atividades paralelas, entre os dias 19 e 22 de setembro. Serão quatro dias de atividades intensas que incluem reuniões de trabalho, debates, palestras e eventos de networking. O público poderá participar gratuitamente, atendendo à quantidade de vagas de cada atividade.

A programação acontece em torno de quatro pilares: Pesquisa, Produção, Difusão e Formação. Especialistas dos dois lados do Atlântico Sul irão compartilhar conhecimentos e fomentar novos projetos de coprodução, visando que o cinema africano e brasileiro ganhem ainda mais força e alcance. Mais informações podem ser acompanhadas no site: www.mostradecinemasafricanos.com

O projeto Encontros do Audiovisual Brasil-África  foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal.

“Atotô – Silêncio, o Rei Está na Terra” retorna em agosto com curta temporada em São Paulo

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Foto: Rafael Berezinski

A remontagem do espetáculo “Atotô – Silêncio, o Rei Está na Terra”, encenado pela Cia Odara, está de volta ao Teatro Oficina, em São Paulo. Em curta temporada a peça será apresentada em 5, 12, 19 e 26 de agosto, sempre às 20h30. A peça, que tem direção e produção de Márcio Telles e um elenco de cerca de 40 pessoas, reúne importantes elementos sobre manutenção e resistência de narrativas Yorubás.

Prestando homenagem a Obaluaê, a apresentação conta com mais de 40 artistas pretos em um elenco  formado por atrizes, atores, bailarinos, dançarinos, cantores, músicos, percussionistas, capoeiras, sambistas, técnicos, produtores e promotores da cultura e das tradições de matriz africana. O espetáculo também conta com as participações da cantora Raquel Tobias, Jônatas Petróleo, Renato Passarinho, Dogge, além das atrizes Lena Silva, Vera luz,Viviane Clara, Silvina Elias, Luzia Rosa, Stella Valentina e ainda, parte do elenco preto do Teatro Oficina. 

Em cerca de 90 minutos a peça se baseia nos confrontos da luz e a sombra, do amor e da dor. Inspirado em um dos Itans de Obaluaê, senhor da doença e da cura, ela se propõe a realizar “uma celebração à vida num rito-espetáculo que une diversas linguagens, sempre com um olhar espacial para a capacidade humana de adaptar-se à mudança, num eterno aprendizado que provém das coisas mais simples”, comenta o diretor Márcio Telles.

Foto: Rafael Berezinski

Ele também destaca que, assim como Obaluaê, que desenvolveu poder da transmutação e a magia da cura, o ser humano deve estar aberto a novos elementos e desafios de sua jornada em busca espontânea pelo desenvolvimento espiritual. Voltando ao cartaz após ser encenada na época da pandemia, o espetáculo ocupará datas do mês dedicado a Obaluaê e que também marca o aniversário do Teatro Oficina, que completa 63 anos.

Em “Atotô – Silêncio, O Rei Está na Terra”, Exu, o mensageiro entre os dois mundos com seu gingado, convida o público a silenciar os pensamentos, em uma alusão ao significado da expressão ‘Atotô’, que significa silêncio. Os convidados são conduzidos ao grande portal da floresta sagrada, onde atabaques e xequerês buscam consonância com violinos e violoncelos e onde todos poderão acompanhar o nascimento  do grande rei negro. Ele, coberto de palhas, se faz presente na terra por meio da dança dos corpos pretos, da música e da oralidade, para mostrar, por meio de seu elenco, que a verdadeira cura vem de dentro e que a transmutação é um processo contínuo de aceitação e mudança para todas as pessoas que buscam na celebração da vida a força para resistir e transformar o luto em luta.

Foto: Rafael Berezinski

Serviço

Atotô – Silêncio, o Rei está na Terra

Local: Teatro Oficina

Endereço: Rua Jaceguai, 520- Bixiga 

Datas: 05,12,19 e 26 de Agosto, às 20h30

Duração: 90 minutos

Direção: Márcio Telles

Classificação indicativa: Livre

Ingressos: R$60 (inteira), R$ 30 (estudantes, professores de rede pública, classe artística mediante comprovação, moradores do bairro mediante comprovante de residência), R$5 (estudantes secundaristas de escola pública, imigrantes, refugiados, moradores de movimentos sociais de luta por moradia mediante comprovante)– limitados a 10% da lotação diária. Compre aqui!

Quilombo Fashion: Museu das Favelas anuncia desfile conceitual com quatro marcas pretas e periféricas

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Foto: Divulgação

O Museu das Favelas, na capital paulista, receberá um evento que contará a história de 4 marcas pretas e periféricas com um desfile conceitual e cheio de arte, com entrada gratuita, no dia 10 de agosto, a partir das 14h. O objetivo do evento é mostrar a força de marcas dentro do cenário streetwear com intervenções musicais e representações de matrizes africanas.

A Axô Megê, marca de 3 jovens pretos, Jandir, Thaís e Gustavo, que mistura o pop da cultura negra e o sagrado da diáspora africana, levará para a passarela peças que mostram desde Tupac e Malcolm X, até a visão autoral de Orixás. Já a Unidade Preta, que é uma marca que traduz a diáspora negra em sua essência, criada por Lucas Carvalho e como sócio, seu amigo de infância Kaique Augusto, conta com panos e acessórios que inspiram e comunicam a luta preta em todas as suas vertentes, ela apresentará com muito Hip Hop sua nova coleção.

Assim como a Afronthe, marca idealizada e gerida por Gabriela Bibiano, tem como missão inspirar e empoderar pessoas pretas através de sua estética cheia de referências da cultura afro. E o Ateliê Fashion LN criado por Larissa Nycoli, estará no desfile apresentando 2 collabs criadas em parceria com a Axô e a Unidade. A marca, que tem como foco representatividade negra, sustentabilidade e exclusividade, cria peças a partir da técnica de upcycling, customizações e sob medida.

Além das intervenções fashion, o evento, que terá produção de moda e stylist de Larissa Nycoli, também contará com o som da festa Salseiro que convida o DJ Moyses Pretinho para comandar as pickups. No local, os convidados poderão visitar as dependências do Museu para experienciar exposições como Favela em Fluxo, Rap em Quadrinhos, Funkeiros Cults e uma biblioteca especializada em livros de autores periféricos e de temáticas voltadas às favelas.

O Museu das Favelas está localizado no bairro Campos Elíseos, em São Paulo, ao lado do Terminal de Ônibus Princesa Isabel.

“Conectar-se com a ancestralidade é tão importante quanto conectar-se com a história”, afirma Ibi Zoboi sobre seu livro “Nigeria Jones”

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Foto: Nicole Modestin

Na mais recente obra da escritora haitiana-americana Ibi Zoboi, “Nigeria Jones”, publicada no Brasil pela editora HarperCollins, temas como feminismo, dinâmicas familiares complexas e a importância da ancestralidade são explorados com profundidade.

O livro acompanha a jornada de Nigeria Jones, uma jovem criada em um grupo separatista e antissistema, cujo mundo desmorona quando sua mãe, a matriarca do grupo, decide ir embora. Em uma entrevista exclusiva para o Mundo Negro, Ibi Zoboi revela como suas experiências pessoais influenciaram na criação de sua obra e destaca a relevância das temáticas abordadas.

“Como muitos jovens universitários, eu procurava por espaços que me ensinassem minha verdadeira história, já que não a aprendi na escola. Esses espaços se concentravam no desenvolvimento pessoal, saúde, cultura e história. Eles não eram perfeitos, mas foi aí que entendi que posso ter a liberdade de viver a vida que desejo.”, contou Zoboi.

Mundo Negro: Houve algum evento ou experiência pessoal que influenciou a criação desta história?

Ibi Zoboi: Sim, eu tenho uma experiência pessoal com espaços radicais negros. Como muitos jovens universitários, eu procurava por espaços que me ensinassem minha verdadeira história, já que não a aprendi na escola. Esses espaços se concentravam no desenvolvimento pessoal, saúde, cultura e história. Eles não eram perfeitos, mas foi aí que entendi que posso ter a liberdade de viver a vida que desejo.

MN: “Nigeria Jones” aborda temas profundos como feminismo, dinâmicas familiares e ancestralidade. Qual é a principal mensagem que você deseja transmitir aos seus leitores, especialmente aos jovens leitores negros?

Zoboi: Quero que todos os leitores entendam que é necessário remixar os valores com os quais você foi criado se eles são prejudiciais para você, mesmo que tenham sido úteis para os outros. O pai de Nigeria acredita que tem todas as respostas para ajudar os negros a serem livres, mas Nigeria não se sente livre. Ela teve que desaprender algumas coisas que seu pai lhe ensinou para descobrir o que é verdadeiro para ela. Só você sabe o que é melhor para você, mesmo que tenha uma família amorosa tentando guiá-lo na direção certa.

MN: Como você vê a importância de explorar e se conectar com a ancestralidade na busca pela libertação e identidade pessoal?

Zoboi: Conectar-se com a ancestralidade é tão importante quanto conectar-se com a história. A história não é nada sem as pessoas que a fazem. Essas pessoas também foram nossos avós e bisavós. Honrá-los é honrar a história.

Folha: A protagonista Nigeria Jones passa por uma jornada intensa de autodescoberta e transformação. Como você desenvolveu essa personagem e sua evolução ao longo da história?

MN: A história de Nigeria também é minha própria história de evolução. Eu cresci em um lar de imigrantes rigoroso. Tive que forjar meu próprio caminho para me tornar a pessoa que sou hoje. Minha mãe queria que eu vivesse o sonho americano. Mas na história de Nigeria, seu pai quer que ela evite o sonho americano. Ambas crescemos em comunidades que nos protegeram do mundo exterior. Ambas estávamos indo contra os desejos de nossos pais. Tive que recorrer às minhas próprias experiências e às experiências dos jovens que conheço para contar a história dela. Todos nós passamos por essa jornada.

MN: O livro retrata um aspecto pouco discutido da cultura afro-americana. Como você acredita que essa representação pode impactar os leitores, tanto nos EUA quanto no Brasil?

Zoboi: Existem comunidades negras em todo o mundo que abraçam sua história e cultura. Quero visitar a Bahia, onde existem tradições que conectam o povo do Brasil ao povo da Nigéria, por exemplo. Temos comunidades semelhantes nos EUA. Nem tudo foi perdido durante a escravidão. Nem tudo foi tirado de nós. Algumas pessoas estão trabalhando duro para preservar a cultura e, às vezes, elas erram. Mas vale a pena documentar para que os leitores saibam que os negros são multifacetados.

Jaciana Melquiades conquista sucesso no Spotify ao falar de amor e autoconhecimento

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Fotos: Divulgação.

Jaciana Melquiades, conhecida por sua atuação como podcaster, empreendedora, artista e ativista no Brasil, está colhendo os frutos de seu trabalho mais recente, o podcast Eu Preciso Falar de Amor. Com uma abordagem sincera e reflexiva sobre os desafios dos relacionamentos afetivos, o projeto já acumula mais de 800 mil impressões e 190 mil reproduções no Spotify, consolidando sua relevância no cenário do áudio digital.

Fundadora da “Era Uma Vez o Mundo”, iniciativa que cria bonecas e materiais educativos para promover a representatividade desde a infância, Jaciana já era uma figura importante no debate sobre educação e afeto. Mas a transição para discutir temas mais profundos sobre amor e relacionamentos foi um passo decisivo em sua carreira. “Pensar no universo infantil tem uma relação muito direta com a Jaciana que se tornou mãe. O podcast surgiu de uma necessidade pessoal de falar sobre temas que me endureceram devido a experiências ruins nos relacionamentos”, explica.

Desde seu lançamento, o Eu Preciso Falar de Amor tem se destacado no Spotify, acumulando mais de 800 mil impressões e 190 mil reproduções. Esses números impressionantes são acompanhados por uma média de 4,5 mil plays por episódio e uma retenção de 50% do público até o final. Além disso, o podcast foi incluído na lista do Radar Spotify, uma conquista que Jaciana celebra como a confirmação de que “falar sobre amor é um excelente caminho para a construção de comunidades afetivas que nos fortalecem”.

Os temas que Jaciana aborda no podcast ressoam profundamente com sua audiência. “Os episódios sobre autoamor, autocuidado e a necessidade de descentralizar o amor romântico da nossa vida geram muito interesse”, observa. Questões como ciúme, traição e responsabilidade afetiva são recorrentes nas conversas com seus ouvintes, que muitas vezes procuram no podcast uma forma de lidar com o sofrimento emocional. “É impressionante a quantidade de comentários de pessoas que estão passando por dor e buscam entender como desmontar o amor romântico como esse lugar de dor”, comenta Jaciana.

A relevância de seu trabalho também se estende para além de suas ouvintes mulheres. Jaciana nota um crescente interesse de homens negros, especialmente aqueles em terapia, que procuram entender e melhorar suas formas de se relacionar. “Há um movimento de homens negros terapeutizados que estão percebendo que têm um problema na forma de se relacionar e vêm buscar respostas”, conta. Esses homens, segundo Jaciana, estão cada vez mais cientes das críticas femininas às suas atitudes e buscam entender como podem agir de maneira diferente.

Foto: Leo Orestes.

A recepção positiva e o impacto do Eu Preciso Falar de Amor não apenas consolidam Jaciana Melquiades como uma voz poderosa no debate sobre amor e relacionamentos, mas também provam que é possível transformar experiências pessoais em projetos que conectam e inspiram milhares de pessoas. “Ver a comunidade que se formou em torno do podcast me deixa muito feliz”, reflete Jaciana. “Acredito que falar sobre amor é um caminho importante para a construção de comunidades que nos fortalecem, e os números só reforçam que estamos no caminho certo.”

Jaciana Melquiades, com mais de 18 mil seguidores fiéis, continua a moldar conversas essenciais sobre amor e autocuidado, provando que essas discussões são fundamentais para o bem-estar emocional coletivo.

Somos culpados por sofrer racismo? 

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Foto: Rodolfo Magalhães

Nesta semana, a cantora Negra Li denunciou um episódio de racismo que sofreu na loja Aslan Rigor, de vestimentas e aluguel de trajes para debutantes, localizado em São Paulo. Ela relatou que estava acompanhada da filha e de outra adolescente, quando foi ignorada pelas atendentes.

No entanto, muitos comentários nas redes sociais indagaram mais a insatisfação com uma mulher negra que gostaria apenas de fazer uma compra, do que com a própria loja e Negra Li se sentiu pressionada a explicar suas razões pessoais.

“A minha filha foi convidada a dançar numa festa de 15 anos. A amiga dela alugou a roupa lá e minha filha precisa ir lá buscar. Aproveitei pra ver se tinha as roupas para as amigas de minha filha dançarem na festa dela. É uma roupa específica que se aluga. Peças iguais para apresentação de dança! Não basta passar pelo constrangimento ainda preciso ser questionada o porque estava lá. Triste”, desabafou a cantora nos comentários do Instagram do Mundo Negro.

Entendo que pode haver uma frustração para muitas pessoas, sobre negros e negras continuarem consumindo em lojas com um histórico racista, divulgados na imprensa, como o caso da Zara. Mas as cobranças deveriam ser direcionadas aos estabelecimentos e pessoas racistas. Ou vamos normalizar o sentimento de nos sentirmos culpados por sofrer racismo?

Negra Li não precisava se sentir pressionada a explicar os seus motivos de ir numa loja com a filha, explicar o tipo de festa e o tipo de roupa que gostaria de usar. Os estabelecimentos que devem prestar um bom atendimento para as pessoas negras que desejam consumir ou serem punidos caso isso não seja feito. E não, Aslan Rigor, isso não foi um mal entendido como dito à artista, foi racismo mesmo. 

Particularmente, acho legítimo e importante os movimentos que promovem boicotes aos estabelecimentos com o histórico de racismo. Mas não são todas as pessoas negras que desejam ou podem participar. O que não justifica tal cobrança contra uma vítima.

Infelizmente, como ainda não temos uma justiça efetiva no Brasil contra os racistas, o nosso último recurso, muitas vezes, acaba sendo desabafar nas redes sociais e tudo o que poderíamos fazer é acolher.

David Pina conquista a primeira medalha olímpica de Cabo Verde na história

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Foto: Cristiano Barbosa

David Pina, 27, entra para a história ao conquistar a primeira medalha olímpica de Cabo Verde na história. O pugilista derrotou o zambiano Patrick Chinyemba nas quartas de final do boxe, na categoria masculina até 51kg, nesta sexta-feira, 2, e já assegurou o pódio nas Olimpíadas de Paris 2024.

Nesta modalidade, os dois semifinalistas já conquistam a medalha de bronze, mas o cabo-verdiano ainda almeja a medalha de ouro. Sua próxima luta será no domingo, 4 de agosto, contra o uzbeque Hsanboy Dusmatov

Há cinco meses, o atleta cogitou abandonar o boxe, após perder uma das chances de classificação aos Jogos Olímpicos e agora conquista um grande feito na carreira e para o país. 

O Cabo Verde estreou nos Jogos Olímpicos em Atlanta 1996, mas nunca havia subido ao pódio. Além disso, essa é a terceira medalha na história da África lusófona, sendo as duas de Moçambique, conquistados pela Maria Mutola no atletismo, com bronze nos 800m rasos em Atlanta 1996 e ouro na mesma prova em Sydney 2000.

Exclusivo: novas imagens de MV Bill na novela ‘Volta por Cima’ são divulgadas

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Foto: Globo/Fábio Rocha

MV Bill realizará a sua segunda novela na carreira, ‘Volta por Cima‘, prevista para ir ao ar em setembro, na TV Globo. O artista dará vida ao motorista de ônibus Lindomar, um homem bom, correto em seus princípios e muito amoroso com as duas filhas, Madalena (Jessica Ellen), a protagonista da trama, e Tati (Bia Santana).

Ele está prestes a se aposentar e sonha com uma vida mais calma. Tem muitos planos: descansar; cuidar da casa e da filha mais nova para que a mais velha possa voltar a estudar. Acolhe em casa o cunhado Osmar (Milhem Cortaz), por quem lamenta não ter tido sorte na vida. A morte de Lindomar em um acidente com o ônibus desencadeia os acontecimentos da trama, assim como a sorte de um bilhete milionário premiado que tem um pouco antes de morrer e do qual não usufruiu em vida.

Foto: Globo/Fábio Rocha

A estreia de MV Bill como ator de novela aconteceu em 2010, quando integrou o elenco da 18ª temporada da ‘Malhação‘, quando interpretou o professor André.

Segundo a sinopse, a novela ‘Volta por Cima’ conta a história de Madalena, uma jovem mulher batalhadora que teve que adiar seus sonhos pessoais para ajudar no sustento da família. Apesar das dificuldades, ela não esmorece diante das lutas diárias e vislumbra no empreendedorismo o caminho para um futuro mais próspero. E a de Jorge, conhecido como Jão (Fabrício Boliveira), um jovem que começou como trocador de ônibus, se esforçou para conquistar o sonhado diploma de administração e agora almeja um cargo melhor na empresa, mas é preterido pela indicação de um amigo da mulher do patrão.

Criticada por competir com cabelo ‘bagunçado’, Simone Biles rebate: “Não faça comentários sobre o cabelo de uma mulher negra”

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Foto: ELSA/GETTY

Nem mesmo as duas medalhas de ouro conquistadas por Simone Biles em Paris a imunizaram de receber críticas sobre seu cabelo durante os jogos olímpicos. Na internet, usuários criticaram a atleta por ter o cabelo ‘bagunçado’. Através de seu perfil no Instagram, Biles impôs limites e respondeu os comentários negativos.

“Não venham me criticar por causa do meu cabelo. Ele está arrumado, mas o ônibus não tem ar condicionado e está tipo 9.000 graus,” legendou Biles em um vídeo no Instagram Stories, enquanto segurava um ventilador elétrico. “Da próxima vez que pensar em comentar sobre o cabelo de uma garota negra, simplesmente não faça,” escreveu ela.

Foto: Lionel Boaventure / AFP via Getty Images.

Por mais elogios que a ginasta superstar receba por quebrar recordes e ganhar ouros, ela continua sendo vítima do intenso escrutínio em torno de sua aparência. “Eu amo Simone Biles, mas, maninha, por que você não colocou gel/prendeu seu cabelo como se estivesse nas Olimpíadas?”, escreveu um usuário do X , por exemplo. “Simone Biles é um talento inegável, mas neste ponto, tenho que acreditar que seu cabelo bagunçado é UMA ESCOLHA”, escreveu outro .

Contudo, fãs de Simone a defenderam nas redes. “Ela está [lá fora] fazendo coisas notáveis. Não dou a mínima para a aparência do cabelo , unhas etc. dela! Comemorem as conquistas dessa mulher extraordinária”, escreveu uma pessoa no X, formalmente conhecido como Twitter.

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