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Série Desaparecidos: “A maior parte dos casos está ligada ao racismo e afeta mulheres negras”

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Série Desaparecidos (Foto: Divulgação).

“O menino tinha 7 anos quando desapareceu e já era obrigado a cuidar de seus irmãos menores. Detalhe, a última vez que foi visto, ele estava na frente de um mercadinho comendo um pacote de bolachas. Provavelmente, naquele dia ele não voltou para casa com medo da reação da mãe por ele ter saído e da vizinha por ter gasto o dinheiro do jogo em um pacote de biscoito. Depois disso ele ficou vagando pelas ruas do Rio e foi recolhido a abrigos, pela polícia. Em uma época em que não havia internet e mesmo telefonia era artigo de luxo, o resultado dessa “aventura” foram 32 anos de desaparecimento. Tudo por causa de um pacote de biscoito”. Anderson Jesus resume de um dos episódios da próxima temporada da série Desaparecidos, onde ele assina a direção. A série traz em cada episódio dois casos de pessoas que sumiram sem deixar rastro e segunda temporada estreia na quarta-feira, 25, no canal A&E.

Filho único de uma mãe solteira, negra e de periferia, ele foi o maior que seus obstáculos e  Desaparecidos, onde ele também atua como Produtor Executivo, foi uma das séries não ficcionais mais assistidas no canal A&E em sua primeira temporada,  sendo uma das três maiores audiências do canal durante meses.

“Produzir e dirigir essa série tem me proporcionado muito crescimento pessoal e profissional. Já trabalhai na produção de grandes projetos de cinema e televisão, mas esse é o primeiro a emplacar que é totalmente de minha autoria, fruto de um trabalho íntimo e intenso de pesquisa e desenvolvimento”, detalha Anderson.

Anderson Jesus, diretor de Desaparecidos, com a jornalista Joyce Ribeiro e a atriz Angela Peres (Reprodução Instagram)

No Brasil, de acordo com Anderson, são mais de  250 mil pessoas desaparecidas todos os anos e muitos casos são explicados pelo do racismo estrutural. “Me assustou mais ainda perceber que isso está ligado, diretamente, a um racismo estrutural, considerando que 90% dos casos de desaparecimento acontecem com pessoas de regiões ou condições menos favorecidas. O desaparecimento de pessoas passa por questões habitacionais, financeiras, segurança e até de saúde pública, considerando o alto índice de infarto, câncer e depressão que as mães de desaparecidos são vítimas. Na maioria mulheres negras, famílias negras e pobres. É muito duro de ouvir uma mãe dizer que deseja encontrar o filho, mesmo que seja morto, mas quer encontrá-lo”.


Desaparecidos
Nova Temporada no canal A&E
Mais informações: www.canalaetv.com

 

A dificuldade de autores brasileiros em escrever bons personagens negros é cansativa

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“A Força  do Querer”, telenovela da Rede Globo, exibida em “horário nobre”, chegou ao fim com uma grande audiência! O Último capítulo bateu o recorde do ano em vários estados, entre eles São Paulo e Rio de Janeiro. Você pode não ter assistido à novela, mas, com certeza, viu alguma cena rolando no Facebook, acompanhada de inúmeros comentários.

“Bibi Perigosa”, “Jeisa”, “Ivan” (no início da novela conhecido como “Ivana”) e outros personagens, entraram na casa das pessoas e fizeram parte de suas rotinas. Durante meses essas histórias arrebataram o coração do público, coisa que poucos produtos além de uma novela, conseguem fazer aqui no Brasil.

“A Força do Querer” pode até ser vista como “inovadora” em alguns aspectos, como, por exemplo, o personagem transexual, a drag queen no elenco, ter 3 mulheres fortes e independentes como protagonistas da trama… Mas, em vários quesitos, ela continuou usando a mesma “receita” de sempre! Perpetuando preconceitos e invisibilidade.

Essa novela usou e abusou de brigas entre mulheres para alavancar a audiência. As principais foram de Joyce e Irene; Bibi e Carine – onde houve agressão física de fato. Então o cara traia a esposa e todo mundo espera a surra que a mulher vai dar na amante. Oi? Ou o “Ruy” abandona a noiva as vésperas do casamento e a culpa é da “Ritinha”, que o seduziu. Jura?

Lucy Ramos como “Leila” em “A Força do Querer”

Mas, o que mais me incomodou nessa trama foi a dificuldade que a autora, Glória Perez, demonstrou em escrever personagens negros complexos, interessantes e com vidas próprias. Quando soube que Lucy Ramos estaria na novela, fiquei feliz! Lucy é uma ótima atriz, mulher negra que impõe presença e já fez ótimos papeis. Na trama ela era “Leila”, personagem retratada como uma mulher “bem sucedida, sofisticada, independente”.

Qual foi minha surpresa quando percebi que Leila não era nada além de uma “pedra no caminho” de Caio e Bibi! Leila não teve trama própria, não teve um real desenvolvimento enquanto personagem, enquanto indivíduo. Ela esteve presente, orbitando a casa dos brancos, o arco dramático dos brancos e, quando ela não era mais útil, simplesmente saiu da trama, sem maiores explicações.

“Marilda” e “Ritinha” em “A Força do Querer”

E o que dizer de Marilda? Outra mulher negra sem história! Eu até hoje não sei se ela trabalhava, onde morava, se tinha pai, mãe, se estudava, se tinha sonhos, se namorava… A única coisa que nos foi permitido saber sobre Marilda é que ela era “Amiga de Ritinha”, uma das brancas protagonistas, mais nada!

E isso é tão comum, que dá raiva! A gente fala tanto sobre mudar os nossos papeis, que não somos só empregadas… Mas, o que adianta ser a mulher “sofisticada”, se no fim das contas você nem mesmo tem uma história própria pra contar? Ou não ser a doméstica, mas também não ser nada além de amiga da personagem branca?

“Sabiá” em “A Força do Querer”

Sem falar de “Sabiá”, o típico bandido negro! Parece mais fácil para a Glória Perez escrever bons personagens indianos, turcos e até árabes – desde que sejam interpretados por atores brancos – que um personagem afro-brasileiro!

Eu poderia listar várias personagens negras, densas, fortes, profundas e maravilhosas (e o farei, em outro texto) mas, por hora, só quero deixar esse questionamento (fingindo não saber a resposta): qual a dificuldade de autores brasileiros em criar bons personagens com a pele preta?

Garoto negro, da periferia de SP vira Super-Herói

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Imagine se um garoto negro, pobre, morador da periferia de São Paulo, possuísse superpoderes?  A Jornalista e escritora Edna Pessanha imaginou e, assim nasceu “Mano K”- um super-herói fora dos padrões.

“Manos K” é uma história em quadrinhos que se passa na nossa realidade, um tom que se encontra com obras como “Cidade de Deus” e “Cidade dos Homens”, porém, a HQ vai além, acrescentando elementos fantásticos e poderes sobre humanos à narrativa.

O dom de manipular a “Energia do Caos” e alterar a probabilidade dos acontecimentos, ou seja, a própria realidade, é o poder de Mano K!

Devido à dificuldade de autores desconhecidos conseguirem uma boa editora para novos projetos, Edna recorreu ao financiamento coletivo, para poder publicar a 1ª edição de sua revista em quadrinhos. O financiamento coletivo permite que várias pessoas contribuam financeiramente para que o projeto seja concretizado.

 

O projeto de “Mano K” está no “Catarse” – maior plataforma de Financiamento Coletivo do Brasil. Para acessar a página, conhecer mais do projeto e dar a sua contribuição para que o mesmo aconteça, clique AQUI!

https://youtu.be/UzL-oLzLVOg

Primeira negra campeã brasileira de tênis de mesa, quer publicar livro para inspirar outras mulheres

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Maira Ranzeiro é atual campeã brasileira de tênis de mesa. (Fotos da entrevista - Arquivo Pessoal)

Meninas e mulheres estão carentes de referências no esporte, indústria famosa por tornar atletas tão populares quanto estrelas de cinema. Faça um exercício. Pense em poucos segundo, 5 nomes de mulheres famosas por serem atletas.

Uma pesquisa da marca Always, revelou dados alarmantes sobre sobre a relação das mulheres com o esporte. Até os 17 anos, o final da puberdade, mais da metade das meninas (53%) terá abandonado o esporte, justamente no momento em que o esporte poderia trazer maior benefício.

80%  das jovens gostariam que houvessem mais modelos de mulheres nos esportes, porém o maior desafio é enfrentar o preconceito. Mulheres não são vistas como boas no esporte e 35% reclamam da falta de incentivo, inclusive dentro da família.

Maira Ranzeiro, 30, tem uma história que felizmente foge as estatísticas. Seu amor pelo esporte, mas especificamente pelo tênis de mesa, teve apoio total dos seus familiares ainda quando ela tinha 11 anos. E o resultado do investimento não poderia ser melhor. Maira foi a primeira negra a conquistar o título de Campeã Brasileira de Tênis de Mesa e atualmente é líder do ranking brasileir. Mas ela quer ir além e motivar mais mulheres, sobretudo as negras, publicando um livro.  “O esporte tem características que a gente carrega para vida”.

Ela conversou com a gente sobre como o tênis de mesa surgiu na sua vida, quem ela admira na área e planos para incentivar outras garotas a praticar o esporte.

Mundo Negro: Como o tênis surgiu na sua vida? Levando em conta que não é um esporte popular no Brasil ainda mais entre negros.

Maira: A minha família sempre gostou muito de esporte e a gente frequentava o SESC (Vila Mariana) no final de semana e aí eu comecei a brincar de Ping Pong e ganhei um campeonato. Então me indicaram para um clube só de tênis de mesa. E eu não imaginava que existia isso e foi ali que eu comecei a treinar.

MN: O que o esporte trouxe para você, em termos de títulos e conquistas no geral?
Eu jogo tênis de mesa há 19 anos, desde meus 11 anos de idade. Fui a primeira negra campeã brasileira de tênis de mesa, Tricampeã Jogos Abertos de Santa Catarina, fiquei
10 anos de seleção brasileira, fui Bicampeã latino americana, participei de dois mundiais no Japão e na Áustria, sou atual campeã brasileira, melhor do ano e primeira do Ranking brasileiro de tênis de mesa.

Quem você admirar no esporte. As mulheres negras são as que mais sofrem de hipertensão e diabetes, como a atividade física pode ser interessante para elas?

Entre as que mais admiro, tem a Ligia Silva, que é do tênis de mesa brasileiro. Ela tem três Olimpíadas e foi durante uns 10 anos a melhor do Brasil. É uma pessoa incrível com características de campeã mesmo. Fora do Brasil, no tênis, me inspiro nas irmãs Willians, principalmente na Serena. Ela abriu vários caminhos, com vários Grands Slams , ela me inspira demais.

Para nossa população negra o esporte já entra como prevenção e tem vários benefícios para saúde física e mental.

Como você pretende estimular outras mulheres e meninas? Você já faz algo atualmente? 

Com as minhas conquistas eu decidi fazer um livro, que já terminei. Estou na fase de encontrar uma editora e ilustradores, para que esse livro chegue na mão de um grande número de pessoas. Esse marco de ser a primeira negra campeã, tem que ser a primeiro de muitos.

Quero falar sobre as coisas boas que o esporte traz, que são importantes para vida e que a gente adquire e treina com os esportes. E é legal ter essas referências, dessas conquistas vindas de uma mulher negra, para inspirar outras mulheres negras. Estou trabalhando fortemente nesse projeto.



Maira está a procura de editoras e ilustradores para poder concluir seu livro e publicá-lo. Quem acha que pode somar com a atleta campeã, pode entrar em contato com ela pelo e-mail: maranzeiro.vibe@hotmail.com

Exposição em NY tem mulher negra brasileira e acadêmica como protagonista

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Amanda Martins estudante de direito que será uma das homenageadas por Sandra em NY.

Sandra Regina Barbosa Soares Coleman, mais conhecida como Sandra Coleman, é uma mulher negra, brasileira e mestranda na Universidade de New York, New Paltz. Filha de lavadeira, ela trabalha desde os 8 anos para ajudar em casa. Hoje Sandra não só vibra com suas conquistas, como com as de muitas negras brasileiras que estão estudando, se formando e fazendo parte da produção de conhecimento.

Para exaltar essas mulheres negras, brasileiras e acadêmicas, mostrar que elas existem, Sandra criou a exposição “Black Brazilian Women: Presence and Power” (Mulher Negra Brasileira: Presença e Poder). A ideia e expor , na Universidade New Paltz, biografias de 52 mulheres negras brasileiras de diversas áreas de atuação, evidenciando sua inteligência, lutas e vitórias.

Entre as 52 mulheres que compõe a exposição está Amanda Martins, mulher negra, periférica, nascida em São João de Meriti na Baixada Fluminense. Hoje Amanda é graduanda em direito, além de atuar como escritora, produtora de conteúdo e pesquisadora.

Para a futura advogada, essa oportunidade é muito especial, e ela explica porque: “Ter minha biografia em uma exposição internacional, minhas origens e feitos mostrados ao mundo, sendo reconhecida pelo meu intelecto, me deixa honrada e feliz. Além disto, é uma oportunidade de poder compartilhar essa experiência com outras mulheres ao voltar.”

Neste momento Amanda corre contra o tempo para conseguir os recursos necessários para estar em New York. As despesas incluem o passaporte, visto, passagem e hospedagem. “Black Brazilian Women: Presence and Power” acontece em dezembro, por isso a data limite fixada para ajudar financeiramente é o dia 15 de novembro.

Dados para a colaboração: Banco Itaú / Agência: 8097/Conta corrente: 12998-8 – Amanda Martins Cruz de Mattos. Saiba mais clicando AQUI.

Quem vai chorar pela Somália?

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São mais de 300 mortos e outros milhares de feridos… São hospitais abarrotados de gente, muitas sem atendimento adequado. Tudo isso em 2017, consequência de um ataque terrorista – um dos maiores medos modernos da humanidade. Este atentado só não é maior  e mais devastador que o ocorrido nos EUA, no fatídico dia 11 de setembro de 2001.

atentado nos EUA – 11 de Setembro de 2001

Você se lembra do “11 de setembro”? Eu lembro! Eu tinha 8 anos e consigo me lembrar bem daquela sensação de medo e revolta que tomou a todos. Só se falava disso nos telejornais, nos programas de variedades, revistas, no rádio, até no horário dedicado a publicidade. Nada nos deixava esquecer!

Mais recentemente, em 2015, tivemos o atentado à sede do jornal Charlie Hebdo, em Paris. Foram 12 mortos e 11 feridos. O ícone do YouTube mudou em solidariedade, no twitter a hastag que dava conta do atentado estava em alta. Nos telejornais, nos portais, não se falava de outra coisa.

Agora voltamos para este atentado, em pleno 2017, que deixou mais de 300 mortos. Você viu alguma comoção que se compare ao 11 de setembro, ou até mesmo ao atentado em Paris? Eu não vi! Eu gostaria muito de dizer que estou surpresa com isso, mas não estou!

Estamos tratando da Somália, país africano que vive em guerra civil por mais de 20 anos. Estamos falando de um país fora da Europa, fora da América do Norte, onde as vítimas são pretas! Então quem se importa? Porque os executivos do YouTube ou de qualquer outro grande site/rede social, se preocupariam em manifestar apoio à Somália? Porque os portais, os telejornais, os programas de variedades e todos os outros, perderiam tempo por essas vidas perdidas?

Imagem da Somália logo após o atentado

“A carne mais barata do mercado é a carne negra” – infelizmente, isso faz tanto sentido, que dói! Pessoas brancas, vítimas de violência, mortas por atentados em qualquer lugar do mundo, comovem porque todos sentem que elas estão fora de lugar, que essas pessoas não mereciam isso, não viveram pra isso!

Pessoas negras nas mesmas condições, não comovem, porque a violência, a morte, a dor infligida à pessoas pretas é naturalizada. E como se tivéssemos nascido pra isso, pra viver sob a guerra, sob a violência, sob a dor. E esse silêncio, essa naturalização, também nos fere, e também nos mata, não só na Somália, mas no mundo todo.

Imagem da Somália logo após o atentado

No Brasil mais de 70% dos jovens assassinados, são negros. A violência nos mata e ninguém se importa! Quanto potencial se perde com tanta morte de pessoas negras? Quantas famílias despedaçadas, quantos sonhos interrompidos?

Penso em tudo isso e um grito fica preso em minha garganta: NOSSAS VIDAS IMPORTAM! Nós não nascemos para a dor, para a violência! Não é normal, muito menos natural, ver pessoas negras sendo dizimadas, seja em um atentado terrorista, seja pela violência urbana. A Somália importa! Cada vida negra importa!

“Afro Fashion Day” – Evento valoriza cultura e moda afro-brasileira

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O “Afro Fashion Day” é um evento realizado pela professora Verônica Black – coordenadora da escola técnica SENAI/CETIQT – juntamente com os alunos de Produção de Moda – Unidade Riachuelo, Rio de Janeiro. O principal objetivo do encontro é promover a consciência e a cultura e negra aos visitantes e alunos.

A programação conta com palestras, oficinas de turbantes , feira black, oficina de cabelo afro, comidas típicas afro-brasileiras e, é claro, um desfile inspirado nas cores da África, feito pelos alunos de Produção de Moda.

As atividades, que serão gratuitas, acontecem no dia 26 de outubro, à partir das 9h da manhã e vão até às 19h, na escola técnica SENAI/CETIQT – Rua Magalhães Castro – Riachuelo – Rio de Janeiro (RJ).

Para saber mais, conferir toda a programação e confirmar sua presença, acesse o evento do “Afro Fashion Day” criado no Facebook clicando AQUI.

Nana Preta quer construir uma rede de mães negras pela Internet

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(Texto: Divulgação )

Muitos são os estereótipos atribuídos às mulheres negras quando elas se tornam mãe. “Estereótipos” são formas de generalizar um grupo todo, não respeitando as pluralidades e vivências de cada ser.

E são estes estereótipos que taxam mulheres negras como “fortes”, “excelentes parideiras”, “boas de leite” e dão início assim, ao exercício de uma maternidade carregada de racismo e muitas vezes solitária.

Mulheres negras são as que mais sofrem com violência obstétrica no Brasil. O racismo institucionalizado aparece durante a gravidez (desde o pré-natal ao parto) e irá seguir com a vida desta criança e desta mãe (nas consultas médicas, na vida escolar) e muitas vezes falta acesso a informações que contemple mães e famílias negras.

O que se vivencia no mundo real é facilmente percebido no mundo virtual. Grupos de mães, maternidade, maternagem e afins são sempre ocupados por mulheres brancas. E muitas das informações compartilhadas são para crianças Brancas. É como se as pautas, vivências e experiências de mulheres negras e crianças negras não existisse.

E diante desta realidade, muitas iniciativas individuais vêm surgindo e ganhando espaço. São mães que compartilham suas vivências e realidades diante desta sociedade racista, para fortalecer outras mães negras e para se fortalecerem.

E esta semana, nasceu a primeira iniciativa de Blogagem coletiva voltada ao universo da Maternidade Negra. Trata-se da NANA MATERNIDADE PRETA, um conjunto de depoimentos, fotos, artigos e textos feitos “de mães pretas para Mães pretas” como descreve Carla Cavallieri, uma das muitas mães por trás desta iniciativa.

O projeto é uma iniciativa inédita e conta com várias colaboradoras. São mães de diferentes Estados, profissões, formações familiares e muitas histórias para compartilhar, muitas coisas para passar e para aprender.

O Nana está presente em diversas redes sociais (Blog, Facebook, Instagram), exatamente para contemplar a pluralidade e atingir o máximo de mães possíveis. É mais que dar voz, é construir uma rede que possa compartilhar e criar mais e mais processos saudáveis as vivências de mães negras, criando vínculos e fortalecendo os nossos processos nesta sociedade.

Primeira conta digital para negros facilitará o financiamento para afroempreendedores

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É mais difícil  conseguir crédito quando é negro. Apesar das diversas iniciativas de orientar o afroempreendedor, por meio de eventos com foco em capacitação, muito já se encontram em um nível avançado em termos de desenvolvimento do seu negócio, mas falta dinheiro para crescer.

Sabendo do racismo estrutural latente no Brasil, não precisamos adivinhar o que acontece quando um empresário negro senta à mesa de um gerente de banco para pedir crédito. Se o negócio tiver foco para comunidade negra então, é quase uma missão impossível conseguir algum dinheiro para aumentar o seu capital de giro ou financiar a compra de novos equipamentos.

A Conta Black, que será lançada oficialmente no dia 31 de outubro, durante o evento Black Summit: Precisamos falar sobre “Black Money” , é um conta digital focada não só em afroempreendedores, mas  em pessoas da comunidade negra em geral, que de acordo com pesquisas, são as que mais têm dificuldade ao acesso à bancos.

“Não da mais para aceitarmos a exclusão bancária sem tentarmos uma solução. Segundo o último estudo do IBGE, sobre o assunto, por volta dos 60 milhões de pessoas no Brasil não possuem acesso a serviços bancários básicos. Se a população negra corresponde a mais da metade da população, já sabemos numericamente falando, o perfil étnico dos desbancarizados”, explica Sérgio All, CEO da Afrobusiness, associação de promoção e integração de profissionais e empreendedores negros e Fundador da Conta Black.

Nos EUA onde o afroempreendorismo está anos luz de desenvolvimento comparado ao Brasil, organizações financeiras com foco nos empresários negros foram fundamentais. Um exemplo é o One United.  Certa de 100 milhões de dólares foram investidos pelo, sobretudo em pequenos negócios, após uma avaliação criteriosa.

Fazer o cliente se sentir especial e motivado faz parte do projeto da Conta Digital, considerando que o racismo se manifesta em forma de negação de crédito e mal atendimento.

“O empreendedor negro tem crédito negado três vezes mais do que o branco, com as mesmas condições aqui no Brasil. Ou seja, temos uma parcela da população em sua maioria negra, que não é atendida de forma digna e a Conta Black como uma Fintech (banco digital), se propõe ajudar na resolução desse problema. Nossa atuação se dará de forma gradativa e dividida por fases. Os usuários terão uma importante participação na condução do feedback de cada uma das etapas”, esclarece o CEO da Afrobusiness.

Divisor de águas 

Sérgio All vê com otimismo os negócios de nicho focado para comunidade negra. “Acredito que o afroempreendedorismo teve uma grande visibilidade no ano de 2017. O conceito tem se difundido cada vez mais, de modo que os empreendedores tem mais oportunidades para se capacitar e alavancar a sua performance. Acredito que nos próximos anos certamente os empreendedores do nicho afro que se prepararam, surfarão nessa onda”.

O evento da Afrobusiness no dia 31 de Outubro reunirá nomes influentes da comunidade negra para falar afroconsumo, black money e até negócios bilionários. O evento acontece no charmoso Sheraton WTC Hotel, em São Paulo. Mais detalhes  clique aqui.

 

Peça traz discussão subjetiva sobre raça

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A peça “Race” faz parte da dramaturgia do autor, norte-americano, David Alan Mamet. No espetáculo, o espectador observa os bastidores da construção da defesa de um homem branco, acusado de estuprar uma jovem negra.

Este homem é culpado ou inocente? Esta e outras perguntas se mantêm em aberto ao longo do espetáculo. O texto tem como objetivo colocar o público como protagonista, uma vez que quem assiste interpreta e, de acordo com seu julgamento, decide quem tem ou não razão.

A montagem é da companhia carioca “Cia Teatro EPIGENIA”, que completa 17 anos de atividade em 2017. “Race” foi indicado ao prêmio Shell no Rio de Janeiro e está indicado ao Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) em São Paulo por melhor espetáculo, melhor direção e melhor ator para Gustavo Falcão.

A peça, que ficou 4 meses em cartaz anteriormente, devido a sucesso de público e crítica, está de volta. A temporada vai do dia 14 ao dia 29 de outubro, sempre aos sábados e domingos, às 20h no Teatro Municipal Ziembinski – Rua Heitor Beltrão, s/n˚ – Tijuca – Rio de Janeiro (RJ).

Para saber mais sobre a peça e como garantir seu ingresso, confirme sua presença no evento criado para “Race” no Facebook, clicando AQUI.

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