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Escandalo com Kardashians: A mídia foca em crucificar a mulher negra diz Jordyn Woods para Jada Pinkett

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“Conte comigo, conte com a gente!”. Foi assim que o ator Will Smith introduziu a conversa com Jordyn Woods, convidada especial de Jada Pinkett-Smith no programa Red Table Talk, nesta sexta-feira, 1. A jovem esteve envolvida e um dos maiores escândalos do ano, sendo acusada de ser a responsável por abalar o clã das Kardashians ao supostamente ter dançado no colo e passado a noite com Tristan Thompson, namorado e pai da filha de Khloé Kardashian, irmã da sua melhor amiga Kylie Jenner. As mulheres da família Kardashian são conhecidas pelo sucesso como empresárias, mas também pela preferência por homens negros em seus relacionamentos.

Jordyn Woods e a família Smith tem um belo elo. O pai de Jordyn trabalhou na produção do programa Um Maluco no Pedaço e as famílias de se tornaram próximas. Foi Jaden Smith, na verdade, que uniu Jordyn com Kylie Jenner, quando eles tinham apenas 14 anos e estavam prestes a começar o ensino médio.

Jaden, Jordyn e Kyle (Foto : Reprodução Facebook)

Para quem nunca assistiu o programa, Jada tem uma maneira muito especial de conduzir as conversas dando a impressão que estamos presenciando uma conversa de amigas, longe das câmeras, pelo tom de intimidade e pelas confissões que a atriz consegue tirar dos seus entrevistados de forma consensual e sincera. Jordyn é um jovem negra e em todo momentos Jada falava com ela como se fosse sua mãe, não a eximindo dos estragos causados. “Você sabe que feriu o sentimento de uma família, certo?”, disse a apresentadora.

Jordin aproveitou da sua confiança em relação aos Smiths para dizer a sua verdade. A jovem de 21 anos, nega a dança no colo e ter dormido com Tristan, que segundo ela, roubou um beijo ao se despedirem pela manhã depois de uma festa particular na casa do jogador de basquete.

“Eu aceito a responsabilidade por tudo o que aconteceu, eu sabia que o certo não era estar lá, mas acho que eu nem merecia ser tratada desse jeito”, desabafa a jovem empresária que disse ainda que sua família, incluindo sua irmã de 12 anos, não podem sair de casa depois do escândalo.

“Em vi o que aconteceu com a minha vida em uma semana, pela maneira como a mídia circula. Eles não focam nos problemas da vida real. Eles focam na jovem mulher negra que cometeu um erro, mas não um erro que justifica um crucificamento público e sim algo que tenha que ser resolvido internamente”, diz Jordyn e Jada complementa, “você sabe o que eles dizem, as mulheres negras são as mais desprotegidas e desrespeitadas do mundo”. Jada fala sobre sua experiência e adiciona, “em casos assim, nós nem temos chance de nos defender. Parece ser mais fácil rotular a mulher negra e colocar a culpa de tudo nela, mesmo havendo outras pessoas envolvidas”.

Jada disse que essa questão racial foi um dos motivos pelos quais o “Tio Will viu que tinha que te abraçar, para que pudesse contar sua própria história”.  Vale muito a pena ver o programa e testemunhar a sororidade entre duas mulheres negras. Os erros são cometidos, mas quem ama não julga, e sim ajuda seus pares a crescer a partir das suas falhas.

Como previsto por Jada, Khloé usou seu twitter para responsabilizar Jordyn por toda a situação.

“Por que você está mentindo, @jordynwoods? Se você vai tentar salvar a si mesma ao falar em público EM VEZ DE ME LIGAR NO PRIVADO E SE DESCULPAR PRIMEIRO, pelo menos seja HONESTA sobre a história. Aliás, você É a razão pela qual a minha família se desfez”, escreveu.

 

 

Duda Pimenta: “Me sinto honrada em representar as meninas negras”

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Ela canta, dança muito e é uma atriz que apesar da pouca idade, 12 anos, tem consciência da sua arte e do que ela significa para outras meninas como ela. Orgulhosa da sua pele e dos seus cabelos, Duda Pimenta, que interpreta a destemida Kessya em As Aventura de Poliana, no SBT, é tranquilamente um modelo de menina para todas as crianças. Focada, mas sem perder o brilho  de criança, a atriz se dedica a interpretação, dança e música e fala nessa entrevista exclusiva para Mundo Negro, um pouco sobre o seu trabalho e sua rotina, incluindo o cuidado com seu cabelo crespo e lindo.

Sua primeira música como cantora, Seu Cabelo, é sobre empoderamento e amor próprio. De onde veio o desejo de cantar sobre isso, de experiências pessoais ou era algo que você só queria cantar para o público sem pretensão?

R: Eu fiz essa música pra transmitir uma mensagem pra sociedade dizendo que as pessoas precisam se amar do jeito que são, e, a gente fala do cabelo mas ao mesmo tempo do corpo como as pessoas se vestem, sua pele, tudo. Você primeiramente você precisa se amar.

Como é sua relação com seu crespo? Você tem alguma rotina para cuidar dele? Sempre usou o black solto e livre, ou veio com tempo.

R: Sim eu amo muito meu cabelo e  sou eu que cuido e lavo. Minha rotina é o seguinte eu lavo meu cabelo todos os finais de semana, mas eu não posso ficar lavando todos os dias.  De 15 em 15 dias eu faço um banho de creme,  eu desembaraço, faço uma trancinha, durmo com o cabelo de trança e no dia seguinte eu solto. Aí fica aqueles cachos lindos que eu amo e quando eu era pequena, eu pedia pra minha mãe fazer chapinha e aos poucos aos poucos eu comecei a gostar muito do meu cabelo por influência da minha família

Sua personagem Kessya das aventuras de Poliana, tem algo da Duda ou são bem diferentes?

R: Eu e a Kessya nós somos irmãs, nós somos best friends forever. A gente tem várias semelhanças a primeira é ela ama, adora meu Deus do céu, dançar hip-hop e eu também.  Ela é muito família muito amiga ela enfrenta os desafios ela não leva desaforo pra casa. Ela não leva desaforo pra casa e ela é muito estilosa e gosta das matérias, mas não gosta muito de matemática.

Ainda sobre a Kessya, ela é uma menina negra com muita coragem e autoestima em um ambiente onde é a minoria. Muitas meninas negras acabam se espelhando e se inspirando com sua beleza e atitude. Como você lida com isso?

R: Eu me sinto valorizada e eu queria agradecer a todas as meninas que se espelham em mim. A gente sabe que não tem muitas atrizes negras mirins e eu me sinto muito honrada mesmo.

Foto: Reprodução Instagram

Como você avalia a representatividade negra para meninas da sua idade aqui no Brasil? Quem são suas referências infantil e teen negras dentro e fora do país?

R: Eu estou muito feliz em estar representando várias meninas negras e que infelizmente o espaço ainda é pequeno pra nós, mas estamos batalhando. E eu espero que meu trabalho abram portas pra várias meninas negras. E sobre as referências, como eu disse não temos muito espaço, mas a minha referência é minha família, mas eu gosto muito do trabalho da Willow Smith e da MC Soffia. Eu gosto de Black, Black bem pesado que eu escuto com minha a família, gosto de funk, samba, musicas que a minha vó escuta gente, toca eu danço, simplesmente.

Seu novo trabalho, a música Pensa num Beat é ainda mais dançante que o Seu Cabelo. Qual o tipo de som que faz a sua cabeça?

R: Eu gosto de Black, Black bem pesado que eu escuto com minha a família, gosto de funk, samba, músicas que a minha vó escuta, a gente, toca eu danço, simplesmente.

O clipe tem muita dança, você estuda dança, como aperfeiçoa seus movimentos?

R: Eu não estudo dança porque eu aprendi com minha família e eu também assisto vários vídeos na internet porque no momento eu não tenho tempo e eu amo dançar. No momento eu não tenho tempo de fazer aula de dança, mas eu fico assistindo vídeo no youtube.  Já  fiz balé já fiz ginastica olímpica, hip-hop e é por isso que eu amo dançar. E é assim que eu treino em casa.

Como você equilibra seu tempo com trabalho e vida pessoal, incluindo a escola. Você já faz shows ou pretende fazer?

R: Eu não sei de nada nada nada nada da minha agenda se minha vó não estivesse me apoiando, meu Deus do céu, seria uma bagunça, mas ó, eu vou pra escola de manhã ai meio dia minha vó me pega e me leva pro SBT ai eu chego em casa estudo o texto com minha mãe quando é dia de prova eu estudo junto com ela, as vezes eu estudo até estudo lá no SBT, ai eu durmo e vai repetindo repetindo repetindo tudo isso de novo, mas nos finais de semana eu tenho brinco na rua que na minha rua é sem saída tem várias meninas que a gente fica brincando de descer a ladeira é muito legal. Eu não estou no momento não estou fazendo shows mas eu pretendo, lógico que eu pretende fazer vários shows

Deixe um recado para as meninas que ainda se sentem inseguras por serem diferentes.

R: Sério, eu até hoje não sei o que é ser diferente eu só sei que as pessoas precisam se amar, respeitar o próximo e serem felizes, simples.

Para associação de gerentes da Caixa de Salvador, Crispim é um farsante

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Depois da repercussão nacional do caso do empresário Crispim Terral,  a Associação de Gerentes da Caixa (AGECEF) da Bahia, emitiu uma nota passando suas impressões sobre o ocorrido e insinuando, por meio de deduções, que o vídeo do ataque sofrido dentro da agência, foi editado para favorecer o denunciante.

“A gravação é, portanto, fraudulenta, manipulada, além de ser não-autorizada, e tem o único objetivo de manchar a imagem do banco e do seu quadro de pessoal. Atitude que reforça a intenção de desgaste perante a sociedade”, diz a nota.

A entidade não  pede desculpas a Crispim, nem a sociedade que ela diz ter sido desgastada com as cenas de violência, e ainda não reconhece em nenhum momento que o episódio tenha sido um caso de racismo.

“Durante toda conversa, em momento algum foi proferida qualquer palavra que insinuasse discriminação racial. Por isso, a cautela, neste momento, é imprescindível.”

Para o escritor e comunicador digital Ale Santos, especialista em conteúdos com recorte racial, foi um caso de racismo sim. ” Eu vejo ali algumas expressões do racismo brasileiro como o olhar enviesado para o negro, que ao se deparar com um senhor reivindicando seu direito como cliente do banco foi tratado como um bandido, evocando o estereótipo racial expresso pela frase do gerente “Não negocio com esse tipo de gente”, explica Santo.

Outro detalhe que caracterizaria como um ataque de viés racial foi a forma como Terral foi mobilizado. ” Da mesma forma o guarda não pensou duas vezes para investir de maneira truculenta contra o Crispim, um olhar viciado pelo racismo que levou ao extremo de aplicar um mata-leão. Não lembro de casos que um microempresário branco foi tirado para fora de algum lugar da mesma maneira”, finaliza o escritor.

Leia a nota da Associação na Integra:

A Associação de Gerentes da Caixa (AGECEF) Bahia vem a público esclarecer o caso ocorrido no dia 19 de fevereiro, envolvendo o gerente geral da agência Relógio São Pedro, em Salvador, João Paulo, acusado de discriminação racial por um cliente, sem nem sequer ser lhe dado o direito de defesa.

Diante da gravidade dos fatos, a Associação lembra que é preciso, antes qualquer hipótese de formação de juízo de valor, apurar devidamente o ocorrido, o que foi feito por parte da diretoria durante toda esta terça-feira, 26 de fevereiro de 2019, quando o caso tomou proporções nacionais.

Ao analisar o vídeo, fica claro que o mesmo está editado, ao que parece, para suprimir aquilo que não interessa ao denunciante.

Chama a atenção também o fato de as imagens só terem sido divulgadas dias depois da ocorrência, com os devidos cortes e legendas, feitas pelo próprio reclamante. A gravação é, portanto, fraudulenta, manipulada, além de ser não-autorizada, e tem o único objetivo de manchar a imagem do banco e do seu quadro de pessoal. Atitude que reforça a intenção de desgaste perante a sociedade.

Vale destacar ainda que em momento algum, o gerente autorizou o uso da força policial na agência. No vídeo, usado de forma indevida, o empregado está ao telefone em conversa com a GISEG (Gerência Regional de Segurança), tratando de garantias à sua integridade física numa eventual necessidade de se deslocar até à delegacia, pois mesmo tendo recebido tentativas de intimidação por parte do reclamante, desejava um desfecho administrativo para o caso.
Fato que dá para observar no vídeo, mesmo com edição, se analisado cuidadosamente.

A AGECEF reafirma que as imagens mostram apenas o lado de um dos envolvidos no episódio. Importante atentar que o cliente estava filmando toda a ação, desde que chegou à agência, por volta das 10h do dia 19 de fevereiro. E que ao contrário de sua alegação, não ficou aguardando por atendimento, pois atendido às 10h37, conforme a senha que lhe foi disponibilizada, e este atendimento durou 1h22, pois foi realizado com toda dedicação.

Essa contradição entre os fatos e o relato do reclamante, levanta a suspeita de uma premeditação da ação. Depois de horas pressionando o gerente Pessoa Física, em uma espécie de tortura psicológica, por uma solução imediata, o que era impossível, já que alguns problemas demandam prazo e o reclamante já havia recebido uma resposta da Ouvidoria da Caixa, o gerente geral o chamou para tentar uma solução, também sem sucesso.

Ao chegar à unidade, por volta das 17h, os policiais tentaram convencê-lo a se retirar do local. Conversa que durou até às 18h30. Foi quando o próprio cliente disse que sairia se o gerente fosse para a delegacia com ele. Como o pedido foi negado pelo empregado, o reclamante pediu que o policial desse “seu jeito” para retirá-lo da agência.

Durante toda conversa, em momento algum foi proferida qualquer palavra que insinuasse discriminação racial. Por isso, a cautela, neste momento, é imprescindível. O cenário nacional é difícil e os discursos de ódio dominam as ações de parte da população. Mas, é preciso atentar para as vidas humanas e deixar que a Justiça faça o seu devido papel, ouvindo todos os envolvidos e averiguando as provas que vão além das imagens divulgadas amplamente em rede nacional.

Outros vídeos foram gravados e no local existiam pelo menos mais 10 pessoas presenciando os fatos e que podem confirmar o que realmente aconteceu. Toda ocorrência pode ser constatada ainda pelo circuito de interno de câmeras, com toda movimentação filmada dentro da unidade.

A Associação de Gestores da Caixa lamenta o ocorrido e lembra que é contra qualquer tipo de discriminação e ciente da sua responsabilidade perante a sociedade, está à disposição para quaisquer esclarecimentos.

Bancos Racistas: “A caixa disse que eu só estava ali graças à Princesa Isabel”

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Ilustração Gladson Targa

A cena de terror que o empresário Crispim Terral passou dentro de uma Agência da Caixa Econômica Federal, no Largo do Relógio de São Pedro, em Salvador, chocou muitas pessoas, mas infelizmente para quem é negro, esse tipo de acontecimento,  não foi uma surpresa.

Cenas de racismo, preconceito e humilhação infelizmente são comuns dentro dos estabelecimentos bancários do Brasil. A cor negra é vista como a cor do assaltante, do cliente ruim, do tipo de pessoa que não merece um tratamento de respeito, em um local, onde confiamos nosso dinheiro e ajudamos a economia a circular.  De acordo com o IBGE, mais  60 milhões de pessoas no Brasil não possuem acesso a serviços bancários básicos e não é difícil deduzir a cor dessas pessoas. Negros não são bem-vindos em bancos.

No Instagram do Mundo Negro perguntei aos leitores se ele já sofreram situações de racismo dentro de uma agência bancária. Os nomes não serão revelados, mas uma dos comentários que mais me chamou a atenção, veio de uma mulher negra funcionária de uma agência da Caixa no Rio de Janeiro.

“Trabalho na Caixa e olha é de doer. É colega chamando cliente negro de macaco, é gerente dizendo que o processo perdido estava no meio das tranças da estagiária negra, é gerente dizendo que uma possível fraude, poderia ser explicada pela nacionalidade angolana dos supostos autores, é gerente dizendo que vai mandar para o tronco a funcionárias negra e muito mais. Quando resolvi denunciar, virei a colega chata e encrenqueira que vê racismo em tudo”, disse a leitora que trabalha na Caixa do Rio de Janeiro.

Veja os casos de clientes que sofreram racismo no banco:

“Meu cunhado já sofreu racismo em uma agência quando foi solicitar o financiamento do seu carro. Ele é negro e estava na presença da minha irmã que também é negra. Ambos foram os primeiros a chegar, porém o gerente esperou até que chegasse outra pessoa (branca) e passou ela na frente para o atendimento, fazendo meu cunhado esperar mais ainda. Quando ele notou o que aconteceu foi logo reclamar, até a moça que foi atendida primeiro disse que eles haviam chegado antes e deviam ser atendidos primeiro, porém o gerente se recusou a fazer o atendimento e impediu que a moça branca não saísse do lugar onde estava, alegando que meu cunhado devia esperar caso quisesse ser atendido. Indignado meu cunhado pediu outra pessoa para o atender e disse que ele mesmo se recusava a falar com o gerente.” 

“Fui humilhada por um caixa que me mandou calar a boca e disse que eu só estava lá, graças à Princesa Isabel”. 

“Um vigilantes achou que meu filho, 9 anos, estava roubando meu celular. Ele foi pegar no compartilhamento da porta giratória. Meu filho é negro e eu sou branca”. 

“Eu era a única negra a entrar e fui e única a não ter a porta liberada sem tirar tudo da bolsa”.

“Fui abrir uma conta e para preencher o grau de escolaridade a funcionária nem cogitou o ensino superior”. 

“O segurança ficou me seguindo da hora que entrei, até a hora de sair”.

O Banco Central do Brasil não tem competência legal para atuar sobre o caso individual do cidadão. Em caso de conflitos, ele recomenda que:

  1. O local do atendimento ou o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da própria instituição;
  2. A ouvidoria da instituição financeira;
  3. Os órgãos de defesa do consumidor.

Vale ainda lembrar que em casos de racismo explícito, vale recorrer à serviços como SOS Racismo da sua região.

Amiga de Marielle, Renata Souza, é a primeira negra no comando da Comissão Direitos Humanos da ALERJ

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Marielle Franco e Renata de Souza (Divulgação)

Em março, o assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Pedro Mathias Gomes, completa um ano e ainda não sabemos por quem e o motivo pelo qual  a vida de uma mulher negra eleita pelo povo foi interrompida de forma tão violenta. Desde a morte da vereadora, temos testemunhado pelos noticiários e redes sociais crimes e abusos em relação aos direitos humanos do brasileiros, sobretudo da população negra. A morte do jovem Pedro Gonçalves a luz do dia dentro do Hipermercado Extra, no RJ,  mostra o extremo que a sociedade brasileira chegou, visto que seu assassino está solto.

Porém a esperança é maior que o medo. A eleição de nomes relevantes para uma corrente política que preza pela humanidade e direitos iguais, é a luz no final de um túnel onde um presidente como Jair Bolsonaro, não é um aliado das  pautas progressistas.  Nessa última terça-feira, 26, a deputada Renata Souza, do PSOL, assumiu a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. Ela é a primeira mulher negra no comando dessa pasta, criada há 20 anos e que atende vítimas de violações de Direitos Humanos além de analisar e discutir as propostas dos deputado e políticas públicas.

A deputada Renata Souza durante sua posse (Foto: Divulgação)

“Por dez anos trabalhei nesta comissão ao lado da minha amiga e vereadora Marielle Franco. Assumir a presidência hoje é ter a certeza de que nosso trabalho, construído na última década junto com o deputado Marcelo Freixo, terá continuidade. Quando uma mulher negra ocupa um lugar que socialmente foi negado para nós, ela representa todas as mulheres. Mães que perderam seus filhos para a violência do estado, esposas que perderam seus maridos em serviço, mães que não conseguem matricular seus filhos na escola por não ter vaga e tantas outras mulheres negras que batalham diariamente para sobreviver”, diz a deputada Renata Souza.

Conheça mais sobre o trabalho da Deputada por meio dessa entrevista exclusiva para o Mundo Negro.

  1. No momento atual do país, qual a importância de ter uma mulher preta como deputada estadual?

R: É importante porque esses lugares são os espaços que legislam sobre os nossos corpos os nossos, corpos negros, nossos corpos de mulheres então a gente precisa estar na construção de políticas públicas na ponta dessa construção pra propor ideias e políticas que possam resguardar nosso direito a vida. Quando a gente fala de feminicídio de homicídio os dados são concretos né, a gente vê que são as mulheres negras que mais morrem e são assassinadas. Aí na lógica do feminicídio,  nos últimos 10 anos cresceu em 22% o número de assassinatos de mulheres negras enquanto de mulheres brancas diminuiu. Isso é um absurdo se você olhar sob o ponto de vista da política em quais são as políticas públicas hoje pra reduzir o número de feminicídio, quais são as políticas hoje pra reduzir o número de homicídios em especial da nossa juventude negra então a gente precisa estar nesses espaços pra poder legislar sobre as nossas vidas também.

 Enquanto jornalista e militante, quais foram os maiores enfrentamentos que teve?

R: Os nossos maiores enfrentamentos, assim, enquanto militante e jornalista é ser não só reconhecida e respaldada pelo movimento, num processo de construção de políticas, isso é realmente um desafio muito grande, mas para além disso a gente precisa questionar quais são os mecanismos hoje de visibilidade e de potencialização que o nosso próprio movimento enquanto pessoas negras, mulheres negras, tem viabilizado. Isso para que essas as nossas “pratas da casa”, na verdade sejam iluminadas, a gente precisa também rever a nossa construção enquanto grupo vulnerável né e estar cada vez mais juntos se construindo nessa sociedade que é extremamente racista, machista, misógina, classista. A gente precisa se colocar esses desafios para superar a lógica de desigualdade social. Isso é fundamental.

Como será sua atuação enquanto posição do governo Witzel no Rio?

R: É uma atuação muito responsável porque a gente não quer fazer uma oposição a qualquer custo. A nossa oposição é sobre uma defesa intransigente desse governo de abate daquelas pessoas que vivem nas favelas e isso pra gente é algo que nos remete a uma oposição imediata. De qualquer forma, esse mesmo governo Witzel não apresentou nenhum programa ou  proposta que pudessem reduzir o número de homicídios o número de feminicídio, pelo contrario o que Witzel tem feito é se organizar a partir do abate de supostos criminosos.  O Witzel quando faz isso ele está cometendo um crime contra a humanidade, afinal de contas, não temos a pena capital,  que é a pena de morte e o Witzel está aplicando na pratica, a partir dos seus agentes de segurança pública. O assassinato de jovens negros na favela e nas periferias do Rio de Janeiro são pra gente, um dos pontos mais prioritários de oposição a esse governo, que corrobora com o estado de barbárie e ódio, então a gente precisa se organizar, inclusive pra fazer com que essa oposição seja  produção também de alternativas de políticas públicas, para superar essa lógica de confronto de guerra organizada pelo próprio Estado.

Por muito tempo esteve ao lado de Marielle, qual o legado deixado por ela e como isso influencia no seu trabalho?

R: Bom, o legado da Marielle é um legado universal,  porque com todos os temas que ela carregava e carrega para gente,  temos dificuldade de falar sobre ela no passado, a Marielle é presente. Ela construiu uma base muito sólida da discussão  empoderamento  e visibilidade das mulheres negras, das mulheres negras na política,  da favela, da periferia.  Nesse lugar de poder, então sem dúvida, é um legado pra toda humanidade, porque ela fala de superação dessas desigualdades. Então se pra gente fazer com que esse legado da Marielle numa forma geral é um legado que no geral não se desumanize. A gente tem muita referência  na construção do nosso mandato, da nossa mandata,   gente chama assim como Marielle chamou a mandata dela, na construção de pautas que tenham relação direta com a questão da mulher da mulher negra da juventude negra e da população LGBT. Estamos  construindo muito coletivamente com esses grupos que são mais oprimidos  pelo Estado. Vemos o Estado como principal violador dos direitos humanos e nesse sentido quando, é ele próprio o agente de uma ação contra esses grupos,  o próprio Estado é negligente com essas vidas.  

Sua eleição foi considerada uma vitória para as mulheres negras. Você tem projetos voltado a elas? Quais?

R: Temos sim e sem dúvida o primeiro grande ato que a gente faz pela vida das mulheres é a CPI do hospital da mulher em Cabo Frio.   Estamos observando os relatos dessas mães que perderam os filhos lá e são mulheres, mulheres negras que sofreram ali um processo de violência obstétrica.  Então sem duvidas,  a nossa CPI já é um elemento fundamental pra essa construção para saúde da mulher negra nesse sentido. Outras ações com relação, a por exemplo, em um debate de mais mulheres na política. Apresentamos   uma proposta de emenda constitucional que diz respeito a uma observância de 50% das vagas destinadas a mulheres, com certeza as mulheres negras estarão aí.  Vamos ter esse projeto votado logo assim que a pauta for definida , mas é sim também um projeto de inclusão de mais mulheres e mulheres negras na política.  Outra questão para gente que é fundamental é construir um programa de redução do número de feminicídio. A gente entrou agora recentemente na composição de uma CPI que acontece na ALERJ, a CPI do feminicídio, para que a gente possa a partir de audições da sociedade,  de grupos de mulheres que já estão envolvidas num trabalho preventivo pela vida das mulheres, construir um programa pra redução do número de homicídios no estado do Rio de Janeiro . Essas são as nossas propostas mais concretizadas nesse momento.

Rei Leão: Live-action dublado com elenco de maioria negra tem novo trailer

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Foto: Reprodução Instagram

Quem ficou acordado para assistir a premiação do Oscar 2019, foi recompensado com a exibição do novo trailer do filme Rei Leão, um dos lançamentos mais esperados de 2019.

O elenco do filme é majoritariamente negro, tendo Donald Glover como Simba, Beyoncé como Nala e James Earle Jones como Mufasa.

https://www.instagram.com/p/Bqho2j5AQD2/?utm_source=ig_share_sheet&igshid=15hkdzua3npqd

Confira o trailer do  live-action, que estreia no dia 18 de julho nos cinemas

 

“Os brancos não sabem que estou mentindo”, Trevor Noah engana todo mundo com tradução no Oscar

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Imagem : Reprodução Instagram

Todos os trabalhos indicados ao Oscar de melhor filme, ganham um rápido especial antecedido por alguém famoso que tem alguma ligação com o tema do filme. Green Book que fala sobre tensão racional americana, foi apresentado pelo ativista John Lewis, por exemplo.

O nosso filme preferido Pantera Negra foi apresentado pelo comediante mais culto do planeta, o sul-africano Trevor Noah. Ele fez obviamente uma fala cheia de piadas, onde dizia que desde o filme, todos os cumprimentavam mundo afora fazendo os sinais do braços cruzados e dizendo Wakanda Forever.

“Crescendo como um um jovem garoto em Wakanda, eu via o Rei T’chala voando em nossa vila e ele me lembrava uma frase em Xhosa: Abelungu Abazi’uba ndiyaxoka. Isso significa: em tempos assim nós somos mais forte lutando juntos, do que quando tentamos lutar separados”, disse o comediante.

https://twitter.com/nowthisnews/status/1100037197850382336?s=12

O que ninguém sabia era que a tradução real da frase em um dos idiomas oficiais da África do Sul, significa : as pessoas brancas não sabem que eu estou mentindo.

https://media.giphy.com/media/1jY3YJrbLUISbMTbxY/giphy.gif

Quem ri por último ri melhor, mas a pegadinha pegou muitos não negros, como eu, também.

Discurso de Spike Lee foi o melhor momento do Oscar 2019

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Valeu muito a pena assistir à premiação da 91ª edição do Oscar. Apesar de Pantera Negra levar 3 dos 7 prêmios que havia sido indicado, ver duas mulheres negras com a estatueta dourada na mão, Ruth Carter, por melhor figurino, e Hannah Beachler por Melhor Design de Produção (primeira negra a levar o prêmio) foi algo bem simbólico e importante, porque entendemos que valorizar a diversidade é reconhecer também quem lidera atrás das câmeras. O filme ainda levou o prêmio de melhor trilha sonora principal, recebido pelo colega de quarto da faculdade do diretor Ryan CooglerLudwig Göransson .

Regina King (Se a rua Beale falasse) e Mahershala Ali (Green Book) levaram a premiação de melhores atores coadjuvantes. Homem Aranha no Aranha verso, dirigido por um diretor negro Peter Hersey e protagonizado pelo afro-latino Miles Morales, foram outros momentos para serem celebrados por quem, como a atriz Issa Rae, torce para todo mundo que é negro.

Mais o momento mais emocionante da noite ficou por conta do Oscar de melhor roteiro adaptado por Infiltrados na Klan para Spike Lee

Samuel L. Jackson não poupou a emoção e até deu um berro ao anunciar que o vencedor do prêmio, era Lee, seu amigo de longa data.

Spike Lee nunca havia ganhado um Oscar tendo recebido da Academia apenas um prêmio honorário, em 2016.

Seu discurso na noite de domingo foi muito consciente do ponto de vista racial, mas o mais bonito foi a gratidão aos que vieram antes dele, que estava vestido em homenagem ao canto Prince. Confira:

“Hoje é 24 de fevereiro, o mês mais curto do ano. Também é o mês do ano da história negra. 1619… Há 400 anos nós fomos roubados da África e trazidos para a Virginia, escravizados. A minha avó, que viveu até 100 anos de idade, apesar de sua mãe ter sido escrava, conseguiu se formar. Ela viveu anos com seu seguro social, e conseguiu me levar para a universidade NYU. Diante do mundo, eu gostaria de reverenciar os ancestrais que construíram esse país, e também os que sofreram genocídios. Os ancestrais que vão ajudar a voltarmos a ganhar nossa humanidade. As eleições de 2020 estão chegando, vamos pensar nisso. Vamos nos mobilizar, estar do lado certo da história. É uma escolha moral. Do amor sobre ódio. Vamos fazer a coisa certa”.

Green Book levou o Oscar de melhor filme, mesmo com uma grande polêmica por trás da distorção da biografia de Don Shirley.

 

R. Kelly: Após denúncias de abuso sexual contra menores, cantor se entrega à polícia

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O cantor americano R. Kelly, um dos maiores nomes do R&B se entregou à polícia de Chicago neste sexta-feira,22, durante a noite. Ele está sendo acusando de abusar sexualmente de pelo menos 4 mulheres, sendo 3 menores de idade.

Imagem mostra o momento que R. Kelly se entrega à polícia de Chicago: Reprodução TVZ

Os promotores de Chicago apresentaram 10 acusações de crimes sexuais contra o cantor durante a manhã desta sexta, o documento envolve vítimas com idade entre 13 e 16 anos. Só uma das quatro vítimas, tem quatro acusações contra o cantor, em um delas, uma garota menor de idade afirma que o cantor urinou sobre ela.

R. Kelly já tinha sido submetido a um julgamento em 2018, quando não foi declarado culpado. O advogado de acusação, Michael Avenatti , afirma que o veredito foi fraudado por ameaças e recompensas. Na lei dos Estados Unidos, a cada acusação ele pode ter de 3 a 7 anos de prisão.

 

Bitonga Travel: projeto quer aumentar a autoestima de mulheres negras por meio do turismo

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Foto: divulgação

Criado pela viajante Rebecca Aletheia o projeto tem o objetivo de incentivar mulheres negras a conhecer não só o mundo, mas também suas próprias cidades, empoderando-as, desta forma, a aumentar sua visibilidade e autoestima. Em dezembro de 2018 na praia da Enseada no Guarujá, litoral sul de São Paulo, foi organizado o primeiro encontro das mulheres do projeto. Quatorze viajantes de diferentes lugares transformou a praia num grande escritório para pautar questões de negritude feminina no espaço turístico.

Bitonga é uma língua bantu de tronco nígero-congolês, mais especificamente da região do Inhambane, no Moçambique. Acentuada e belíssima traz consigo traços fonológicos semelhantes aos sons do português brasileiro.

Uma questão em comum a todas as participantes foi a de que mulheres negras não se sentem representadas pelo turismo, sendo muitas delas por vezes excluídas e desconsideradas por funcionários das redes hoteleiras. “Reunir mulheres negras viajantes da América Latina e Caribe têm significado para outras mulheres. Muitas vezes elas se veem sozinhas no espaço de viagem. Isso acontece porque é difícil encontrar mulheres negras viajando por conta da própria economia. Uma mulher negra recebe menos que uma mulher ou homem branco, elas estão nas periferias, não têm acesso ao centro da cidade, cuidam das casas, dos filhos, da família, da mãe, pagam aluguel, ou seja, são vários os fatores que impedem”, explica Rebecca Aletheia, que já viajou por diversos países.

A condição da mulher negra citada por Rebecca justifica-se em números. Em março de 2018 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que se para as mulheres brancas a queda na ocupação de postos de gerência foi de 1,2 ponto percentual entre 2012 e 2016 — passando de 39,7% para 38,5% dos cargos —, para as negras foi de 4,7 pontos no mesmo período — caindo de 39,2% para 34,5%. As mulheres negras também têm salários menores, tanto em relação a homens e mulheres brancos quanto em relação a homens negros. Segundo estudos, as mulheres que conseguem delegar mais as tarefas domésticas são as de classes sociais mais altas, em sua maioria mulheres brancas. Portanto, uma mulher negra viajar pelo globo terrestre, e sozinha, é uma forma de ascensão social e de diminuir margens.      

Mas o projeto lembra que viajar não é somente se deslocar para o exterior, fazer um plano de viagem, hospedar-se num hotel de prestígio. Viajar vai muito além disso. Viajar é sair da própria região e ir para o centro da cidade, viajar é visitar nossa tia na cidade vizinha, ou quando visita-se o bairro em que cresceu. Segundo Rebecca, outros encontros acontecerão e as experiências e vivências dessas mulheres poderão ser conferidas pelas redes sociais. O projeto vai unificar essas vivências e reforçar o conceito de mulher negra circulante que quer ocupar os lugares que lhe foram negligenciados.

Saiba mais sobre o projeto:

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(Texto : Divulgação)

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