A Uneafro já atendeu mais de 15 mil estudantes em 10 anos de atuação. Centenas deles chegaram à Universidade, passaram em concursos ou alcançaram novas oportunidades de trabalho e renda. Este ano, a Rede de Cursinhos Comunitários da Uneafro atenderá 32 comunidades nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro oferecendo cursos gratuitos preparatórios para vestibulares, enem e concursos.
Os cursos são destinados a jovens e adultos da comunidade negra e moradores de periferias como um todo. As aulas acontecem em espaços comunitários, com professores bem preparados e comprometidos com causas sociais. O serviço é totalmente gratuito.
Em nota, a Uneafro afirma: “Nos bairros, periferias, favelas e quebradas de todo Brasil, nossa juventude precisa estudar, se alfabetizar, fazer faculdade, arrumar um emprego, ajudar sua família e evitar da violência da polícia; Desempregados precisam se requalificar; Mulheres precisam de apoio para se livrar da violência, gerar sua própria renda e alcançar independência; Lgtbtq+ precisam ser acolhidos e apoiados na sua luta pela vida e por direitos. É do chão de perto de casa que virá as mudanças que o Brasil precisa“.
O projeto Arquitetura na Periferia surgiu a partir de uma tese de mestrado da arquiteta Carina Guedes e funciona desde 2014 oferecendo capacitação técnica para mulheres em territórios com déficit de habitação e infraestrutura, como comunidades periféricas e ocupações. O Objetivo é fazer com que essas mulheres aprendam a construir ou reformarem a própria casa.
Inicialmente, as alunas são apresentadas as práticas e técnicas de projeto e planejamento de obras. Elas recebem um kit contendo trena, prancheta, lápis, papel branco, um roteiro de trabalho e uma máquina fotográfica, entre outros itens.
Depois disso, as moradoras recebem incentivo através de um microfinanciamento, para que assim possam construir ou reformar com autonomia e sem desperdícios as próprias casas. “Ao invés de oferecer um produto, buscamos favorecer a autonomia das participantes, ampliando sua capacidade de análise, discussão, prospecção, planejamento e cooperação, o que por fim leva a um aumento de sua autoestima e confiança”, diz o site do projeto.
O Arquitetura na Periferia funciona para apoiar a comunidade através de doações feitas no Abrace o Brasil, campanha da BrazilFoundation para arrecadar fundos para projetos e causas sociais. Para ajudar, acesse aqui: https://abraceobrasil.org/pt-br/projetos/arquiteturanaperiferia.
É preciso desmistificar a falta de representação negra na região sul do Brasil. Por incrível que possa parecer, muitas pessoas desconhecem a existências de negras e negros em terras sulistas. Por mais que, várias vozes potentes, conseguiram ultrapassar as barreiras do estado, e que se projetaram nacionalmente, pouquíssimos artistas negros são vinculados a esta territorialidade.
Por Thaise Machado – Produtora Cultural arquiteta cenógrafa, irá compartilhar conosco o que as pretas e pretos estão aprontando no sul Brasil. Insta @thaiise.machado
O Rio Grande do Sul é berço de grandes gênios da música, como Lupicínio Rodrigues, Luís Vagner, Giba Giba, entre outros. Mas, apenas vozes masculinas conseguiram ganhar repercussão e chegar ao famoso eixo Rio – São Paulo.
Hoje iremos mostrar cinco cantoras, que vem ganhando grande dimensão, por suas excelência musical e pela importante representatividade da mulher negra artista.
1. Pâmela Amaro
Atriz, cantora, compositora, música e arte-educadora com mais de 18 anos de intensa produção artística em Porto Alegre. Vem de uma família musical que a inspirou seguir pelo caminho das artes. Sambista, tem se destacado como compositora com músicas gravadas por artistas do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Santa Catarina, como Glau Barros, Didi Assis e Marcelo Silva. Co-fundadora e organizadora do Sarau Sopapo Poético – Ponto Negro da Poesia. Poeta, publicou poesias na antologia Pretessência/2016. Atuou em performances, espetáculos teatrais e musicais como Lupi-O Musical, Ayê, Recital Batuque Tuque Tuque; participou como atriz e música nos grupos teatrais Caixa Preta/RS e Usina do Trabalho do Ator/RS. Integra o grupo musical Três Marias. O show Casa de Versos apresenta suas canções autorais com samba, partido alto, jongo e batuques.
2. Glau Barro
Cantora e atriz, desenvolve intensa e permanente carreira profissional desde 1990, tendo se apresentando em alguns dos principais palcos do Rio Grande do Sul e de outros Estados. Seu repertório é vasto e pode ser conferido em outros shows em cartaz em Porto Alegre e no Estado: “Samba – Eu Canto Assim!”, “De Amores e Sambas” e “Alô Alô Elis Regina”. Atualmente, finaliza seu primeiro CD, “Brasil Quilombo”, que tem produção musical e arranjos do maestro Marco Farias e direção musical de Gelson Oliveira. Como atriz, integrou o Grupo Caixa-Preta, onde atuou nos espetáculos “Hamlet Sincrético” (indicada ao Prêmio Açorianos de Melhor Atriz Coadjuvante), “Antígona BR” e “Ori Orestéia”, todos com o Grupo Caixa Preta. No cinema, protagonizou o curta-metragem Antes Que Chova, de Daniel Marvel, e o atuou no longa-metragem Anita, de Olindo Estevam.
Versátil, a cantora Camila Toledo passeia entre estilos de matriz negra. Suas principais influências vêm da black music norte-americana: do jazz, soul e funk. Entende, entretanto, que ancestralidades compartilhadas entre artistas africanos em diáspora compõe terreno fértil para misturas e experimentações. Traz isso em seu projeto “Camila e A Ponte” em que apresenta versões jazz de canções de cantoras negras norte-americanas. É, ainda, vocalista da banda de groove Motherfunky. Com seus projetos percorre o circuito de bares e casas noturnas da Capital gaúcha e Interior do RS, além de ter presença frequente em festivais de jazz e festivais colaborativos de artistas da cena local. Camila, que preconiza o discurso de empoderamento do negro, da mulher e do artista em seus trabalhos, tem formação em Jornalismo pela Ufrgs e é estudante de licenciatura em Música pelo IPA Metodista.
4. Saskia
Suas gravações lo-fi utilizam poucos recursos e intercalam linhas melancólicas de guitarra e teclado orgânicos com beats pegados eletrônicos e plásticos que transitam entre o trap, o indie e o folk.
No primeiro semestre sai o primeiro álbum oficial gravado de Saskia, uma parceria com o selo feminista Hérnia de Discos. Este álbum reúne o melhor da criação da artista desde os primórdios de sua criação, iniciada em 2010, até o momento atual de sua carreira e tem sua edição majoritariamente feminina. Todas as faixas foram regravadas e reeditadas incluindo novas versões de músicas já performadas no show da artista e/ou que já estão em seu soundcloud como a música Falta.
No segundo semestre ocorre o lançamento do álbum patrocinado pelo Natura Musical. Contendo músicas inéditas e participação de produção da dupla Negro Leo e Ava Rocha. Neste Saskia mergulha mais ainda em experimentações que misturam sonoridades de raiz brasileira com as batidas eletrônicas já presentes em seu trabalho. Chega o momento da multi-instrumentista profissionalizar a sua produção e aprofundar suas referências para atenuar a sua assinatura musical, não deixando de lado a irreverência característica.
https://www.instagram.com/p/BtTc3RbBBbP/
5. MC Camilinha
Escolheu a caneta para escrever sua história dando vida às rimas. Escolheu a voz para invadir ocupar a cena e resistir na vida. Direto da Zona Sul de Porto Alegre, Mc Camilinha carrega em seu som a realidade da favela. Através do funk, trap e soul, a MC percorre entre a ostentação, o direito à liberdade de expressão, nossa luta diária enquanto povo preto e o baile pesadão! Há 2 anos, com participações em shows como NEGRA JAQUE e com parceria da ONRECORDZ, Mc Camilinha está abrindo seu caminho por acreditar na música preta!
Nada melhor que boas histórias para acreditarmos que o lugar da comunidade negra é onde ela quiser. Gabi Oliveira, umas das maiores vozes das mulheres negras dentro de Youtube foi convidada para participar do Brazil Conference at Harvard & MIT, evento anual promovido por estudantes brasileiros residentes na Harvard, em Boston e que funciona como um painel de debates com a intelectualidade brasileira em vários setores.
“Vamos falar sobre sobre conteúdo da internet nacional e sobre minha experiência de usar as redes sociais no combate ao racismo”, explicou a Youtuber carioca, em seu perfil no Instagram.
Vendo a necessidade da centralidade de uma construção decolonial desde a educação infantil, eis que surge em Salvador, na Federação, a Escola Afro-Brasileira Maria Felipa, criada pela professora Bárbara Carine e seu companheiro, Ian Cavalcanti, que se uniram à pedagoga Naiara Santos.
Com o intuito de conseguir colocar 10 educandxs negrxs/ameríndixs em situação de vulnerabilidade social para estudarem na Escolinha Maria Felipa, foi criado um financiamento e você pode colaborar clicando aqui.
A instituição de educação infantil, afro-brasileira, trabalha articulando o referencial teórico da Decolonialidade do Saber com a Pedagogia Histórico-Crítica, valorizando os clássicos hegemonicamente reconhecidos conjuntamente com os conhecimentos clássicos afro-brasileiros e indígenas.
Em nota, a escolinha afirma: “Tudo isso realizando atividades do grupo II (dois anos) ao grupo V (cinco anos). Tendo em vista o problema da exposição negativa ou da ausência completa de representação da população negra (e de outras parcelas populacionais excluídas) no livro didático, optamos pela não adoção deste e pela construção dos nossos livros pelas próprias crianças a partir das suas vivências e da apropriação da literatura indicada pela escola”
A proposta da escola é acolher as crianças e trazer a família a possibilidade de participar dos momentos pedagógicos nas primeiras semanas até a nossa percepção do desenvolvimento da autoconfiança do educando/da educanda em permanecer sem suas principais referências neste novo espaço.
A escola atua no turno matutino ou vespertino (bilíngue em inglês e português) e no grupo integral (trilíngue em inglês, português e espanhol) e visa garantir as crianças uma possibilidade futura de acesso aos espaços de poder.
“Contamos com atividades curriculares de contação de histórias, brincadeiras, banho de mangueira, saraus literários com autoras, aulas de dança afro, capoeira, judô; oficinas de origami, de circo e muito mais. Propiciamos um ambiente para a criança se divertir, desenvolver sua cognição e motricidade e ainda aprender muito sobre identidade, diversidade e respeito. Para nós respeito e afeto à diversidade se constrói no campo da prática e não do discurso“.
A bacharel em direito Paula Sperling, participante do Big Brother Brasil 2019, parece não ter nenhum conhecimento sobre leis ou apenas esqueceu que racismo é crime.. Foi chamada atenção diversas vezes a “sister” por Gabriela Hebling e Rodrigo França, totalmente didáticos e pacientes quando sentam para explicar a Paula o motivo dos argumentos dela serem racistas. Ela, no entanto, não aceita nenhum dos argumentos.
Paula é uma pessoa adulta, debochada e ciente do que faz, a ponto de ter deixado claro que gosta de praticar bullying com as pessoas. A “loira”, que é contra cotas para negros e acredita em racismo reverso, faz comentários preconceituosos e racistas a todo momento, enquanto a Rede Globo se cala.
Se na Inglaterra o Ken humano foi expulso do BBB por hipersexualizar homens negros e chama-los de “nigger“, termo pejorativo ao chamar negros em inglês, aqui no Brasil, a emissora se mantém em silêncio. Os internautas e espectadores do BBB cobraram uma posição da Globo quanto aos atos de Paula, mas, até o momento, nada foi feito. Como se não bastasse, a irmã da participante tem reforçado a situação por meio das redes sociais.
Gente eu to chocada!!! Irmã da Paula me respondendo reafirmando o racismo das duas!!!! #bbb#bbb19 Vai sair com muita rejeição sim!!! pic.twitter.com/XYYW2hlUZg
Veja abaixo um compilado de vídeos que mostram diversos momentos onde a sister fez comentários preconceituosos e racistas.
A GLOBO NÃO MOSTRA, MAS A GENTE SIM: Compilation dos comentarios RACISTAS e escrotos da Paula, no qual a edição insiste em não mostrar. #BBB19pic.twitter.com/Ok3uvYiW6i
Na última festa do BBB, no sábado (2), Paula relatou uma situação vivida durante sua adolescência: “Eu era apaixonadinha pelo meu primo. Aí, com 12 anos, entrou um menino na minha escola que era idêntico a ele. E como [o meu primo] me achava criança, não me dava muito moral… esse menino era igualzinho a ele, só que era de uma favela pesadona da minha cidade. E eu não sabia! Daí eu fui, beijei ele, porque eu precisava beijar, já que não tinha o meu primo. Aí beijei o menino da favela […] Só que o menino tinha uma namoradinha da favela, e descobriram, meu Deus! […] Um belo dia, em uma festa junina que teve na minha escola, baixou a favela inteira lá, as meninas da favela”.
Certamente, Paula se acha um ser supremo, como se ser morador de favela, no mundinho dela, fosse algo ruim. Em suas falas, essa não é a primeira vez que ela dá a interpretar que morador de favela não parece ser alguém digno.
A Globo tentou melhorar sua imagem colocando mais participantes pretos no BBB, bem diversificados , com o intuito de “nos agradar” de alguma forma e achar que nisso encontramos algum tipo de “representatividade”, já que, atualmente, representatividade e ‘empoderamento’ vendem.
Danrley falando como é a realidade de quem é morador de favela e vocês passando pano pra Paula que já falou horrores sobre as comunidades, auge. #BBB19pic.twitter.com/ixc1CIxYII
Por mais que Gabriela, Rodrigo, Rizia e até mesmo Darnley falem a cerca do racismo sofrido e de suas vivências para os brancos residentes na casa “mais vigiada do Brasil”, isso parece não significar muita coisa. Inclusive, na festa de sábado, Gabriela foi chamada de extremista por Maycon, o garçom que também fez comentários racistas, recentemente, e alegou ter maltratado animais.
Vamos ver até quando a emissora vai se omitir. No entanto, deixo aqui escurecido que não esperamos nenhum tipo de posicionamento da Globo. Situações como esta não são novidades e sabemos que para tudo existe uma desculpa. Infelizmente, até mesmo para o racismo.
Por mais que tenham negros no programa, não podemos chamar isso de representatividade. Eles estão lá, porém, sempre são ofendidos. Extremistas, exagerados, militudos, problemáticos, raivosos. Já foram chamados assim lá dentro. Então, o BBB está lhes trazendo visibilidade aqui fora, talvez. Mas imagino o psicológico de cada um dos pretos (as) como deve estar diante de certas situações. Eu já teria pedido para sair, não tenho paciência com racista.
Fazer pós no exterior é uma realidade distantes para a maioria dos brasileiros. Se falarmos nos estudantes afrobrasileiros então, as dificuldades históricas e o racismo, esse sonho se torna possível para um número baixíssimo de estudantes, que em maioria, recorrem as bolsas de estudos para conseguir se manter fora do país.
A boa notícia é que uma parceria entre aFundação Lemanne a W.K. Kellog Foundation e Fundo Baobácriam a partir de fevereiro de 2019, um fundo patrimonial de US$ 2 milhões (cerca de R$ 7,5 milhões) que será administrado pelo Fundo Baobá, instituição dedicada a fomentar a equidade racial no Brasil.riam um fundo patrimonial de US$ 2 milhões (cerca de R$ 7,5 milhões) que será administrado pelo Fundo Baobá, instituição dedicada a fomentar a equidade racial no Brasil.
De acordo com o site da Fundação Lemann, 5% dos rendimentos do fundo será destinado a bolsas de estudo para estudantes negros em programas de pós-graduação em áreas como saúde, educação e gestão pública das universidades de Harvard, Columbia, Stanford, MIT, Illinois de Urbana-Champaign (UIUC) e de Oxford, que são parceiras do programa Lemann Fellowship, da Fundação Lemann.
“Acreditamos que para garantir igualdade de oportunidades é essencial que o Brasil se transforme no país justo e desenvolvido que todos buscamos. A criação de um fundo patrimonial dedicado à equidade racial no nosso programa Lemann Fellowship é uma das iniciativas que promovemos para colaborar com esse objetivo.” Denis Mizne, diretor-executivo da Fundação Lemann
“É um prazer assinar esse comprometimento junto à Kellogg e ao Baobá, duas organizações com um trabalho robusto e consolidado na promoção de equidade racial”, completa Mizne.
Como funciona o fundo patrimonial
O recurso doado pela Fundação Lemann compõe o fundo patrimonial que é resultado de um compromisso de contrapartida firmado pela W.K. Kellogg Foundation com o Fundo Baobá em 2011. Por meio de práticas jurídicas, administrativas e de gestão pautadas na transparência, o Fundo Baobá está construindo um Fundo Patrimonial formado por doações contínuas de empresas, organizações e pessoas físicas. Essas doações recebem uma contrapartida da Fundação Kellogg, sendo de 3 para 1 em caso de doações nacionais e 2 para 1 em caso de doações internacionais, em um processo conhecido por matchfunding.
“O Baobá é a única organização brasileira que opera com exclusividade em prol da equidade racial, mobilizando pessoas e recursos, no Brasil e no Exterior, com vistas a apoiar projetos que promovam a justiça social através de organizações afro-brasileiras da sociedade civil”, explica Selma Moreira, Diretora Executiva.
“As experiências adquiridas em instituições internacionais de excelência são elementos que ainda faltam no processo de desenvolvimento de capacidades de estudantes brasileiros negros. A parceria estabelecida entre Fundo Baobá, W.K. Kellogg Foundation e Fundação Lemann é de suma importância para a população negra e a sociedade brasileira como um todo porque reitera que as transformações sociais se sustentam caso haja melhor e maior investimento na educação, na interculturalidade e na ampliação das redes de contatos”, afirma Fernanda Lopes, Diretora de Programa do Fundo Baobá.
Uma maquiadora de Barretos abusou da falta de criatividade, para dizer o mínimo, ao realizar um tutorial de maquiagem para o carnaval. O tema: Nega Maluca.
Bruna Martolelli, que usa o Instagram para mostrar os seus talentos como maquiadora, publicou um tutorial para transformar gente branca em negra. Isso mesmo, ela ensina a fazer o blackface. Essa técnica surgiu por volta de 1830, quando homens brancos se pintavam de preto (de forma caricata e exagerada) e se apresentavam para a aristocracia branca com o objetivo de satirizar a população negra. Ela é ofensiva para pessoas negras até hoje.
Isso provavelmente ela não saiba, como a maioria, mas ao ser alertada nos comentários da sua postagem, ele bloqueou os críticos e depois fechou os comentários, mostrando que ela não está nem aí caso tenha ofendido alguém com sua maquiagem racista.
Essa fantasia demorou, mas felizmente foi reconhecida como ofensiva e racista, um resultado do avanço do nível de educação da comunidade negra, que agora exercita a crítica expressando o que a incomoda. Na geração dos nossos pais era bem diferente e eles cresceram, e nós também, ouvindo e cantando músicas de carnaval carregadas de preconceito e racismo. (O teu cabelo não nega, mulata/ Nega do cabelo duro).
Se não bastasse ter que ouvir a Daniela Mercury dizendo que Wakanda é no mundo todo e Cláudia Leite vestida de Michael Jackson ,no Pelourinho , em um vídeo clipe de carnaval, provavelmente nos depararemos com essas aberrações de Nega Maluca, nas ruas e nos bailes.
No jornalismo brasileiro, é como negro não tivesse opinião. São pouquíssimos os comunicadores negros com destaque nas grandes emissoras, e recentemente perdemos a competentíssima Luciana Barreto da TV Brasil.
Joyce Ribeiro que apresenta o Jornal da Cultura e já foi âncora no SBT, concorre à uma estátua de melhor apresentadora de telejornal pelo Prêmio Contigo 2018 .
Ela disputa o prêmio com Dony De Nuccio (Jornal Hoje – Globo),Renata Vasconcellos (Jornal Nacional – Globo), Ricardo Boechat (Jornal da Band – Band),Sandra Annenberg (Jornal Hoje – Globo) e William Bonner (Jornal Nacional – Globo).
Haiti é a primeira e única república negra do continente americano marcado pela escravidão criada para o bem-estar branco. O melhor exemplo de onda negra, medo branco!
Texto do professor e escritor Carlos Machado
Bois Caïman (crioulo haitiano: Bwa Kayiman) é o local da cerimônia de Vodu haitiano, durante a qual a primeira grande insurreição de trabalhadores forçados da Revolução Haitiana foi planejada. Na noite de 14 de agosto de 1791, cativos representantes de plantações próximas se reuniram para participar de uma cerimônia secreta realizada nas florestas perto de Le Cap, na então colônia francesa de São Domingos. Presidido por Dutty Boukman, um proeminente líder de seres humanos escravizados e sacerdote de Vodu, a cerimônia serviu tanto como ritual religioso quanto como reunião estratégica quando os conspiradores se encontraram e planejaram uma revolta contra os colonos brancos da rica Planície do Norte da colônia. A seguinte oração, feita por Duty Boukman, foi atribuída àquela noite, traduzida como:
“Bom Senhor, que fez nascer o sol que brilha sobre nós, que se eleva do mar, que faz rugir o furacão e governa os trovões:
“O Senhor está oculto nos céus e ali nos vigia. O Senhor vê o que os brancos fizeram. Seu deus comanda os crimes, o nosso nos dá bênçãos. O bom Deus ordenou a vingança. Ele dará força aos nossos braços e coragem aos nossos corações. Ele nos susterá. Derrube a imagem do deus dos brancos, porque ele faz as lágrimas fluírem dos nossos olhos. Ouça a Liberdade que fala agora em todos os seus corações.”
Nos dias seguintes, toda a planície do norte estava em chamas, enquanto os revolucionários conduziam atos de revolta contra aqueles que antes os escravizavam.
Enevoados em mistério, muitos relatos da cerimônia catalítica e seus detalhes particulares variaram desde que foi documentada pela primeira vez na “História da Revolução de Saint-Domingue” de Antoine Dalmas em 1814. A cerimônia é considerada o início oficial da Revolução Haitiana que fez 215 anos em 2019.
Este trecho da “História do Haiti e da Revolução Haitiana” oficial serve como um resumo geral dos eventos cerimoniais que ocorreram: Um homem chamado Boukman, outro houngan (ogã), organizou em 24 de agosto de 1791 uma reunião com os homens nas montanhas do norte. Esta reunião tomou a forma de uma cerimônia de vodu Bois Caïman nas montanhas do norte da ilha. Estava chovendo e o céu estava furioso de nuvens; as mulheres e os homens começaram então a confessar seu ressentimento de sua condição. Uma mulher começou a dançar languidamente na multidão, tomada pelos espíritos dos loas. Com uma faca na mão, cortou a garganta de um porco e distribuiu o sangue para todos os participantes da reunião, que juraram matar todos os brancos da ilha.
Primeiramente documentado por Dalmas, o seguinte trecho fornece os primeiros detalhes do sacrifício: Um porco preto, cercado pelos escravizados acredita ter poderes mágicos, cada um carregando a oferta mais bizarra, foi oferecido como um sacrifício para o espírito todo-poderoso … A comunidade religiosa na qual o nègres corta sua garganta, a cobiça com a qual acreditavam ter se marcado na testa com seu sangue, a importância que atribuíam a possuir algumas de suas cerdas que acreditavam que as tornariam invencíveis. O livro: História da Revolução de Saint-Domingue, 1814 por Antoine Dalmas dá alguns relatos conflitantes da cerimônia.
O crioulo negro, embora nativo da ilha, sendo domesticado séculos antes pelos tainos, foi um sacrifício e um símbolo de Ezili Dantor, a mãe do Haiti que se assemelha às cicatrizes de Daomé das Ahosi ou Mino, que significa “Nossas Mães” no idioma fon. Era uma mistura das tradições do exército feminino do Daomé (lembra das Dora Milaje do filme Pantera Negra?), que era a etnia de muitos dos escravizados em Saint Domingue, com os Tainos, que haviam fugido para as altas montanhas do Haiti (o Haiti significa montanhas altas em Taino) para escapar do genocídio colonial espanhol.
Um porco preto, cercado pelos escravizados acredita ter poderes mágicos, cada um carregando a oferta mais bizarra, foi oferecido como um sacrifício para o espírito todo-poderoso … A comunidade religiosa na qual o nègres corta sua garganta, a cobiça com a qual Acreditavam ter se marcado na testa com seu sangue, a importância que atribuíam a possuir algumas de suas cerdas que acreditavam que as tornariam invencíveis. O livro: História da Revolução de Saint-Domingue, 1814 por Antoine Dalmas dá alguns relatos conflitantes da cerimônia.
O crioulo negro, embora nativo da ilha, sendo domesticado séculos antes pelos tainos, foi um sacrifício e um símbolo de Ezili Dantor, a mãe do Haiti que se assemelha às cicatrizes de Daomé das Ahosi ou Mino, que significa “Nossas Mães” no idioma fon. Era uma mistura das tradições do exército feminino do Daomé (lembra das Dora Milaje do filme Pantera Negra?), que era a etnia de muitos dos escravizados em Saint Domingue, com os Tainos, que haviam fugido para as altas montanhas do Haiti (o Haiti significa montanhas altas em Taino) para escapar do genocídio colonial espanhol.
Este evento cerimonial tem sido considerado por muitas fontes brancas cristãs conservadoras como o “pacto com o diabo” do Haiti que desencadeou a revolução. Eles foram influenciados pela teologia da “guerra espiritual” e preocupados com o fato de o governo de Aristide ter feito esforços para incorporar mais plenamente o Vodu ao processo político. Estes evangélicos desenvolveram uma contra-narrativa para a história nacional oficial. Nesta narrativa, os espíritos ancestrais no cemitério de Vodu foram refundidos como “demônios”. Na opinião deles, o envolvimento com os demônios resultou em um pacto que colocou o Haiti sob o domínio de Satanás.
Enquanto alguns evangélicos haitianos concordam com essa ideia, a maioria dos nacionalistas haitianos se opõe veementemente a ela. Esta crença foi referenciada pelo magnata da mídia cristã o branco Pat Robertson em seus comentários controversos durante o terremoto de 2010 no Haiti. Robertson declarou que o povo haitiano “foi amaldiçoado por uma coisa após a outra” desde o século 18, depois de ter prometido “um pacto ao diabo”. Os comentários de Robertson foram denunciados como falsos, ignorantes e imprudentes.