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Sean “Diddy” Combs é preso em Nova York após acusações de tráfico sexual

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Foto: Getty Images

ALERTA DE GATILHO 

O magnata da música Sean “Diddy” Combs, de 54 anos, foi preso na noite de segunda-feira, 16, em Manhattan e deve comparecer a um juiz federal em Nova York nesta terça-feira, 17. A prisão ocorre no meio de uma investigação de tráfico sexual conduzida pelas autoridades federais, que invadiram suas residências em Los Angeles e Miami há cerca de seis meses. As acusações criminais contra o rapper ainda não foram elaboradas, mas devem ser reveladas nesta terça.

Combs, um dos nomes mais influentes do hip-hop, enfrenta desde o ano passado uma série de processos por abuso físico e sexual. Entre os casos que tiveram repercussão midiática ​​está o processo movido pela cantora Cassie, ex-namorada do rapper, que o acusou de agredi-la física e sexualmente repetidamente durante o relacionamento. Embora a ação tenha sido resolvida com um acordo entre as partes, novos episódios de violência vieram à tona com a divulgação de imagens de câmeras de segurança que mostravam Combs agredindo Cassie em um hotel.

Em maio, a CNN noticiou que investigadores federais estavam se preparando para apresentar o caso contra Sean “Diddy” Combs a um grande júri federal. Os investigadores notificaram possíveis testemunhas de que elas podem ser chamadas para depor perante o grande júri federal em Nova York. A convocação de indivíduos que entraram com ações civis contra Combs representaria uma escalada significativa na investigação federal em curso, que envolve o produtor e fundador da Bad Boy Records.

O advogado do empresário, Marc Agnifilo, criticou as novas acusações, exigindo o processo de “injusto” e defendendo seu cliente: “Ele é uma pessoa imperfeita, mas não é um criminoso”.

Combs já tratou de outras questões legais, como uma acusação de 2001 por envolvimento em um tiroteio em um barco em Nova York, da qual foi absolvido. Desta vez, no entanto, uma série de denúncias e a gravidade das acusações podem representar um novo e decisivo capítulo na vida pública do artista.

Filmes com protagonismo negro são pré-selecionados para representar o Brasil no Oscar 2025

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Foto: Divulgação

A Academia Brasileira de Cinema divulgou nesta segunda-feira, 16 de setembro, a lista dos seis longas-metragens selecionados pela comissão para concorrer à indicação na categoria de Melhor Filme Internacional na 97ª edição do Oscar, promovido pela Academy of Motion Picture Arts and Sciences, em 2025.

Entre os títulos selecionados com protagonismo negro estão: “Levante“, estrelado por Ayomi Domenica e Grace Passô; “Motel Destino“, protagonizado por Iago Xavier; “Cidade Campo” com Preta Ferreira e Mirella Façanha; e “Sem Coração“, estrelado por Eduarda Samara. Os longas “Ainda Estou Aqui” e “Saudade Fez Morada Aqui Dentro” também integram a lista.

Ao todo, foram 12 longas-metragens inscritos e habilitados a concorrer à vaga e a eleição será realizada em dois turnos. No dia 23 de setembro, segunda-feira, será escolhido, entre os seis pré-selecionados, o filme que representará o Brasil na disputa por uma vaga na categoria Melhor Filme Internacional no Oscar 2025.

Leia mais sobre os filmes pré-selecionados ao Oscar abaixo:

CIDADE CAMPO

Foto: Divulgação

Sinopse: O filme apresenta duas histórias sobre migração entre a cidade e o campo. Na primeira parte, após o rompimento de uma barragem inundar sua terra natal, a trabalhadora rural Joana se muda para São Paulo para encontrar sua irmã Tânia, que mora com o neto Jaime. Joana luta para sobreviver na “cidade do trabalho”. Na segunda parte, Flávia se muda com Mara, sua companheira, para a fazenda que herdou do pai, falecido recentemente. A natureza obriga as duas mulheres a enfrentar frustrações e lidar com memórias e fantasmas.

LEVANTE

Foto: Divulgação

Sinopse: A futura liberdade e autonomia de Sofía, uma jovem jogadora de vôlei, são ameaçadas por um conservador e violento efeito manada… Às vésperas do campeonato de vôlei decisivo para seu futuro como atleta, SOFÍA (17), descobre uma gravidez indesejada. Na tentativa de interrompê-la clandestinamente, ela acaba se convertendo em alvo de um grupo fundamentalista decidido a detê-la a qualquer preço, mas nem Sofía nem aqueles que a amam estão dispostos a se render ante o fervor cego da manada.

MOTEL DESTINO

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Sinopse: O Motel Destino em tons de neon é um hotel de sexo à beira da estrada sob o céu azul ardente da costa do Norte do Brasil, administrado pelo boorish Elias e sua frustrada e bela esposa Dayana. Quando Heraldo, de 21 anos, se vê no motel, depois de errar um golpe e fugir da polícia e da gangue que ele decepcionou, Dayana se vê intrigada e o deixa ficar. Enquanto os dois navegam em uma dança de poder, desejo e libertação, um perigoso plano de liberdade surge. Neste noir tropical, lealdades e desejos se entrelaçam, revelando que o destino tem seu próprio design enigmático.

SEM CORAÇÃO

Foto: Divulgação

Sinopse: Verão de 1996, litoral de Alagoas. Tamara está aproveitando suas últimas semanas na vila pesqueira onde mora antes de partir para estudar em Brasília. Um dia, ela ouve falar de uma adolescente apelidada de “Sem Coração” por causa de uma cicatriz que tem no peito. Ao longo do verão, Tamara sente uma atração crescente por essa menina misteriosa.

AINDA ESTOU AQUI

Foto: Divulgação

Sinopse: Rio de Janeiro, início dos anos 70. O país enfrenta o endurecimento da ditadura militar. Estamos no centro de uma família, os Paiva: Rubens, Eunice e seus cinco filhos. Vivem na frente da praia, numa casa de portas abertas para os amigos. Um dia, Rubens Paiva é levado por militares à paisana e desaparece. Eunice – cuja busca pela verdade sobre o destino de seu marido se estenderia por décadas – é obrigada a se reinventar e traçar um novo futuro para si e seus filhos. Baseada no livro biográfico de Marcelo Rubens Paiva, a história emocionante dessa família ajudou a redefinir a história do país.

SAUDADE FEZ MORADA AQUI DENTRO

Foto: Divulgação

Sinopse: Bruno é um menino de 15 anos que está perdendo a visão de forma irreversível. Com todas as incertezas da adolescência, amplificadas pela cegueira iminente, o filme converte o destino trágico de seu protagonista em um relato de aprendizagem coletivo.

Ministério da Igualdade Racial e Correios lançam selo comemorativo em homenagem a Luiza Bairros

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Foto: Agência Brasil

Em parceria com o Ministério da Igualdade Racial, os Correios lançarão nesta terça-feira, 17, um selo em homenagem a Luiza Bairros, ex-ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e uma das principais referências na luta contra o racismo e na defesa dos direitos das mulheres negras no Brasil. Falecida em 2016, Luiza Bairros deixou um legado de ativismo e políticas públicas que impactaram positivamente a vida de milhões de brasileiros.

A ministra da igualdade racial, Anielle Franco, destaca que Luíza Bairros é uma referência histórica negra na consolidação da democracia brasileira, por sua militância como coordenadora do movimento negro unificado, trajetória acadêmica e intelectual e atuação política aguerrida na gestão pública enquanto ministra da Seppir.

“Pensar em Luíza Bairros é reconstituir a trajetória de avanços conquistados pelo povo negro no Brasil. Ela foi uma intelectual vanguardista na defesa das cotas raciais e ações afirmativas, nos deixou seu exemplo de ética e compromisso. É uma honra reverenciar a memória de uma de nossas ancestrais e com ela seguir na luta por igualdade de direitos para a população negra”, destaca.

Durante sua gestão como ministra, entre 2011 e 2014, no primeiro governo de Dilma Rousseff, Bairros foi responsável por implementar marcos históricos como o Estatuto da Igualdade Racial e as cotas raciais no serviço público. Ela também criou o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (SINAPIR), que levou aos estados e municípios a construção das políticas de combate ao racismo.

Com uma trajetória acadêmica de destaque, incluindo mestrado na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e doutorado nos Estados Unidos, Luiza Bairros usou seu conhecimento para fortalecer a luta por igualdade racial, tanto no poder público quanto no movimento negro e feminista. Sua atuação foi fundamental para a institucionalização de políticas que promovem a equidade racial no Brasil.

O selo comemorativo lançado pelos Correios é um tributo à sua dedicação e luta. Mais do que uma homenagem, ele simboliza a continuidade do trabalho de Luiza Bairros, inspirando novas gerações na busca por um Brasil mais justo e igualitário.

Fonte: MIR

Festival Feira Preta anuncia datas para 2025 e seguirá com o tema “Ser Feliz é a Nossa Revolução”

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Foto: Larissa Isis

O Festival Feira Preta, o maior festival de cultura e economia criativa negra da América Latina, já confirmou sua próxima edição e divulgou as datas para 2025. O evento acontecerá nos dias 2, 3 e 4 de maio, no Parque Ibirapuera, em São Paulo, seguindo o tema “Ser Feliz é a Nossa Revolução“. As atrações e a data de abertura das vendas de ingressos ainda não foram reveladas.

“Estamos muito animados em anunciar a realização de mais uma edição do Festival Feira Preta, um espaço onde celebramos a cultura afro-brasileira em toda a sua riqueza e pluralidade. Este festival é mais do que um evento, é um espaço de fortalecimento e valorização da nossa criatividade e inventividade, e mais uma vez, reforçaremos a ‘felicidade preta como revolução’. Queremos destacar a importância da alegria, do bem-estar, da prosperidade financeira e da realização pessoal na vida da população negra”, afirma Adriana Barbosa, fundadora do Festival Feira Preta.

Este ano, o evento celebrou sua 22ª edição, realizada de 03 a 05 de maio, ocupando 200 mil m² do Parque Ibirapuera. O evento atraiu mais de 60 mil pessoas nos três dias.

Além disso, também levou mais de 5 mil pessoas para o figital (físico + digital) no metaverso e lançou o Mapa Zumbi dos Palmares no Fortnite, em parceria com a Salve Games, fortalecendo o Festival também como território de tecnologia realizada por mãos negras. Com 160 atrações, incluindo shows, painéis, intervenções artísticas e uma feira de produtos e serviços de empreendedores negros, o evento gerou 600 empregos diretos e uma estimativa de mais de 1200 indiretos, movimentando R$ 1.335.000,00 em vendas para mais de 150 empreendedores negros.

O Festival Feira Preta é o único de seu porte idealizado e realizado por uma mulher negra brasileira. Adriana Barbosa, há mais de 20 anos, potencializa a cultura, o entretenimento e o empreendedorismo negros. A programação plural do festival reflete sua visão sistêmica sobre a criatividade e a inventividade negra, com grandes shows, talks, desfiles de moda, espaço de beleza, programação infantil, ativações de marca, mapeamento e, na última edição, integração com o metaverso.

Fundado em 2002, o Festival Feira Preta nasceu para a venda de produtos e serviços de empreendedores negros. Ao longo desses 21 anos, mais de 250 mil pessoas, 7 mil artistas, 3 mil empreendedores do Brasil e de outros países da América Latina já passaram pelo evento. No formato online, em 2020 e 2021, foram mais de 65 milhões de views. Ao todo, com as vendas de produtos e serviços de afroempreendedores, já movimentou mais de R$ 15 milhões diretamente.

Em sua maior edição, realizada neste ano, contou com a presença de marcas como Doritos®, Mercado Livre, Mercado Pago, SEDA® e Budweiser, além do patrocínio de VIVO e Beats, e parceria com a URBIA. 

“O Festival Feira Preta é um lugar onde podemos ser quem desejamos, existir sem medo, ser e nos reconhecermos abundantes. E é por este motivo que o reestruturamos, para se tornar algo ainda maior e possível de experiências, trocas e felicidades coletivas”, completa Adriana.

Gustavo Metropolo, que cometeu racismo contra estudante negro, é condenado civil e criminalmente

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Foto: Reprodução

Celebremos uma vitória contra o racismo. Um dia de festas e comemorações da vida de homens e mulheres que sofrem racismo no quotidiano. O jovem advogado Daniel Bento Teixeira fez honrar a tradição de luta no campo do direito em São Paulo.

Em 2018, o jovem negro João Gilberto Lima, então estudante de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV), foi fotografado e teve sua imagem veiculada em postagem em grupo de WhatsApp de alunos da universidade, pelo também estudante da FGV à época, Gustavo Metropolo, com os seguintes dizeres ”Achei esse escravo aqui no fumódromo! Quem for o dono avisa!“

No decorrer do inquérito, a vítima procurou o programa de Justiça Racial do Centro de Estudo e Relações do Trabalho – CEERT que passou a representá-la, a partir de atuação do advogado Daniel Bento Teixeira, diretor executivo da organização. Ao longo do processo, o jovem Gustavo Metropolo tentou alegar diversas justificativas para se eximir do ocorrido, tendo inclusive afirmado que seu celular teria sido roubado e que, portanto, a postagem não teria sido feita por ele.

A atuação dos advogados do CEERT, juntamente com o Ministério Público, provou que a postagem foi de fato realizada por Gustavo Metropolo, o que possibilitou sua condenação. Sim, ele foi condenado. Ao longo dos seis anos de trâmite dos processos, João Gilberto Lima obteve vitórias no Judiciário, em cada instância, em âmbito cível e criminal.

Adicionalmente, os representantes da vítima também conseguiram condenação na secretaria de Justiça do Estado de São Paulo, com a aplicação da Lei Estadual 14.187/10 que prevê sanções a estabelecimentos comerciais ou pessoas físicas que pratiquem discriminação racial.

Na esfera criminal, o Programa atuou em um processo contra Metropolo, que foi condenado em primeira instância à pena de dois (02) anos e quatro meses de reclusão e vinte e três (23) dias-multa, substituída por duas penas restritivas de direitos de prestação de serviços à comunidade e pecuniária de 5 (cinco) salários mínimos em favor da vítima (sem prejuízo da indenização na justiça cível), pelos crimes de racismo e injúria racial, mediante a tese de que os dois crimes tinham sido praticados.

Posteriormente, em segunda instância, o Tribunal de Justiça de São Paulo reformou parcialmente a decisão, estabelecendo que o crime de racismo absorvia o crime de injúria racial, o que passou a ser previsão expressa na lei, a partir de 2023. A pena foi reestabelecida em dois (2) anos de reclusão e dez (10) dias-multa, no valor de meio (½) salário-mínimo para cada dia-multa. Foi mantida a substituição da pena privativa de liberdade pelas duas penas restritivas de direito de prestação de serviços à comunidade e pecuniária de 5 (cinco) salários-mínimos em favor da vítima (sem prejuízo da indenização na justiça cível).

Na justiça cível, Gustavo também foi condenado em primeira instância a pagar indenização por danos morais (R$ 30.000,00) e materiais (R$ 13.980,00 – valores gastos por João Gilberto com assistência médica e psicológica). Os advogados do CEERT recorreram para aumento do valor e o recurso foi parcialmente provido, aumentando o valor de danos morais para R$ 50.000,00. Na fase do cumprimento da sentença, os valores a serem indenizados à vítima ultrapassaram os valores anteriormente mencionados.

Além das esferas criminal e cível, o Programa também conseguiu condenação de Metropolo na esfera administrativa, no âmbito da secretaria de Justiça do Estado de São Paulo, segundo a Lei nº 14.187/10. Novamente, o ex-estudante foi obrigado a pagar sanção pecuniária de 1000 UFESP’s (atualmente R$ 35.360,00) ao Estado de São Paulo. A defesa do réu ingressou com recurso que aguarda decisão.

Ao somarmos os valores de indenização e sanção pecuniária, chegamos ao total de condenação a pagamentos pelo ex-estudante da FGV, Gustavo Metropolo, de soma de R$ 120.977,34 (cento e vinte mil, novecentos e setenta e sete reais e trinta e quatro centavos).

Apesar de aguardar a resolução final na área administrativa, o caso se dá por encerrado em todas as esferas do Poder Judiciário, com condenação criminal e cível definitivas.

“O que me motivou a fazer a queixa e seguir em frente é a importância de se fazer a denúncia. Às vezes a gente sabe da impunidade e como as coisas acontecem no Brasil. Mas não podemos deixar essas pessoas confortáveis. Eu espero que esse caso sirva de exemplo para outros que vierem pela frente”.

Um caso paradigmático contra a impunidade que irá inspirar muitos advogados e vítimas do racismo.

Nos últimos anos, vêm proliferando casos de racismo na internet. Sua ampla utilização pela população e a sensação de impunidade por obstáculos à investigação em ambiente cibernético facilitam o aumento do número de manifestações de racismo. Conforme informação disponibilizada pela organização Safernet, nos seis primeiros meses de 2022, foram 23.947 denúncias, 67,5% a mais em relação ao primeiro semestre do ano anterior.

Neste sentido, a visibilidade do caso de João Gilberto Pereira Lima, desde o início objeto de ampla cobertura, amplia o potencial pedagógico das condenações, a partir do momento em que mais pessoas acessam o desfecho do caso com as condenações.

‘’O racismo impacta diferentes dimensões da vida da população e por isso deve gerar responsabilização em distintas esferas do sistema de justiça”. Daniel Bento Teixeira, Advogado e Diretor do CEERT

A litigância é essencial para enfrentarmos práticas racistas que acontecem cotidianamente na sociedade brasileira, com vistas à efetivação de direitos fundamentais e da própria Democracia, por meio do acesso à Justiça. O programa de Justiça Racial do CEERT atua em casos de racismo e de defesa das ações afirmativas no país e internacionalmente.

Herman Benjamim, o novo presidente do Superior Tribunal de Justiça, deu uma importante entrevista para a Revista Veja nº 2909, de 6 de setembro de 2024, nas páginas amarelas. Quando perguntado sobre que marca gostaria de deixar na presidência do STJ, ele disse o seguinte: ”Quero fazer cooperação com os judiciários da Ásia e da África, e, por fim precisamos falar sobre o racismo. Essa é uma questão existencial. A gente imagina que é uma questão individual e na verdade não é. Também é preciso dar aos nossos tribunais a cara do povo brasileiro. A sociedade tem que se ver em cada um deles”.

Essa declaração é para que os advogados negros e militantes do movimento negro se reúnam urgentemente com o presidente do STJ para liderar um programa antirracista no Judiciário brasileiro com o presidente do STJ, ministro Sr. Herman Benjamim. Um momento especial na história da luta antirracista no Brasil.

Morre Tito Jackson, aos 70 anos, um dos fundadores do grupo Jackson 5

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Foto: Reprodução/Getty

Tito Jackson, um dos membros fundadores do icônico grupo de irmãos Jackson 5, do qual a estrela pop Michael Jackson também fazia parte, faleceu no domingo, 15, aos 70 anos. A notícia foi divulgada pela primeira vez pelo programa Entertainment Tonight , com informações de Steve Manning, amigo e sócio da família Jackson, que afirmou que Tito sofreu um ataque cardíaco durante uma viagem. A causa oficial da morte, no entanto, ainda não foi determinada. A revista People confirmou o falecimento com Siggy Jackson, sobrinho de Tito.

Tito, ao lado dos irmãos Michael, Jermaine, Jackie e Marlon, ajudou a impulsionar o Jackson 5 ao sucesso global no final dos anos 60 e início dos 70. O grupo emplacou quatro singles consecutivos no topo das paradas: “I Want You Back” (1969), “ABC”, “O Amor que Você Salva” e “I’ll Be There” (1970). Embora Michael fosse o principal foco das atenções, a química e a coreografia dos irmãos desenvolvidos para o sucesso do grupo em programas como The Ed Sullivan Show chamava bastante atenção.

Introduzido no Hall da Fama do Rock and Roll em 1997, Tito também construiu uma carreira solo no blues, lançando seu primeiro álbum, Tito Time , em 2016. Ele era o último dos irmãos a lançar um disco solo. Em 2021, lançou o álbum Under Your Spell, com participações de artistas como Stevie Wonder e George Benson.

Nos últimos anos, Tito vinha se apresentando com os irmãos Marlon e Jackie como parte dos “Jacksons”. Recentemente, o grupo fez shows na Inglaterra e participou do Fool in Love Festival, em Los Angeles, no final de agosto.

Michael Jackson, que morreu em 2009, foi o único dos irmãos da formação original a falecer antes de Tito.

Racismo recreativo culposo: improviso e irresponsabilidade

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Foto: Reprodução/Freepik

Texto: Hédio Silva Jr. e Ana Luiza Teixeira Nazário

A Lei nº 14.532, aprovada logo após a posse do Presidente Lula em 2023, trouxe mudanças importantes na chamada “Lei Caó” (Lei nº 7.716/89), que trata dos crimes raciais. Embora tenham ocorrido alguns avanços, essas mudanças também mostram que a lei foi aprovada às pressas e sem muita preocupação com as vítimas.

Primeiro, vale referir um ponto positivo dessa nova lei: ela agora garante assistência jurídica especial para vítimas de racismo. Isso significa que, em qualquer processo, seja ele civil (como uma indenização, por exemplo) ou criminal, a vítima deverá estar acompanhada por um advogado ou defensor público.

Esse direito está baseado na garantia constitucional de acesso à Justiça e no que diz à Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância, que estabelece que todos têm direito a um tratamento justo e igual, especialmente em casos de discriminação racial.

Porém, nem todas as mudanças devem ser tão bem recebidas. A nova lei criou uma situação, no mínimo, curiosa: a possibilidade de aumentar a pena para crimes raciais quando eles ocorrem em “contextos de descontração, diversão ou recreação”. Ou seja, se alguém cometer racismo em uma brincadeira ou momento de lazer, a pena pode ser mais severa. Isso criou uma espécie de “racismo recreativo”, em que a pessoa, mesmo sem intenção de discriminar, acaba sendo responsabilizada por causar ofensa.

Esse ponto deveria chamar a atenção não só de juristas, mas de toda a sociedade, já que a punição para quem comete racismo de forma intencional (dolosa) acabou sendo inferior do que para quem faz isso sem intenção (culposa). Isso revela o verdadeiro desleixo na forma como o Congresso lidou com um tema tão sério como o racismo.

Outro problema é que a nova lei também mexe com questões religiosas, mas deforma que parece-nos proposital para não ser efetiva. A Lei nº 14.532/2023 dispõe sobre crime racial em contexto religioso ou com o objetivo de obstar, impedir ou atacar manifestação ou prática religiosa, com pena de 2 a 5 anos de reclusão e de 1a 3 anos, respectivamente. Entretanto, no Código Penal há a figura do art. 208, que trata do impedimento ou perturbação de culto cuja pena é de detenção de um mês a 1 ano.

E qual o problema aqui? A Constituição Federal prevê que o réu deverá se favorecer da norma mais benéfica, logo, de nada valem as inovações trazidas pela lei em relação ao contexto religioso enquanto o ilícito previsto no Código Penal não for revogado.

Por fim, uma das novidades mais controversas da lei é que, na interpretação de atos discriminatórios, os juízes devem considerar como discriminatória qualquer atitude que cause vergonha, humilhação ou constrangimento a grupos minoritários. No entanto, definir quem são essas “pessoas minoritárias” parece-nos bastante complexo. Desde 2020 o IBGE já mostra que a população negra é maioria no Brasil, o que pode gerar complicações na hora de aplicar a lei. Nada nos leva a desacreditar que não demorará muito para algum juiz “cidadão de bem” tratar os brancos como minoria envergonhada pelos negros algozes.

A verdade é que a Lei nº 14.532 trouxe mais retrocessos do que avanços, resultado da falta de comprometimento e empatia com que “assunto de preto” é tratado no Brasil.

Hédio Silva Jr.

Advogado. Mestre em Direito Processual Penal e Doutor em Direito Constitucional pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP). Coordenador-executivo do Instituto de Defesa dos Direitos da Religiões Afro-brasileiras (IDAFRO) e Fundador do JusRacial.

Ana Luiza Teixeira Nazário

Advogada. Mestre em Direitos Fundamentais e Justiça (UFBa). Especialista em Ciências Penais (PUCRS). Coordenadora de Projetos Acadêmicos do JusRacial.

Ao afirmar que é “uma mulher preta de direita”, Jojo Toddynho revela que vai se candidatar nas eleições de 2026

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A cantora Jojo Todynho, anunciou no último domingo, 5, sua intenção de se candidatar a um cargo político nas eleições de 2026. A declaração foi feita durante uma live no Instagram, após a artista ser alvo de uma série de críticas nas redes sociais por aparecer em uma foto ao lado de Michelle Bolsonaro, esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Jojo rebateu os ataques, afirmando que não se arrepende de suas escolhas e que suas posições políticas sempre foram claras. “Eu nunca enganei ninguém. Minha palavra não faz curva”, disse, ao afirmar também que, embora se identifique como “uma mulher preta de direita”, seu posicionamento é pautado por princípios, e não por extremismos, de acordo com Jojo.

“Hoje não venho à política, não. Mas 2026 eu estou vindo. E aí eu quero ver a disposição de vocês, porque vocês têm uma disposição na língua para atacar os outros”, completou a artista.

Ela também falou sobre a publicação feita pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que compartilhou a foto de Jojo com Michelle e escreveu a palavra ‘Traidora’. Em resposta, Jojo questionou: “Você, como uma mulher trans e negra, não tem respeito?”.

Emmy 2024: Discurso emocionante de Liza Colón-Zayas, da série ‘The Bear’ e os looks do tapete vermelho

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A noite do último domingo, 16, foi marcada por discursos emocionantes e pela consagração da série ‘O Urso’, como uma das grandes vencedoras da noite, junto com ‘Xógum: A Gloriosa Saga do Japão’, que venceu nas principais categorias do Emmy Awards 2024. A atriz Liza Colón-Zayas, que interpreta a personagem Tina Marrero na série ‘The Bear’, ganhou seu primeiro Emmy em 30 anos de careira na categoria de ‘Melhor Atriz Coadjuvante em Série de Comédia’, se tornando também a primeira atriz de origem latina a vencer na categoria: “não achei que seria possível”, disse em seu discurso.

Ao iniciar seu discurso, a atriz confessou que não havia escrito nada por não achar que seria possível vencer: “Obrigada ao meu marido David Zayas, ele me disse para escrever um discurso e eu não escrevi porque não achei que seria possível”, disse ela. “Como, como eu poderia ter pensado que seria possível estar na presença de Meryl Streep e Carol Burnett e Janelle [James] e Sheryl Lee Ralph e Hannah [Einbinder]. Amo todos vocês do fundo do meu coração, e todas as mulheres — minha mamãe, obrigada.”

Norte-americana de origem porto-riquenha, Colón-Zayas foi considerada a primeira atriz latina a vencer na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante em Série de Comédia’. Ela também destacou o epísódio em seu discurso: “E para todas as latinas que estão olhando para mim, continuem acreditando e votem. Votem pelos seus direitos”, afirmou a artista, que venceu em sua primeira indicação à premiação.

A série culinária “The Bear” dominou o início do 76º Emmy Awards, conquistando três prêmios de atuação nas primeiras horas da cerimônia. Ebon Moss-Bachrach foi eleito o melhor ator coadjuvante em comédia, e Jeremy Allen White levou o prêmio de melhor ator em comédia, ambos repetindo o feito do ano anterior. A série estabeleceu um novo recorde ao conquistar 11 prêmios em uma única temporada, superando sua própria marca de 10 vitórias no ano passado. O criador Christopher Storer também foi premiado como melhor diretor de comédia, consolidando o sucesso de “The Bear”.

Confira as fotos do tapete vermelho

Lujul encerra as atividades em São Paulo e chef proprietário fala sobre trazer mais ancestralidade na sua cozinha

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Foto: Reprodução/Instagram

Após quase cinco anos do Lujul – Cozinha Consciente, comandado pelo chef proprietário Julio Cardoso, o restaurante fechou as portas na semana passada, em São Paulo. O estabelecimento, que ficava na Vila Madalena, foi uma grande referência da culinária italiana, vegetariana e vegana.

“Eu senti a necessidade de colocar um rumo nele. O destino acabou, fazendo também que tivesse um racha na sociedade do restaurante, com o fato do sócio ter pedido pra sair da sociedade por outros motivos pessoais. Então eu analisei números e situações e decidi obter por encerrar a atividade”, explica o chef Julio em entrevista ao Guia Black Chefs e Mundo Negro

No entanto, o chef já visa novas estratégias para trabalhar. “É uma oportunidade de focar em eventos que eram uma crescente do Lujul, há muito tempo, eu tenho muitos clientes de eventos. Com isso, alinhado também um desejo profundo de trazer um pouco mais de brasilidade dentro da minha cozinha, dentro do meu know-how de atuação, africanidade, pouco de ancestralidade”, compartilhou.

“A possibilidade é gigante nesse nosso mercado, principalmente em São Paulo, que é muito farto, rico, e tem paladares mais exigentes e diversos no Brasil. Eu gosto muito dessa diversidade, porque traz um pouco mais de dinamismo para o mercado de gastronomia”, diz o chef com boas expectativas. 

“O mercado de eventos de luxo quer trazer a tônica da brasilidade, querem fazer eventos para pessoas pretas, procuram um chef negro que os represente, que traga bastante influência histórica, diaspórica, então certamente o mercado está muito aberto para isso. Então eu estou bem feliz e com muitas possibilidades, muitos caminhos abertos para que isso aconteça”, completa. 

“Isso me possibilitou também andar com o restaurante da fundação até hoje, como foi, mas também pensar e repensar sobre questões pessoais, de ancestralidade e o desejo de resgatar um pouco mais dos meus antepassados através da gastronomia”, explica.

Embora ele pense no mercado de eventos, também não descarta abrir outro restaurante “com cunho de brasilidade trazendo a tônica de comidas nordestinas, nortistas, também paulistas dentro desse mar de possibilidades da alimentação da gastronomia enquanto agente transformador da sociedade”, conta.

Para o chef Julio, o Lujul representou uma projeção social muito importante. “No final do restaurante, o público negro tornou-se 50% dos frequentadores do restaurante. Então isso me deixou muito feliz e eu acredito muito nessa capacidade do negro enquanto agente da transformação da boa gastronomia, dos bons lugares que estão à disposição de serem frequentados por pessoas negras”, diz. 

“Então o Lujul foi um protagonista nesse sentido e meus clientes sem dúvida agradecem por ela ter existido porque isso eu senti muito nas últimas semanas, principalmente no último dia. Teve muitas lideranças negras, pessoas brancas, que estavam presentes e foram agradecer pela existência do Lujul e por eu estar e ter proporcionado uma alimentação bacana com muito cunho de responsabilidade. E carinha, afeto e trocas”, relata. 

Para encerrar, o chef Julio afirma que o restaurante Lujul foi um agente propulsor de ideais da sociedade. “Eu tenho certeza absoluta, porque o que ele representou, o que ele fez, e tenho certeza que vai continuar fazendo ainda através dos projetos que virão, significam que eu fiz um bom trabalho”, celebra. 

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