Uma estátua em homenagem a Tina Turner foi inaugurada no último sábado (27) na cidade de Brownsville, no Tennessee, local onde a artista cresceu antes de se tornar a Rainha do Rock ‘n’ Roll e uma das cantoras mais reconhecidas do mundo.
A escultura, com cerca de 3 metros de altura, retrata Tina segurando um microfone e usando seu penteado volumoso, como se estivesse em performance no palco. Criada pelo escultor Fred Ajanogha, a obra foi esculpida em argila e fundida em bronze, em um trabalho que levou cerca de um ano para ser concluído.
A cerimônia de inauguração fez parte dos Dia do Patrimônio de Tina Turner, celebração anual da vida e obra da artista no Tennessee. O monumento foi financiado por cerca de 50 doadores. A estátua foi instalada próxima ao Tina Turner Museum, que funciona na antiga escola que Turner frequentou quando criança, reformada e transferida para Brownsville em 2014.
Tina Turner faleceu em 24 de maio de 2023, aos 83 anos, de causas naturais. Ao longo de sua carreira, foi vencedora de oito prêmios Grammy e emplacou sucessos como Nutbush City Limits, Proud Mary e What’s Love Got to Do With It, se tornando referência para diferentes gerações de artistas.
Ana Paula Xongani, uma voz fundamental que une empreendedorismo e ativismo, compartilha reflexões potentes sobre a trajetória da personagem Raquel, da novela ‘Vale Tudo’, pensando no impacto da narrativa midiática para mulheres negras, além da importância de acesso a crédito e a urgência de políticas que favoreçam o crescimento de pequenos negócios.
Apesar de Xongani perceber a similaridade de Raquel com muitas empreendedoras do Brasil, ela tem um duplo sentimento em relação à personagem, pois a novela deveria trazer uma outra narrativa. “O papel da Raquel se distancia da ideia desse imaginário positivo que a gente quer, de nos trazer luz, de nos trazer expectativa, de nos trazer boas experiências, inclusive de nos trazer cases de sucesso”, diz a empreendedora e comunicadora, em entrevista à editora-chefe do site Mundo Negro, Silvia Nascimento.
Raquel, interpretada pela Taís Araujo, na novela Vale Tudo (Foto: Reprodução/TV Globo)
Ela também fala sobre sua própria jornada à frente do Ateliê Xongani e da empresa de comunicação APX, revelando como o aprendizado adquirido no primeiro empreendimento ajudou a construir um segundo negócio mais sólido e estratégico. Além de mentorias, Ana Paula considera fundamental que mulheres negras tenham acesso direto a investimentos, para que possam ousar, inovar e até errar.
“Eu tenho certeza que o acesso ao dinheiro faria com que a gente acertasse melhor e errasse com mais segurança porque empreender também precisa ser sobre a possibilidade de errar. Porque quando a gente fala sobre investimento, a gente está falando sobre riscos, e riscos precisam ser considerados”, pontua, ao destacar a importância do financiamento direto dos órgãos públicos e privados, além do apoio da sociedade civil.
Leia a entrevista completa abaixo:
Ana Paula Xongani (Foto: Divugação)
MN: Ana, enquanto empreendedora no Brasil, quais reflexões o papel da Raquel de ‘Vale Tudo’ tem te despertado?
Ana Paula: Eu tenho um duplo sentimento pelo papel da Raquel, porque nesses diálogos que eu tenho com as minhas seguidoras, a gente entendeu juntas que a dramaturgia, o papel da TV, o papel da novela é criar imaginários, principalmente imaginários positivos para mulheres negras, para empreendedoras negras, sendo que a gente é a maioria nesse país, e que o papel da Raquel, ele se distancia da ideia desse imaginário positivo que a gente quer, de nos trazer luz, de nos trazer expectativa, de nos trazer boas experiências, inclusive de nos trazer cases de sucesso, de como essa mulher empreende. Que atende no Brasil e consegue ter sucesso, enfim, então esse é um primeiro sentimento.
Ao mesmo tempo, eu vejo muita similaridade do papel da Raquel com muitas empreendedoras do Brasil. Então, tanto a falta de acesso a crédito e a isso se tornar muito vulnerável, quanto esse lugar da confiança, de confiar nas pessoas e, de repente, as pessoas não serem tão confiáveis assim, quanto também a resiliência. O empreendedorismo exige no Brasil, por conta da falta de estrutura, uma resiliência muito grande. Então, acho que isso coincide com o papel da Raquel em Vale Tudo.
Também não posso deixar de dizer que fiquei muito emocionada. Eu fiquei, sim, emocionada com aquela cena onde ela fala: “Se eu cair 100 vezes, eu vou me levantar 101 vezes”. Eu me reconheço nessa fala, ao mesmo tempo que tem hora que eu não aguento mais. Ela falando: “vamos embora, é isso aí, vamos para frente”. Porque eu acho que esse lugar, dessa energia eterna, dessa positividade constante, empregada às mulheres negras que não podem desmurecer, também é muito problemático. Então é isso, eu tenho um sentimento duplo por essa personagem, ambíguo mesmo. E tô aceitando e acolhendo esses dois sentimentos complexos sobre a personagem.
Ana Paula Xongani (Foto: Divugação)
MN: Como foi a sua jornada de empreendedora para lidar com as finanças e a parte jurídica?
Ana Paula: Eu considero que eu tive duas jornadas. Eu tenho duas empresas. No Ateliê Xongani foi bastante inocente. Foi bastante inocente, fazendo com muito pouco. A gente no Ateliê Xongani nunca teve acesso a crédito. A gente nunca conseguiu nem dos programas federais, nem dos programas divulgados. Então a gente sempre investiu com recurso próprio. O que eu tenho certeza que dificultou essa jornada. Então no Ateliê Xongani era tudo muito primário. Primário não sei se é a palavra, né, mas artesanal, essa parte financeira e jurídica. Mas aí com o passar do tempo no Ateliê Xongani, eu fui aprendendo com muito estudo, mentorias importantes de consultores financeiros, mentoria de instituições como o Sebrae, estudo no Senac, enfim a gente mergulhou bastante nessa parte de estudo das finanças e da parte jurídica. Depois de um tempo, a gente tinha inclusive apoio jurídico.
Quando eu fui começar a minha segunda empresa que é a empresa de comunicação APX, eu já tinha um background muito maior da Ana Paula Xongani, então eu entendo que eu comecei muito mais madura, sabendo fazer uma gestão muito melhor e já entendendo desde muito cedo que algumas funções eu poderia contratar. Porque eu já parto de outro lugar. Eu sempre falo isso, que o Ateliê Xongani gerou autonomia para que a Ana Paula Xongani empreendesse de um outro lugar. Então, como eu estava empreendendo de outro lugar, eu não sabia que eu podia contratar parceiros e pagar parceiros para que isso acontecesse. Então não é à toa que hoje a APX tem 10 assessorias para apoiar, inclusive a assessoria jurídica, assessoria de finanças, assessoria de investimento. Enfim, então eu parto de um outro lugar, e é por isso que a gente tem resultados tão positivos, e não só, mas também a gente tem resultados perenes, a gente é sólido nesse mercado, graças a esse conhecimento jurídico de finanças.
MN: Quais são os maiores desafios para as mulheres negras que empreendem no país?
Ana Paula: Acesso a crédito, eu acho que isso é muito importante. Eu acho que a quebra desse teto entre o empreendedorismo e o empresariado. Até o nome eu venho questionando ultimamente. Por que as mulheres negras são empreendedoras e os homens brancos são empresários, startupers, enfim, outros nomes? Então eu acho que quebrar esse teto, entender o empreendedorismo como um primeiro passo, se não como um passo fadado e eterno, eu acho que é um desafio muito grande para nós mulheres negras que empreendemos aqui.
Tem uma outra coisa, aprofundando um pouco mais, que são os impostos, né. Quando você tenta dar um pequeno passo enquanto empreendedora no Brasil, principalmente quando você tem MEI, os impostos são muito caros, iguais a grandes empresas. Os encargos são muito caros. Então muitas vezes a gente fica travado nesse crescimento por conta disso. Deveria ter políticas que acompanhassem inclusive o limite, o faturamento dessas microempresas. Isso não acontece no Brasil e também eu acho que um desafio agora prático, da vida prática da empreendedora, é que quando você empreende você fica muito longe do que você sabe fazer. Um exemplo: se você é uma grande confeiteira, a última coisa que você vai fazer é confeitar bolos e isso é muito ruim. Emocionalmente é muito ruim, financeiramente é muito ruim, estruturalmente é muito ruim, porque a gente fica longe da nossa principal potência que a gente tem que dar conta de tudo, das potências, das fraquezas. Então isso é um problema constante na vida prática das empreendedoras do Brasil.
Ana Paula Xongani (Foto: Divugação)
MN: Na sua opinião, o que hoje é mais urgente para impulsionar os negócios liderados por mulheres negras: mais mentorias ou mais investimento financeiro direto?
Ana Paula: Se for para escolher entre os dois, eu acho que mais investimento direto porque, pensando de modo geral, as empreendedoras, a gente precisa o tempo todo se qualificar na questão financeira, mas tem muitas empreendedores que estão prontas para liderar e para gerir grandes investimentos. Então acho que mais financiamento direto dos órgãos públicos e privados, além do apoio da sociedade civil, também da credibilidade. Eu tenho certeza que o acesso ao dinheiro faria com que a gente acertasse melhor e errasse com mais segurança porque empreender também precisa ser sobre a possibilidade de errar. Porque quando a gente fala sobre investimento, a gente está falando sobre riscos e riscos ele precisa ser considerado, inclusive com uma margem de erros e mulheres negras não têm essa possibilidade de acertar. Acertar com grana, com o dinheiro em mãos, muito menos de errar.
MN: Como o empreendedorismo influenciou na sua carreira?
Ana Paula: O que eu aprendi como empreendedora contribuiu muito para esse segundo empreendimento de comunicação. E também nessas muitas facetas, nesses muitos braços que eu tinha ter no Ateliê Xongani, um deles era comunicação. E aí eu pude desenvolver a comunicação para abrir essa segunda empresa. Então a minha trajetória de empreendedorismo influenciou totalmente na minha trajetória como comunicadora, além do que eu falei na pergunta anterior que o meu primeiro empreendimento financiou o meu segundo empreendimento. Isso é uma coisa que me orgulha muito. Então o Ateliê Xongani deu o espaço de autonomia para a Ana Paula Xongani, não só a grana, mas tempo e estrutura. Isso é muito fundamental. Isso é muito bonito. O que a gente pretende como projeto de futuro, um projeto de autonomia onde a gente pode sustentar e investir nos nossos próprios projetos sonhos e acreditar neles.
O documentário ‘Cartas Para’, dirigido por Vânia Lima, será exibido na mostra “Première Brasil: Novos Rumos” do Festival do Rio. O filme acompanha as escritorasElisa Lucinda (Brasil), Paulina Chiziane (Moçambique) e Raquel Lima (Portugal) na troca de cartas que atravessam o Atlântico e revisitam a história colonial. A produção revela desejos, dores e resistências de escritoras negras em diferentes países da lusofonia, em uma narrativa que mistura som, espiritualidade e corpo para desafiar o racismo, o machismo e a xenofobia.
A première acontece no dia 5 de outubro, em sessão para convidados. O público poderá assistir ao filme no dia 6, às 16h15, no Estação Rio 5, com debate após a sessão, e no dia 7, às 18h, no CineCarioca José Wilker 1. Os ingressos estarão disponíveis no site ingresso.com a partir do dia 30 de setembro.
Paulina Chiziane (Foto: Divulgação)
“Todo poeta está escrevendo uma carta, um bilhete. Mesmo que seja para si mesmo. Mesmo que seja para o imaginário. Nunca é sem remetente”, afirmou a poetisa e atriz Elisa Lucinda, no filme.
“O poder de uma voz não conhece fronteiras e atravessa espaços e tempos. (…) Para ter voz, é preciso lutar por ela e conquistá-la”, escreveu Paulina Chiziane, a primeira mulher negra a publicar um romance em Moçambique e a primeira africana a receber o Prêmio Camões (2021), em carta para poetisa e ativista portuguesa Raquel Lima, revelada no filme.
Raquel Lima (Foto: Divulgação)
Para Vânia Lima, a experiência foi transformadora: “Acho que contamos uma história juntas, um filme com elas e não sobre elas. Foi uma experiência que mudou a minha forma de dirigir e de pensar documentário. O filme me ensinou a aceitar a força das histórias que ganharam vida própria durante a sua realização. O Festival do Rio será um primeiro encontro com o público, estou ansiosa e grata pela seleção em um dos maiores e mais tradicionais festivais do Brasil.”
Com mais de 30 projetos no currículo e 25 anos de atuação com o Grupo Têm Dendê, a diretora é uma das vozes mais ativas do audiovisual brasileiro. O filme conta ainda com Keyti Souza e Taguay Tayussy na produção executiva, Bruno Ramos na direção de produção e Cláudio Antônio na direção de fotografia, reunindo equipes do Brasil, Moçambique e Portugal para celebrar narrativas negras e descentralizadas.
Exatamente 25 anos depois de sua estreia no Armazém 14, no Recife, o premiado espetáculo “A Máquina” retorna aos palcos brasileiros, trazendo nova geração de atores para revisitar a história que marcou a dramaturgia nacional. Adaptado do romance homônimo de Adriana Falcão e dirigido pelo consagrado João Falcão, o espetáculo foi responsável por revelar ao país talentos como Wagner Moura, Lázaro Ramos, Gustavo Falcão e Vladimir Brichta, até então desconhecidos do grande público. A temporada começa 9 de outubro, no TEATROIQUÈ, em São Paulo, e segue até 14 de dezembro de 2025, com circulação prevista pelas principais capitais a partir de 2026.
O enredo se passa na fictícia cidade de Nordestina, uma típica cidade interiorana brasileira, onde o jovem Antônio decide transformar seu destino e o da cidade para impedir que sua amada Karina parta. Determinado, promete o impossível: viajar no tempo e trazer o mundo até sua cidade. Para Lázaro Ramos, um dos atores originais, a história de Antônio é também uma reflexão sobre o futuro que cada um deseja construir: “Era a história desse homem que queria fazer com que seu amor permanecesse em Nordestina, na terra deles, e pra isso ele ia pro futuro. E a gente pensava muito nisso, qual era o futuro que a gente queria construir”.
Na nova montagem, Alexandre Ammano, Bruno Rocha, Marcos Oli e Vitor Britto, do premiado Coletivo Ocutá (O Avesso da Pele), dão vida a Antônio, enquanto Agnes Brichta, filha de Vladimir Brichta, interpreta Karina. O diretor João Falcão precisou reconstruir a imponente cenografia da montagem original — mais de 600 quilos de cenário com um palco giratório que simboliza a passagem do tempo. O desafio técnico mantém a essência da obra e reforça o cuidado em transmitir a sensação de movimento e transformação.
Diferente de outras montagens de sucesso de Falcão, como “A dona da história” (1997) ou “Gonzagão – A lenda” (2015), “A Máquina” foi mais comentada do que vista, devido à capacidade limitada do público e à agenda dos atores. “Chegou a hora de mais gente conhecer Nordestina e a história de Antônio e Karina”, afirma Falcão, celebrando a oportunidade de apresentar o clássico a novas plateias.
Serviço
Local: TEATROIQUÈ – Rua Iquiririm, 110, Vila Indiana, Butantã, São Paulo Temporada: 9 de outubro a 14 de dezembro de 2025 (não haverá apresentação em 25/10) Horários: Quinta e Sexta, 21h | Sábado, 18h e 21h | Domingo, 18h Ingressos: R$150 (inteira) e R$75 (meia) – à venda pelo Sympla Lotação: 200 lugares Duração: 70 minutos Classificação: Livre
Ficha técnica
Baseado no livro de Adriana Falcão
Adaptação e Direção: João Falcão
Elenco: Agnes Brichta, Alexandre Ammano, Bruno Rocha, Marcos Oli e Vitor Britto
Co-direção e Preparação Corporal: Gustavo Falcão
Cenografia: João Falcão e Vanessa Poitena
Cenografia Original: João Falcão e Denis Nascimento
A cantora e produtora Solange Knowles acaba de expandir sua plataforma criativa, Saint Heron, com o lançamento da Saint Heron Library, uma biblioteca digital que oferece acesso gratuito a obras raras e esgotadas de autores, poetas e artistas negros e pardos. A iniciativa visa preservar e compartilhar a riqueza da literatura negra, garantindo que vozes históricas e contemporâneas permaneçam acessíveis para as futuras gerações.
A biblioteca digital reúne uma coleção curada de livros, zines e catálogos de primeira edição, muitos dos quais estão fora de circulação. Entre os títulos disponíveis estão Shakespeare in Harlem, de Langston Hughes, e Bloodchild, de Octavia E. Butler. Os leitores podem emprestar uma obra por vez, com um período de 45 dias, sem custos, incluindo envio e devolução gratuitos. O sistema de empréstimo é baseado na confiança da comunidade, com a devolução dos livros sendo essencial para manter a continuidade do projeto.
Em um contexto onde a literatura negra frequentemente enfrenta marginalização e falta de acesso, a Saint Heron Library surge como uma ferramenta vital para democratizar o conhecimento e a cultura. Através dessa iniciativa, Solange reafirma seu compromisso com a preservação e promoção da arte e literatura negra, oferecendo uma plataforma onde essas vozes podem ser ouvidas e apreciadas por todos.
A biblioteca está disponível exclusivamente para residentes dos Estados Unidos e pode ser acessada através do site oficial: library.saintheron.com. Para mais informações sobre a plataforma e outras iniciativas culturais, visite saintheron.com.
Lewis Hamilton, piloto britânico da Ferrari e heptacampeão mundial de Fórmula 1, optou por não participar do teste de pneus realizado nesta sexta-feira (26) no circuito de Mugello, Itália. O motivo: acompanhar seu cão de estimação, Roscoe, que entrou em coma induzido após sofrer uma parada cardíaca durante exames médicos. O incidente deixou o piloto visivelmente preocupado, compartilhando a situação com seus seguidores nas redes sociais e pedindo apoio e orações.
Roscoe, bulldog de Hamilton, já acompanha o piloto há anos, sendo presença constante em viagens e eventos do automobilismo. A notícia gerou grande repercussão online, com fãs e colegas de Fórmula 1 demonstrando solidariedade. Hamilton revelou que a equipe médica tentaria acordar Roscoe no dia seguinte, mas que ainda havia incerteza quanto à recuperação do animal.
Na ausência de Hamilton, a Ferrari seguiu com os testes com Charles Leclerc e o piloto de reserva Guanyu Zhou. A escuderia italiana está preparando mudanças técnicas importantes para a temporada de 2026, incluindo a estreia de novos pneus mais duros e estreitos. Apesar da ausência de Hamilton, a equipe conseguiu conduzir os testes sem maiores impactos no cronograma.
O gesto de Hamilton evidencia a relação profunda entre o piloto e seu cão, mostrando que, mesmo em meio às pressões da Fórmula 1, ele prioriza estar ao lado de seu animal em um momento crítico. A comunidade da F1, bem como fãs de automobilismo ao redor do mundo, têm expressado apoio e mensagens de solidariedade, reforçando a importância da empatia e dos laços de afeto que vão além das pistas de corrida.
Do encontro entre o clássico de William Shakespeare e a provocação da obra Hamlet Machine (1972), surge ‘BLACK MACHINE’, espetáculo que coloca Hamlet e Ofélia frente a frente em corpos negros. A peça mistura tradição e contemporaneidade para discutir gênero, raça, necropolítica, masculinidade, dor e desejo. Em cartaz até 28 de setembro na Casa do Povo e depois segue com mais dez sessões na Casa Farofa, ambas em São Paulo.
Com dramaturgia de Dione Carlos e concepção de Fernando Lufer e Eugênio Lima, a montagem é dividida em duas partes e promove um embate radical entre dois grandes cânones do teatro ocidental. Hamlet dialoga com vozes como Frantz Fanon, Jean-Michel Basquiat, Aimé Césaire e Mano Brown, enquanto Ofélia se inspira em Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro e Erykah Badu.
“A grande brincadeira de Black Machine é que, na verdade, os personagens clássicos estão tentando ser atores. Só que eles ‘incorporam’ em corpos negros em pleno século 21 e nós estamos investigando quais seriam as implicações disso”, comenta Eugênio Lima.
Segundo a sinopse oficial, em um embate radical com os cânones do teatro ocidental, Black Machine reinventa Hamlet e Ofélia numa peça pop. Ele é um Hamlet pós-colonial, atravessado por vozes de grandes pensadores negros.
Em um espaço entre o delírio, o manifesto e a performance, os dois personagens criam um “debate de gênero com pitadas de melodrama” confrontando, raça, necropolítica, masculinidade tóxica, dor e desejo — enquanto expõem as ruínas de um mundo reconstroem suas identidades em pleno palco.
Feita de estilhaços poéticos, provocações filosóficas e camadas de referências políticas, a peça é um experimento polifônico em que o clássico é atravessado pelo presente: da colonização à globalização, das dores íntimas à violência sistêmica. Hamlet e Ofélia se enfrentam, se provocam, se reinventam — e, ao fazer isso, expõem o mundo em que vivem.
SERVIÇO
Black Machine Duração: 80 minutos | Classificação: 12 anos
CASA DO POVO
Data: até 28 de setembro; sábado 27/09, às 20h e domingo dia 28/09, às 18h. Endereço: R. Três Rios, 252 – 2º andar – Bom Retiro Ingresso: GRATUITO Telefone: (11) 95309-4766 Instagram: @_casadopovo
Acessibilidade: Libras dias 19 e 26/09
CASA FAROFA Data: de 01 de outubro a 11 de outubro, de quinta a sábado, às 20h; domingos às 18h
* quarta dia 01 de outubro às 20h.
** sábados dia 04 e 11 de outubro sessões extras, às 18h
Endereço: R. Treze de Maio, 240 – Bela Vista Ingresso: GRATUITO Instagram: @farofasp Acessibilidade: Libras dias 03 e 10/10
Assata Shakur, ativista dos direitos civis e ex-membro do Partido Panteras Negras, morreu aos 78 anos em Havana, onde vivia em exílio desde 1984. Conhecida por sua luta contra o racismo nos Estados Unidos, Shakur se tornou símbolo da resistência negra e da luta por justiça social. A informação foi confirmada pelo Ministério de Relações Exteriores de Cuba. (Veja aqui)
“No dia 25 de setembro de 2025, em Havana, Cuba, a norte-americana Joanne Deborah Byron, “Assata Shakur”, morreu, como consequência de padrões de saúde e sua idade avançada”, diz a nota oficial.
Nascida JoAnne Deborah Byron em 1947, ela se envolveu na militância ainda jovem, integrando inicialmente ao Partido Panteras Negras e, posteriormente, o Exército de Libertação Negra. Sua trajetória foi marcada por confrontos com o sistema judicial americano: em 1977, foi condenada pelo assassinato de um policial, mas sempre afirmou sua inocência, denunciando perseguição política.
Em 1979, após escapar da prisão, Assata conseguiu asilo em Cuba, onde viveu até sua morte. Durante décadas, ela continuou a inspirar movimentos antirracismo e de direitos civis, sendo celebrada como uma figura de resistência negra mundial.
Nos dias 27 e 28 de setembro, o restaurante Casa de Ieda, comandado pela chef baiana Ieda de Matos, será espaço de uma celebração que une fé, ancestralidade e sabor. Para homenagear os gêmeos – os orixás Ibeji e os santos Cosme e Damião – , a tradição do caruru ganha vida em São Paulo, reunindo a comunidade em um encontro de partilha e afeto.
O cardápio traz o caruru, prato de origem afro-brasileira, feito com quiabo, azeite de dendê e acompanhamentos, servido de forma comunitária, como manda a tradição. Não é necessário fazer reserva: basta chegar, comprar as fichas, retirar o prato diretamente na cozinha e participar da confraternização.
Para garantir que todos possam viver a experiência, o espaço será dinâmico, com poucas mesas e cadeiras. “A ideia é se alimentar e dar espaço pra quem precisa sentar, pedimos a colaboração de todas as pessoas. Bejeró!!!!”, anunciaram nas redes sociais.
26 de setembro é o dia dos santos gêmeos médicos na Igreja Católica, conhecidos por serem protetores das crianças, que teriam vivido na Ásia e cuidavam da saúde das crianças gratuitamente. Já na Umbanda e no Candomblé, é no dia 27 de setembro que os orixás Ibeji são celebrados. Nesta época, são oferecidos carurus para as crianças em forma de agradecimento e de novos pedidos.
Serviço
Caruru de Cosme, Damião e Ibeji Quando: 27/09 das 13h às 18h e 28/09 das 13h às 17h Endereço: Casa de Ieda – Rua Ferreira de Araújo, 841, Pinheiros – SP Instagram: @casadeieda
Depois de viver sua primeira protagonista em ‘Garota do Momento’ (2024), Duda Santosacaba de conquistar mais um grande papel. A atriz foi escolhida para protagonizar ‘A Nobreza do Amor’, próxima novela das seis da TV Globo. A informação é da Coluna Play da TV Globo e Notícias da TV.
Na trama, Duda dará vida à princesa Alika, herdeira do trono do fictício reino africano de Batanga. Após um golpe de Estado liderado por Jendal (interpretado por Lázaro Ramos), a jovem é obrigada a fugir para salvar a própria vida. Ao lado da mãe, Niara, ela se refugia no interior do Nordeste brasileiro, onde passa a viver sob o nome de Lúcia.
A história mistura política, romance e ancestralidade. Na nova terra, Alika se apaixona por Tonho, trabalhador de uma fazenda e descendente direto do lendário rei Shaka, um dos maiores líderes da história africana. Juntos, eles se unem para lutar contra o poder de Jendal e libertar o povo de Batanga.
A novela é assinada por Elísio Lopes Jr., Duca Rachid e Júlio Fischer, e promete apresentar ao público uma princesa forte, politizada e decidida, que enfrenta o racismo, as desigualdades sociais e busca retomar o trono que lhe foi roubado.
Os únicos nomes confirmados no elenco até o momento são Duda Santos e Lázaro Ramos, pois a escalação ainda está em formação. Taís Araujo foi convidada para interpretar a rainha Niara, mas recusou por precisar de uma pausa após as gravações de ‘Vale Tudo’.
Com estreia prevista para março de 2026, depois do Carnaval, ‘A Nobreza do Amor’ é uma das grandes apostas da Globo para trazer mais diversidade e representatividade às novelas, apostando em romance, aventura e fortes embates políticos.