27 de setembro é dia de saudar os ibejis: aprenda a fazer o caruru

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27 de setembro é dia de saudar os ibejis: aprenda a fazer o caruru
Foto: Aline Chermoula.

“Agradecer e pedir proteção para nossas crianças.Salve a força, a pureza e a alegria das crianças! Que essa energia inunde nossos caminhos! Bejeró!” Ensina Dona Angélica Moreira chef de cozinha do @ajeumdadiaspora “Cosme e Damião vem comer seu caruru. Cosme e Damião, eu hei de todo ano fazer caruru pra tu” Letra de Música de Mariene de Castro (Cosme Damião).

27 de setembro é data importante para o povo de santo, dia de ofertas de carurus e doces para Cosme e Damião. 26 de setembro é o dia dos santos gêmeos médicos na Igreja Católica, conhecidos por serem protetores das crianças, que teriam vivido na Ásia e cuidavam da saúde das crianças gratuitamente.

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Já na Umbanda e no Candomblé, é no dia 27 de setembro que são oferecidos carurus para as crianças em forma de agradecimento e de novos pedidos. O caruru, comida feita com quiabo cortado, camarão seco, azeite de dendê entre outros temperos, é oferecido para homenagear diversos santos e santas tanto dentro da religião católica e dos orixás no Candomblé e na Umbanda ao longo do ano. A exemplo do Caruru de Santa Bárbara no dia 4 de dezembro ou da Festa da Boa Morte, que ocorre no mês de agosto em Cachoeira, no Recôncavo Baiano.

O Caruru de sete meninos, oferecido em setembro, tem acompanhamentos no prato que variam de feijão fradinho, arroz, farofa de dendê, ovos cozidos, xinxim de galinha, banana da terra frita, rapadura, cana-de-açúcar e pipoca. Chamado também de caruru completo que reverencia não só os ibejis, mas todos os orixás.

São Cosme e Damião no Candomblé é associado ao orixá Ibeji, que significa gêmeos na cultura Iorubá, mas há outras divindades associadas a crianças a depender da nação. O nascimento de gêmeos, na cultura Iorubá, é considerado como um fenômeno divino e sagrado, e a simbologia do caruru vem daí.

Há uma diferença entre o orixá Ibeji e os erês. Os erês representam espíritos de crianças que foram escravizadas, viveram em situação de fome e abandono. Por isso geralmente estão associados a comida. Como o 27 de setembro é dia de São Cosme e Damião, setembro é o mês associado aos erês, às crianças. Como se eles fossem “padroeiros” ou “patronos” delas, das crianças abandonadas e das que sofreram durante a escravização ou no pós escravização.

Há algo bem interessante nessa data: uma inversão em termos da hierarquia que há no Candomblé. Se em outros momentos quem se serve primeiro são os mais velhos, com maior idade ou maior tempo de iniciação, desta vez são as sete crianças, ou sete meninos(as), que comem primeiro.

Tem o momento que as crianças vão comer primeiro. Mas todo mundo vai comer e se alimentar. Também tem a questão de comer com as mãos e limpar as mãos na saia de quem ofertou o caruru. Ofertar o Caruru de 7 meninos a São Cosme e Damião: uma missão de vida de pessoas que nascem no dia 27 de setembro e que a família por parte de mãe tem como base religiosa e contar a história com o dia de Cosme e Damião é uma tradição.

Dar o caruru é uma forma de honrar, agradecer e de pedir também. E quando as coisas acontecem, você acredita naquilo cada vez mais, você começa a ter a fé como algo que move montanhas mesmo. Caruru Caruru é tido como um prato típico da culinário baiana, tem suas origens nas culturas africanas e indígenas.

Preparado com quiabo, azeite de dendê, camarão seco, gengibre, amendoim, castanha de caju e outros temperos que ajudam a acentuar ainda mais esta iguaria. Poucos pratos são tão tipicamente brasileiros quanto o caruru baiano, que evidencia as influências africanas e indígenas na nossa gastronomia.

INGREDIENTES

• 600 g de quiabo (cerca de 60 unidades)

• 1 cebola

• ¼ de xícara (chá) de camarão seco descascado

• 1 ¼ de xícara (chá) de castanha-de-caju torrada

• 1 xícara (chá) de amendoim sem casca

• 1 ½ xícara (chá) de água

• 2 colheres (sopa) de gengibre ralado

• 2 colheres (sopa) de azeite de dendê

• sal a gosto

MODO DE PREPARO

1. Numa tigela grande, coloque o quiabo e cubra com água e 1 colher de (sopa) de vinagre. Deixe de molho por 10 minutos, retire o quiabo e espalhe num pano de prato limpo para secar. Enquanto isso, descasque e pique fino a cebola.

2. Numa tábua, corte e dispense o topo do quiabo. No sentido do comprimento, corte o legume em quatro partes; mantenha as partes juntas e fatie.

3. Leve uma panela ao fogo médio. Quando aquecer, junte o azeite de dendê e refogue a cebola por 5 minutos. Junte os cubinhos de quiabo, tempere com sal e refogue por 15 minutos, mexendo de vez em quando.

4. Enquanto isso, no liquidificador, bata o camarão seco com o amendoim, a castanha e ½ xícara (chá) de água, até formar uma pasta.

5. Depois dos 15 minutos, junte ao quiabo a pasta de camarão, o gengibre ralado, o restante da água e misture bem. Abaixe o fogo, tampe a panela e deixe cozinhar por mais 30 minutos, mexendo sempre para não queimar. Verifique o sabor e, se necessário, ajuste o sal.

Sirva bem quente.

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