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No Mano a Mano, Lula critica violência policial: ‘Não é ficar perseguindo a pessoa pela cor’

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Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o convidado do episódio mais recente do podcast Mano a Mano, apresentado por Mano Brown e Semayat Oliveira, que foi ao ar na última quinta-feira,19 d e junho. Em uma conversa gravada no Palácio da Alvorada, Lula falou sobre a realidade da juventude negra e periférica no Brasil, abordando especialmente a violência policial e as desigualdades que seguem matando os jovens.

Durante o episódio, Semayat Oliveira lembrou do Plano Juventude Negra Viva, lançado pelo governo federal, por meio do Ministério da Igualdade Racial, que busca a redução das vulnerabilidades que afetam a juventude negra brasileira e a violência letal alicerçada no racismo, questionando o presidente sobre ações para diminuir a violência: “Hoje, na periferia, a polícia age como se fosse inimigo. No bairro do pobre ela chega atirando, no bairro do rico ela chega perguntando. Porque nós estamos exigindo o uso da câmera? Porque ela vai tornar mais comedido o comportamento policial. Ele sabe que ele tá sendo vigiado, então ele tem que chegar e perguntar para as pessoas. Não é ficar perseguindo a pessoa pela cor, ou pelo bairro ou se a rua tem asfalto ou não. As pessoas têm que ter seriedade. É isso que nós queremos instruir”, disse Lula, ao defender a volta das câmeras corporais nos uniformes da polícia.

“A questão da segurança é um problema no Brasil desde que me conheço por gente. Hoje, o policial é mal remunerado, anda armado e, de preferência, ele não quer saber da violência que ele pratica. Por isso estamos exigindo a volta das câmeras para que a gente saiba o que vai fazer”, afirmou.

Ao lembrar a demarcação de terras indígenas e de territórios quilombolas durante a conversa com Mano Brown, Lula afirmou: “Você sabe quantos territórios indígenas já liberamos? Quantos quilombolas estamos legalizando? Estamos dando cidadania a um povo que estava sem esperança nesse país. E isso é tudo muito complicado, porque você tem toda uma máquina estruturada criando dificuldade para fazer”, disse.

Além da segurança pública, Lula falou sobre o cenário político nacional e garantiu que será candidato à reeleição em 2026. “Se depender do meu esforço físico, da minha consciência política, a extrema direita não volta a governar esse país, pode ter certeza disso”, destacou. O presidente criticou a dificuldade em disputar espaço nas redes sociais diante das campanhas de desinformação. “Eu nunca vou esperar que um bolsonarista fale bem de uma política minha. Eu acho que ele vai sempre nos criticar, ele vai sempre dizer uma mentira, sempre vai contar uma inverdade. E nós temos que estar preparados para isso. Eu trato isso com muita tranquilidade. É um jogo que está sendo jogado.”

Lula também reforçou seu compromisso com uma campanha limpa: “Eu só posso te dizer uma coisa, eu não utilizarei as redes digitais para contar mentiras contra nenhum adversário. Não me peçam para fazer uma campanha mentirosa, que não faz parte da minha vida.”

Novas medidas sociais

O presidente aproveitou o episódio para anunciar novas medidas sociais. Ele prometeu uma linha de crédito para entregadores de aplicativos comprarem motocicletas elétricas, além de lançar um programa para financiamento de reformas habitacionais. Lula também garantiu que pretende incluir o gás de cozinha na cesta básica, permitindo que cerca de 17 milhões de famílias tenham acesso gratuito ao botijão.

“Ainda este mês tenho que anunciar um programa de crédito para reforma de casa. Porque às vezes você tem sua casinha e não quer uma casa nova, você quer fazer um quarto, quer fazer um banheiro novo.”

Sobre o preço do gás, o presidente criticou a diferença entre o valor de venda da Petrobras e o preço pago nas periferias: “Um gás de cozinha sai da Petrobras a R$ 37 o botijão de 13 quilos e chega às pessoas por R$ 140. Então, estamos encontrando um meio de fazer com que essas pessoas mais pobres recebam este gás de graça.”

Lula também falou sobre a necessidade de dialogar com a juventude brasileira e reconheceu que este público é um dos mais impactados pela falta de acesso e pelas desigualdades. “Conversar com a juventude brasileira é uma coisa séria. A juventude é muito mais vulnerável, é muito mais ousada, é muito mais rebelde. E nós precisamos conversar muito com a juventude, porque é ela quem vai construir o futuro desse país.”

Em resposta à jornalista Semayat Oliveira sobre a crise no INSS e o impacto nas pesquisas de opinião, Lula foi direto: “Quando sai uma denúncia de corrupção no meio do meu governo, é normal que no primeiro momento as pessoas pensem que foi no governo Lula, porque fomos nós que descobrimos. Eu tenho certeza que a gente vai melhorar na pesquisa, eu tenho certeza que o governo vai melhorar.”

Idris Elba e Halle Bailey são cotados para viver protagonistas de ‘O Guarda-Costas’

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Foto Halle: Don Arnold/Getty Images Foto Idris Elba: Frazer Harrison/Getty Images

O remake de O Guarda-Costas, clássico de 1992 estrelado por Whitney Houston e Kevin Costner, pode ter seus protagonistas definidos em breve. Segundo rumores dos bastidores, a cantora e atriz Halle Bailey, intérprete de ‘Ariel’ no live-action de A Pequena Sereia e o ator Idris Elba estão entre os favoritos para viver Rachel Marron e o guarda-costas Frank Farmer, respectivamente.

As especulações ganharam força após a Warner Bros. confirmar, em abril, os planos para o relançamento do filme, com Sam Wrench (Taylor Swift: The Eras Tour) na direção e Jonathan A. Abrams (Jurado Nº 2) no roteiro. A produção ainda não divulgou um cronograma oficial, mas a escolha do elenco é aguardada com expectativa, especialmente pelo legado do original — que arrecadou US$ 411 milhões e teve trilha sonora recorde, impulsionada por sucessos como I Will Always Love You.

Halle Bailey surge como forte candidata após o nome de Taylor Swift gerar polêmica entre fãs. Também conhecida por seu talento vocal, Bailley teria perfil ideal para interpretar a estrela pop ameaçada por um stalker. Outros nomes, como Ariana Grande e Chlöe Bailey, irmãe de Halle, também foram especulados. Já para o papel do ex-agente do Serviço Secreto, Idris Elba lidera as apostas.

O filme original, dirigido por Mick Jackson, foi um fenômeno cultural, conciliando suspense, romance e números musicais icônicos. A Warner Bros. pretende manter essa essência, mas com uma “nova leitura” para as gerações atuais. Além do remake de O Guarda-Costas, o estúdio investe em revivals como MatrixBeetlejuice Beetlejuice e Practical Magic.

“Até a Última Gota”: quando o racismo, o machismo e o classismo esgotam uma mulher negra

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Crédito: Chip Bergmann/Perry Well Films 2/Cortesia Netflix ©2025

Texto: Luciano Ramos

(Contém spoilers)*

Em Até a Última Gota, o diretor Tyler Perry nos oferece um filme que é mais do que drama. É denúncia. É espelho. É ferida aberta. A personagem Janyah — magistralmente interpretada por Taraji P. Henson — não é apenas uma mulher negra em desespero. Ela é o retrato vivo das consequências devastadoras do racismo estrutural, do machismo e da desigualdade de classe que moldam, controlam e, por fim, esmagam a vida de milhões de mulheres negras no mundo real.

Janyah é mãe solo, cuidadora, profissional dedicada. Mas no sistema em que vive, isso nunca é suficiente. Ela acorda às 5h da manhã, enfrenta dois empregos mal remunerados, carrega a responsabilidade integral pelo cuidado da filha doente e lida com uma burocracia institucional fria, cega e racista. Ao longo de um único dia, ela é despejada, demitida, descredibilizada, ignorada por instituições públicas e privadas — tudo isso enquanto tenta salvar a vida da filha, que precisa de um tratamento urgente.

Mas por que essa história nos atravessa tão fundo? Porque não é ficção. É estrutura. É cotidiano.

Taraji P. Henson em ‘Até a Última Gota’ (Crédito: Chip Bergmann/Perry Well Films 2/Cortesia Netflix)

Racismo estrutural: a negação da humanidade

O racismo aqui não aparece com capuz, nem com insultos gritados. Ele aparece com um sorriso burocrático, com a falta de atendimento no hospital, com o gerente do banco que a humilha, com a assistente social que desacredita sua palavra. O racismo impede que Janyah seja vista como uma mulher digna de confiança, de cuidado, de escuta.

Janyah não é enxergada como mãe. É tratada como ameaça. Como suspeita. Como problema. O sistema não se importa com sua dor — e pior: não acredita nela. Isso é o que o racismo estrutural faz com mulheres negras todos os dias. Ele opera silenciosamente, em camadas, retirando direitos, secando oportunidades, apagando afetos. E quando elas reagem, são tratadas como loucas, perigosas, irracionais.

Taraji P. Henson em ‘Até a Última Gota’ (Crédito: Chip Bergmann/Perry Well Films 2/Cortesia Netflix)

Machismo e a ausência do cuidado partilhado

Janyah está sozinha. Nenhuma figura masculina a apoia. O pai da criança é ausente. No trabalho, homens brancos ocupam posições de poder e controle, enquanto ela é explorada e descartada. Essa solidão feminina não é casual. É estrutural. O machismo retira dos homens a responsabilidade pelo cuidado e joga nas costas das mulheres — especialmente das mulheres negras — o peso de sustentar o mundo. Se algo dá errado, a culpa também é delas.

A dor de Janyah não é apenas pela filha. É também pela carga solitária, insuportável, de ser tudo para todos e ainda ser desacreditada. A masculinidade, neste contexto, aparece como ausência. E essa ausência é uma forma de violência.

Taraji P. Henson em ‘Até a Última Gota’ (Crédito: Chip Bergmann/Perry Well Films 2/Cortesia Netflix)

Classismo e o ciclo da pobreza

O classismo se materializa em cada porta fechada. Janyah mora num prédio em condições precárias, pega ônibus lotado, raciona comida, não tem acesso a crédito, não tem tempo para o próprio sofrimento. Quando sua filha adoece, ela não tem a quem recorrer. O sistema não oferece amparo, mas armadilhas: se ela falta ao trabalho, perde o emprego; se deixa a filha sozinha, é negligente; se pede ajuda, é suspeita.

A falta de acesso a recursos básicos — moradia, saúde, renda — empurra Janyah para uma espiral de desespero que culmina numa ação extrema: o assalto a banco. Mas o filme deixa claro: essa não é uma história sobre crime. É uma história sobre abandono.

Taraji P. Henson em ‘Até a Última Gota’ (Crédito: Chip Bergmann/Perry Well Films 2/Cortesia Netflix)

O limite entre o colapso e a resistência

Quando Janyah entra no banco, ela carrega uma arma, mas carrega também um pedido de socorro. Um pedido para ser vista, ouvida, cuidada. É o grito de quem já perdeu tudo, até mesmo a filha — e não teve tempo de chorar. A cena final, em que descobrimos que Aria já havia morrido, expõe a profundidade do trauma: Janyah estava negando a morte como forma de sobrevivência psíquica.

A dor não é individual. É coletiva. É o retrato da negligência institucional que insiste em tratar mulheres negras como descartáveis, mesmo quando elas gritam por dignidade.

Teyana Taylor e Rockmond Dunbar em ‘Até a Última Gota’. (Crédito: Chip Bergmann/Perry Well Films 2/Cortesia Netflix ©2025)

Precisamos ouvir Janyah

Até a Última Gota é um filme sobre violência. Mas não a violência espetacularizada das armas. É a violência cotidiana que esmaga lentamente. A violência de ser invisível, desacreditada, usada, abandonada.

Se Janyah chegou ao limite, é porque o sistema falhou. O crime, aqui, é o abandono. É a ausência de políticas públicas. É a naturalização do sofrimento negro. É a misoginia. É o racismo. É a pobreza.

Este filme não deve ser apenas assistido. Deve ser debatido. Deve nos constranger. Porque cada “Janyah” que se cala ou enlouquece sem ser ouvida é mais uma prova de que seguimos falhando — enquanto sociedade, enquanto política, enquanto humanidade

Taste Festival 2025 recebe Feira Preta Pocket com chefs negros e sabores de ancestralidade

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Foto: Reprodução/Instagram

O Taste Festival 2025, um dos maiores eventos de gastronomia do mundo, está de volta a São Paulo e, nesta edição, conta com uma presença preta super potente, reunindo chefs e empreendedores negros, além de uma muitos shows. O evento permanecerá até o dia 29, aos finais de semana, no Parque Villa-Lobos.

Entre os destaques está a Feira Preta Pocket, que chega ao festival com as marcas PopCorn Gourmet, da Elaine Moura, Dona DÔ’s Doces, da Domênica Sousa, e Matulas da Nêga, da Suellen Maristela, levando sabores que têm ancestralidade e afeto como principais ingredientes.

“É muito importante a gente conseguir estar nesses espaços. É muito importante estar em meio a toda a gastronomia, aos grandes da gastronomia, e mostrar que a gente também tem essa potência. Poder estar num evento desse tamanho, podendo mostrar nossos produtos, nossa marca, estar perto dos nossos, que fazem também produtos de tanta qualidade”, disse Suellen nas redes sociais, ao convidar o público para prestigiar os afro empreendedores no evento.

A programação segue com nomes de peso da cena periférica e afro-brasileira da gastronomia. No dia 22, o espaço Fire Pit by BB Estilo, contará com a participação de Tia Nice, Thiago e Cátia do Organicamente Rango, ensinando a preparar tainha na folha de bananeira. Enquanto no dia 27, Dona Carmem Virgínia do Altar Cozinha Ancestral vai mostrar como fazer o Arroz Jollof, uma comida ancestral para partilhar.

Veja a programação completa e os ingressos disponíveis aqui!

O pacto da branquitude e a condescendência seletiva de Dani Calabresa

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Foto: João Cotta / TV Globo e Reprodução/Redes Sociais

Texto: Luciano Ramos

O caso do humorista Léo Lins, recentemente condenado por racismo, reacendeu um debate necessário sobre os limites da liberdade de expressão, especialmente quando se trata de “humor” que humilha e violenta pessoas negras. Em meio à repercussão do caso, chamou atenção o posicionamento de Dani Calabresa, humorista respeitada no Brasil. Apesar de afirmar ser contra o racismo, Dani se posicionou contrária à prisão do colega, alegando ser a favor da liberdade no humor. Essa postura revela mais do que uma opinião pessoal: escancara o pacto da branquitude e a forma como ele opera, mesmo em ambientes progressistas ou artísticos.

Dizer-se contra o racismo, mas se opor às consequências jurídicas que esse crime pode (e deve) acarretar, é uma forma de neutralizar sua gravidade. É como declarar apoio à causa sem querer pagar o preço de romper com os privilégios e confortos que a branquitude oferece. Quando uma mulher branca, influente e bem relacionada como Dani Calabresa afirma que não concorda com a prisão de um humorista condenado por racismo, ela colabora para a manutenção da impunidade histórica de pessoas brancas que desumanizam pessoas negras sob o disfarce da piada.

O pacto da branquitude, como definido por Cida Bento, é justamente isso: um acordo não dito entre pessoas brancas para proteger uns aos outros, mesmo diante de atos racistas explícitos. Ele se manifesta na solidariedade seletiva, na relativização da dor negra e, muitas vezes, no desconforto em ver um semelhante sendo responsabilizado. Dani não silenciou — e talvez isso seja ainda mais preocupante. Ela falou e, mesmo assim, escolheu proteger a liberdade de um colega em detrimento da justiça para com aqueles que foram alvos de seu discurso racista.

O que está em jogo não é apenas a liberdade de um humorista. É a liberdade das pessoas negras de existirem sem serem alvos constantes de piadas desumanizantes. É a liberdade de uma sociedade de dizer, com firmeza, que o racismo não será tolerado — nem nas ruas, nem nos palcos, nem nas telas. Responsabilizar legalmente quem comete racismo é um passo civilizatório. Minimizar isso sob o argumento da “liberdade artística” é um retrocesso.

A fala de Dani Calabresa se soma a uma longa tradição de condescendência branca, onde a crítica ao racismo é feita de forma genérica, mas a solidariedade concreta recai sobre o agressor. É o que chamamos de antirracismo performático: aquele que se pronuncia apenas até o ponto em que não compromete os laços de classe, de grupo ou de cor.

Dani perdeu a oportunidade de usar sua visibilidade para um rompimento real com o pacto da branquitude. Preferiu o meio-termo confortável. Mas o racismo não é um tema para concessões. Ele mata, fere, marginaliza — e rir disso não pode mais ser aceitável.

É tempo de escolher de que lado estamos: do lado da justiça ou do lado da conveniência.

Projeto aprovado na Câmara prevê imagens de mulheres negras em novas cédulas do real

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Foto: Ascom/Câmara dos Deputados

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que determina que, nas novas emissões de cédulas e moedas, o Banco Central priorize homenagens a personalidades femininas e negras que tenham se destacado na luta pela emancipação das mulheres e no combate ao racismo.

O texto altera a Lei 4.595/64, que rege a política monetária do país, e estabelece que a escolha das homenageadas seja feita em consulta às comissões de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial e de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara – ou órgãos que as substituam no futuro.

O projeto aprovado é um substitutivo da deputada Benedita da Silva (PT-RJ) ao PL 5.434/16, de autoria do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). A proposta original previa que a seleção das personalidades fosse feita por meio de consulta popular, com urnas eletrônicas espalhadas pelo país: “Em mais de 30 anos de circulação do real, a única imagem de mulher que figura nas notas atuais é a abstrata ideia da República, sempre representada por uma mulher, em vários países do mundo”, afirmou Benedita da Silva. “Por essa razão, a ideia do projeto é muito oportuna e necessária”, completou.

A relatora justificou a mudança no texto original: “Acreditamos que estamos propondo uma iniciativa mais simples e fácil de ser implementada do que a consulta pública, formulada pelo projeto original, que exigia uma espécie de ‘plebiscito’ para coletar as ideias da população”.

Próximos passos
A proposta ainda será analisada, em caráter conclusivo, pelas comissões de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, precisará ser aprovada pelo plenário da Câmara e pelo Senado.

Com informações da Agência Senado

Aos 10 anos, Bless faz estreia no cinema e deixa Bruno Gagliasso emocionado: ‘Quase chorando’

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Foto: Reprodução/Instagram

Aos 10 anos, Bless já pode dizer que entrou para o mundo do cinema, e com direito a um filme cheio de significado. O filho de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank fará sua estreia nas telas em Makunaima XXI, produção da Globo Filmes que reconta a história do clássico Macunaíma, de Mário de Andrade. E, pelo jeito, o menino já nasceu pronto para as câmeras.

“Estou muito nervoso, mas ao mesmo tempo ansioso. Porque estou com um filme do meu pai, vou estar representando ele, é muito especial”, confessou Bless, em sua primeira entrevista concedida para o portal Gshow durante a gravação de sua participação no filme. E completou, rindo: “Mas meu pai está mais nervoso que eu!”, revelou. O convite para o filme veio dos diretores Felipe M. Bragança e Zahỳ Tentehar, que propuseram algo “simbólico” com o menino. Bruno não hesitou: “Tenho certeza que ele vai querer, até porque ele é exibido”, brincou.

Foto: Gshow

Orgulhoso do filho, o ator confessou estar emocionado pelo filho: “Estou quase chorando aqui antes de vê-lo em cena. Hoje estou só como pai, admirador, parceiro”, disse Gagliasso, que também é coprodutor do longa. Bless ainda soltou um spoiler sobre como será sua atuação: “Meu personagem não tem fala, mas representa tudo que tem no filme”. O garoto contou ainda que já está na escola de teatro: “Estou fazendo tablado e venho me articulando, coisas de teatro”, explicou.

Bruno, que sempre conversa com os filhos sobre carreira, apoia o interesse do menino: “O Bless é impressionante o que ele desenha, o que ele escuta de música, cinéfilo, saindo daqui a gente vai comemorar no cinema. Primeira vez dele fazendo cinema, vamos comemorar assistindo filme. Isso é lindo”, celebrou.

O filme

Makunaima XXI é uma releitura moderna da obra de Mário de Andrade, com um enredo que mistura mito, amor e uma jornada pelo Brasil em meio a crises climáticas e pandemias. Bruno Gagliasso interpreta uma das versões do personagem-título, ao lado de atores como Itallo Makuusi, Mario Jorgi e Gaby Amarantos.

Gisele de Paula faz história como primeira mulher negra à frente da expografia da Bienal de São Paulo

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Foto: Eduardo Ganneto/Bienal de São Paulo

A arquiteta carioca Gisele de Paula foi anunciada como a responsável pelo projeto arquitetônico e expositivo da 36ª Bienal de São Paulo, que acontece entre os dias 6 de setembro a 11 de janeiro de 2026, no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, marcando um feito inédito na história do evento: ela é a primeira mulher negra a assinar a expografia da mostra, após 36 edições da maior exposição de arte contemporânea da América Latina.

Radicada recentemente em São Paulo, Gisele desenvolverá o projeto em parceria com Tiago Guimarães, propondo uma reflexão sobre humanidade, natureza e escuta. A proposta busca reposicionar vozes historicamente silenciadas no circuito das artes. “Guiado pelas embocaduras, zonas de encontro entre águas e mundos, o projeto evoca os saberes ribeirinhos, quilombolas e indígenas, propondo múltiplas formas de navegar no espaço expositivo”, explicou a arquiteta.

Sua participação na Bienal é destacada como um marco simbólico e político, celebrando a arquitetura pensada por uma mulher negra, brasileira e comprometida com práticas ancestrais e narrativas coletivas. “Como o próprio rio, a expografia flui, fabula e se transforma. Ao invés de impor, conduz e transborda”, afirmou Gisele. No início de 2025, o camaronês, radicado em Berlim, na Alemanha, Bonaventure Soh Bejeng Ndikung foi anunciado como curador geral da 36ª Bienal de São Paulo.

A mostra tem entrada gratuita e reunirá cerca de 120 participantes e é organizada pela Fundação Bienal de São Paulo.

“Sempre tem um Heleninha no samba”, cena de Vale Tudo gera debates sobre brancos ricos em espaços culturais negros

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A disputa de atenção na roda de samba é algo que faz parte da diversão para quem curte uma boa música, dança e cervejinha gelada para se divertir. Em ‘Vale Tudo’, em um desses momentos de confraternização da comunidade, uma cena dividiu opiniões. Enquanto Raquel (Taís Araújo), está em uma roda de samba dançando e cantando com seus amigos, perto de Ivan (Renato Góes) seu ex-namorado, e aguardando Otávio (Breno da Matta), o atual interesse romântico, Heleninha (Paolla Oliveira), aparece e não contente em estar no mesmo ambiente da “rival”, ela entra no espaço que a chef está dançando. Raquel tenta trazer leveza ao clima perguntando se a artista plástica sabe dançar. Segura de si , Heleninha responde: “Quando eu quero, eu sou destaque”.

A cena do capítulo da novela Vale Tudo, exibido na noite de segunda-feira (16) pela TV Globo, relembrou uma discussão sobre a presença de mulheres brancas em espaços tradicionalmente negros, como o samba. gerou críticas de internautas, que viram na fala um reflexo de um problema real: a ocupação de protagonismo por pessoas brancas em ambientes de cultura negra.

Nas redes sociais, usuários compararam a situação a acontecimentos reais em rodas de samba tradicionais, onde mulheres brancas frequentemente são vistas entrando nas rodas mesmo que não tenham samba no pé. “Sempre tem uma Heleninha nos sambas e pagodes pelo BR”, escreveu um internauta.

O debate não é novo. Durante o Carnaval de 2023, o mestre em antropologia, Mauro Baracho publicou no site Mundo Negro o artigo “Sem samba no pé, mas com privilégio na pele: mulheres brancas musas do Carnaval 2023”, no qual critica a “confiança” de mulheres brancas que assumem papéis de destaque nas escolas de samba sem a técnica necessária. “Espanta-me a confiança de assumir tamanha responsabilidade sem ter a competência necessária. Talvez esta seja uma das principais características da branquitude: a confiança incompetente. Diante disso, resta saber o que mais falta embranquecer na cultura afrobrasileira que cada dia vai tendo menos afro e mais “Brazil”.”, escreveu.

Já em março de 2025, a colunista do Mundo Negro, Priscilla Arantes reforçou a disparidade entre os lugares ocupados por mulheres negras e brancas no comando do Carnaval, no artigo “Mulheres negras sambam para que mulheres brancas lucrem”, apontando que, apesar de o Carnaval ser uma celebração de raiz negra, as estruturas de poder ainda privilegiam figuras brancas. “As mulheres negras, principais protagonistas na preservação das tradições que dão forma ao carnaval, continuam sub-representadas nos espaços de decisão e poder econômico”, afirmou.

Dr. Gilmar Francisco é um dos participantes de “Chef de Alto Nível”, novo reality gastronômico da Globo

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Foto: Arquivo Pessoal e Globo/Beto Roma

A Globo divulgou nesta segunda-feira (16) o teaser de “Chef de Alto Nível”, novo reality culinário que estreia no dia 15 de julho, e já tem um rosto que chama a atenção da comunidade negra: o Dr. Gilmar Francisco. Outros chefs negros também aparecem no teaser do reality show, mas a Globo ainda não anunciou oficialmente o nome de todos os participantes.

O programa reunirá 24 participantes, divididos em três grupos: cozinheiros profissionais, cozinheiros amadores e criadores de conteúdo da internet. Eles vão disputar o prêmio de R$ 500 mil e uma mentoria exclusiva com três chefs renomados: Alex Atala, Jefferson Rueda e Renata Vanzetto.

Nutrólogo conhecido na internet, Dr. Gilmar apresentava o programa “Nossas Recebidos”, em seu canal do YouTube, ao lado da esposa Dra. Liana Tito Francisco, onde recebiam personalidades negras em casa e conduziam entrevistas enquanto preparavam refeições para os convidados.

Sob o comando de Ana Maria Braga, o programa será exibido sempre às terças e quintas-feiras, após ‘Vale Tudo’, com disputas de tirar o fôlego envolvendo talentos de todo Brasil que sonham com o lugar mais alto do pódio.

Para conquistar o título de “Chef de Alto Nível”, os cozinheiros vão ter que provar que são capazes de entregar os melhores pratos sob as mais diferentes circunstâncias. O caminho rumo ao prêmio começa com a fase das seletivas, que marca os três primeiros episódios.

Divididos em três categorias, oito participantes de cada grupo encaram um desafio em cada cozinha, com a eliminação de um deles a cada prova. Com os pratos avaliados pelos chefs Alex Atala, Jefferson Rueda e Renata Vanzetto, os 15 melhores cozinheiros dessa fase – cinco de cada grupo – passam à disputa de grupos, que mistura competidores das três categorias, com a chance de serem escolhidos para compor, então, o time dos chefs mentores e vestirem o sonhado dólmã e os aventais dos grupos.

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