O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado no Brasil em 20 de novembro, oficialmente, desde 2011. A data — que lembra o dia em que o líder Zumbi do Quilombo dos Palmares, um dos principais símbolos da resistência negra à escravidão, foi assassinado em 1695 — é comemorada com o intuito de apontar para a relevância da história e da cultura do povo africano e seu impacto no Brasil.
Na mesma linha, o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 196/2015 cria, no âmbito da administração pública federal, a Semana da Consciência Negra, que será comemorada anualmente, no mês de novembro, na semana em que recair o dia 20 de novembro.
O projeto, enviado à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), determina que as comemorações serão dedicadas ao desenvolvimento de ações educativas acerca da situação socioeconômica da população negra e de valorização da História e Cultura Afro-Brasileira.
Outra determinação é que as ações governamentais sejam realizadas diretamente pelos órgãos competentes da administração pública ou mediante convênio a ser firmado com organizações não governamentais do movimento negro, do movimento sindical ou movimento social.
Cada vez mais brasileiros têm se assumido como afrodescendentes. Hoje os negros, dentro de todas as suas variações de tons de pele e/ou textura de cabelos, são maioria no Brasil, sendo 54% da população do país mais rico da América Latina. Essas pessoas precisam de conteúdo e a Internet é a maior fonte de informação desse público.
Desktop ou smartphone? Quais suas redes sociais favoritas? Que horas estão online? Fazem compras pela Internet? Já foram vítimas de racismo online, como reagiram? Blog, páginas, Youtube, onde a comunidade negra mata sua sede por informação?
Essas e outras questões fazem parte da pesquisa Novembro negro |Black Millennials of Brazil feita em uma parceria entre o Site Mundo Negro e a consultoria Zero.54 que coletaram e analisaram as respostas de mais de 500 pessoas negras, relativas ao seu hábito de consumo online.
Traçando um perfil simplificado por meio dos dados da pesquisa, conclui-se que o negro brasileiro acessa a Internet por meio do seu smartphone e tem o Facebook como sua principal fonte de informação, ultrapassando sites/blogs e canais do Youtube. A maioria, 77% diz nunca ter sofrido racismo online e dos que sofreram, 62% ficaram insatisfeitos com o encaminhamento da denúncia.
A pesquisa completa com a interpretação de dados feita pela jornalista e especialista em social media e hábitos de consumo da classe C, Nadja Pereira, está disponível AQUI.
Celebrando o feriado da Consciência Negra, o Auditório Ibirapuera apresenta Tayó – O Musical, dia 20 de novembro, domingo, às 19h, com entrada gratuita. O espetáculo foi inspirado no livro O Mundo no Black Power de Tayó, de Kiusam de Oliveira. Criado pela autora do livro e a banda Morabeza Nação, o musical narra a vida da princesa Tayó, cujo nome significa “da alegria”, uma menina negra, de seis anos, que se orgulha do seu cabelo crespo com penteado black power, enfeitando-o de diversas formas.
A trama apresenta uma personagem cheia de autoestima, capaz de enfrentar agressões dos colegas de classe, que dizem que seu cabelo é “ruim”. “Mas como pode ser ruim um cabelo fofo, lindo e cheiroso”? “Vocês estão com dor de cotovelo porque não podem carregar o mundo nos cabelos”, responde a garota para os colegas. O enredo transforma o enorme cabelo crespo de Tayó em uma metáfora que enriquece a cultura negra e abre espaço para uma conversa sobre educação étnico-racial.
Tayó – O Musical tem como tônica a sensibilidade, usada para tratar a questão de uma possível educação para as relações étnico-raciais onde as pessoas consigam viver felizes e aceitando as belezas presentes nas diferenças. Kiusam conta da história no palco, narrando a jornada da menina ora interpretada por Mariana Per e pela boneca Tayó, feita pela artesã de boneca(os) negros, Luciene Campos. A trilha sonora é de Léo Cavalcante e Renato Gama, este último, criador de composições feitas especialmente para o espetáculo.
Brasilidades e africanidades se encontram no musical em uma forma específica de contar histórias, nos figurinos afro-contemporâneos, e no cenário, inspirado inteiramente em tudo o que a princesa Tayó carrega em seu penteado.
Sobre os criadores
Kiusam de Oliveira é artista multimídia, arte-educadora, bailarina, coreógrafa e contadora de histórias. Sobre o tema, ministra cursos, palestras, oficinas e workshops em congressos e universidades em todo o país. Além de Tayó, é autora de Omo-Oba: histórias de princesas (2009). Nascido para cantar histórias, o Grupo Morabeza Nação tem como formação músicos da banda Nhocuné Soul, que trazem na bagagem referencias africanas e acreditam ser possível conviver com a diversidade de um jeito leve, agradável e construtivo.
Repertório
Dança das flores – Renato Gama
Seus olhos – Renato Gama/Ananza Macedo/Ronaldo Gama/Kiusam de Oliveira
Orobô – Renato Gama/Kiusam de Oliveira
Black Power – Renato Gama
Mamãe – Renato Gama
Neguinha sim – Renato Gama
Voltar minha mãe – Renato Gama
Orixás (ninar) – Renato Gama
Reinado – Renato Gama
Tayó – Renato Gama
SERVIÇO
Tayó – O Musical Dia 20 de novembro, domingo, às 19h Duração: 90 minutos (aproximadamente)
Entrada gratuita
Distribuição de ingressos na bilheteria do Auditório, uma hora e meia antes
da apresentação
Limite de dois ingressos por pessoa
Capacidade: 806 lugares
Classificação indicativa: Livre.
Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer
Capacidade: 806 lugares
Av. Pedro Alvares Cabral, s/n – Portão 2 do Parque do Ibirapuera
Por meio de uma pesquisa com mais de 10 mil respostas em 48 horas, o aplicativo 99, que liga taxistas à passageiros, constatou que dos 49% dos usuários que se identificam como negros, 46%, quase a metade, diz ter sido vítima de discriminação racial durante a sua corrida.
A pesquisa seguia com as demais perguntas para os que se declararam afrodescendentes. Dentro dos 46% que usam transporte individual e podem ter sido vítimas de discriminação racial, informa a pesquisa, 26% têm certeza que já foram alvo de algum tipo de preconceito racial (ao menos uma vez na vida). 20% afirmam não ter certeza e 53,4% disseram nunca ter sofrido com o problema.
A mesma pesquisa aponta que quase 50% das pessoas que responderam o questionário acham que a melhor saída para o problema é a conscientização dos motoristas, por meio de treinamento e da importância do combate à discriminação. Outros 28% optaram pela inclusão de um termo de tratamento igualitário de raça, religião e nacionalidade no contrato de uso do aplicativo pelos motoristas. Há ainda 14,2% dos entrevistados que entendem que nada deve ser feito, pois ações assim aumentam ainda mais o racismo.
Segundo a gerente de treinamento da 99, Roberta Castro, a questão de discriminação racial é um problema cultural do país e a pesquisa mostra que é fundamental discutir de frente o tema. “O mundo ideal seria que isto não acontecesse, mas sabemos que há passageiros que passam por este tipo de situação nas corridas. A 99 quer olhar para esta questão e entender qual a melhor maneira de incluir a todos”, explica.
Em continuidade ao calendário de apresentações no Auditório MASP-Unilever, o Instituto Baccarelli levará ao palco, em 20 de novembro, os integrantes da Orquestra Sinfônica Heliópolis (OSH), às 11h, e da Camerata do Instituto Baccarelli, às 16h. As apresentações ocorrem com ingressos a preços populares.
O domingo musical tem início com a OSH – o principal núcleo musical do Instituto – sob a regência do maestro Edilson Ventureli e participações da soprano Erika Muniz, integrante do Coro da Osesp, e do flautista Leandro Oliveira. O programa idealizado para a apresentação presta homenagem ao Dia da Consciência Negra (20 de novembro), reunindo solistas e obras que remetem ao tema da data comemorativa, e será aberto por peças sacras do padre, compositor, professor de música, maestro e instrumentista brasileiro José Maurício Nunes Garcia (1767-1830). A primeira composição é “Abertura (em Ré)”, seguida por “Te Christe Solum Novimus”. De José Rodrigues Domingues de Meireles (1760-1800), será interpretada a obra “O Lingua Benedicta – Para Soprano Solo, Cordas e Continuo”.
Na segunda parte do programa, a OSH brindará a plateia com obras assinadas por grandes compositores brasileiros. De Antonio Carlos Gomes (1836-1896), será executada “Pensamentos”; de Oscar Lorenzo Fernandez, “Essa Nega Fulô; de Radamés Gnattali (1906-1988), “Suíte Retratos”. O encerramento trará para a plateia duas obras de grande popularidade: “Corta-Jaca”, de Chiquinha Gonzaga (1847-1935), e “Carinhoso”, de Pixinguinha (1897-1973).
À tarde, sobem ao palco do auditório da Avenida Paulista os músicos da Camerata do Instituto Baccarelli, sob a orientação de Pedro Visockas, e participação de Juan Rossi ao violino. O repertório inclui a “Sinfonia de Cordas n0 1 em Dó Maior”, de Felix Mendelssohn-Bartholdy (1809-1847); o “Concerto Para Violino em Ré Maior, Op. 2 no 12 – O Labirinto Harmônico”, de Pietro Locatelli (1695-1764); e, para fechar a apresentação, o “Concerto Grosso em Lá Menor, Op. 6 nº 4, HWV 322”, de Georg Friedrich Händel (1685-1759).
(SERVIÇO)
Auditório MASP Unilever Endereço: Avenida Paulista, 1578 Dia e horário: 20/11, às 11h e às 16h Duração: 60 minutos Ingressos (preços populares): R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia) Capacidade: 374 pessoas; há acesso para portadores de necessidades especiais Vendas: bilheteria do MASP ou pela Ingresso Rápido (www.ingressorapido.com.br ou 11/4003.1212)
Embora ainda tenham desvantagens na disputa por vagas no mercado de trabalho, os negros passaram a ter rendimentos mais próximos dos não negros no ano passado, em comparação com 2014. Mas isso ocorreu porque foi maior a queda dos ganhos dos não negros que passaram a receber valores 8% menores do que no ano anterior, enquanto os negros tiveram um recuo médio de 2,2%.
Os dados são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) feita em conjunto pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade). O levantamento, feito com base na PED mensal, é divulgado, anualmente, para marcar o Dia Nacional da Consciência Negra, a ser comemorado, no próximo domingo (20).
A pesquisa mostra que, por hora, os negros estavam recebendo em média R$ 9,39 ou 67,7% do valor obtido pelos não negros (R$ 13,88). O percentual era de 63,7% em 2014 e já chegou a equivaler a 54,6% em 2002. Como efeito da crise econômica, o corte de vagas atingiu mais os negros cuja taxa de desemprego subiu de 12% para 14,9%, enquanto a dos não negros passou de 10,1% para 12% .
Mesmo assim, os negros ampliaram a sua participação no mercado de trabalho dos 39 municípios da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), no ano passado, atingindo 40% do total de ocupados ante 37,9% em 2014. Já a parcela de desempregados subiu de 42,6% para 46,3%.
Pesquisa por setores
No setor industrial, não houve alteração proporcional de rendimentos.Os negros continuaram ganhando o equivalente a 70% dos não negros. Já em dois outros setores, houve elevação: no comércio (de 70,2% para 76,9% ) e, na construção (de 76,7% para 79,9%).
Em relação às chances de contratação, os negros conseguiram menor inserção no segmento de serviços com uma participação de 56,8% na comparação com os não negros (58,8%). O mesmo ocorreu no segmento da indústria com a ocupação de 15,5% ante 16,2% dos não negros e no comércio com 17,2% ante 18,2%. Já na construção, os negros superam com 9,3% sobre 5,6% dos não negros.
A taxa dos que conseguiram empregos formalizados atingiu 63,4% acima do índice dos não negros (62,3%). A desvantagem, no entanto, continua em postos do setor público, onde os negros têm uma participação de 6,6% e os não negros de 9,0%. Também existem diferenças nas ocupações de vagas em que os rendimentos costumam ser menores. Neste postos, os negros estão mais presentes (8,7%) ante 4,7% dos não negros.
Do total de 40% dos postos ocupados pelos negros, no ano passado, 18,4% eram mulheres e 21,6% homens.
*Fernando Montenegro – Pesquisador de percepção do consumidor, especializado em Afroconsumo.
A ETNUS | Afroconsumo, verificou que a ausência de pessoas negras dentro das agências de publicidade/comunicação e/ou em departamentos de marketing/comunicação das empresas é determinante na inclusão correta de pessoas negras como aspiracionais.
Em estudo de 2015 sobre a presença dos negros nas cinquenta maiores agências de publicidade do país, realizado pelo analista de monitoramento e métricas, André Brazoli, a consultora de comunicação digital do Ministério da Justiça, Danila Dourado, e a gerente de projetos de mídias sociais, Teresa Rocha, fica evidente a não participação de pessoas negras nas tomadas de decisão. Segundo o levantamento, a cada mil funcionários desses locais, apenas trinta e cinco são negros. A pesquisa também aponta que os afrodescendentes ocupam apenas 0,74% dos cargos de alta direção.
Em outra observação de 2013, analisando os afrodescendentes nas Propagandas de Jornais Paulistas, feita pela equipe composta por Sibele Gomes de Santana Faria, Jouliana Jordan Nohara e Evandro Luiz Lopes, publicada pela ANPAD (Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração), baseada na contagem dos afro-brasileiros realizada pelo IBGE, constatou-se que, para cada negro representado em propagandas dos jornais O Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo, equivalia a uma média de 16,58 brancos.
Propaganda da Vivo, maior operadora de celulares do Brasil
https://youtu.be/xlT9KPDuqX8
Outro dado interessante é o do levantamento feito pela jornalista e social mídia Nadja Pereira, que estudou a presença de pessoas negras na publicidade veiculada no Youtube, onde, por exemplo, apenas 27% das publicações do canal da Natura tinham a presença de pessoas negras, destoando consideravelmente dos quase 54% da maioria étnica brasileira.
Na semana do dia 14 de março de 2016, monitoramos o horário nobre mais caro da televisão brasileira, o do Jornal Nacional. De todos os anúncios publicitários exibidos para a praça paulistana, apenas 12,5% tinham como protagonistas, pessoas negras.
Propaganda da Caixa Econômica Federal, veiculada no intervalo do Jornal Nacional, durante o monitoramento.
Respaldados por estes dados, acrescentando esclarecimentos com profissionais da área, análises em meios digitais, campanhas publicitárias, etc, pudemos perceber que a falta de representatividade dos afrodescendentes como agentes consumidores dá-se por dois motivos principais:
1 – O mito coletivo de que pessoas negras não têm potencial de consumo/não consomem.
2 – Os responsáveis pela comunicação/produção industrial são pessoas não negras, que têm, como repertório, um imaginário bem descolado da realidade do público com quem querem se comunicar e ainda se alimentam dos estereótipos ultrapassados acerca dos afrodescendentes. Estes dois principais fatores influenciam de forma negativa, direta ou indiretamente, o papel do negro dentro da sociedade de consumo.
Foto: Reprodução/ Facebook
Mercado promissor
Na contramão da crise, algumas empresas estão faturando alto, pois enxergaram potencial de consumo neste público desprovido de relações de identidade com a maioria das marcas: ora por ruídos na linguagem, ora por não se sentirem atendidos e representados em suas características étnico-raciais.
Consolidada como uma das principais referências em consumo afro-especializado, passando pela moda, gastronomia, produção de conteúdo, música e arte, a Feira Preta completa em 2016 seu 15º aniversário, consolidando ainda mais a força de sua marca e gerando negócios que movimentam em torno de R$700 mil ao ano.
Foto: Feira Preta (Reprodução/Facebook)
Em matéria publicada no site da Istoé Dinheiro, outro exemplo, com faturamento previsto para chegar em seu primeiro bilhão em 2018, é a rede de salões Beleza Natural, que apostou na valorização de um filão específico de mercado, pouquíssimo valorizado, até então: a estética negra. Hoje, é um dos principais modelos no assunto, atuando em diversos estados brasileiros, com mais de quarenta unidades de negócios (incluindo institutos, lojas de produtos e quiosques) espalhadas pelo país.
Neste mesmo contexto e sentindo os efeitos da queda de 26% nas vendas de alisantes no ano de 2015, anunciada pela Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), a Salon Line, especializada em produtos desse gênero, criou uma linha totalmente pensada para assistir esta demanda crescente do mercado consumidor brasileiro: mulheres de cabelos entre o crespo e o ondulado, que, segundo estimativa da rede Beleza Natural, representam 70% das brasileiras, já que esse tipo de madeixa exige cuidados diferentes dos fios lisos naturais.
(Foto: Encrespa 2015/ Blog Modices)
Sendo assim, ao considerar os dados acima, comprovamos em números a importância destas ações e mensuramos o resultado positivo que isso traz, para que essa representação sirva de incentivo, seja frequente e natural. Demonstramos também, que o respeito às particularidades e diferenças étnico-raciais, trazem o consumidor mais próximo das empresas e de seus produtos ou serviços, fazendo com que todos ganhem. Não falamos apenas sobre incluir negros na publicidade ou nas agências, mas sim, de solidificar a importância representativa que isso tem. Não basta termos mais negros na publicidade, se a exposição não for correta. Não basta termos mais negros nas agências, se eles próprios não tiverem consciência sobre a importância política da representatividade de estarem nesses lugares.
Benin, Togo, Nigéria, Angola, Moçambique e Senegal são alguns dos países presentes durante a quarta edição da Feafro – Feira Afro-étnica que acontece no próximo dia 22 em São Paulo. Comandado pela empresária Silvana Saraiva é evento é proporciona o intercâmbio entre empresários brasileiros e os do continente africano, movimentando milhões de reais a cada edição.
Esse anos, mais um vez a feira acontece no Expocenter Norte, em São Paulo, a partir das 10h.
Mais informações no site www.feafro.com.br
Confira a programação:
PROGRAMAÇÃO
HORÁRIO
TEMA
PALESTRANTE
09:00
Credenciamento
10:00
Abertura
10:30
Direção das Exportações para o Continente Africano
GILBERTO LIMA: CEO da Going Global Consulting e o mais Alto Representante para a América Latina da União dos Exportadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, (UE – CPLP)
11:30
Setores para Investimento e Desenvolvimento
INNOCENT EBERE UKANYRIOHA: CEO da Front Line Nigerian Consortium, Bnbc-brazil Nigeria Business Consortium e Presidente do principal partido da Nigéria, PDP (Partido do Povo da Nigéria).
12:15
Almoço
13:30
Oportunidades em Infraestruturas, Energias e Agricultura
JOAQUIM AUGUSTO BELO BARROSO MANGUEIRA: Embaixador de carreira e Cônsul Geral de Angola em São Paulo.
14:15
Políticas Públicas e Acordos Econômicos com África
DEPUTADA FEDERAL TIA ERON: vereadora por 4 mandatos pelo Estado da Bahia e atual, Presidente do PRB Bahia e atual deputada federal.
15:30
Empreendedorismo no setor de serviços e economia criativa
SILVANA SARAIVA, Presidente Mundial do Instituto FEAFRO e da FEAFRO INTERNATIONAL BUSINESS FAIR. Especialista em relações internacionais com África e Gestão Cultural pela FGV.
16:15
Coffee Break
16:30
RODADA DE NEGÓCIOS
Benin, Togo, Nigéria, Angola, Moçambique e Senegal
No dia 17 de novembro o Itaú Cultural abre a Ocupação Abdias Nascimento que mostra toda a trajetória do intelectual negro, fundamental para a história de combate ao racismo no Brasil. A exposição resgata momentos emblemáticos em sua história, sua participação em grupos artísticos como a Santa Hermandad Orquídea, o Teatro do Sentenciado, o Teatro Experimental do Negro e o Museu de Arte Negra, e de grupos de articulação política, social e de pesquisa como a Convenção Nacional do Negro, o Memorial Zumbi e o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro Brasileiros – Ipeafro. Estão também representados seus mandatos como Deputado e Senador.
No legado que Abdias (1914-2011) deixou para o país, as suas obras teóricas que abordam questões relacionadas a lutas sociais, afirmação de identidades negras e defesa de seus direitos. Depois de intensa pesquisa a partir, em sua maior parte, do acervo do Ipeafro, a curadoria reúne exposição pinturas, documentos históricos, correspondências, discursos, entrevistas, depoimentos, manuscritos e fotografias. A curadoria é do Itaú Cultural, do Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros, de Vinícius Simões, que também assina a cenografia, e de Elisa Larkin Nascimento, co-fundadora e diretora presidente do Ipeafro.
SERVIÇO
Ocupação Abdias Nascimento
De 17 de novembro de 2016 a 15 de janeiro de 2017
Abertura para convidados: 16 de novembro
De terça-feira a sexta-feira, das 9h às 20h (permanência até as 20h30)
Sábado, domingo e feriado, das 11h às 20h
Piso 1
Indicada para maiores de 12 anos
Entrada gratuita
Acesso para pessoas com deficiência física
Ar condicionado
Estacionamento: Entrada pela
Rua Leôncio de Carvalho
R$ 10 pelo período de 12 horas
Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural: 3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 e 12 horas: R$ 10
Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô
Fones: +55 11 2168-1776/1777
atendimento@itaucultural.org.br
www.itaucultural.org.br
Motumbá é uma palavra de origem Yorubáque, mais do que uma saudação, significa bênção entre os nagôs. Criar uma mostra artística que valoriza a representatividade da produção proveniente de matrizes africanas legitimadas por trajetórias de vida, posicionamentos sociopolíticos e estéticos são eixos para essa programação que saúda e celebra o protagonismo das expressões culturais negras. Assim pode ser resumida, de forma muito singela, a nova proposta do Sesc Belenzinho, “Motumbá: Memórias e Existências Negras”, que se inicia em novembro, mês que comemora a consciência negra, e seguirá em cartaz até março de 2017. As atividades promovidas irão ocupar diversos espaços abertos e fechados da unidade[Comedoria, Teatro, Praça, Sala de Espetáculos I e II, Convivência, Oficinas] para apresentar ao público atrações de música, dança, teatro, performance, literatura, cinema, artes visuais e rodas de reflexão e debate.
“Motumbá: Memórias e Existências Negras”, conforme a equipe de programação e curadoria do Sesc e o co-curador convidado, João Nascimento, “é uma oportunidade para construir e apresentar a diversos públicos um abrangente panorama artístico produzido por brasileiros, bem como artistas estrangeiros convidados.Reunir,em um único espaço, artistas da cena preta como um ato simbólico de afirmação, valorização e fortalecimento das culturas de resistência ao mercado eurocêntrico que privilegia determinadas linguagens, estilos e pensamentos. Esta mostra contempla a magnitude de poéticas, estéticas e temáticas a partir de abordagens representativas produzidas e interpretadas por grupos e artistas negros e/ou periféricos e/ou trabalhos sólidos que possuem profundidade e verticalidade em pesquisas acerca de uma cultura brasileira de matrizes africanas, legitimados por trajetórias de vida e posicionamentos sociopolíticos”.
Ainda de acordo com a equipe de curadoras e curadores, “é central a noção de representatividade nessa iniciativa que propõe dar visibilidade para a produção artística negra, abrindo espaço para debates, circulação de pensamentos e construção de olhares contemplativos que questionem preconceitos e noções hegemônicas sobre as artes e manifestações culturais. Com isto, espera-se estimular a ressignificação de termos pejorativos, hábitos eurocêntricos culturais herdados por uma história que folcloriza, estereotipa e não abarca potências das artes de matrizes negras e periféricas”.
Para isso, “Motumbá: Memórias e Existências Negras” pretende recontar mitos, trazer para o foco das discussões memórias e tradições, apresentar novas linguagens e criações, discutir a existência, problematizar e refletir a história e suas narrativas para, então, descortinar o véu que ofusca e esconde as belezas negras da sociedade brasileira. Fiel à premissa de levar adiante os objetivos da programação, os organizadores não poderiam ter escolhido melhor termo para abrir e dar nome à mostra. Salve!
Programação
De acordo com a equipe de curadoria, a programação reflete o objetivo central do projeto como um todo, que é ampliar experiências estéticas, políticas, noções culturais e conceitos gerais a respeito das artes negras, de seus protagonistas, matrizes e diversidades de suas expressões.
Opanijé
Dia: 19 de novembro (sábado)
Hora: 21h30
Em sua apresentação, os integrantes do grupo Opanijé – Lázaro Erê (voz e letras), Rone Dum-Dum (voz e letras),Dj Chiba D (toca-discos) e Zezé Olukemi (percussão)– brindarão o públicocom letras que exaltam a cultura negra e a ancestralidade africana, reunindo samplers, efeitos e batidas eletrônicas ao que há de mais tradicional na cultura afro-baiana, como berimbaus, instrumentos percussivos e cânticos de candomblé. Juntos desde 2005, os músicos, em sua trajetória, já dividiram o palco com o rapper paulistano Thaide(no Carnaval), do projeto Soletrando Atitudes (Escola Estadual João das Botas), com o rapper carioca B. Negão, do Pelourinho na Rota da Rima. Eles também se apresentaram com o consagrado grupo Z’África Brasil, do Blackitude+Zumbi, junto aos rappers haitianos do Vox Sambou e Diegal, do grupo Nomadic Massive, radicado no Canadá, e no Festival Hip Hop Zumbi,que contou com as participações dos norte-americanos Nobody Famous e Dj Bobbyto (espetáculo não recomendado para menores de 18 anos; ingressos a R$ 6, R$ 12 e R$ 20).
Dança
Dentro da mostra “Motumbá: Raízes e Existências Negras”, as atividades relacionadas à dança foram idealizadas a partir da busca por grupos que se dedicam à pesquisa e criação, estabelecendo interfaces entre os universos das tradições e aquilo que se convenciona de contemporâneo. Além desse foco, a proposta é contemplar apresentações de grupos que não falem diretamente sobre o tema, mas, antes, que tragam em suas formações e corporeidades a vivência negra e periférica.
O Corpo Negro na Dança e “Um Filme de Dança”
Dia: 24 de novembro (quinta-feira)
Hora: 20h
A palestra O Corpo Negro na Dança será seguida de exibição do longa-metragem “Um Filme de Dança”. A atividade, que se concluirá com um debate, tem à frente a coreógrafa, pesquisadora e realizadora audiovisual Carmen Luz, autora do filme (censura livre; grátis).
Mix Memória
Dias: 25 a 27 de novembro (sexta, sábado e domingo) Hora: sexta e sábado, às 21h30; domingo, às 18h30
O espetáculo Mix Memória, com a Cia Étnica, foi concebido como uma tradução, em dança e imagens, do provérbio africano Sankofa: “O que quer que seja que tenha sido perdido, esquecido, renunciado ou privado, pode ser reclamado, reavivado, preservado ou perpetuado”. MixMemória reúne, decompõe e rearticula para o presente alguns objetos, vídeos, células e coreografias criados pela companhia entre 2004 e 2015 (espetáculo livre; ingressos a R$ 6, R$ 10 e R$ 20).
“Todo Corpo Importa – Poéticas para Imaginar, Viver e Dançar”
Dias: 25 a 27 de novembro (sexta, sábado e domingo) Hora: sexta e sábado, das 15h às 19h; domingo, das 13h às 17h
Conduzida pela Cia Étnica, esta oficina foi idealizada a partir dos temas do encontro, da memória e da igualdade. Aatividade, concebida pela coreógrafa Carmen Luz, propõe estimular e preparar o corpo, a imaginação e o pensamento dos participantes para a experimentação e a criação dos processos denominados, AREC – Atos de Resistência, Existência e Convivência (não recomendado para menores de 16 anos; grátis)
Fique ligado para o que está por vir:
A mostra se estenderá em dezembro e durante os primeiros meses de 2017. Em música, estão previstos shows variados, como “Hip Hop das Minas”, sob o comando de Yzalú e parceiras do hip hop, do ativismo periférico e do feminismo negro; o “Baile dos Orixás”, com Guga Stroeter& Orquestra HB; Tião Carvalho e grupo Cupuaçu, entre outros. Em dança, entre os destaques, os espetáculos “ Yebo”, com Gumboot Dance Brasil, e “O Reino do Outro Mundo – Orixás, com a Cia Rubens Barbot, e “Terreiro Urbano, com o grupo Treme Terra.No palco, Monica Santana apresentará a peça “Isto Não É Uma Mulata” ePriscila Rezende protagonizará a performance “Bombril”, que reflete a inferiorização à qual o negro é submetido devido a sua estética. Também estão previstos debates, exibição de filmes e ateliês de artes manuais.