Adriana Barbosa é um patrimônio da cultura brasileira. Por meio da Feira-Preta, maior evento negro da América-Latina, a empresária conseguiu mostrar a força, o talento diverso, a arte da comunidade negra e ainda fortalecer a relevância econômica dos negros enquanto consumidores. Não por acaso, ela recebeu uma homenagem da Turma da Mônica por conta do Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, 25 de Julho, sendo representada pela personagem Milena. Barbosa agora faz parte do hall do projeto Donas da Rua da História.
A empresária é formada em Gestão de Negócios, é vencedora da categoria Empreendedorismo e Negócios do Prêmio CLAUDIA 2019, do Troféu Grão do Prêmio Empreendedor Social promovido pela Folha de S. Paulo, do Prêmio Estado de São Paulo para as Artes, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, na categoria cultura urbana, e, ainda, é parte do time de fellows de líderes globais da Fundação Ford.
A linda homenagem faz parte do projeto MSP parceiro da plataforma da ONU Mulheres e do Pacto Global tem como objetivo resgatar a trajetória de mulheres que marcaram a humanidade com suas ações.
Para Mônica Sousa, diretora executiva da Mauricio de Sousa Produções, é uma honra poder somar o nome de Adriana ao projeto. “É extremamente gratificante poder homenagear a criadora de uma plataforma tão importante para o empreendedorismo e para o movimento negro no Brasil. Trazer mais visibilidade a mulheres notáveis para que sejam exemplo e incentivem outras mulheres é nosso papel não apenas como empresa, mas como cidadãos”, pontua.
Situada em Porto Alegre, a marca Implicantes promete “implicar” com o racismo. Foi assim que surgiu a primeira fábrica cervejeira negra do Brasil. Em meio a crise e a pandemia, o projeto foi afetado. Foi então que a namorada de um dos sócios fez uma publicação no Facebook para reunir fundos e divulgar a empresa do amado. O post repercutiu muito, alcançando, até o final dessa matéria, a marca de 22 mil compartilhamentos. A equipe sofreu inúmeros ataques racistas mas, também, recebeu apoio da comunidade negra.
Conheça a origem e a essência desse projeto pioneiro no ramo das cervejas:
MUNDO NEGRO: O que seria uma cervejaria negra? Qual o grande diferencial?
IMPLICANTES: A gente fala que é uma cervejaria negra porque somos a primeira fábrica cervejeira negra do Brasil. Até existem cervejarias negras, cujo sócios são negros, mas eles não possuem fábrica. Por infelicidade, por muitos não terem a oportunidade de possuir uma fábrica. A gente fala isso justamente para as pessoas perceberem que, na verdade, é uma infelicidade essa questão de ser a primeira fábrica cervejeira negra, porque deveriam existir mais. A gente já começa a “implicar” daí, por isso o nome IMPLICANTES, a gente gosta de implicar com muitas questões que não são discutidas na sociedade e, principalmente, no meio cervejeiro. O nosso diferencial é representatividade! Em todos os nossos rótulos nós homenageamos as personalidades negras, trazemos muitos debates em questão do racismo mesmo estrutural, relacionados tanta aos termos pejorativos como outras questões.
Cervejas IMPLICANTES / Acervo Pessoal
MUNDO NEGRO: Como surgiu a ideia desse projeto: ser a primeira cervejaria negra do país?
IMPLICANTES: Na fábrica somos em sete pessoas negras, contando com os três sócios Diego Dias, Daniel Dias e Thiago Rosário. Somos basicamente uma empresa familiar, entre primos e irmãos. A ideia surgiu quando eu (Diego) e o Daniel – o mestre cervejeiro – frequentávamos os eventos cervejeiros e não nos sentíamos representados. Muitos rótulos que tentavam representar o negro, geralmente era de maneira totalmente pejorativa e sempre baseado em uma cerveja escuro. Quando iniciamos a produção, em casa, a gente já começou a rascunhar ideia dos rótulos, a identidade visual da empresa e já também fazendo uma receita de cerveja, já nessas primeiras produções caseiras para, futuramente, a gente abrir uma produção cervejeira.
MUNDO NEGRO: Qual maior dificuldade enfrentam?
Tivemos a oportunidade de comprar uma fábrica de segunda mão e, por isso, muitas vezes a gente não conseguiu distribuir para fora do Rio Grande do Sul. Deu muito problema na fábrica, tínhamos pouquíssimo dinheiro para pagar profissionais que ajeitassem a fábrica e, por essas e outras, acabamos sendo muito autodidatas – o que não era o certo, já que deveríamos contratar um profissional para resolver esses problemas.
Basicamente o motivo do nosso financiamento coletivo é porque estarmos com muitas contas em atraso, ainda temos manutenções para terminar e queremos expandir, comprar maquinários para aumentar a produção – por isso o valor da meta o pessoal se assusta. Nossa dificuldade vem do nosso posicionamento, exaltar a representatividade, mostrar no nosso rótulo nossa luta contra o racismo. E esse meio que é extremamente racista gera essa repercussão, o pessoal não assimila nossa ideia, acha que é vitimismo quando, na verdade, a gente quer representar nosso povo. A nossa maior felicidade é ver pessoas pretas nas nossas redes sociais dizendo “conheci vocês agora, tenho que provar. Me sinto muito representado por vocês”.
Implicantes: a primeira fábrica cervejeira negra do país
MUNDO NEGRO: Como foi a reação após a repercussão da postagem?
Pessoal, quem puder apoiar e compartilhar, meu namorado tem a 1ª fábrica cervejeira negra do Brasil e está lutando para…
IMPLICANTES: A repercussão foi muito boa para a gente ver que tem muitas pessoas que estão apoiando a nossa causa. O lado negativo, a gente já sabia que existiam pessoas podres, mas olhar eles atacando de forma direta a Taiane (namorada do sócio) e a família dela, o Thiago (sócio)… Fez com que a gente fique assustado com esse ódio que o pessoal vomita, sem nos conhecer, passando fake news, passando informações erradas. Falando coisas que não fazem o menor sentido. Então isso que nos deixou bem entristecidos mas, ao menos tempo, muito felizes pelo pessoal estar sempre presente conosco.
As irmãs Venancio, Lúcia, Joyce e Maria Cristina, são as fundadoras do Preta Pretinhas Bonecas, pioneiras em bonecas negras no Brasil. No ano de 2000 abriram a loja na Vila Madalena, em São Paulo. Em 2009 fundaram o Instituto Preta Pretinha, que visa levar autoestima para famílias pretas através do artesanato. Em 2017, o projeto foi reconhecido e certificado como ponto de cultura, trabalhando com palestras, artesanato, ida às escolas públicas e privadas.
No #JulhoDasPretas de hoje conheça a história desse projeto lindo que abriu portas para a representatividade em diversos segmentos.
MUNDO NEGRO: Quando e como surgiu o Preta Pretinha Bonecas?
PRETA PRETINHA: Desde a infância nós tivemos uma autoestima muito bem resolvida e trabalhada com a vovó Maria. Ela se preocupava muito em nos presentear por bonecas feitas por ela: bonecas pretas! Bonecas que nos representassem, até porque a gente já questionava muito a falta dessas bonecas no mercado – que não existia. Com esse trabalho da vovó e da família nos incentivar com bonecas, a primeira necessidade que tivemos quando adulta, foi montar um ateliê de bonecas negras na Vila Madalena (São Paulo), onde nós nascemos, para podermos entrar no mercado. Bonecas sem estereótipo que representassem a beleza negra. Preta Pretinha Bonecas surgiu em 2000.
Primeiros bonecos feitos pela Preta Pretinha Bonecas / Acervo Pessoal
MUNDO NEGRO: Havia outra marca especializada em bonecas negras? Pode contar alguma história de alguém pioneiro que a inspirou?
PRETA PRETINHA: Quando surgiu a marca, observamos que anos antes surgiu uma artista chamada Tilaí, que customizava bonecas brancas, as tingindo de preto, transformando em bonecas negras. Iniciativa bonita que nós admirávamos. Outra marca era a Nega Fulô, também chamou nossa atenção; como passava muito pela USP, via as bonecas negras de pano, muito bem arrumadinhas e bonitas. Ela atendia a rede de educadoras na época. Fora isso, muito pouco, somente nas feiras.
Alguns modelos das atuais bonecas Preta Pretinhas / Acervo Pessoal
MUNDO NEGRO: Qual a história por trás do “Preta Pretinha”?
PRETA PRETINHA: Nossa inspiração veio mesmo da nossa vovó Maria, de casa, da educação que tivemos. Vovó ficava com a gente como cuidadora, enquanto mamãe saia para trabalhar. A vovó tinha uma consciência incrível e trabalhava muito bem essa questão de autoestima. Nós sentíamos necessidade no “dia do brincar”, sexta-feira na escola, de levar a bonequinha para brincarmos. Vovó satisfazia nossa vontade, fazia nossas bonequinhas. Ao chegar na escola era incrível, porque não existia no mercado. Todos os coleguinhas queriam nossas bonequinhas para brincar! Era uma festa (risos).
MUNDO NEGRO: Como foi o processo de transformar a produção doméstica em uma produção em escala maior?
PRETA PRETINHA: Nós sempre pensamos em montar algo maior e vir no segmento de empresa, como empresárias.Nos instalando num local comercial onde tivéssemos visibilidade para levantar uma bandeira: a anti-racista. Para levantar uma bandeira de ”sim, nós podemos!”. Fizemos uma pesquisa para ver qual seria a aceitação desse produto, fizemos enquetes, fizemos plano de negócio, para seguirmos uma estratégia para prosperarmos. Nós pensamos grande porque essa questão da boneca negra, como brinquedo educativo, também diz respeito da ancestralidade – e, para nós, isso sempre foi muito importante. Por isso tinha que ser ali, no bairro onde nós nascemos; um bairro cultural, bem eclético, no qual tivéssemos ali uma marca que se superasse. Nós começamos no espaço de 15 m², que era necessário para estarmos no mercado. Nós fazíamos também eventos e feiras; uma experiência muito boa, porque observamos a reação das pessoas, a aceitação. Após quatro anos fomos para um espaço maior, de 120 m² ao lado do endereço que tínhamos. (…) A gente percebeu que a Preta Pretinha contribuiu muito para o afroempreendedorismo, conseguimos atravessar a fronteira das bonecas, tivemos visibilidade. Foi o início de um sonho!
Poder contribuir como negras na história do Brasil é incrível. Estamos presentes no livro de história do autor Alfredo Boulos, demos entrevistas internacionais. Queremos fortalecer a imagem do negro. Preta Pretinha não é só sobre bonecas, é sobre o conceito. Após a Preta Pretinha, surgiram outras bonequeiras e artistas trazendo, cada uma, na sua linha de segmento, uma beleza diferente (…). E precisa ter sim. Porque demorou muito, então tem que ter uma (loja de bonecas pretas) em cada esquina.
Preta Pretinha passou a ser ponto de pesquisa e de cultura. Na foto, visita da escola Dom Bosco com as irmãs Venancio / Acervo Pessoal
MUNDO NEGRO: Como o seu negócio se modificou ao longo dos anos com a entrada de outras marcas no mercado?
PRETA PRETINHA: Modificar exatamente não, melhoramos. Temos que nos fortalecer! Esse crescimento de outros artistas é gratificante, pois torna-se multiplicador da variedade, gera black money. Para cada artista mostrar seu trabalho. Tudo isso está relacionado a questão do negro no Brasil; precisamos nos unir, temos de possuir o poder, sobretudo o financeiro – que está muito ligado ao que nós podemos construir e sair fora dessa questão social tão pequena e miserável. A união precisa ser um multiplicador. Não só na área das bonecas, mas em todos os segmentos.
Depois de Preta Pretinha surgiram outras marcas, como a marca Lucco Artesã e, recentemente, foi lançada a marca Era Uma Vez Um Mundo. Quero ressaltar também que a Preta Pretinha existe desde 2000, estamos há 20 anos no mercado. Fomos a primeira loja de bonecas negras do Brasil! Com passar do tempo, após quatro anos de existência, percebemos a necessidade de criar os bonecos da diversidade e inclusão.
Boneca de inclusão / Acervo Pessoal
MUNDO NEGRO: Há alguma história marcante de clientes com suas bonecas?
PRETA PRETINHAS: Há várias histórias marcantes, uma em especial foi logo no início, em 2001. Haviam alguns garotos negros da comunidade que carregavam sacolas na feira livre, na nossa rua. Essas crianças sentiam muita curiosidade sobre os bonecos que ficavam expostos em nossa calçada; eles passaram a entrar na loja, contávamos histórias sobre a beleza negra. Um dia, o menorzinho deles, ficou muito triste pelos demais amigos dizerem que ele se parecia com um dos nosso bonecos. Em pratos, ele dizia que não parecia pois o boneco não era bonito. Ao questioná-lo o porquê de dizer isso, ele respondeu que o boneco era feio pois todos diziam que a pele preta era feia. Ali eu vi a necessidade de trabalhar com essas crianças, todo sábado eles vinham para conversarmos sobre ser negro e a autoestima deles. Dei a ele o boneco, disse que parecia com ele, pois ele era lindo. Essas crianças aprenderam sobre a beleza negra e depois passaram a levar outras crianças para aprender também, corrigiam aqueles que faziam algum tipo de racismo. A importância de ser reconhecido como belo! O mais velho desses, o Lucas, até hoje têm contato conosco, tem filhos e sempre participa dos nossos eventos. Isso é muito lindo!
MUNDO NEGRO: Qual a sensação de contribuir para a representatividade de crianças e mães negras?
PRETA PRETINHA: É importantíssimo! Nós passamos por ataques dia a dia, sofrimentos. É muito triste saber de cada criança que passa por todo tipo de violência e cada mãe que perde seu filho, é uma dor muito grande. A contribuição da Preta Pretinha está ligado a isso, nos fortalecer e nos unir, fazendo um trabalho em conjunto.
Cliente da loja Preta Pretinhas / Acervo Pessoal
MUNDO NEGRO: Qual sua relação com as bonecas, enquanto mulher negra? Como foi sua infância?
PRETA PRETINHA: Somos abençoadas de vir na família que viemos, que nos passava toda a questão da negritude, o que é “ser negro”, as dificuldades que enfrentaríamos enquanto negras. Se não tivéssemos esse alicerce, da família trabalhando nossa autoestima, não sei como seria. Nós amávamos brincar de bonecas, até batizado delas nós fazíamos, sempre trabalhando a nossa autoestima enquanto crianças negras. É muito importante empoderar essas crianças!
Advogado André Costa [gravata vermelha na imagem] é Conselheiro Federal Titular OAB/Ceará
O advogado André Costa protocolou uma proposta que pede a implementação na modalidade de cota racial para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O projeto pede que 30% das vagas preenchidas nos cargos da OAB sejam reservadas para pessoas negras.
Segundo o advogado, que é Conselheiro Federal da OAB pela Bancada do Ceará, é preciso mostrar a diversidade e representatividade na ocupação de cargos. “A OAB, mais uma vez, poderá ser um exemplo para o Brasil e para o mundo.” Relatou ele.
André Costa afirma ainda que “sem cuidar da questão racial não há democracia”. Engajado por anos de luta e defensoria racial, viu uma oportunidade de vincular sua proposta junto a OAB, logo após uma onda de protestos e pedidos pela vida da população preta.
“Motivado por todas essas questões é que, na semana passada, apresentei ao Conselho Federal da OAB (CFOAB) a Proposição nº 49.0000.2020.004393-1, requerendo que seja implementada ação afirmativa, na modalidade de cota racial, para o preenchimento dos cargos de suas diretorias e de todos os seus membros (titulares e suplentes), por advogados e advogadas negros, assim considerados os inscritos na OAB que se classificam (autodeclaração) como negros, pretos, pardos ou definição análoga, no percentual de 30% das vagas a serem preenchidas, pelo período de 10 (dez) mandatos, contados a partir de 2022, podendo ser renovado, por igual prazo, conforme avaliação do Conselho Pleno.” Falou ele.
Embora constituído por uma população de maioria preta, os negros ainda são minorias em cargos públicos e juristas no Brasil. No caso da Câmara Federal, por exemplo, a população negra representa 24% dos deputados eleitos em 2018.
A OAB concorda que as politicas feitas para a população preta seja de extrema importância para o cenário atual e que são capazes de promover a inclusão dessas pessoas no poder privado e público.
Foi de maneira despretensiosa que Ana Paula Villar descobriu o que iria mudar a sua vida: a manicuração. Mãe de dois filhos e moradora de Rocha Miranda, Zona Norte do Rio, Villar trabalhava em um escritório de contabilidade e para complementar sua renda vendia hambúrguer em um trailer e oferecia serviço de buffet. Um dia, quando teve ajuda de uma amiga para fazer massas das coxinhas que vendia, Ana Paula quis retribuir o gesto e fez suas unhas. E foi aí que tudo mudou: no dia seguinte toda vizinhança já queria ser atendida por ela. Hoje, aos 44 anos, Villar se torna a manicure mais amada do Brasil conquistando 1 milhão de seguidores em apenas 5 anos de canal no Youtube. Além de sua força na internet, a empresária tem um ateliê para atendimento no Rio de Janeiro, onde oferece todos os serviços da área, atende sozinha com horários e viaja o Brasil e o exterior ministrando cursos e congressos.
“Me orgulho muito de carregar essa bandeira de representatividade. Negra, manicure, de origem humilde, filha de empregada doméstica, mãe solteira e gorda”, diz ela que hoje comanda o Ateliê Ana Paula Villar e ministra cursos e congressos pelo Brasil e exterior inspirando e ensinando outras mulheres a viverem de unha como ela.
Além das dificuldades que toda profissão requer, Villar teve que superar situações de preconceito, discriminação e descaso: “Infelizmente vivemos numa realidade onde sempre vai haver gente que se acha melhor que os outros. Me orgulho muito de carregar essa bandeira que tem o sinônimo de representatividade. Sou negra, de origem humilde, filha de empregada doméstica, mãe solteira, gorda e me orgulho muito de quem eu sou. Mas muitas vezes quando estou em lugares nobres, percebo nos olhares e cochichos a expressão: ‘Quem é ela?’,‘Ela é famosa?’. Algumas pessoas ainda fingem que não me veem ou só se aproximam porque fuxicaram minhas redes sociais e viram que tenho números bons. Isso entristece, mas aí lembro que se estou ali, foi porque mereci, porque conquistei condições de estar e assim vou vivendo”.
A empresária, que chegou a falir e teve que recomeçar do zero, conta que sofreu descaso também por parte de marcas e profissionais, que faziam contratos abusivos ou duvidavam de sua capacidade: “Reprovavam o meu jeito espontâneo de ser, de falar, de vestir, e isso foi muito triste. As pessoas em volta não acreditam que vai dar certo, sofri com a exploração de marcas e pessoas que se aproveitaram do simples fato de sermos pobres, talentosos e sonhadores. Mas em contrapartida foi incrível receber a aceitação do público, que às vezes nem era da área. Quebrei tabus literalmente e mostrei que não precisava fazer a ‘bonitinha’, para mostrar a grande profissional que sou. Fui dia a dia derrubando essas barreiras e conquistando meu espaço”.
Para celebrar a conquista, Villar e sua equipe decidiram realizar ações comemorativas para assim contemplarem as manicures, fãs e patrocinadores que os acompanharam nesta trajetória até aqui. No dia 27 de julho haverá o lançamento de um sorteio no Instagram da empresária, onde os participantes vão concorrer a vários produtos do segmento. O resultado desta ação será divulgado no dia 10 de agosto, em uma live especial no canal da Villar no Youtube.
Pelo Twitter, o chefe da entidade destinada à preservação e valorização da luta e cultura negra, escreveu que o movimento Black Lives Matter é um “lixo esquerdopata”.
O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, criticou o movimento “Black Lives Matter”, surgido nos Estados Unidos como forma de combater o racismo.
Sem apresentar dados ou levantamentos sobre o tema, Camargo disse que o saldo dessas manifestações é de “piora do racismo, saques, vandalismo e mortes”. Ele citou que, durante os protestos, houve “agressões em número assustador” de membros do Black Lives Matter contra opositores.
“Em tempo: faltou mencionar as covardes agressões de membros do Black Lives Matter contra brancos e pretos que se opõem; ocorrem em número assustador nos EUA. É um dos movimentos mais violentos e hipócritas já criados pela “revolução cultural” da esquerda. O racismo agradece”, completou.
Saldo do Black Lives Matter: piora do racismo nos EUA, saques, vandalismo e mortes; o legado de Martin Luther King aviltado por pretos tão raivosos quanto ignorantes. O BLM é lixo esquerdopata!
Negra Li foi uma das primeiras expoentes do rap feminino no país. Direto da Brasilândia, a artista usou seu poder de influência para apresentar soluções possíveis a partir do progresso coletivo.
O Conversa com Bial de quinta-feira (23), recebeu a atriz e cantora. Negra Li relembrou o início da carreira e reconhece uma mudança significativa na consciência racial e representatividade no país. Comparando ela à filha, conta que Sofia já pensa no futuro e acredita em seus objetivos. “Quando eu tinha a idade dela, sequer ousava sonhar muito alto”. Conforme foi divulgado no site do Gshow.
“Sofia pode tudo. Pensa em estudar fora do país, fala em Harvard, UCLA. Ela sabe que pode qualquer coisa.”
A cantora vê na filha o resultado de uma luta que vem de gerações. “É isso que a gente está lutando todos os dias, para que o negro tenha autoestima”, declarou.
O ator Billy Porter, astro da série “Pose”, deu uma entrevista nesta quinta-feira (23) para a revista NME.
Em meio à insurgência de movimentos antirracistas em todo o mundo após a morte do segurança George Floyd, brutalmente assassinado por agentes de polícia, Porter afirmou que as mazelas do racismo e a branquitude são como “um câncer que está em metástase em todos os lugares”.
“Estou tendo dificuldades nesta semana”, disse. “A América está fodida. Realmente fodida. Sentar e assistir o noticiário como um negro aos 50 anos e ver o que acontece… tudo por causa da branquitude. É um câncer que está em metástase em todos nós. Em todo o resto do mundo”.
O ator também afirmou que sente uma certa passividade por parte dos cidadãos norte-americanos, que ao seu ver não tiveram a coragem necessária para travar embates reais com o presidente Donald Trump.
“Ninguém o deteve porque todos que estavam em posição de poder para detê-lo eram brancos. E o que quer que ele fosse, quem quer que ele fosse e o que ele representasse, sustentava a brancura deles”.
No próximo sábado (25) às 19h, a Estácio e Dra. Ivone Caetano vão realizar uma live – por meio da ferramenta Teams – para celebrar o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. A Dra. Ivone será a grande homenageada da noite, como grande referência por ser mulher, primeira desembargadora negra do Estado do Rio de Janeiro e também porque se formou na primeira turma de Direito da Estácio. O evento será gratuito e qualquer pessoa poderá participar e fazer suas perguntas, basta acessar o link aqui.
Durante o bate-papo será lançado o Livro “Rosa Negra, Retalhos de Uma Trajetória de Superação”, de autoria de Ivone.
A obra Rosa Negra proporciona ao leitor diferentes perspectivas da vida da biografada em 25 histórias, construídas a partir do seu nascimento até chegar aos dias atuais. O livro recebe o apoio da Estácio por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro (ISS/RJ), da Prefeitura do Rio, e é uma realização da ID Cultural.
O professor, sociólogo e mestre em educação Ivan Poli, ministrará um curso online sobre a sociologia dos orixás, que começará no dia 04 de agosto. O curso abordará a constituição das Civilizações da África Ocidental a partir dos mitos da civilização Yorubá, os Orixás, assim como sua influência na diáspora até os dias atuais.
Ivan Poli estuda e defende os Mitos Africanos na Educação. Professor da USP, ensina na Escola de Comunicação e Artes (ECA) e dar aulas na pós-graduação em Relações Étnico-Raciais, Cultura e Educação na Universidade.
O curso falará sobre os valores civilizatórios e indenitários dos Orixás, percorrendo os Orikis – cantos sagrados – e contará com uma Literatura Oral.
Os encontros serão ao vivo pela plataforma Zoom, toda terça-feira às 19 horas. Gravações não serão disponibilizadas e os alunos terão que pagar uma taxa de 120 reais para ter disponibilidade dos quatro encontros.