A Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) colocou “Galanga Livre”, álbum do MC Rincon Sapiência, entre os 25 melhores de música brasileira no primeiro semestre de 2017. O disco exalta sonoridades africanas e as rimas tratam da realidade negra do Brasil e valorização da população afro-brasileira.
Durante as faixas Rincon conta a história de um ex-escravo, Galanga, que, agora livre, se aventura pelas ruas da cidade grande. Nesta ficção o rapper consegue exprimir a realidade do povo preto no país.
Sapiência realizou sua primeira turnê europeia, passou pela Inglaterra, Espanha, Suécia, entre outros países. Agora o artista está de volta e fará o lançamento oficial de “Galanga Livre” nos dias 29 e 30 de setembro, no Sesc Pompeia – R. Clélia, 93 – Pompeia, São Paulo – SP. O show começa às 21h30 nos dois dias, com ingressos a R$20 (inteira).
Saiba mais sobre o evento e como adquirir seu ingresso no site do Sesc Pompeia.
Elenco de "Samantha!" - Nova produção brasileira da Netflix
Uma nova série original Netflix, com produção brasileira, foi apresentada ao público: “Samantha!”. Com data de estreia para 2018, a série é uma comédia ou, como chamam os americanos, um “sitcom”.
Quando vi esta foto de divulgação, fiquei empolgada demais! Só pude pensar: QUE TIRO! Uma família feliz, não é? Um pai negro, retinto, uma menina negra, uma família estruturada, um pai presente… “Nossa, vai ser ótimo, vai ser divertido, vai quebrar padrões!”. Foi o quê eu imaginei, até ler a sinopse de “Samantha!”.
A série contará a história de uma ex-celebridade infantil da década de 1980, a Samantha. Decadente, ela tenta de tudo para voltar ao estrelato. Bem, agora se atentem para o personagem do homem negro: Dodói é um ex-jogador que acabou de passar 10 anos na prisão.
É isso! O cara negro é um ex JOGADOR DE FUTEBOL, que passou 10 anos na CADEIA! Muito revolucionário, não é? Quantas vezes homens negros foram vistos como bons só para os esportes ou como criminosos? Agora a Netflix fará o desfavor de juntar as duas coisas em um personagem só! E todo meu entusiasmo foi para o ralo, junto com a oportunidade desperdiçada de construir um homem negro além dos estereótipos racistas.
Fico me perguntando se esse personagem fosse um pai amoroso, se a série fosse construída, por exemplo, para a Samantha (a mãe), ser a “louca”, a desesperada pela fama, e o pai ser o que cuida dos filhos, o centrado, o responsável, será que teríamos o Douglas Silva ou qualquer outro ator negro no papel?
A Netflix tem “Greenleaf”, “Cara Gente Branca” e “The Get Down” entre suas séries originais. Ainda tem no catálogo produções como “Scandal” e “How to Get Away With Murderer”; séries pretas, com protagonismo negro, que quebram as expectativas, que subvertem o “óbvio”, que dão um tapa na cara dos racistas! Porém, nenhuma dessas é brasileira.
Reggie – Personagem de “Cara Gente Branca” – série original Netflix
O quê eu me pergunto é: quando chegará a nossa vez? Quando poderemos ver uma família rica negra, brasileira, como em “Eu a Patroa e as Crianças” ou em “Um maluco no pedaço”, onde o patriarca negro é advogado, médico, empresário, juiz, cientistas ou qualquer outra coisa? Quando poderei consumir uma produção nacional onde o papel do preto não vai ser de entretenimento ou crime? E quando a mulher negra será valorizada? Quando elas estarão no centro das produções brasileiras?
Fugimos para as produções americanas, fazendo relações com o a nossa realidade brasileira, simplesmente porque não podemos contar com as produções nacionais (as voltadas para o grande público), não podemos contar que seremos representados além dos estereótipos, que a mulher negra terá um papel real de destaque, que o racismo será tratado de forma real, aberta e concreta.
A produção executiva de “Samantha!” é de Felipe Braga (criador da série) e Alice Braga. Não há, até onde fomos informados sobre a série, nenhuma pessoa negra envolvida na criação e/ou desenvolvimento da mesma. Isso faz toda diferença! Quando falamos em “Scandal” e “How to Get Away With Murderer”, por exemplo, que têm mulheres negras no centro da ação, quebrando expectativas, falamos da produção e roteiro de Shonda Rhimes, uma mulher negra.
Shonda Rhimes é roteirista de “Scandal” que tem Olivia Pope, uma mulher negra, como protagonista
É o que nos falta, é o que falta ao nosso mercado: espaço para produções negras, de verdade! Produtores negros, diretores negros, roteiristas negros. Já passou da hora de esses terem espaço para contar nossas histórias!
Não sei o que vai ser de “Samantha!”, a série pode ser um grande sucesso, pode ser engraçada, bem feita; ainda sim estará perpetuando o mesmo papel de sempre destinado aos homens negros e a mesma invisibilidade a mulheres negras. Então eu pergunto, de novo: Quando chegará a vez do Brasil preto?
Na História recente da humanidade, o papel da mulher negra foi sempre o de servir. Seja como escravizada no passado, seja como doméstica, chefe de família, mãe e esposa, nos dias de hoje. Um dos resultados perversos disso é que estamos morrendo a cada dia mais por doenças facilmente detectáveis, como diabetes por exemplo.
Ao notar a morte precoce de amigas e entes queridas, todas mulheres negras com menos de 65 anos, as americanas T. Morgan Dixon e Vanessa Garrison iniciaram um movimento que hoje se tornou o maior projeto sem fins lucrativos com foco na saúde da mulher negra: o GirlTrek.
Foto: Divulgação
Por meio de um site, as afro-americanas podem se cadastrar e se juntar a um grupo de mulheres negras que caminham próximo a sua residência ou local de trabalho.
“Nós estamos comprometidas a nos curar, a amarrar nossos cadarços e andarmos até a porta da frente, todos os dias, pela nossa cura total e transformação da nossa comunidade, porque nós entendemos que nós estamos conectadas ao passado, ao movimento dos direitos civis como nunca antes, e ao mesmo tempo enfrentamos problemas de saúde como nunca antes” , explicou T. Morgam Dixon, durante uma conferência TED em Abril deste ano.
De acordo com dados mostrados na apresentação, as mulheres negras americanas são as que morrem mais e mais rápido de doenças relacionadas a obesidade e que podem ser prevenidas. Nos EUA 82% das mulheres negras estão acima do peso e 53% apresentam índices que correspondem a obesidade. Todos os dias, cerca de 167 mulheres negras morrem de doenças cardíacas, um número maior do que mortes por armas de fogo, tabagismo e HIV somados.
O que você tem feito pela sua saúde ultimamente? Que tal se inspirar e fazer algo parecido com suas amigas, familiares ou colegas?
“Outros movimentos para a Dança brasileira” é um curso que tem como objetivo revisar e re-imaginar a presença negra na dança brasileira. Nos encontros as biografias de artistas, teorias, espetáculos e propostas pedagógicas serão acionadas para aprofundar a relevância do debate e das ações propostas.
O curso, que conecta histórias, propostas pedagógicas e experiências práticas, conta com Luciane Ramos Silva, doutoranda em Artes da Cena pela Unicamp. Ela também faz parte do Grupo Interinstitucional de pesquisa Corpo e Ancestralidade (UNICAMP/UFBA/USP) , do corpo editorial da Revista OMenelick2Ato, além de gestora de projetos no Acervo África e integrante do fórum de danças contemporâneas e corporalidades plurais.
Fernando Ferraz, doutor em Artes e Mestre em Artes Cênicas pela Unesp, professor da Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e membro dos Grupos de Pesquisa Terreiro de Investigações Cênicas (Unesp-SP) e Gira: Grupo de pesquisa em danças e culturas indígenas, repertórios populares e afro-brasileiros (UFBA-BA), também compõe o curso.
O “Outros movimentos para a Dança brasileira” acontece no período de 11 a 26 de setembro, no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc – Bela Vista , Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – 4º andar, SP. E, o final das atividades, será exibido o documentário “Um filme de Dança”, seguido de uma roda de debate com a diretora do filme, a coreógrafa Carmen Luz.
Imagine ir a um baile black, com uma trilha sonora bem nostálgica e envolvente. Agora imagine uma viagem inesquecível de navio, um Cruzeiro pela costa brasileira. Imaginou? Agora junte essas duas experiências e você terá o “Baile Black em Alto Mar”.
O evento, criado pela promoter Ana Lúcia Faustino e por Eduardo Moreira, experiente no mercado de turismo, teve sua primeira edição em 2016, contando com mais de 300 participantes.
Em 2018 o “Baile Black em Alto Mar” sairá do porto de Santos, ficará um dia no Rio de Janeiro, dois em Florianópolis e retornará a Santos. O Navio possui 14 andares, contando com o Deck, com capacidade para cerca de 4000 pessoas. Não há restrição de idade para a viagem.
O valor médio para quem quer ter esta experiência é, atualmente, de R$ 2.934,00 por pessoa, com tudo incluso. É possível dividir o valor em até 10 vezes sem juros no cartão de crédito ou em até 9 vezes em boleto bancário.
Os interessados podem entrar em contato através da página “Baile Black em Alto Mar” no Facebook.
“Mãe de Osíris, atriz, pedagoga, Idealizadora do Programa Usando a Língua e sonhadora em ação”. É assim que Jana Guinond, 46 anos, se define. Ela só esquece de acrescentar a tudo isso, o fato de ser dona de uma personalidade cativante, inspiradora e bem humorada. Nem tudo foram flores em sua vida. Ela lutou e saiu de uma depressão com a ajuda de mulheres negras que a inspiram.
Grata ao Universo por ser feliz novamente, ela dedica boa parte do seu tempo em projetos ligados à educação e a comunidade negra. Um deles é o Canal “Usando a Língua”, que concorreu ao prêmio de melhor série educacional no Rio Web Fest, primeiro e único festival de webséries do Brasil.
Ela também já atuou no cinema com os filmes “Última Parada 174” de Bruno Barreto, e “Quebrando as Pernas – boa sorte” de Lucas N.
Seus cachos e sorriso largo podem ser vistos em comerciais e novelas, onde como ela mesma diz, “dá pinta”, vez e outra.
Seu próximo desafio é apresentar seu canal e falar da importância do samba como patrimônio cultural, durante o próximo Social Media Week que acontece agora em Setembro, em São Paulo.
Novela das oito – a força do querer
Mundo Negro – Qual o segredo para ser tantas em uma só e manter sempre esse alto astral?
Jana Guinond: Apesar de nós mulheres termos que assumir vários papéis na sociedade, não abro mão de conduzir a minha vida da melhor maneira possível. Sou intensa em tudo que faço.
Uma característica muito forte em mim, é de querer aprender sempre, e com a maturidade, isso tem se tornado latente e um dos aprendizados que tive: é de que sou dona da minha vida, sou responsável pela minha felicidade, não posso fazer as pessoas felizes se não começar por mim, apesar de todos os desafios diários que enfrentamos, no meu caso, como mulher negra, origem pobre, que gosta de ocupar espaços, sem modos, que fala alto (risos).
Foto: Arquivo pessoal
Não abro mão da minha felicidade, adoro estudar, ampliar meu horizonte de mundo, e sempre promovo o movimento do amor, das fofocas positivas, de coisas que façam bem. Eu sei, que muitas vezes, sigo na contramão do que o sistema quer que as pessoas façam.
Eu não me permito entrar em grupos de intolerância, de ódio, de coisas que só prejudicam. Acho que, muito por conta de entender que esse é o caminho da tal depressão que estive um dia, então não quero ver essa mocinha de novo na minha vida. Com a ajuda na época da minha família carnal, espiritual, e de muitas amigas como: Creuzelly Ferreira, Dra Helena Theodoro, Lucia Xavier, Marize Conceição, Iris Jane, Iléa Ferraz, Jurema Werneck, Neide Diniz, Julia Jóia, Élida Aquino que na época me convidou para participar do Coletivo Meninas Black Power.
Retomei as minhas atividades através da criação, em 2013, do Programa Usando a Língua, com recursos próprios e a ajuda de muita gente, e o programa, na verdade, se tornou um tipo ressurgir das cinzas, um fênix. Sem falar que faço um resgate de minhas raízes, do universo do samba, presto homenagem ao meu pai (in memoriam) e tivemos a honra de ter a participação de Bira Presidente do GR Cacique de Ramos e o saudoso Almir Guineto um dos fundadores do Cacique.
Jana e Bira Foto: Arquivo pessoal
Voltei a me ver no espelho. Retomei o que sei fazer com muito prazer. Convidei Elza Soares para ser a madrinha, e Martinho da Vila para ser o padrinho do Programa. E eles toparam!!
Como foi sou processo de se descobrir como negra? Como sua família te influenciou nesse sentido?
Embora soubesse o tempo todo que sou negra. Considerava-me feia e sem jeito. Tornei-me negra no sentido político (não partidário) aos 29 anos de idade, com influência de movimentos sociais e depois do movimento negro. Grupos que devo uma profunda gratidão. Hoje, o que eu puder contribuir para que as pessoas se tornem negras “mais rápidas” através da identidade, eu farei minha humilde contribuição.
Foto: Arquivo Pessoal
Como mãe de um menino negro quais são os maiores prazeres e os maiores medos?
É uma maravilha ser mãe de um menino, porque acabo conhecendo universo que não tinha a menor ideia, e consequentemente, sempre (re)avaliando minhas ações e comportamentos.
Nós temos uma relação de muito diálogo, que eu me emociono quase todos os dias.
É notório perceber, como o sistema é cruel com a população negra, principalmente, com homens negros, que fazem parte das estatísticas no maior número de genocídios.
E quase todos os dias, eu e meu filho, temos uma questão para refletir e resolver, seja sob o ponto de vista étnico racial, seja do ponto de vista do machismo, enfim, é desafiador, mas a gente enfrenta né?
Você anda muito de bicicleta e tem uma aparência lindamente natural e saudável. Você acha que o autocuidado é uma prática comum entre as mulheres negras?
Eu ando de bicicleta porque, em 2014 fiz um investimento no programa Usando a Língua, e meu filho foi sorteado para uma escola pública de excelência, embora, tivesse três escolas mais próximas de casa, eu não queria perder a vaga. E respeitar o ser abençoado que é meu filho. Com o transporte caro, comecei a levá-lo de bicicleta.
Durante nossas idas e vindas, mesmo cansada, por conta da idade, passamos a contemplar a natureza, conversar bastante, de observar algumas árvores, com seus frutos e folhas que cada dia estavam diferentes, o som dos pássaros, mesmo na correria do dia a dia. Agradeço, todos os dias de poder enxergar as belezas no meio do caos.
Foto: Arquivo Pesosal
Eu só tenho muito receio dessa frase “aparência lindamente natural e saudável” por conta de estar magra. Na verdade, nem posso legitimar isso, porque sabemos que temos a ditadura da moda, o tempo todo em nossas vidas. Que é cruel para todas nós.
Fujo dos padrões de “natural” (porque sou toda trabalhada no truque feminino) e “saudável” (adoro petiscos com uma boa cervejinha), embora reconheça que com a atividade esportiva de 40 minutos diariamente contribua em várias coisas para o meu bem estar.
E considero a questão do autocuidado seja fundamental para conversarmos, já que somos historicamente impulsionadas em acreditar que não merecemos bons momentos, que inclua o olhar pra nós mesmas. Cuidar de nós. Passamos boa parte da vida cuidando de outras pessoas e esquecendo nós mesmas. E é necessário mudar essa perspectiva, de considerarmos que merecemos sim, mais do que nunca. Sermos felizes.
As redes sociais abreviam e mudam o sentido e a forma de algumas palavras, como isso te influência como educadora?
No Social Media Week faremos a exibição pela primeira vez em São Paulo do episódio “Segura a Marimba”, no programa abordamos sobre as variações linguísticas, as palavras que mudam conforme o tempo, por exemplo. E a possibilidade de criar mecanismos com a interdisciplinaridade escolar.
Quais suas expectativa na participação no Social Media Week?
Tenho brincado com a expressão em tudo que faço de que “darei pinta….”, mas no fundo dá aquele frio na barriga, porque é o maior evento de mídias sociais do Brasil que acontece em São Paulo, na ESPM, Estarei “fora” de casa, mas espero ser acolhida da melhor maneira possível e me sentir em casa e também espero que as pessoas possam acompanhar pela transmissão ao vivo de todo o lugar do Brasil.
A produção do evento me perguntou por e-mail se eu aceitaria ficar na lista de espera, mas eu já me via lá, eu me imaginava participando do evento. Não é que fui selecionada? (risos)
Só que, por conta do meu investimento no Programa Usando a Língua, e a atual situação econômica do País, não pintava trabalho, então não tinha dinheiro para ir, e em uma postagem de desabafo comecei a receber várias mensagens privadas, de pessoas oferecendo ajuda de diversas formas.
Olha, fiquei uns três dias chorando de emoção. Porque vou para o Social Media Week por conta da mobilização das pessoas nas redes sociais, e reforçando, o que acredito, as redes devem ser usadas principalmente para as coisas boas. E é tão bom se sentir amparada, principalmente neste universo do audiovisual que é ainda, elitista, nepotista, machista e racista. Estou muito emocionada.
Quem mora em São Paulo poderá conhecer mais de perto os projetos de Jana Guinond durante Social Media Week – 2017. A palestra dela será no dia 14 de Setembro, quinta-feira, às 17 h. Inscrição no evento: http://bit.ly/2xK3igU
Qual a relação de um africano dentro da realidade brasileira? E qual a relação do africano no Brasil quando o assunto é moda e empreendedorismo? Já se perguntou sobre o protagonismo feminino africano? Essas e outras questões serão respondidas no ciclo de palestras “Áfricas por Africanos: sociedades e culturas em conexão”.
O evento contará com palestrantes de diversos países da África, como Brurkina Fasso, Guiné Bissau, Angola, entre outros. O objetivo é reunir narrativas, experiências e relatos de pesquisa desses africanos residentes no Brasil. “Da Guiné à Sampa: protagonismo de mulheres africanas”, “África de Mama: sociedade e história entre estampas e tecidos Grand Mama” e “A educação islâmica na África do oeste: a juventude burkinabê (Burkina Faso) e os desafios da cidadania cultural”, são algumas das palestras que serão apresentadas.
O ciclo “Áfricas por Africanos: sociedades e culturas em conexão”, acontece do dia 12 ao dia 20 de setembro, no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc – Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – 4º andar – Bela Vista – São Paulo. Para verificar a programação completa e saber como adquirir seu ingresso, acesse o site do SESC SP.
O Afrokubano é um músico que circula entre as cidades de Havana, Santiago de Cuba e São Paulo. Com seus instrumentos de percussão o artista não perde a oportunidade de unir músicos de diferentes nacionalidades para interagir e criar ritmos. “O Afrokubano: A Festa com outro sotaque” tem também esse proposito, reunir músicos brasileiros e cubanos.
Entre as atrações do evento está o saxofonista cubano Luis Cabrera, a cantora baiana Luedji Luna, o DJ pernambucano Mauricio Bade e a banda Batanga & Cia – formada por três músicos cubanos e dois brasileiros. Além de música o encontro contará com exposição de arte, venda de comida e bebidas típicas cubanas e exibição de filmes, clipes e desenhos cubanos.
“O Afrokubano: A Festa com outro sotaque” acontece no dia 8 de setembro (sexta-feira), à partir das 16h, no Centro de Música Instrumental – Jazz nos Fundos, localizado em Pinheiros, São Paulo. Os ingressos custam R$ 25 (Lote Promocional), R$40 (Segundo Lote) e R$50 (na porta). Confirme sua presença e confira a programação completa no evento do Facebook.
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A banda Batanga & Cia, atração confirmada no evento, é um quinteto formado por Claudia Rivera (flauta), Hanser Ferrer (piano/diretor musical), Pedro Damian Bandera (percussão/diretor musical), Ilker Ezaki (percussão) e Noa Stroeter (baixo). Em janeiro de 2017 o grupo participou da gravação da trilha sonora da minissérie “Dois Irmãos”, da Rede Globo. Conheça mais do trabalho da banda:
Um casal de mulheres negras lésbicas decide se casar com a benção dos orixás. Esse é o pano de fundo do documentário Encontro das Águas que chega ao Youtube hoje, dia 29 de agosto, dia da Visibilidade Lésbica.
Realizado por Flávia dos Santos e Zaíra Pires e dirigido Mestre Negoativo, o filme de 2016 acompanha a jornada de Rosane Pires e Iara Viana, durante os preparativos para seu casamento, bem como as cerimônias civil e religiosa.
A história de amor das duas, é uma provocação para reflexões sobre sobre gênero, raça, sexualidade e religiosidade de matriz africana, e sobre a intersecção de violências sobre a vida das mulheres negras homoafetivas no nosso país.
A jornalista Zaíra Pires, uma das idealizadoras do projeto, fala sobre a necessidade de se tornar pública a felicidade de mulheres negras, que são duplamente oprimidas pela sociedade, e o quanto suas conquistas são motivo de comemoração: “Uma mulher negra feliz é uma revolução, já que estamos sendo cotidiana e ostensivamente violentadas pelo racismo e pelo machismo, ambos tão naturalizados na nossa sociedade, o que faz com que tenhamos muito mais dificuldades que outros cidadãos para ter nossos direitos garantidos e nossas existências respeitadas. Quando, a despeito de todos esses abusos e ausências, nós continuamos caminhando, sobrevivemos e vencemos, estamos afirmando que não vamos ceder. Nossa felicidade é política”.
Confira o trabalho na íntegra:
FICHA TÉCNICA:
Título: Encontro das Águas Gênero: Documentário Duração: 30 minutos Ano: 2016 Realização: Flávia dos Santos e Zaíra Pires Direção: Mestre Negoativo Produção: Divindade Cultural
Muitos casos de racismo e discriminação são, entre muitas coisas, ignorância sobre a relevância da comunidade negra para o crescimento do país. A Lei 10.639/03, que versa sobre o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, nas escolas, é praticamente ignorada, mas felizmente cada vez surgem alterativas para suprir essa carência sobre esse tipo de conhecimento.
Pensando em atualizar os conceitos étnicos-raciais e de gênero de seus alunos, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), oferece partir do segundo semestre de 2017, as disciplinas eletivas “História das relações étnico-raciais no Brasil” e “Questões de gênero: espaço, voz e poder” para todos os seus cursos de graduação (Administração, Ciências Sociais, Direito, Economia e Matemática Aplicada).
De acordo com a instituição, as eletivas propõem a ampliação de potencial de análise dos estudantes, sobretudo porque estimulam a inquietação, o questionamento e a reflexão. “História das relações étnico-raciais no Brasil” tem como objetivo examinar criticamente as relações étnico-raciais no Brasil e seu processo histórico, bem como oferecer a compreensão das práticas de miscigenação e de discriminação raciais ao longo da história brasileira. A disciplina também busca conhecer trajetórias de importantes personagens da história brasileira que foram silenciados e estabelecer relações sobre a situação atual das questões étnico-raciais no Brasil com o longo debate social ligado a elas.
Já a eletiva “Questões de gênero: espaço, voz e poder” tem o intuito de identificar e melhor compreender cenários de desigualdade de gênero.
A Coordenação de Tecnologias Aplicadas ao Ensino (CTAE), em parceria com a Escola de Ciências Sociais da FGV (História das relações étnico-raciais no Brasil) e com a Escola de Direito FGV de São Paulo (Questões de gênero: espaço, voz e poder) foram as responsáveis pela criação das disciplinas.
Para mais informações sobre a disciplina “História das relações étnico-raciais no Brasil”, acesse o site. Para conhecer o programa da eletiva “Questões de gênero: espaço, voz e poder”, acesse o site.