Em meio ao cenário atual marcado por debates antirracistas, a marca Bombril relança um produto da década de 50 com o nome de “Krespinha”. Na época, na embalagem uma mulher negra de cabelos crespos segurava o produto, que é e indicado para “limpezas pesadas”
O cabelo crespo foi durante anos motivo de piadas, os meninos raspavam seus cabelos e as meninas alisavam para não ter seu cabelo comparado a esponjas de aço da Bombril e a marca, sem responsabilidade social mantém e divulga um produto que relaciona o cabelo crespo a um elemento de limpeza próprio para retirar as “sujeiras mais difíceis”
Ter esse produto sendo relançado como se ainda estivéssemos na década de 50 só nos mostra além do racismo, a ausência de preparo dos profissionais da marca e até mesmo de presença negra na companhia.
Na internet o caso já gerou repercussão e a #Bombrilracista está em 1º lugar dos assuntos mais falados. Consumidores, jornalistas e ativistas do movimento negro debatem sobre o lançamento da marca.
Krespinha, a esponja de aço da Bombril, perpetua estereótipos racistas e imagens de controle que associam o corpo de mulheres negras ao trabalho doméstico pesado. O nome e o mkt é baseado em racismo. Fere historicamente a subjetividade de mulheres negras e segue firme no mercado.
— Conecto pessoas através de livros na @winnieteca (@winniebueno) June 17, 2020
“A empresa #BOMBRIL desenvolveu e lançou esse produto… Deixando escancarado o RACISMO ESTRUTURAL que diariamente lutamos para desconstruir!” Desabafou a atriz Jeniffer Dias.
Me choca tanto, é tão desrespeitoso e irresponsável, que eu fui no site da marca algumas vezes conferir se é real! É REAL! É 2020! A empresa #BOMBRIL desenvolveu e lançou esse produto… Deixando escancarado o RACISMO ESTRUTURAL que diariamente lutamos para desconstruir! pic.twitter.com/84D52rMfMk
Em meios as ondas de mobilizações antirracistas na internet, a marca foi procurada para a realização de um post de repúdio a expressão “cabelo de bombril” e alegou estar sem tempo para outros projetos devido a crise do COVID-19.
Após a repercussão do vídeo de desabafo da cantora Ludmilla em que a mesma denuncia racismo e injustiças sofridas pela também cantora Anitta, o caso ganha um novo personagem. A polêmica em torno da música “Onda Diferente”, composição de Ludmilla, gravada em parceria com Anitta, Papatinho e Snopp Dogg, ganhou a manifestação do rapper .
Snoop Dogg, co-compositor da música citada publicou em seu Instagram uma arte em que anuncia que o clipe da música chegou a 95 milhões de visualizações no YouTube. No entanto, a arte continha ele, Anitta e Papatinho, ignorando Ludmilla, compositora da canção. Três horas após essa postagem, o cantor publicouuma montagem com a sua foto e de Ludmilla, e na legenda agradeceu a cantora.
Elton Sacramento, bailarino e intérprete criador, publicou em seu Instagram o vídeo da obra “Salomão veio do Futuro” que propõe refletir artisticamente sobre a necropolítica e o genocídio do povo preto.
“Conexões ancestrais, audiovisual e arte, são narrativas que corroboram para o discurso político. Tem poesia. Porém, também a cruel realidade apresentada”. Com esse intuito Anderson Valentim artista plástico, fotógrafo e propositor do conteúdo em audiovisual e exposição fotográfica, questiona as agruras da população preta.
Elton Sacramento, está dentre os artistas convidados e interpreta esse ser que diz “Salomão é o futuro que veio reconectar o caminho com o autoconhecimento “. O intérprete no processo acaba fazendo uma homenagem a Rubens Barbot, referência negra na Dança Contemporânea.
Partes das cenas de Elton Sacramento foram filmadas no Terreiro Contemporâneo, sede da Cia. O figurino que Elton usa, são peças pessoais de Rubens Barbot que autorizou para o trabalho. Um importante impacto social no diálogo entre gerações de artistas negros em suas obras.
“Eu enquanto homem negro entendedor do racismo, no meu fazer artístico trago a problematização da descentralização da estrutura dos privilégios direcionada à brancas e brancos e a existência da construção do meu corpo inteiro, dotado de expressão nos conceitos de estudos e analogias de saberes africanos e diaspório brasileiro”, escreveu Elton ao publicar o vídeo; Confira:
Djamila Ribeiro e seu livro "Pequeno Manual Antirracista"
“O livro mais vendido do Brasil é de uma mulher preta” Anuncia à filósofa e escritora Djamila Ribeiro, ao revelar que seu livro ‘Pequeno Manual Antirracista’ é o mais vendido no país durante o mês de Junho.
No livro, a autora fala sobre dez breves lições para entender as origens do racismo e como combate-lo, tratando de temas como atualidade, negritude, branquitude, violência racial e outros. Ela argumenta ainda que, a prática antirracista está nas atitudes do cotidiano, tendo que ser utilizados por todas as classes, cores e gêneros.
“A mãe da Thulane, uma mulher preta é a autora que mais vende livros no Brasil. Chora, Brasil colonial! É histórico!” Escreveu Djamila em suas redes sociais.
“Essa notícia não é uma conquista só para mim… É uma conquista para todos os grupos com quem converso, troco e aprendo. É uma conquista para meus ancestrais, para quem pavimentou o chão para que minha geração pudesse pisar. Já nos ensinou Lélia González, nosso legado não é somente de dor, mas um legado de luta e resistência.” Completou ela.
Na lista de best seller ainda estão os outros dois livros da escritora “Quem tem medo do Feminismo Negro?” em quinto lugar e “Lugar de Fala” em décimo.
Junho é o mês do Orgulho LGBTQIA+, mais do que nunca é importante entender as nuances e questões que permeiam a vida de pessoas negras que pertencem a sigla e o cinema pode contribuir para levantar o debate, difundir conhecimento e provocar inquietações. Neste contexto, separei 8 obras que abordam algumas dessas vivências:
Moonlight (2017)
Indicado a oito categorias no Oscar, levando três (Entre elas a categoria melhor filme), além de ser o filme LGBT mais bem avaliado na história do site especializado norte-americano metacritic; discute questões importantes como a homossexualidade, masculinidade tóxica e a violência num ambiente negro e periférico.
Pose (2018)
A série retrata Nova York no final da década de 1980 e a cultura dos Ballrooms. Na trama, a transexual Blanca Evangelista abriga jovens LGBT que foram expulsos de suas casas numa época marcada pela ascensão dos bailes. O elenco da série é majoritariamente composto por mulheres trans e homens gays negros, e também aborda questões como hiv, discriminação, racismo e transfobia.
Rafiki (2018)
Kena e Ziki são grandes amigas e, embora suas famílias sejam rivais políticas, as duas continuaram juntas ao longo dos anos. A relação de amizade transforma-se em um romance que afeta a rotina da comunidade conservadora em que vivem. O filme acumula alguns feitos e curiosidades importantes, foi o primeiro longa queniano a ser exibido no Festival de Cannes com direção e roteiro assinadas por Wanuri Kahiu, a produção também foi banida no Quênia onde a homossexualidade é proibida.
Bixa Travesty(2019)
Bixa Travesty é um filme brasileiro de 2018 dirigido e escrito por Claudia Priscilla e Kiko Goifman. O Doc Relata a vivência da cantora e ativista transexual Linn da Quebrada, venceu o Teddy Award de melhor documentário LGBT e a categoria “Melhor filme pelo júri Popular” no Festival de Cinema de Brasília.
Sócrates (2018)
Filme nacional vencedor na categoria “Diretor Revelação” do Independent Spirit Awards. Na trama, Sócrates precisa fazer de tudo para sobreviver após a morte de sua mãe, numa realidade difícil e agravada por sua homossexualidade. O filme foi produzido por Fernando Meirelles e alunos do Instituto Querô na Baixada Santista. O filme também foi indicado ao GLAAD Media Awards (premiação que reconhece e celebra representações inclusivas da comunidade LGBT) na categoria “Outstanding Film”.
Pariah (2011)
Pariah é a história de Alike, uma garota de 17 anos que vive no Brooklyn, em conflito com sua identidade sexual e auto-estima. Além de lésbicas negras como protagonistas discute questões como a imposição de feminilidade e conflitos familiares.
A Morte e Vida de Marsha P. Johnson (2017)
Enquanto enfrenta a onda de violência contra mulheres trans,a ativista Victoria Cruz investiga a morte de sua amiga Marsha P. Johnson,em 1992. Marsha foi uma ativista trans e criadora do grupo Street Transvestites Action Revolutionaries.
Heart Beats Loud (2018)
Frank Fisher, um ex-músico que perdeu a mulher em um acidente, é dono de uma loja de vinil falida chamada Red Hook Records, em Brooklyn, Nova York. Sam, sua filha, está prestes a partir para a Costa Oeste para estudar pré-medicina no final do verão. Apesar do desejo de Sam de estudar e passar um tempo com sua namorada, Rose, Frank incessantemente pede-lhe para tocar música com ele.
Nesta quarta-feira, (17), das 10h às 11h acontecerá o workshop virtual sobre Doença Falciforme, a doença hereditária mais comum no Brasil e considerada o segundo maior problema de saúde pública do mundo.
Durante o evento, que contará com a presença de Thelminha Assis, médica e vencedora do BBB 20, será apresentado uma pesquisa inédita realizada com 2 mil brasileiros sobre a percepção da população sobre Doença Falciforme.
A anemia falciforme é um grupo de distúrbios hereditários em que os glóbulos vermelhos assumem o formato de foice. No traço falciforme, a criança recebe a mutação genética da célula falciforme de apenas um dos pais. Nesse caso, a criança não desenvolve a doença, mas pode transmitir o gene defeituoso para as futuras gerações.
Os participantes irão abordar temas como o Dia Mundial de Conscientização da Doença Falciforme (comemorado em 19 de junho), às dificuldades dos pacientes, o fato de estarem entre o grupo de risco da Covid-19.
Com prevalência média de um entre 380 nascidos vivos afro-descendentes (o dobro do que entre os brancos), está na lista de fatores de risco da Covid-19. A doença é genética, incurável e seus portadores estão mais propensos a sofrer efeitos mais graves do novo coronavírus, com maior risco de morte. A estimativa é que 70 mil pessoas no Brasil vivam com a doença.
Serviço:
Data: Quarta-feira (17) das 10h às 11h Para se inscrever e participar do workshop é necessário enviar seu nome e cargo para o e-mail leila.justo@edelman.com
Will Smith já sabe qual será seu próximo papel nos cinemas logo após a pandemia. Desta vez, ele vai interpretar Peter, no longa Emancipation, o homem escravizado que ficou famoso após fugir e posar para uma foto expondo as cicatrizes de suas costas, marcas de um chicoteamento que quase o matou.
Originalmente circulada pelo jornal “Independent”, a foto também apareceu na “Harper’s Weekly”. Pouco depois, países europeus como a França anunciaram que deixariam de comprar algodão dos estados do sul dos EUA, onde a escravidão ainda era praticada.
Segundo o Deadline, o projeto será dirigido por Antoine Fuqua (“Dia de Treinamento”, “O Protetor”). A foto de Peter, conhecida como “Scourged Back”, foi publicada em uma série de veículos de imprensa em 1863.
Embora vá usar todo este contexto histórico, “Emancipation” é descrito como um “thriller de ação” focado na fuga de Peter de seus captores. Smith também será um dos produtores do projeto.
Imagem Reprodução: TvCultura /
Divulgação/ Christian Parente
O professor, advogado e Doutor em Filosofia, Silvio Almeida, participará nesta segunda-feira (22) do programa Roda Viva. Autor do livro ‘Racismo Estrutural’, Silvio sempre abordou o racismo na estrutura social, política e econômica da sociedade brasileira em seus textos.
O programa terá como tema os protestos antirracistas ao redor do mundo e será apresentado pela jornalista Vera Magalhães, sendo passado às 22:00 horas na TV Cultura.
Silvio é Jurista e filósofo, doutor em filosofia e teoria geral do direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (Largo São Francisco), professor das faculdades de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP) e da Universidade São Judas Tadeu (SP) e presidente do Instituto Luiz Gama.
Muito conhecido por manifestar suas opiniões em redes sociais, como o twitter, e sua interpretação sobre questões políticas e raciais. O anuncio foi feito pela rede social oficial do programa.
A Marvel Comics disponibilizou gratuitamente o download de várias HQs criadas por artistas e escritores negros. As revistas liberadas estão apenas em inglês e podem ser adquiridas até o final do mês de junho.
Entre as edições disponíveis estão a história antológica focada em heróis negros Marvel’s Voice, de 2020, Coração de Ferro, o começo da trajetória de Riri Williams, sucessora de Tony Stark, 2018, Quem é o Pantera Negra?, de 1998, e Deathlok, de 1991.
“Vozes negras de criadores e personagens são uma parte entrelaçada a história da Marvel. Essas histórias em quadrinhos visam celebrar seus legados, desde décadas atrás ou mesmo este ano”, disse a editora via comunicado oficial.
Para acessar os quadrinhos é necessário baixar o app Marvel Unlimited, disponível para Android e IOs. Clique em “Free Comics” na tela inicial e escolha as edições. Nenhuma informação de pagamento ou assinatura necessária, basta escolher e iniciar a leitura.
A Netflix foi uma das primeiras empresas de mídia e entretenimento a apoiar o movimento Black Lives Matter em meio a crescentes protestos contra o assassinato de George Floyd.
“Calar é ser cúmplice. Vidas negras são importantes”, disse a Netflix em um tweet de 30 de maio.
“Combater o racismo e a injustiça de maneira significativa significa criar oportunidades de longo prazo para a comunidade negra. O principal papel que desempenhamos é através do financiamento e da visualização dos membros de conteúdo importante. Como uma etapa adicional, estamos comprometendo US $ 5 milhões com organizações sem fins lucrativos dedicadas à criação de oportunidades diretas para criadores negros, jovens negros e empresas pertencentes a negros “, diz o CEO da Netflix, Reed Hastings.
Além dos US $ 5 milhões que foram comprometidos, a Netflix está procurando apoiar seus funcionários negros “temos o dever de apoiar nossos membros, funcionários, criadores e talentos negros.”