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ONGs brasileiras e internacionais criam coalizão para incluir mais negros no mercado de trabalho

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Texto: Divulgação

O Instituto Ethos e o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) lançam, dia 16 de maio, a Coalizão Empresarial para Equidade Racial e de Gênero, que reúne a experiência de cada entidade para promoção da equidade de raça e gênero nas empresas.

“A mudança no quadro de desigualdades raciais no trabalho exige várias medidas, entre elas que se tenha um diagnóstico dos entraves institucionais na inserção e na ascensão profissional, o que requer monitoramento de informações demográficas das empresas e organizações. Algumas boas iniciativas empresariais podem ser identificadas e é fundamental mapear, discutir, detalhar e disseminar essas ações, como cases, com vistas a compartilhar as metodologias e os principais desafios para sua implementação”, explica Maria Aparecida da Silva Bento, diretora executiva do CEERT.

O lançamento da Coalizão Empresarial para Equidade Racial e de Gênero será uma reunião das principais lideranças das políticas de inserção racial, que vão relatar a implantação de boas práticas nas corporações, como: Stephanie Oueda Cruz, Diretora Associada de Diversidade e Inclusão da Coca-Cola na Europa; Judith Morrison, Assessora Principal da Divisão de Gênero e Diversidade do BID; Ana Costa, Vice-Presidente Jurídica e de Relações Governamentais e líder da Rede pela Diversidade da AVON, entre outras personalidades que estarão presentes neste lançamento.

“Está na gênese do Ethos a promoção da equidade racial e de gênero. Foi Cida Bento, dirigente do CEERT e hoje nossa Conselheira, que nos provocou para o tema nos idos de 1999. OdedGrajew, fundador e presidente emérito do Ethos, deu prioridade absoluta para internalizar o tema nas estratégias da organização. A partir daí iniciamos os estudos para a publicação da série histórica do Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 maiores empresas do Brasil e suas ações afirmativas. E agora com esta iniciativa da Coalizão, igualmente parceira do CEERT, queremos demonstrar que as empresas são atores capazes e responsáveis de combater as desigualdades sociais ao realizar a necessária inclusão de todos para alcançarmos uma sociedade plural, diversa e justa”, enfatiza Caio Magri, presidente do Instituo Ethos.

A Coalizão é uma iniciativa do Instituto Ethos, do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) e do Institute for Human Rights and Business (IHRB), com apoio do Movimento Mulheres 360, do Instituto Carrefour, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do programa Fundo Newton, oferecido pelo governo do Reino Unido e pelo Conselho Britânico.

8:00 – 8:30: Café da manhã de Boas-Vindas

8:30 – 9:00: Abertura

– Caio Magri, Instituto Ethos
– Vídeo John Morrison, IHRB
– Diana Daste, Fundo Newton
– Margareth Goldenberg, Movimento Mulheres 360
– Cida Bento, CEERT

9:00 – 10:30: Lançamento da Coalizão Empresarial para Equidade Racial e de Gênero

– Paulo Pianez, Diretor de Sustentabilidade do Carrefour.
– Pedro Massa, Diretor de Valor Compartilhado da Coca-Cola Brasil.
– Ana Costa, Vice-Presidente Jurídica e de Relações Governamentais e líder da Rede pela Diversidade da AVON.
– Guilherme Cavalieri, Diretor de Desenvolvimento Humano da Serasa Experian.
– Judith Morrison, Assessora Principal da Divisão de Gênero e Diversidade do BID.

10:30 – 11:00: Diálogo sobre Equidade Racial e de Gênero com a Diretora Associada de Diversidade e Inclusão da Coca-Cola na Europa

– Stephanie Oueda Cruz, Diretora Associada de Diversidade e Inclusão da Coca-Cola na Europa

11:00 – 12:30: Mesa de Boas Práticas de Equidade Racial e de Gênero

O objetivo desta mesa é o compartilhamento de boas práticas, em curso, e que efetivamente impactam na promoção e no avanço da equidade racial e de gênero nas empresas e organizações. Moderadores: Cida Bento e Caio Magri

Lançamento do livro “Diversidade nas Empresas & Equidade Racial” – organizadores Maria Aparecida da Silva Bento e Flavio Carrança (CEERT com apoio da Fundação Ford)

Serviço:
Lançamento da Coalizão Empresarial para Equidade Racial e de Gênero
Data: 16 de maio
Horário: 8h às 12h30
Local: Conselho Britânico: Rua Ferreira de Araújo, 741 – Térreo – Pinheiros – São Paulo
Inscrições gratuitas: Aqui

Com foco em equidade racial, Natura abre vagas buscando estagiários negros

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(Texto – Divulgação)

Programa de estágio abre inscrições até 18/05

As vagas são para os espaços de São Paulo. As inscrições podem ser feitas em www.99jobs.com/natura.

O processo seletivo é destinado a estudantes que cursam graduação regular ou curso tecnólogo, com previsão para conclusão em julho de 2019.  Serão cerca de 20 vagas para os espaços de São Paulo. As áreas de atuação serão: Comunicação Corporativa, Finanças, Inovação, Instituto Natura, Marketing, Operações e Logística, Recursos Humanos, Sustentabilidade, Tecnologia e Vendas.

Foto: Divulgação

O programa tem como objetivo estimular os estagiários a identificar e desenvolver seus talentos, propiciando assim mais clareza em suas escolhas profissionais.

É importante que o candidato traga competências como autoconhecimento, visão do todo, resiliência, protagonismo e habilidade para se integrar e se relacionar.

O processo de seleção valoriza a diversidade e, nesta edição, terá foco em inclusão de pessoas com deficiência e equidade racial. A EmpregueAfro, consultoria especializada em atração e recrutamento de candidatos negros, será um dos parceiros do programa.

Você pode contribuir com a divulgação compartilhando o hotsite (www.99jobs.com/natura) em suas redes sociais e indicando as oportunidades para estudantes que você conhece.

 

“Tira esse Smurf dá cabeça”: Página da professora e rapper Preta Rara sofre ataques racistas no Facebook

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Foto: Reprodução Facebook

Beleza é questão de opinião? Talvez. Beleza é um fator construído por meio da nossa cultura e referência estéticas a que somos expostos? Sim, com certeza e nossa opinião se constrói por essas imagens que ficam no nosso inconsciente.

Ao buscar imagens usando as palavras MULHER BONITA olha o que o Google mostra, ou seja, a referência de beleza na mente da maioria das pessoas.

 

Não vamos entrar aqui na questão dos algoritmos que tem sim uma participação humana no processo, mas sim ao fato de que nós negros celebramos nossa beleza como um ato de resistência de um povo carimbado como feio, sujo ou desarrumado por conta do racismo.

No começo dessa semana, Joyce Fernandes,  a Preta Rara, professora de história, modelo Plus Size, ativista e famosa por conta do seu projeto Eu, Empregada Doméstica, publicou uma foto na página da sua banda vestindo uma camiseta com a frase. “Feio é o seu preconceito”, uma provocação baseada parcialmente no que falei acima, sobre beleza nem sempre ser questão de opinião.

Foto: Reprodução Facebook

Não precisou muito tempo para que sua página fosse invadida por “críticos” de moda, estilo e claro, beleza com comentários de cunho racista, machista e gordofóbicos, traduzidos de opinião.

Reprodução Facebook

Tudo pareceu uma ação orquestrada de pessoas querendo desmoralizar a artista que usa suas redes sociais para falar sobre autoestima.

Na própria página Joyce já disse estar tomando as medidas legais por meio de uma nota de repúdio.

“Após uma série de ofensas racistas, gordofóbicas e machistas feitas a artista Preta-Rara, informamos que as medidas judiciais cabíveis estão sendo tomadas. Todos os perfis que comentaram na foto onde a rapper aparece com uma camiseta escrita “Feio é seu preconceito” serão enviadas a delegacia de crimes virtuais para que as ações criminais sejam tomadas”, diz a declaração da assessoria de Joyce.

Felizmente ela não se intimidou e segue postando suas fotos e celebrando seu amor próprio. Empoderamento é isso, não precisar de validação de ninguém para amar quem você é.

Imagem: Reprodução Facebook

Joyce , por dentro e por fora você é linda.

Com eventos abertos ao público, Faculdade Zumbi dos Palmares discute negritude, negócios e educação na semana da Abolição

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(Texto – Divulgação)

Entre o sábado, 13 de Maio e a sexta-feira, 19, acontece uma programação diferenciada na Faculdade Zumbi dos Palmares: a Semana da Abolição da Escravatura. As questões que permeiam a semana – que faz uma pausa no domingo – questionam os 129 anos pós-abolição e os temas que carrega desde racismo, sociedade e educação, até feminismo negro e religiosidade. O dia de abertura tem um horário diferenciado: das 11h às 19h enquanto, de segunda a sexta os alunos são recebidos e convidados a participar das feiras, palestras e workshop no horário normal de aula (19hs às 22h).

Programação Completa:

13 de Maio:
* Dedicado ao dia 13 de Maio, data conhecida pela abolição da escravatura, acontece a abertura de uma semana repleta de programações na Faculdade Zumbi dos Palmares: com aula de samba rock, feira de empreendedorismo, mas também, feira de alimentação e a integração de calouros e veteranos. Não faltarão opções para se divertir e produzir das 11hs às 19hs no Anfiteatro. Não acaba por aí, os alunos que estiverem às 17hs na biblioteca terão a chance de presenciar o lançamento do livro “Biografia de Mahommah Gardo Baquaqua”, que conta a trajetória de um ex-escravo. Para criar ainda mais dinamismo, seguido do lançamento, acontece uma roda de conversa com Clarens Cherry e Egidio Trambaiolli no lançamento do livro até às 19hs.

*15 de Maio

Em 15 de Maio a Faculdade Zumbi dos Palmares retoma as atividades no Anfiteatro, onde o Reitor José Vicente filosofa sobre as “Verdades e mentiras da Aabolição da Escravatura”.

Já a Biblioteca recebe o palestrante Silvio Petluni, que abordará o tema “Podemos Vencer: empreendendo na vida e nos negócios”. Mas para quem está em busca de movimento, um workshop de dança invade o auditório da capoeira com o renomado dançarino Criolé.

Por fim, no Auditório (4º Andar) a Professora Ms. Ana Célia Nunes conversa sobre “As influências do racismo nos processos de desenvolvimento da população negra”.

Escolha seu tema favorito e participe da programação que se inicia às 19hs e termina às 22hs.

* 16 de Maio

Dentro da programação da Semana da Abolição na Faculdade Zumbi dos Palmares, na terça-feira, 16 de Maio, entre as 19hs e 22h, acontece no Anfiteatro o debate “Feminismo Negro: Mulher negra e sociedade” com a Professora Fernanda Santos de Paula. Enquanto isso, na Biblioteca, os alunos se juntam numa Conversa com o autor Oswaldo Faustino sobre seu livro “Legião Negra!”. Já no 4º andar, acontece a Oficina de Xerequê no Auditório de Capoeira e a roda de conversa “O poder do seu dinheiro!”, no Auditório.

* 17 de Maio

Das 19hs às 22h do dia 17 de Maio a Faculdade Zumbi dos Palmares abriga quatro acontecimentos: no Anfiteatro, a Professora Vera Benedito trata sobre as leis que colocam no currículo educacional obrigatoriedade do estudo da história e cultura afro-brasileira; Na biblioteca, acontece o lançamento do livro “A História de Mary Prince” junto à roda de conversa com o autor, Alexandre Camaru.

Criolé Show, novamente, realiza workshop, agora, o ritmo é de samba e acontece no Auditório da Capoeira, no mesmo andar do lançamento do livro “Executivos Negros”, que conta com a presença dos palestrantes Professores Pedro Jaime, Gabriela Santos e Cida Bento.

* 18 de Maio

Na quinta-feira, dia 18 de Maio, acontece na Zumbi dos Palmares rodas de conversas (das 19hs às 22hs) no Anfiteatro, com a pauta “Navio Negreiro da Contemporaneidade: Transporte, Urbanismo e Exclusão. Na biblioteca a conversa é em torno do lançamento do livro “Irrealizáveis realizações” com o próprio autor, Eduardo Machado.

No auditório do 4º andar, será exibido o documentário “Nega que é nega não nega ser nega não!” debatido com o Diretor Fabio Nunez. Por fim, no Hall do primeiro andar, o Sarau Idapé recebe o Sarau Versos em Versos. A programação continua dia 19, o último da Semana da Abolição da Escravatura.

* 19 de Maio

Em seu último dia, a programação da Semana da Abolição realizada pela Faculdade Zumbi dos Palmares das 19hs às 21hs, a Sala 14 abriga a exposição “A importância de brincar durante o processo de aprendizagem”. No mesmo horário, o Professor Reitor José Vicente reflete sobre o simbolismo do dia 13 de Maio no Anfiteatro, mesmo local em que às 21hs10 até às 22hs acontece o encerramento do evento, com capoeira e samba de roda.

Faculdade Zumbi dos Palmares

Avenida Santos Dumont – 843 -Armênia
São Paulo
http://www.zumbidospalmares.edu.br
Tel.(11) 3325-1000

Oficina criativa estimula crianças a falar sobre racismo por meio de contação de histórias e brincadeiras

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Imagem: Era uma vez o mundo

Com o projeto “Dia de Brincar e Aprender’, a ONG Grupo Mulheres do Brasil, voltada à ações de inclusão e empoderamento feminino, quer conscientizar os pequenos sobre alguns assuntos de gente grande, mas de forma lúdica e criativa.

No próximo dia 20 de maio, o assunto será raça. Para estimular a reflexão dos grandes e pequenos sobre a discriminação racial, o comitê de igualdade racial convida para uma manhã de oficina educativa com a leitura do livro ‘O Herói de Damião’ e ‘Era uma vez o mundo’.

O evento que acontece na zona Sul de São Paulo é gratuito.


Serviço:
COMITÊ IGUALDADE RACIAL CONVIDA:
DIA DE BRINCAR E APRENDER

20 de maio de 2017, 11h-13h
Casa Grupo Mulheres do Brasil
Rua Tomas Carvalhal, 681, Paraíso
São Paulo, SP
Mais informações e reserva de ingressos clique aqui. 

 

 

 

Com valores que podem chegar até 100 mil reais, Prêmio Afro encerra inscrições no próximo dia 10 de maio

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O 4º Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras tem o objetivo de atender às expressões artísticas de estética negra, nos segmentos de Artes Cênicas, Música e Prêmio Especial na área de Preservação de bens culturais.

Com o patrocínio da Petrobrás o projeto tem um total de quase um milhão de reais, para serem distribuídos em prêmios aos 11 projetos vencedores. Trata-se de um investimento que vem contribuindo para a valorização e o fortalecimento de produtores, empreendedores e classe artística, que trabalham sistematicamente com temáticas de matriz africana.

As inscrições de projetos estarão abertas no até a data dia 10/05/2017, através do site http://www.premioafro.org/ onde o regulamento está disponível.

4ª Edição do Prêmio 2017, vem com algumas novidades.

  • Inclusão do segmento Artes Cênicas – Trata-se da unificação dos segmentos de Teatro e Dança;
  • Inclusão de Prêmio Especial na área de Preservação e Difusão do Patrimônio Cultural e Histórico da Cultura Afro-brasileira – Trata-se de uma modalidade até então não contemplada, na qual sentimos grande necessidade de inclusão, visto que, com os avanços tecnológicos e o crescimento eminente de nossas cidades, faz-se necessário contribuir para que esses bens, materiais ou imateriais, que fazem parte da nossa identidade cultural, permaneçam não apenas na memória coletiva, mas, principalmente, que possamos contemplá-las no nosso dia a dia e com todos os nossos sentidos.
  • Foco na democratização do acesso – O objetivo é atingir pessoas de várias regiões do país, principalmente as que não tem acesso aos bens culturais e vivem longe dos grandes centros urbanos.

O proponente terá a possibilidade de propor projetos inovadores, que façam uso ou não de recursos tecnológicos, podendo misturar linguagens ou veicular no ambiente virtual (website, Facebook, You Tube, Instagram).

O valor total de premiação da 4ª edição será de R$ 900.000,00 (novecentos mil reais), distribuídos entre 11 (onze) projetos:

  • Artes Cênicas – 05 projetos de até R$ 80.000,00
  • Música – 05 projetos de até R$ 80.000,00
  • Prêmio Especial – 01 projetos de até R$ 100.000,00 (área de Preservação e Difusão do Patrimônio Cultural e Histórico da Cultura Afro-brasileira). Quem Pode Participar Pessoas jurídicas, de natureza cultural, com ou sem fins lucrativos, com efetiva e comprovada atuação na área cultural, especialmente as que promovem a difusão e a valorização das expressões culturais afro-brasileiras e que estejam em conformidade com as condições definidas no edital.

Maiores informações e inscrições, acesse o site http://www.premioafro.org/.

Mãe Stella de Oxossi lança aplicativo para celular com frases inspiradoras narradas por ela mesma

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Mãe Stella de Oxóssi (Foto: Divulgação)

Neste 2 de maio, Mãe Stella de Oxóssi uma das Iyalorixás mais respeitadas do Brasil completou 92 anos e sua generosidade é tão grande, que ela nos presenteou lançando seu primeiro aplicativo para celular: Orientações de Mãe Stella.

Gratuito e disponível por enquanto apenas para Google Play, o aplicativo é uma coletânea de pensamentos baseados no conhecimento da cultura Iorubá e também do Candomblé.  Todas as frases são narradas pela própria Mãe Stella de Oxóssi, o que confere ao aplicativo um toque muito especial e uma sensação de proximidade com a Iyalorixá do Ilê Axé Opô Afonjá.

Imagem ilustrativa do aplicativo

“Competir é mostrar seu potencial e saber aplaudir o potencial do outro”

“Se é difícil encontrar um amigo sincero, muito mais difícil é ser um deles”.

Essas são algumas das frases que nos levam a reflexão, aquecem o coração e motivam, ainda mais com a voz de uma senhora que é pura sabedoria e amor.

Curtiu? Baixe o aplicativo clicando aqui.

 

Autobiografia de Mahommah Baquaqua : um dos raros relatos sobre a escravidão no Brasil escritos por um ex-escravizado

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Texto e Imagens: Divulgação

Em 13 de Maio deste ano, a Editora Uirapuru lançará a única autobiografia de um negro escravizado no Brasil no século XIX, em Recife – PE, a Autobiografia de Mahommah Baquaqua.

Trata-se de uma obra inédita no Brasil, que será publicada depois de 167 anos de sua criação, em edição limitada, para comemorar os 20 anos da fundação da Editora Uirapuru, uma empresa que investe na literatura para o público negro.

Mahommah Gardo Baquaqua nasceu em uma família muçulmana no final dos anos 1820, no reino de Bergoo, (atual Borgoo, no atual Benin), interior da África Ocidental. Quando jovem, foi escravizado na África Ocidental, dias depois foi traficado para o Brasil na década de 1840. Como escravo trabalhou numa embarcação comercial escapando em 1847.

Liberto por abolicionistas na cidade de Nova York, depois seguiu para o Haiti. Ali, permaneceu sob os cuidados de um casal de missionários batistas, retornando aos Estados Unidos em 1849. Logo transferiu-se para o Canadá onde trabalhou com o editor Samuel Moore, responsável pela publicação de seu livro de memórias Biografia de Mahommah G. Baquaqua, um nativo de Zoogoo, no interior da África.

Anos depois, viajou para a Inglaterra na esperança de voltar à sua terra natal, na África. O último registro histórico em sua referência é de 1857, após essa data desapareceu por completo. Nos primeiros sete capítulos de sua narrativa, Moore apresenta uma visão política e cultural da Bergoo, época da mocidade de Baquaqua, acrescidos de seus próprios comentários sobre o seu país, o islamismo e a escravidão.

Autobiografia de Mahommah Baquaqua

Editora: Uirapuru
Autores: Mahommah Gardo Baquaqua
Tradutor e organizador: Lucciani Furtado
Números de página: 80
Ano de edição: 2017 Idioma

Dia do trabalho: Afrobras em parceria com grandes empresas , lança portal de empregos gratuito

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Foto e texto: Divulgação

Totalmente gratuito, o www.afrobras.trabalhando.com é um portal onde os afrodescendentes podem cadastrar seus currículos e se candidatarem às vagas de emprego anunciadas. As empresas interessadas em diminuir a desigualdade racial no seu quadro de funcionários também podem anunciar suas vagas gratuitamente, encontrar e incluir com mais facilidade os afrodescendentes nos seus processos seletivos.

A ONG Afrobras e a Faculdade Zumbi dos Palmares criaram o projeto Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial em novembro de 2016 para promover diversas ações em parceria com empresas privadas que compactuam com o intuito de melhorar a inserção das minorias no âmbito corporativo. A primeira delas foi a criação do portal de empregos pelo Universia, do Banco Santander. Além deles, Magazine Luiza, Microsoft, Itaú, Bradesco e outras grandes corporações são apoiadoras do projeto e já estão anunciando suas vagas no portal www.afrobras.trabalhando.com, que pode ser acessado por meio de computadores, smartphones e tablets.

“Durante muito tempo falou-se que não se contratava jovens negros por defasagem de qualificação. Queremos com este projeto apresentar ao mercado de trabalho milhares de jovens negros qualificados e prontos para serem inseridos em grandes empresas. Não podemos deixar grandes talentos serem barrados em oportunidades por questões raciais”, explica José Vicente, presidente da Afrobras, reitor da Zumbi dos Palmares e idealizador do projeto.

Além disso, a Faculdade Zumbi dos Palmares e a Afrobras têm outro projeto de inserção no mercado de trabalho exclusivo para os alunos da instituição. Empresas parceiras como Bradesco e Citibank fazem seleções exclusivas entre os alunos da Zumbi dos Palmares para inserí-los na disputa por vagas de trainees e estagiários em diversas categorias.

O Negro Nas Universidades e No Mercado de Trabalho

Grafico pauta abril Afrobras

Fonte: IBGE e Instituto Ethos/BID Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil e Suas Ações Afirmativas

Além da dificuldade de inserção, segundo levantamento de dados do Ministério do Trabalho e Emprego, em São Paulo, mesmo quando apresentam igual nível de escolaridade, os negros recebem 31,5% (homens) e 37,5% (mulheres) menos que os brancos para a mesma ocupação.

Nos Estados Unidos, os negros representam 12,6% da população e correspondem a 9,4% dos executivos em cargos de direção nas 100 maiores companhias do país, de acordo com o The Executive Leadership Council. Para uma representação de negros em cargos executivos no Brasil equivalente aos EUA, o país, que tem 52,9% de população negra (pretos e pardos segundo classificação do IBGE), deveria ter 39,5% de afrodescendentes em postos de direção, um percentual oito vezes superior aos atuais 4,7%. “A julgar pelos dados do mundo corporativo, a desigualdade racial existente na nação que durante muito tempo se imaginou como uma democracia racial, paraíso da convivência entre as “raças”, é maior do que a presente no país que representaria o exemplo mais acabado da existência do racismo. Verdade desconcertante!”, conclui a partir desses dados o antropólogo Pedro Jaime, em entrevista dada ao Nexo Jornal.

 

Projeto Iniciativa Empresarial Pela Igualdade

Em levantamento realizado pelo Instituto Ethos e divulgado em 2016, dentre as 500 maiores empresas do Brasil, apenas 3,4% afirmaram possuir políticas com metas e ações planejadas para incentivar a inserção dos negros em cargos executivos. Mais de 80% dessas empresas afirmaram não terem qualquer política de incentivo para inserção de negros gerenciais ou de direção.

grafico 2 pauta abril Afrobras

Fonte: Instituto Ethos

Alem do portal de empregos, o Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial desenvolveu o pacto dos 10 Compromissos da Empresa com a Promoção da Igualdade, para que as empresas possam estabelecer metas e cronogramas dentro de um plano de ação geral ou específico para cada item. http://portal.trt15.jus.br/documents/10157/2387990/adesao-iniciativa.pdf/b42d59a8-f40b-4956-a608-ce409947edc4

 

Cara gente branca e autocríticas sobre o movimento negro

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Foto: Divulgação

Eu tive duas impressões prévias sobre a série Cara Gente Branca (Dear White People) que estreou no Netflix neste final de semana. Esse texto nem é sobre o aspecto corajoso do roteiro em criticar os brancos, porque não tenho como arriscar qual foi a percepção deles sobre o filme, só espero que algumas cenas, sobretudo o devastador episódio 5, os levem a constatação que nossos “mimimis”, não são mania de perseguição.

O primeiro trailer que de acordo com a gerente de Marketing do Netflix, Renata Vieira (durante o evento Mulheres Digitais), gerou a maior onda de ataques e ameaças de boicote da história da empresa (acusada de promover racismo inversa, vejam só), me passou a ideia de que a série derivada do filme homônimo lançado em 2014, ambas as produções são assinadas por Justin Simien seria apenas uma crítica ácida á hipocrisia com que algumas pessoas brancas lidam com o racismo. O teaser mostra cenas de uma Black Face Party, o que gera revolta entre os negros da Ivy League Winchester, uma universidade conceituada e majoritariamente branca. As falas da protagonista Samantha White, poderosa e sem filtro, eram aquele sopro de frescor que sinto ao ver essa nova geração de jovens negros que não levam desaforo para casa, sabem dos seus direitos e usam o intelecto e não à violência para combater o racismo.

'Dear White People' Teaser

"Dear white people, here's a list of acceptable Halloween costumes…" Netflix's 'Dear White People' series gets its first trailer. (And its first wave of controversy?)

Posted by Collider.com on Wednesday, February 8, 2017

Já no segundo trailer lançado no começo de Abril minha sensação foi outra. Haviam trechos sátiras com os coletivos negros como quando Sam White, se gaba de ter ganho muitas curtidas em um texto que escreveu sobre não se apaixonar sobre o opressor, quando confrontada por sua amiga Joelle por estar se relacionando com um homem branco.

Ainda há um trecho que Kelsie, uma estudante que parece a versão de saia do Carlton Banks de Um Maluco no Pedaço, dizendo que achava que o racismo tinha acabado com a Era Obama.

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Ou seja, há também um tom crítico no seriado em relação à o modo de pensar desses coletivos negros dentro da universidade, dos mega engajados aos alienados.

As férias acabaram. Bem-vindos de volta à escola. #CaraGenteBranca, 28/4 na Netflix.

Posted by Netflix on Thursday, April 13, 2017

Após assistir à todos os 10 episódios da série, que ganhou o prêmio de escolha do público no Festival SXSW de 2017,  creio que a o texto tem um crítica para brancos e para negros, e isso o que fez para mim , com que o roteiro de Simien seja um dos mais originais e preciosos sobre questão racial dos últimos tempos.

Com roupas de patricinha e cabelo alisado, Coco sabe quais são as regras do jogo e circula bem entre negros e brancos (Foto: Divulgação)

É confortável para nós negros ouvirmos Sam como se ela fosse uma sumidade sobre as questões raciais. Ela realmente é uma ativista influente, inspiradora e combativa. Muito necessária para liderar o pequeno número de negros dentro de uma grande instituição tradicional e racista. Porém, é difícil mas necessário constatar que ela é movida pela vaidade tanto quanto pela ideologia. Ela gosta do conflito, mesmo que este seja o fim em si mesmo, não trazendo nenhum avanço concreto para o grupo que ela lidera. Ela é a dona do negrômetro, aquele medidor imaginário que dita que é mais negro que o outro e ela nem cogita a possibilidade de diálogo com que pensa diferente dela. Seja com editor chefe da Pastiche, revista racista e preconceituosa do campus, que chega  a pedir trégua, seja com sua ex-melhor amiga, Coco que por ser uma negra de pele retinta ( e Sam é bi-racial) sofreu muito mais com racismo do que ela, a líder dos negros de Winchester fala muito, mas não ouve.

Sam White: a ativista beneficiada pelo colorismo (Foto: Divulgação)

No episódio em que um dos personagens sofre racismo durante uma festa (sem detalhes para não dar spoilers), logo em seguida os estudantes negros ficam mais preocupados em organizar protestos e  atacar à reitoria do que dar suporte emocional à vitima que disse nunca ter se sentido tão sozinha. Nós ainda falhamos muito no respeito ao suporte emocional dos negros que sofrem racismo. Muitos se tornam depressivos, suicidas, mas no afã de se fazer justiça nos esquecemos do aspecto humano da questão.

A dor solitária e inconsolável de Reggie (Foto: Divulgação)

Lionel, o tímido mas revolucionário jornalista, mostra como preterimos nossos heróis silenciosos, aqueles que não são motivados por likes, confetes ou holofotes, mas pela indignação com a injustiça. Estamos muito ocupados e entretidos com os donos da verdade, os que lacram, tombam e ditam as regras nas quais nós negros e também os brancos, deveríamos viver.

Lionel: o tímido autor dos textos revolucionários (Foto: Divulgação)

Obviamente os coletivos negros da Ivy League Winchester mais acertam do que erram. Mas o roteiro inclui sim algumas reflexões sobre como agimos “sendo o rosto negro em um ambiente branco” em meio de tensões raciais causadas por professores, reitor e alunos. Nada se compara ao racismo, o que não significa que nós, enquanto grupo oprimido, temos sempre razão.

 

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