Em um vídeo recente publicado em suas redes sociais, o ator e apresentador Lázaro Ramos falou abertamente sobre sua mudança no estilo pessoal e como tem encarado a moda como uma forma de expressão e autoestima. Ele compartilhou que está em um processo de experimentação e aprendizado sobre sua própria imagem.
“Realmente, sim, tô mudando um pouco o estilo, tô curtindo mais moda, tô aprendendo coisas, tô entendendo a importância da imagem, da mensagem que a gente passa”, afirmou Lázaro. O ator destacou ainda que essa transformação não é algo que se faz sozinho, mas com inspiração em outras pessoas e referências. “A gente não faz isso sozinho, naturalmente. Tem a ajuda de pessoas”, completou.
Entre as principais inspirações citadas por Lázaro estão o ator norte-americano Colman Domingo, conhecido por seus looks marcantes e cheios de personalidade. “Tô vidrado no Colman Domingo. Um ator que eu adoro, é incrível. Eu entro no Instagram dele pra ver o que ele usou cada dia, porque ele tá com um estilo absurdo”, confessou.
Outra referência mencionada foi Julius God, criador de moda urbana belga, que traz um estilo mais despojado e acessível. “Tem um cara da Bélgica chamado Julius God… Já é um outro estilo, é mais uma moda urbana, mas que traz uma referência, a gente consegue umas peças no Brasil de marcas ou inclusive de lojas que você dá uma reinventada”, explicou.
Lázaro também deu destaque à marca baiana Dendezeiro, que tem entre seus fundadores o estilista Hisan Silva, que tem ganhado reconhecimento nacional e internacional. “Dendezeiro, vocês estão ligados? @hisandeverdade é o arroba dele. Vê lá, moda feita na Bahia, que tá sendo uma grande referência, ganhando vários desfiles, ganhando espaço no Brasil e no mundo”, disse.
Além de falar sobre suas referências, Lázaro Ramos reforçou que essa mudança vai além da estética. “Tô entendendo, inclusive, a importância que isso tem pra autoestima, pra referência”, refletiu. O ator, que sempre manteve um estilo mais clássico, parece estar explorando novas possibilidades em sua imagem, mostrando como a moda pode ser uma ferramenta de expressão e autoconhecimento.
Ao final do vídeo, ele brincou com os elogios que tem recebido por suas novas produções: “E eu continuar o quê? Recebendo elogios de vocês por causa das minhas roupas”.
A jornalista e executiva Flávia Martins foi anunciada como nova diretora executiva do Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, localizado no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Com quase 30 anos de experiência em empresas como Oracle, Telefônica e Pacto Global da ONU, além de 12 livros publicados, Martins assume o cargo com o desafio de alinhar a preservação da cultura afro-brasileira com a expansão institucional.
“Assumo essa missão com humildade, paixão e o desejo profundo de ampliar o impacto do Museu Afro Brasil Emanoel Araujo. Meu compromisso é com a escuta ativa, o fortalecimento institucional e o futuro: um futuro que honra nossa ancestralidade e posiciona o Museu como referência viva, conectada ao Brasil e ao mundo.”, afirmou.
A escolha de Martins destacou-se por seu currículo em gestão corporativa (com passagens por multinacionais) e especialização em Marketing Analytics pela Harvard Extension School. O Conselho de Administração ressaltou a necessidade de “honrar o legado do fundador Emanoel Araujo” enquanto se avança em sustentabilidade e projeção internacional.
“A chegada de Flávia Martins simboliza esse movimento de continuidade com inovação, preservação da memória e compromisso com futuro”, afirma a Jandaraci Araújo, presidente do Conselho de Administração do Museu Afro Brasil Emanoel Araújo
Mariana Marins, irmã de Juliana Marins, brasileira desaparecida desde sábado (21) no vulcão Rinjani, na Indonésia, pediu cautela com informações não confirmadas sobre o resgate em um vídeo publicado à meia-noite desta segunda-feira (23). Mariana Marins afirmou que a família solicitou a perfis próximos que apagassem stories com dados não verificados e reforçou que qualquer atualização oficial será divulgada primeiro por seus canais. As buscas foram interrompidas devido às condições climáticas do local.
“Da mesma forma que ontem saíram muitas informações supostamente confirmadas por autoridades e que depois se mostraram incorretas, agora há relatos sobre o resgate em andamento que ainda não podemos confirmar”, disse. “Enquanto isso, vamos manter todos informados apenas com o que pudermos comprovar.”
Em comunicado divulgado ainda nesta segunda, a família acusou as equipes de resgate de lentidão e falta de planejamento. Segundo eles, as buscas avançaram apenas 250 metros em um dia e foram interrompidas novamente por condições climáticas, faltando 350 metros para alcançar Juliana: “MAIS UM DIA SEM RESGATE! Juliana vai passar mais uma noite sem água, comida e agasalhos por negligência!”, dizia a nota.
Em entrevista para o Fantástico no último domingo, a família de Juliana negou informações oficiais de que a jovem teria recebido suprimentos e afirma que vídeos divulgados como sendo do resgate são “forjados”. Mariana Marins afirmou ao Fantástico que as autoridades indonésias repassaram informações incorretas e que a embaixada brasileira não verificou os fatos antes de divulgá-las. Vídeos mostram a região coberta por névoa, o que tem dificultado as buscas.
Juliana, de 26 anos, caiu cerca de 300 metros da trilha principal durante uma excursão de três dias no Monte Rinjani. Ela foi avistada por turistas via drone no sábado, mas o resgate enfrenta dificuldades devido ao terreno acidentado e às condições climáticas adversas.
O guia Ali Musthofa, que acompanhava o grupo, negou ter abandonado a brasileira e disse que acionou o resgate assim que percebeu o acidente. A família, no entanto, sustenta que ele a deixou sozinha após ela reclamar de cansaço.
A trilha segue aberta a turistas, enquanto Juliana permanece desaparecida. A embaixada do Brasil enviou dois funcionários para acompanhar o caso. O governo indonésio não se pronunciou sobre as acusações de negligência.
As buscas devem ser retomadas nesta terça-feira (24), dependendo das condições do tempo. A família cobra urgência, já que Juliana está há quatro dias sem assistência.
Hoje é dia de celebrar o nascimento de um dos maiores nomes da luta abolicionista no Brasil, Luiz Gama (1830-1882). Advogado autodidata, jornalista e poeta, Gama libertou mais de 500 pessoas escravizadas e se tornou símbolo da resistência negra. Sua vida é retratada no filme ‘Doutor Gama’, dirigido por Jeferson De.
No longa, a trajetória do abolicionista é interpretada por três atores em diferentes fases: César Mello, Ângelo Fernandes e Pedro Guilherme. As atrizes Mariana Nunes e Samira Carvalho dividem o papel de Claudina Fortunato, esposa de Gama, retratando-a em distintas etapas da vida.
Filho de Luísa Mahin, ex-escravizada de origem africana, e de um fidalgo português que o vendeu aos 10 anos, Gama reconquistou a liberdade na juventude ao provar que havia nascido livre. Aos 17 anos, aprendeu Direito sozinho e, mesmo sem diploma, obteve autorização para atuar como jurista.
Na imprensa, fundou os jornais Diabo Coxo (1864) e O Cabrião (1866), usando a escrita para denunciar violações das leis antiescravistas. Em 1859, publicou “Primeiras Trovas Burlescas”, obra poética com críticas sociais e raciais. Reconhecido postumamente, Gama foi nomeado patrono da abolição da escravidão no Brasil em 2018 e, em 2015, recebeu o título de advogado pela OAB.
O elenco ainda conta com nomes como Romeu Evaristo, Zezé Motta, Teka Romualdo, Sidney Santiago, Dani Ornellas, Alan Rocha, Erom Cordeiro, Johnny Massaro, Higor Campagnaro e Isabél Zuaa, em um retrato plural da sociedade brasileira do século XIX.
Em clima de festa junina, Salvador se prepara para receber a primeira edição da Vila AfroJunina – Comidas que Contam Histórias, iniciativa da Afrocentrados Conceito, instalada no piso L2 do Shopping Bela Vista. Até o final do mês de junho, o espaço se transforma em uma vila gastronômica dedicada a receitas típicas, bebidas artesanais e uma curadoria 100% assinada por mulheres negras empreendedoras.
A proposta vai além da venda de produtos sazonais. A Vila AfroJunina aposta na valorização da culinária afetiva e ancestral, reunindo doces, bolos e quitutes com narrativas que atravessam gerações. Entre as opções disponíveis para consumo imediato, encomendas ou retirada no local, o público encontrará releituras criativas de clássicos como bolo de paçoca, bolo de laranja e aipim, doce de jenipapo e amendoim coberto.
A seleção das marcas participantes foi conduzida por Cynthia Paixão, fundadora da Afrocentrados Conceito, além de idealizadora de projetos como o Ayô Circuito AfroColab e o coletivo Afrodonas. A estrutura logística, comercial e de comunicação também fica sob responsabilidade da Afrocentrados, garantindo que as expositoras possam focar exclusivamente na produção e na geração de renda.
“O que estamos criando é mais do que um ponto de venda. É um espaço que exalta as potências da culinária preta, das mãos que cozinham com memória, e da força do empreendedorismo feminino e comunitário. Nada melhor do que unir saberes tão importantes através de uma culinária que atravessa gerações. Nós, da equipe Afrocentrados, estamos muito orgulhosos com a chegada da nossa nova Vila!”, destaca Cynthia.
Conheça as empreendedoras que estarão na Vila AfroJunina
Cuscuz Odara
A Cuscuz Odara tem como missão resgatar e valorizar a alimentação ancestral por meio de cuscuz recheado de milho, além de oferecer cuscuz de tapioca e cuscuz de arroz, sempre preparados com cuidado, sabor e afeto. Nossa proposta é levar ao cliente muito mais do que uma refeição: entregamos memória afetiva, cultura e aconchego em cada prato.
Meu nome é Dandara Bastos, proprietária da Cuscuz Odara, que nasceu em 2020, em meio à pandemia, quando o desemprego me levou a transformar um desafio em oportunidade. Desde então, venho me dedicando à gestão e à produção da empresa, cuidando de praticamente todas as áreas, muitas vezes com o apoio valioso da minha mãe e da minha irmã.
Dandara Bastos (Foto: Iaô Espaço de Criação)
Sabor com Amor
Rejane Sacramento é confeiteira desde os 15 anos, apaixonada por transformar sabores em memórias afetivas. Com mais de 20 anos de experiência, é professora de confeitaria e fundadora da marca Sabor com Amor, onde desenvolve receitas exclusivas e experiências gastronômicas inspiradas nas tradições da sua mãe e avó, resgatando histórias de família em cada preparo. Para este São João, Rejane traz releituras criativas dos sabores típicos juninos, com aquele toque caseiro que aquece o coração
Doces Divinos da Mi
Meu nome é Michele de Jesus, tenho 42 anos. Sou uma mulher preta, periférica, mãe solo e empreendedora. Sou a CEO da Doces Divinos da Mi. O negócio nasceu a partir de um momento desafiador em 2014, quando fui desligada da empresa em que trabalhava e logo em seguida fiquei grávida. Mas o empreendedorismo sempre esteve comigo, pois já vendia outras coisas desde a adolescência e cresci vendo minha mãe vender lanches nas ruas quando ficou desempregada. O empreendedorismo sempre fez parte da minha vida e eu amo empreender, pois empreender pra mim é um ato político e um caminho para a independência financeira.
Docizin
Meu nome é Taiana Carvalho, uma mulher preta, mãe solo, confeiteira e criadora da Docizin! A confeitaria sempre fez parte da minha vida, cresci encantada vendo minha mãe e minha avó transformar ingredientes simples em verdadeiras delícias. Na pandemia, decidi transformar esse amor em negócio. Assim nasceu a Docizin: uma confeitaria cheia de afeto, cor e sabor, especializada em bolos personalizados, feitos com todo cuidado nos mínimos detalhes. Cada bolo que sai daqui leva um pedacinho da minha história… e quero muito fazer parte da sua também!
Michele de Jesus (Foto: Divulgação)
Oyá Doces Delícias
A Oyá Doces Delícias nasce em agosto de 2015, com o desejo de conectar nossa ancestralidade à gastronomia contemporânea, a partir da criação de receitas, produção e comercialização de sequilhos artesanais com identidade ancestral. Marina Bonfim está à frente de um empreendimento familiar que reúne mulheres pretas de 30 a 69 anos, dando vida a um sonho coletivo.
Nossa missão tem sido realizada, a medida que impacta a vida de mulheres pretas da periferia de Salvador – cercadas pelas múltiplas violências, através das nossas Oficinas de Culinária Criativa; onde elas aprendem a fazer sequilhos, ao tempo que fortalecem sua autoestima e se conectam com suas ancestralidades. Impactar é trazer doçura à vida das pessoas, é o que concretiza a existência da Oyá Doces Delícias.
Serviço
Vila AfroJunina – Comidas que Contam Histórias Quando: até 30 de junho Horário: Segunda à sábado, das 9h às 22h e aos domingos, das 12h às 21h Onde: Loja Afrocentrados – Shopping Bela Vista (Piso L2)
No mercado da beleza, sobretudo de marcas de prestígio, uma experiência de compra se torna mais rica quando temos variedade de produtos, seja por marcas, seja por ativos, seja por tecnologias inovadoras, somadas à credibilidade das marcas tradicionais. Quanto mais variado o leque de opções no ponto de venda, maior a satisfação do cliente.
Quando falamos de Sephora, gôndolas luxuosas atendem à demanda de clientes exigentes e dispostos a gastar para ter o melhor. No Brasil, por trás da estratégia de uma marca tão renomada e admirada, também está uma filosofia que tem no diverso a sua fortaleza.
A Gerente de Diversidade, Equidade e Inclusão da Sephora Brasil, Marcele Gianmarino, é a personificação da cultura da sede brasileira da empresa. Mulher não branca, de cabelos cacheados, bissexual, que ainda carrega na sua vivência a experiência de uma pessoa que foi adotada quando criança. “Essa agenda me atravessa por inteiro, pois é impossível dissociar minha trajetória pessoal do trabalho que realizo aqui. Acredito na transformação que ela pode gerar, não só para a sociedade, mas também para mim”, comenta Marcele.
Na Sephora, a executiva atua como líder estratégica em programas de equidade, inclusão e diversidade, com foco no desenvolvimento de iniciativas inovadoras que ampliem a conscientização e as competências culturais.
Foto: Divulgação
Com menos de três anos na empresa, Marcele já conseguiu feitos importantes no esforço de trazer mais diversidade para a marca, seja no time de colaboradores, seja entre os clientes. Um exemplo é o projeto Classes for Confidence, que utiliza a maquiagem como ferramenta para fortalecer a autoestima e promover o empoderamento de grupos sub-representados. A iniciativa já impactou mulheres trans, pessoas com deficiência, mulheres negras e mães atípicas. Em parceria com ONGs e institutos, a marca também realiza oficinas de beleza para mulheres em tratamento oncológico.
Porém, Marcele não disfarça que um de seus principais objetivos é trazer mais pessoas diversas, sobretudo pessoas negras, para dentro da empresa, para que a Sephora tenha um time de colaboradores que se pareça com a maioria dos brasileiros. Felizmente, a companhia, a nível global, compartilha do mesmo desejo, e a criação da área de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), em 2023, foi o primeiro e fundamental passo para esse objetivo.
“A criação da área de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), em 2023, marcou um ponto de inflexão para nossa empresa, transformando a diversidade em um pilar estratégico essencial para o nosso negócio. Primeiramente, desenhamos uma estratégia chamada Sephora (+), que foi apresentada a todos os colaboradores, trazendo transparência e envolvimento para toda a organização. Essa estratégia está dividida em curto, médio e longo prazo, e no curto prazo estamos focando especialmente na atração de talentos, com ênfase em raça e pessoas com deficiência, para que possamos refletir de forma mais fiel a demografia do Brasil”, detalha Marcele, destacando que o apoio da liderança foi essencial para dar visibilidade e direcionamento à agenda.
AUMENTO DE 32% DAS LIDERANÇAS NEGRAS
A inclusão da meta de diversidade nas metas da liderança foi uma das estratégias que resultou no aumento de representatividade e diversidade racial na empresa, inclusive nos cargos de gestão. De forma concreta, a Sephora conseguiu ampliar em 49% o número de colaboradores que se identificam como negros.
Na liderança, o número de colaboradores negros aumentou em 32%. Marcele detalha. “Investimos em treinamentos específicos para o time de recrutamento, capacitando-os para identificar e minimizar vieses inconscientes, e implementamos uma abordagem de recrutamento afirmativo, focando em atrair mais candidatos negros para todas as áreas, especialmente nas de liderança. Também realizamos uma travessia de diversidade para toda a liderança da organização, promovendo uma maior conscientização sobre as questões raciais e o papel de cada líder na construção de uma cultura inclusiva.”
Foto: Divulgação
Um dos maiores desafios em programas de grande impacto na cultura da empresa é a retenção de pessoas, e manter esses novos colaboradores também faz parte da estratégia.
“Para criar um ambiente onde essas pessoas se sintam verdadeiramente pertencentes e possam visualizar um caminho de desenvolvimento dentro da empresa, contamos com ferramentas como a pesquisa de engajamento anual e o censo de diversidade que rodamos a cada dois anos e que nos ajudam a monitorar a satisfação e o progresso dos nossos colaboradores negros, ajustando as estratégias conforme necessário para garantir um ambiente inclusivo e justo”, explica a líder.
Até o desligamento do colaborador recebe atenção específica, considerando os recortes racial e de pessoas com deficiência. “Isso nos permite entender as razões das saídas e agir proativamente para reduzir a rotatividade e melhorar nossas práticas de inclusão”, detalha Marcele.
ORGULHO PARA ALÉM DO MÊS DE JULHO
Neste ano, a Sephora ampliou sua atuação no Mês do Orgulho LGBTQIAPN+ com uma série de iniciativas de impacto, como o patrocínio da Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo e ações voltadas para a empregabilidade de pessoas LGBTQIAPN+. Para Marcele, essas ações externas são uma extensão natural do trabalho interno da empresa.
“Queremos que nossa empresa reflita a diversidade do Brasil e, por isso, estamos cada vez mais representando diferentes recortes em todos os níveis da organização”, afirma. O resultado já aparece na prática: 27% dos colaboradores são LGBT, sendo que 25% deles estão em cargos de liderança.
Além da visibilidade proporcionada em grandes eventos como a Parada, a Sephora aposta em iniciativas concretas que geram oportunidades. “Essas ações externas não são apenas gestos simbólicos, mas a materialização do nosso compromisso com a inclusão”, destaca Marcele. O trabalho se estende ao fortalecimento da visibilidade de pessoas LGBTQIAPN+, mulheres, pessoas negras e pessoas com deficiência, criando mais portas de entrada para talentos diversos. Essa postura também reverbera dentro da empresa, que hoje oferece mais espaços de apoio e pertencimento para todos os colaboradores.
“ESSE TRABALHO TEM SIDO FUNDAMENTAL PARA AS MINHAS PRÓPRIAS CURAS”
Liderar uma agenda de diversidade, equidade e inclusão em um país marcado por profundas desigualdades exige mais do que estratégia. Envolve também vivências pessoais. No caso de Marcele, mulher não branca e membro da comunidade LGBTQIAPN+, o trabalho dentro da Sephora carrega um significado ainda mais especial.
Sua trajetória é atravessada por muitas das questões que hoje busca transformar na empresa. Ao longo dessa jornada, algumas experiências marcaram de forma decisiva sua atuação e seu olhar sobre o impacto dessas mudanças.
Foto: Divulgação
“Acompanho as mudanças de dentro da empresa com uma conexão muito pessoal. O momento mais marcante para mim foi o lançamento da nossa estratégia de diversidade, quando me apresentei abertamente como uma pessoa bissexual e adotada. Esses são temas sensíveis para mim, que normalmente não costumo falar abertamente, mas eu sabia da importância de compartilhar minha jornada, principalmente porque esses dois temas ainda carregam um estigma muito forte no nosso país”, diz a líder.
Marcele acredita que seu envolvimento profissional com o tema não pode ser dissociado de quem ela é. “Compartilhar minha história, sabendo que ela pode inspirar outras pessoas, tem sido uma forma de me conectar mais profundamente com minha própria jornada e com o impacto que buscamos gerar dentro da empresa”, comenta a gerente, que tem vivido e proporcionado experiências inéditas para pessoas como ela dentro das lojas da Sephora no Brasil. “Esse trabalho tem sido fundamental para minhas próprias curas e ressignificação de dores como a rejeição e a invisibilização”, finaliza.
Após temporadas com sessões esgotadas em Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo,“Torto Arado – O Musical” retorna à capital paulista a partir desta sexta-feira, 20 de junho, no Sesc Pinheiros, onde segue em cartaz até 6 de julho. A produção terá 12 apresentações, sempre de quinta a domingo. Os ingressos estão disponíveis no site do Sesc e nas bilheterias.
Inspirado no romance homônimo de Itamar Vieira Junior, o espetáculo propõe uma leitura livre da obra que aborda temas como trabalho análogo à escravidão, racismo, disputa por terra e religiosidade popular no sertão da Bahia. A montagem busca traduzir para o palco o lirismo e a carga social presentes no livro.
Com texto de Elísio Lopes Júnior, Aldri Anunciação e Fábio Espírito Santo, a produção mistura teatro e música para contar a história das irmãs Bibiana e Belonísia, marcadas por um acidente na infância e pela vivência em condições precárias de trabalho na Chapada Diamantina. A adaptação inclui ainda uma nova personagem: a avó Donana, ausente na narrativa original.
Foto: Caio Lírio
O elenco reúne 22 artistas, entre músicos e atores. Os papéis principais são interpretados por Larissa Luz (Bibiana), Bárbara Sut (Belonísia) e Lilian Valeska (Donana). A direção musical e as composições inéditas são assinadas por Jarbas Bittencourt, com foco em ritmos nordestinos e sonoridades ligadas ao cancioneiro do sertão.
“Fazer música para um personagem é aquele momento em que você abre um espaço em você, assim como faz o ator, e se deixa ser outro; deixa que outra voz lhe cante a música que está criando”, afirma Bittencourt sobre o processo criativo das canções. O espetáculo tem duração de duas horas e vinte minutos.
Segundo Elísio Lopes Júnior, que também assina a direção geral, a temporada de dois meses na capital baiana foi decisiva para fortalecer a identidade do projeto. “A sensação de ter estreado Torto Arado em Salvador, na Bahia, perto do lugar onde essa história foi concebida e perto das pessoas que entendem esse universo, nos deu uma sensação de pertencimento. A entrada do público foi mais um elemento dentro dessa contação de história e a gente percebeu que Torto Arado tem humor, tem dor, tem poesia, e isso tudo extraído do livro a partir do convívio desses personagens em cena”, disse.
Foto: Caio Lírio
“Os personagens de Torto Arado nos ensinam e agora partimos para novos palcos, novas plateias, mantendo a nossa musicalidade, nosso sotaque e a nossa identidade, esperando que o olhar de quem é de fora também consiga captar a poesia dessa aridez, esse humor e essa dor que a narrativa de Itamar Vieira Júnior nos oferece e que conseguimos transpor para o palco com o desejo de mostrar um pouquinho mais para o Brasil quem é o Brasil”, completa.
A direção de movimento é do diretor e coreógrafo Zebrinha, que baseou sua pesquisa na estética do Jarê, religiosidade do povo que permeia toda a trama. “O que estou tentando fazer com a estética e o vocabulário do movimento no espetáculo é tornar contemporânea essa visão e apresentar o que há de mais bonito e mais plásticos dentro dos rituais do Jarê”, afirma.
O espetáculo tem cenografia de Renata Mota, figurinos de Bettine Silveira e coordenação geral de Fernanda Bezerra, também idealizadora do projeto.
Foto: Caio Lírio
SERVIÇO:
Torto Arado – O Musical
De 20 de junho a 6 de julho | quinta a sábado às 20h, e domingos e feriados às 18h
Cleber Augusto, ex-Fundo de Quintal (Foto: Cadu Andrade/Divulgação)
Texto: Viviane Elias
Sabe aquele dia de rotina que todas as mulheres pretas que fazem o seu corre ao longo da semana tiram para fazer o combo cuidar de si, da casa, dos seus afetos, tudo junto e misturado, ouvindo o seu samba e sem querer guerra com ninguém? Então, no meio da execução do meu combo semanal, o algoritmo me entrega o Grupo Arruda e o efeito choro-e-latinha-abrindo-sozinha aconteceu automaticamente ao ouvir o álbum Flores em Vida: Arruda Canta Cléber Augusto.
A skin do mundo corporativo foi ativada imediatamente quando percebi a conexão entre o álbum do Grupo Arruda, de 2021, e o projeto fantástico do Spotify, de 2025. Cada um à sua maneira: o Grupo Arruda, lá do samba do Maria Zélia, com a tecnologia periférica, e o Spotify, por meio da tecnologia hypada da IA, fizeram o que deveríamos ter feito há muito tempo: devolver a voz ao Cléber. E aqui vai toda a minha gratidão ao Grupo Arruda, que me fez esgotar, em duas horas, o estoque de latinhas programado para o final de semana, ouvindo: “Eu não sei o que é que vou dizer, quando chegar, e o sol raiar, você brigar por me esperar, me censurar, desta vez coberta de razão…”.
Voltando ao texto: estamos falando de um país que não reconhece os próprios gênios. E que precisa da tecnologia (ora, ora, parece que o jogo virou, não é mesmo?) para lembrar quem nos deu tanta beleza em forma de samba. Sim, estou falando de Cléber Augusto, violonista, compositor e uma das vozes fundadoras do grupo Fundo de Quintal. Se o nome não te soou familiar, não se culpe.
A gente, enquanto sociedade, foi ensinada a esquecer as potências pretas, mesmo aquelas que escreveram “hinos” que você canta até hoje sem saber a origem. “O Show Tem Que Continuar”, “Só Pra Contrariar”, “A Batucada dos Nossos Tantãs”, “O Mapa da Mina”, “Oitava Cor”, “Você Quer Voltar”, entre tantas outras, têm a assinatura dele. Foram mais de 500 composições e, ainda assim, o racismo estrutural o empurrou durante muitos anos para o esquecimento e uma doença degenerativa chamada disfonia espasmódica, que afetou sua laringe e o impediu de cantar por quase duas décadas.
A empresa Spotify, com apoio da família e especialistas em tecnologia, usou a IA para recriar a voz do artista a partir de gravações antigas e nos devolveu a possibilidade de ouvir Cléber cantando novamente, potencializando o alcance do que o Grupo Arruda começou em 2021. Sim, a tecnologia, que muitos dizem que vai tirar nossos empregos, hoje devolve uma parte essencial da cultura preta brasileira, não somente para nós, brasileiros, mas para todo o mundo. Foi como ver um pedaço da história preta sendo refeito e restaurado. Um Brasil que ousa ouvir de novo os seus maiores mestres esquecidos.
A verdade é que qualquer tecnologia pode ser ferramenta de opressão ou de libertação. Tudo depende de quem está programando, de quem está usando e, principalmente, de quem está sendo lembrado. Dados da PwC mostram que, até 2030, a IA poderá agregar até US$ 15,7 trilhões à economia global, sendo a saúde uma das áreas com maior potencial de impacto. A IA já tem sido usada em diagnósticos precoces de câncer, predição de epidemias, reabilitação motora e criação de próteses inteligentes. Imagine isso aliado à recuperação de vozes, histórias e memórias pretas que o tempo e o racismo estrutural tentaram apagar?
Enquanto a IA cura vozes, o Brasil ainda se recusa a escutar. Porque é mais fácil viralizar tretas sobre colorismo no TikTok do que reconhecer quem realmente construiu nossa cultura. E vamos ser francos: tem muita gente ganhando dinheiro dividindo a gente. O caso de Cléber Augusto é um lembrete poderoso de que a tecnologia, quando usada como meio, e não como fim, pode ser um instrumento de cura, memória e justiça cultural. Enquanto perdemos tempo em discussões rasas sobre se a IA vai “roubar nossos empregos”, a verdade está em outra pergunta: como ela pode nos devolver o que a desigualdade nos tirou? Por que não reprogramar o futuro com os nossos nomes no código-fonte?
Para debatermos o futuro preto coletivo em tecnologia, precisamos discutir, de forma correta, como as respostas a questionamentos sobre como a IA pode potencializar talentos pretos, como podemos formar profissionais pretos para trabalhar com IA e como podemos usar essa tecnologia para contar a nossa história, a verdadeira, não a reborn que foi editada pelos “os” de sempre.
Cléber é só um entre tantos nomes pretos que merecem ser lembrados, não por nostalgia, mas por legado. A IA pode ser uma aliada nessa recuperação da história real, da música, da cultura, da ciência preta e, para isso, precisamos parar de ter medo da tecnologia e começar a dominá-la. Se queremos ocupar o topo das empresas, dos algoritmos e das narrativas, precisamos sair do medo e entrar no protagonismo.
O show tem que continuar, sim, mas com um novo roteiro. E se for para usar a IA ou qualquer outro tipo de tecnologia, que seja para amplificar nossas vozes, não para silenciá-las mais uma vez. Que a batucada dos nossos tantãs ecoe nos algoritmos. Que o mapa da mina inclua os nossos nomes. E que cada samba que o Brasil tentou esquecer seja lembrado em estéreo, com voz restaurada e memória viva, afinal, como já dizia Cléber, “ninguém vai calar esse nosso canto”.
Eu estou indo porque preciso voltar ao meu combo e abrir uma nova latinha, porque agora está tocando Oitava Cor. Salve Cléber Augusto, Grupo Arruda e todos envolvidos neste projeto do Spotify. Este brinde é para vocês e para a tecnologia lindamente utilizada como meio por vocês.
O tempo passou muito rápido e Titi Gagliasso, filha de Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso, completa 12 anos nesta sexta-feira, 20 de junho. Crescendo sob os holofotes, Titi conquistou nossos corações com seu carisma, estilo único e, principalmente, como símbolo de representatividade para tantas meninas pretas que se veem nela. Além disso, a pré-adolescente já considerada um ícone fashion.
Com combinações de looks estilosos, penteados que valorizam a beleza dos cabelos crespos e as múltiplas possibilidades de penteados afro, Titi já protagonizou ensaios fotográficos, participou de campanhas e encantou seguidores de seus pais com sua autenticidade.
Além da influência no mundo da moda, ainda que muito pequena, Titi também representa muitas crianças negras no Brasil, um país onde o racismo estrutural ainda impacta a infância, ver uma menina preta sendo celebrada como referência é um ato poderoso de transformação. Nas redes sociais, os pais Giovanna e Bruno frequentemente compartilham momentos especiais ao lado da filha, sempre exaltando sua beleza, inteligência e força. As publicações da família neste dia de celebração são uma verdadeira demonstração de amor e orgulho.
Para celebrar a data, os pais de Titi compartilharam no Instagram um ensaio fotográfico com um texto emocionado sore Titi: “Você ja tem opinião. Tem atitude. Autoestima e amor-próprio. E está começando a dar os próprios passos, e o mais lindo é que não são os passos que a mandam, não os que esperam de você…mas os que vêm do seu coração, da sua vontade, os que fazem sentido pra você. E isso é muito potente!”.
A atriz Roberta Rodrigues entrou com recurso na Justiça para aumentar a indenização no processo que move contra a Globo por racismo nos bastidores da novela ‘Nos Tempos do Imperador’ (2021). Ela já teve a ação reconhecida em primeira instância, mas contesta o valor fixado: R$ 500 mil, teto estipulado pelo Ministério do Trabalho.
Em entrevista ao portal Leo Dias, Roberta afirmou que também solicitou a retirada do sigilo do processo. “Ganhei o processo já, eu recorri a respeito do valor e também pedi para que não fique em sigilo, porque eu acho que as pessoas que entrarem com qualquer ação a respeito de racismo, pode usar esse processo a favor”, disse.
Segundo a atriz, o pedido de segredo de Justiça partiu da emissora. “No meu caso, eu não tive nenhum [caso] para poder acoplar no meu. Eu quero que ele sirva para que as pessoas entendam que tem que batalhar pelos seus direitos”, afirmou.
Roberta afirmou ainda que a Globo não pagou a indenização de R$ 500 mil determinada pela Justiça. “A gente não teve acordo. Eu ganhei o teto máximo do Ministério do Trabalho, e aí eu recorri pelo valor que eu pedi e aí estamos aí esperando o resultado. E mesmo assim a Globo não pagou os 500 mil, por isso que eu tô batalhando. Vamos para os 10 milhões”.
Ela e outras atrizes que participaram da novela, Dani Ornellas e Cinara Leal, acusaram o diretor Vinícius Coimbra de conduta racista, com relatos de segregação entre brancos e negros nos bastidores da produção.
Desde então, longe da TV aberta, Roberta Rodrigues tem se dedicado ao streaming e ao cinema. Recentemente, estreou na quarta temporada da série ‘A Divisão’, do Globoplay, e foi indicada ao Prêmio Grande Otelo 2025 como Melhor Atriz de Série de Ficção pelo aclamado papel de Berenice em ‘Cidade de Deus – A Luta Não Para’, da HBO Max.