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Tecnologia e representatividade: conheça Zani, a IA negra brasileira com rotina social ativa

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“Zani é a primeira inteligência artificial humanizada com rotina social ativa do mundo. Ela vive nas redes, se movimenta, viaja, opina e representa”, afirma Alder Lima, criador da personagem digital e fundador das empresas Umoja Infinity .

Enquanto assistentes virtuais ganham popularidade em todo o mundo, Zani se diferencia por sua presença contínua, narrativa estratégica e conexão direta com o público. Ela não é apenas uma imagem, mas sim uma inteligência artificial com personalidade própria e presença cultural. Atuando como porta-voz de temas como inovação, ancestralidade, negócios e beleza, Zani integra tecnologia e identidade em um projeto pioneiro de impacto.

Desenvolvida pela startup Umoja Infinity, especializada em soluções de automação com foco no empreendedorismo negro, Zani atua com foco em acessibilidade tecnológica e seguem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente no que diz respeito à inovação inclusiva, fortalecimento econômico de grupos minorizados e equidade racial.

Segundo Alder, a criação da Zani responde à ausência de inteligências artificiais negras em posições de visibilidade digital. “Zani é uma persona digital pensada para gerir impacto real, construindo diálogo, presença e representatividade todos os dias”, explica. Ela interage com o público via WhatsApp e redes sociais, mantém um cronograma de ações e compartilha conteúdos sobre negócios, cultura e cotidiano.

Em comparação com outras figuras virtuais populares como Lil Miquela (EUA), Imma (Japão) ou Shudu (Reino Unido), a Zani não se limita a campanhas promocionais ou aparições pontuais. De acordo com documento oficial que detalha essas diferenças, Zani é a única que une uma narrativa de vida com tecnologia real de atendimento, além de um engajamento social alinhado com propósito e representatividade negra.

“Enquanto outras IAs cumprem papéis estéticos, Zani representa um novo modelo de inteligência de marca humanizada, com narrativa, tecnologia, identidade e impacto”, resume o criador.

Estudo inédito com mulheres negras sul-africanas revela o motivo do ressecamento corporal da pele negra e como combatê-lo

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O ressecamento da pele, especialmente na região corporal, é uma das queixas mais recorrentes entre pessoas negras. E agora, um estudo inédito conduzido pela equipe da L’Oréal Research & Innovation traz uma explicação científica que aprofunda a compreensão desse desconforto, muitas vezes negligenciado pela indústria e pela dermatologia tradicional.

Intitulado “Os Marcadores Lipídicos da Pele Seca em Mulheres Africanas”, o estudo investigou a composição lipídica da pele de mulheres negras sul-africanas, mapeando os fatores que levam à perda de hidratação, mesmo em ambientes de clima quente e úmido.

Os pesquisadores identificaram que a baixa concentração de ceramidas específicas, especialmente as de base tri-hidroxiladas — como fitosfingosina e 6-hidroxi-esfingosina — está diretamente relacionada à quebra da barreira cutânea, o que resulta na incapacidade de reter água. Essa deficiência lipídica facilita a perda de umidade e gera a aparência acinzentada e esbranquiçada da pele ressecada, conhecida como ashy skin.

Por que isso acontece?

Ao contrário do que muitos imaginam, a pele negra, embora rica em melanina e naturalmente mais protegida contra os efeitos da radiação UV, possui particularidades estruturais que a tornam mais suscetível ao ressecamento, especialmente no corpo. O estudo reforça que essa predisposição não está associada à falta de cuidados, mas sim a uma característica biológica: a redução dessas ceramidas fundamentais, que funcionam como o “cimento” que mantém as células da camada mais externa da pele unidas.

Essa falha na barreira cutânea permite que a água escape mais facilmente, comprometendo a hidratação e deixando a pele vulnerável não apenas à secura, mas também à entrada de agentes externos que podem causar irritações, descamação e desconforto.

O impacto do ressecamento na pele negra

O ressecamento da pele negra não é apenas uma questão estética. Além da aparência acinzentada, ele pode gerar coceira, rachaduras, desconforto constante e até inflamações. O impacto também afeta o bem-estar e a percepção de cuidado, já que a sensação de pele seca compromete a percepção de saúde e equilíbrio.

O estudo desmistifica a ideia de que o clima quente ou a maior presença de melanina seriam suficientes para garantir a hidratação da pele negra. Ao contrário: mesmo em regiões com alta umidade, como é o caso de muitas áreas da África do Sul, a pele negra corporal apresenta tendência à secura pela deficiência desses lipídios essenciais.

Recomendações práticas baseadas na pesquisa

Além de reforçar a importância de produtos que contenham ceramidas na composição — especialmente as tri-hidroxiladas, que são mais eficazes na reparação da barreira cutânea — os pesquisadores destacam que o cuidado diário precisa ser consistente e adaptado às especificidades da pele negra.

Entre as práticas recomendadas estão:

  • Limpeza suave: evitar sabonetes em barra e optar por produtos de limpeza que mantenham o pH equilibrado e não retirem os lipídios naturais da pele.
  • Hidratação imediata após o banho: aplicar hidratante com ativos reparadores enquanto a pele ainda está úmida potencializa a retenção de água.
  • Evitar banhos muito quentes: a água quente dissolve os lipídios naturais, comprometendo ainda mais a barreira cutânea.
  • Uso diário de protetor solar: mesmo com alta concentração de melanina, a pele negra sofre os efeitos da radiação UV e da luz visível, que podem intensificar manchas e acelerar o envelhecimento.
  • Nutrição de dentro para fora: manter uma alimentação rica em antioxidantes (vitaminas A, C e E), ômega-3, vegetais verdes escuros, frutas coloridas, castanhas e sementes, que favorecem a saúde da pele e sua capacidade de regeneração.

O estudo conclui que compreender as especificidades da pele negra é essencial para orientar os cuidados, combater o ressecamento e manter a saúde, o equilíbrio e a luminosidade da pele.

Virginia Fonseca é escolhida rainha de bateria da Grande Rio no lugar de Paolla Oliveira, afirma Léo Dias

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Foto: Reprodução/Instagram

A influenciadora digital Virginia Fonseca foi escolhida para ocupar o posto de rainha de bateria da Acadêmicos do Grande Rio, substituindo a atriz Paolla Oliveira, que se despediu do cargo após sete anos. A informação foi divulgada com exclusividade pelo portal LeoDias nesta sexta-feira (16).

Paolla Oliveira anunciou sua saída do posto em fevereiro deste ano, em entrevista ao Fantástico. Na ocasião, a atriz explicou que a decisão foi motivada pela necessidade de equilibrar suas prioridades profissionais e pessoais. “Tem várias maneiras de curtir o Carnaval, e essa foi uma escolha difícil. Eu não sei fazer nada um pouquinho, e eu preciso pensar em redistribuir minha tensão e minha energia”, disse Paolla, citando também seus compromissos com a novela Vale Tudo e uma “questão familiar delicada” como fatores que pesaram na decisão.

Virginia Fonseca, conhecida por seu conteúdo digital e participações em eventos de grande visibilidade, agora assume um dos postos mais cobiçados do Carnaval carioca. A Acadêmicos do Grande Rio ainda não se pronunciou oficialmente sobre a escolha. Nas redes sociais, usuários têm criticado a possível escolha: “Sobre a Virgínia ser rainha de bateria da grande rio: Prefiro não opinar, mas a escola volta aquela situação de colocar rainha com 0 identidade com a escola”, disse um internauta no x.

A troca na liderança da bateria promete movimentar os preparativos para o Carnaval 2026, que já começam a ganhar forma nos barracões da escola.

Juiz nega fiança a Chris Brown após acusação de agressão e rapper pode ficar preso até o dia 13 de junho 

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Foto: Reprodução

Na última quinta-feira (15), o rapper Chris Brown foi preso na Inglaterra sob acusação de agredir um produtor musical com uma garrafa em uma boate londrina em fevereiro de 2023. Acusado de lesão corporal grave, o rapper deve ser mantido sob custódia até a próxima audiência do caso, agendada para o dia 13 de junho, após decisão de um juiz britânico emitida nesta sexta (16).

De acordo com informações da Fox News, o advogado do rapper alegou que ele não apresentava risco de fuga e havia pedido fiança para responder em liberdade, mas teve o pedido negado após um promotor descrever como “extremamente grave” o crime pelo qual o artista está sendo acusado. De acordo com o The Sun, o artista foi acusado de causar lesão corporal grave ao produtor Abe Diaw, que alega ter sido atacado sem provocação. Diaw afirmou ao veículo que Brown “bateu em sua cabeça duas ou três vezes com uma garrafa”, além de tê-lo socado e chutado. “Meu joelho também cedeu”, disse o produtor, que precisou ser hospitalizado após o ocorrido.

O caso deve ser transferido do Tribunal de Magistrados de Manchester, onde o rapper compareceu hoje para audiência de custódia, para o Tribunal da Coroa de Southwark, em Londres. A prisão acontece há poucos dias da estreia da turnê mundial de Chris Brown que tem estreia prevista para o dia 8 de junho em Amsterdã, seguido por apresentações na Alemanha em 11 e 13 de junho. A equipe do cantor ainda não se posicionou sobre o caso.

O que aconteceu

O cantor Chris Brown foi preso na madrugada desta quinta-feira (15) em um hotel de luxo em Manchester, na Inglaterra, sob suspeita de agredir um produtor musical com uma garrafa em uma boate londrina em fevereiro de 2023. A informação foi divulgada pelo tabloide britânico The Sun.

Brown, conhecido por hits como “Run It!” e “Loyal”, foi detido por volta das 2h do lado de fora do Lowry Hotel, um estabelecimento cinco estrelas. A prisão está relacionada a um incidente ocorrido em fevereiro de 2023 na casa noturna Tape, localizada no exclusivo bairro de Mayfair, em Londres.

De acordo com o The Sun, o artista foi acusado de causar lesão corporal grave ao produtor Abe Diaw, que alega ter sido atacado sem provocação. Diaw afirmou ao veículo que Brown “bateu em sua cabeça duas ou três vezes com uma garrafa”, além de tê-lo socado e chutado. “Meu joelho também cedeu”, disse o produtor, que precisou ser hospitalizado após o ocorrido.

Em nota à imprensa, a polícia de Manchester confirmou a prisão: “Um homem de 36 anos foi detido sob suspeita de lesão corporal grave. Ele permanece sob custódia, e a investigação, relacionada a um incidente em Hanover Square em 19 de fevereiro de 2023, segue em andamento.”

Processo por agressão

Em outubro de 2023, Diaw moveu uma ação judicial contra Brown, alegando que o cantor o agrediu com uma garrafa de tequila Don Julio 1942, causando “ferimentos graves e duradouros”. O produtor também afirmou que Brown o pisoteou e chutou sua nuca, deixando-o inconsciente por cerca de 30 segundos.

Este é o mais recente de uma série de episódios violentos envolvendo o astro do R&B. Em 2009, Brown foi condenado por agredir sua então namorada, a cantora Rihanna, após fotos dela brutalmente machucada vazarem na internet. Na época, ele se declarou culpado e cumpriu pena em liberdade condicional.

Desde então, o cantor acumula processos e acusações de violência, incluindo brigas em clubes e alegações de agressão por ex-funcionários. Seu advogado não se pronunciou sobre o caso.

Neusa Borges, ícone da TV brasileira, é homenageada em documentário ‘Tributo’ da Globo

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Foto: Globo/Beatriz Damy

Nesta sexta-feira (16), a segunda temporada do documentário “Tributo” — projeto original Globoplay e TV Globo — homenageia a atriz e cantora Neusa Borges com uma roda de samba gravada nos Estúdios Globo, no Rio. A produção celebra os 60 anos de carreira da artista e traz depoimentos de colegas como Xande de Pilares, Luís Miranda e Dhu Moraes. O especial vai ao ar após o “Globo Repórter”.

“Quando cheguei na última gravação, não esperava tanto amor. Foi uma surpresa ver fotos dos meus personagens e todo mundo cantando. Levei um susto!”, afirmou Neusa, de 82 anos, que começou a carreira como cantora e se firmou como atriz após se inspirar em Léa Garcia em “Orfeu Negro” (1959). O poeta Vinicius de Moraes, aliás, foi um dos primeiros a prever seu futuro: disse que ela se tornaria “uma das maiores atrizes do país”.

Nascida em Florianópolis e criada no interior de São Paulo, Neusa Borges — que hoje vive em Salvador — construiu uma trajetória plural. Na TV Globo, estreou em “A Escrava Isaura” (1976) e se destacou em novelas como “Dancin’ Days” (1978), “A Indomada” (1997) e “O Clone” (2001). “Ela emociona pela simplicidade, transforma palavras em vida”, afirma o ator Luís Miranda, que a entrevista no especial.

Além da TV, Neusa brilhou no teatro — como no musical “Hair” (1969) — e no cinema, onde recentemente ganhou o Kikito de Melhor Atriz Coadjuvante em Gramado por “Mussum: O Filmis” (2023). Premiada pela APCA e aclamada por romper estereótipos, Neusa segue ativa: integra o elenco da série “Encantado’s” (2022-2025) e deixa claro seu amor pela profissão: “Quando fala ‘ação!’, ninguém segura Nega Borges”.

OAB SP promove 1ª Semana de Memória e Resistência Negra com exposição e caminhada histórica

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Foto: Reprodução/Agência Brasil

A OAB SP (Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo) realiza, pela primeira vez, a Semana de Memória e Resistência Negra, entre os dias 19 e 24 de maio, na sede da entidade, localizada no Centro da capital paulista. A programação gratuita inclui a exposição “Ecos do Silêncio”, que reúne objetos e documentos históricos, além de peças originais utilizadas para tortura durante o período da escravidão no Brasil. A iniciativa é organizada pelas Comissões de Igualdade Racial e da Verdade sobre a Escravidão Negra da OAB SP.

A mostra contará com itens do acervo da advogada Mabel de Souza, que também ministrará uma palestra no encerramento do evento, no dia 24 de maio. Segundo Rosana Rufino, presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB SP, a semana marca um novo momento da entidade: “o de uma instituição que não teme olhar para o passado, mas que o faz como parte de seu compromisso com o futuro, com a justiça social e com a equidade racial”. Os interessados em participar devem retirar os ingressos através da plataforma Sympla (CLIQUE AQUI).

No dia 24 de maio (sábado), ocorre a 3ª Caminhada Educativa – Chão dos Nossos Ancestrais, que percorrerá o bairro da Liberdade, região historicamente ligada à resistência negra. A atividade busca promover a educação antirracista entre advogados, estudantes de Direito e o público geral. “Ao pisarmos o chão da Liberdade, honramos os passos daqueles e daquelas que resistiram ao silenciamento”, afirma Rufino.

Segundo publicação da OAB, a ação reforça o posicionamento da entidade em defesa dos direitos humanos, da equidade racial e do combate às discriminações dentro e fora do sistema de justiça. Cristiane Natachi, presidente da Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra no Brasil, ressalta que “a história da escravidão e do racismo não será esquecida” e que a advocacia está engajada na construção de um país mais justo.

A Semana de Memória e Resistência Negra coincide com o período de reflexão sobre a abolição da escravatura, lembrando a ausência de políticas públicas que garantissem direitos básicos à população negra após 1888. “A advocacia contemporânea tem contribuído para o fortalecimento de políticas públicas e ações afirmativas”, completa Natachi.

Serviço
1ª Semana de Memória e Resistência Negra da OAB SP
Exposição “Ecos do Silêncio”
Data: 19 a 24 de maio
Abertura: 12h (com apresentação do coral “Cantos do Lado de Lá”)
Encerramento (24/05): Das 9h às 12h (palestra e lançamento do livro da Dra. Mabel da Costa)
3ª Caminhada Educativa: Saída após a palestra, em direção ao bairro da Liberdade
Local: Sede da OAB SP – Rua Maria Paula, 35 – Centro

Miscigenação forçada: estudo inédito revela que linhagem paterna europeia e mãaterna de negras e indígenas marcam DNA brasileiro

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Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O Brasil é o país com a maior diversidade genética do mundo, mas essa mistura única é fruto de um passado violento. Uma pesquisa inédita publicada na última quinta-feira (15) na revista Science revela que a composição do DNA brasileiro carrega marcas da colonização, incluindo o estupro de mulheres indígenas e africanas por colonizadores europeus.

O estudo, o mais abrangente já feito no país, sequenciou o genoma completo de 2,7 mil pessoas de todas as regiões, incluindo comunidades urbanas, rurais, ribeirinhas e indígenas. Os resultados confirmam o que a história já relatava: a miscigenação brasileira foi, em grande parte, resultado de violência sexual. A pesquisa identificou que 71% das linhagens do cromossomo Y (herdado dos homens) são de origem europeia, enquanto as linhagens mitocondriais (herdadas das mulheres) são majoritariamente africanas (42%) ou indígenas (35%).

“Isso é resultado de um cruzamento que não é natural, reflexo da violência que indígenas e mulheres escravas sofreram. É o DNA confirmando aquilo que a história já contava. Uma cicatriz de violência do nosso país”, afirma Lygia da Veiga Pereira, uma das autoras do estudo. O trabalho também revelou vestígios de povos indígenas exterminados durante a colonização, mas que persistem em fragmentos genéticos da população atual. Combinações de genomas africanos inexistentes na África, resultado do encontro forçado de povos de diferentes regiões do continente, trazidos como escravizados. Além de identificar padrões regionais, como no norte, que tem maior ancestralidade indígena, no nordeste, a mais africana; e no Sul, a mais europeia.

Impacto na saúde
A pesquisa, feita em parceria com o Ministério da Saúde, identificou 8,7 milhões de variações genéticas nunca catalogadas, algumas ligadas a doenças como hipertensão, obesidade e tuberculose. “A medicina de precisão hoje se baseia majoritariamente em dados genéticos de europeus e americanos brancos. Agora, poderemos estudar a saúde da nossa população com base em quem ela realmente é”, diz Kelly Nunes, autora principal do estudo.

O futuro do estudo

Os dados podem ajudar em: Diagnósticos precisos de predisposição a doenças; Dosagem de medicamentos, já que a miscigenação afeta a metabolização de remédios; Políticas públicas de saúde, como rastreio de câncer e outras doenças prevalentes.

A história escrita no DNA
A pesquisa reforça que a formação do Brasil foi marcada por encontros forçados, extermínios e violência. “Mais de 500 anos de miscigenação criaram um mosaico genético único, mas também revelam as feridas de um passado que ainda precisa ser enfrentado”, conclui Pereira.

Raquel Cabaneco fala sobre estilo, dança e identidade: “Minha dança vem muito de como eu ando, como eu me visto”

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Com uma trajetória marcada por originalidade e potência, Raquel Cabaneco une dança, estilo e identidade de forma autêntica e inegociável. Dançarina, coreógrafa, modelo e atual curadora do Red Bull Dance Your Style Brasil, ela já atuou com nomes como Urias, Majur, Anitta, Djonga, Glória Groove, Duda Beat, Iza, Rincon Sapiência, Léo Santana e Luísa Sonza.

Em conversa com o Mundo Negro, Raquel compartilha como a moda atravessa sua história como artista do movimento. Filha de pais africanos, ela carrega em seus figurinos referências diretas da ancestralidade. “Uso muito estampa africana, acessórios de cabeça, bonezinhos. Tenho dois irmãos modelos, aprendi muito com eles. A moda está comigo desde sempre”, conta.

Para além da estética, o vestuário tem uma função essencial: precisa ser funcional. “Sou bastante energética enquanto danço, então gosto de roupas que me permitam me movimentar bem. Meu figurino tem que acompanhar o ritmo”, afirma. Essa atenção não se limita à técnica. “A roupa tem o mesmo peso que o movimento ou o espaço cênico. Ela precisa conversar com a história que está sendo contada.”

Raquel também vê a moda como forma de comunicar posicionamento, identidade e presença. “Você pode estar com a roupa mais incrível do mundo, mas se não tiver conexão com o que está vestindo, não adianta. O que dá o tempero é a autenticidade”, diz. Ela destaca que a escolha do look depende do contexto e do tipo de apresentação. “Hoje estou aqui com o Mundo Negro, então vim como dançarina, mas também mais direta. Gosto de pensar o visual para cada situação.”

Ela cita três dançarinas como referências de estilo, dança e atitude. A brasileira Fran Manson é um exemplo pela versatilidade nos palcos e no lifestyle. “Ela representa muitos estilos, é ligada ao esporte e sempre está muito bem nos panos. É uma inspiração forte para mim.” De fora, Raquel menciona Marta Nabiui, artista de hip hop conhecida pelo uso de roupas largas e acessórios de cabeça. “Desde que conheci a Marta, cismei com roupa larga. Até hoje uso por causa dela.” A terceira referência é Queen Buck Hype, dançarina de crump que combina peças urbanas com sobretudo. “Ela aparece como uma poderosa chefona. Gosto dessa vibe.”

Com raízes na cultura hip hop, Raquel não se prende a fórmulas. Usa a moda como extensão de sua personalidade, misturando funcionalidade, ousadia e ancestralidade. “Às vezes estou no estilo urbano, mas coloco um salto. Ou uma lace diferente. Não tenho medo de ousar, mas sempre mantendo a minha essência.”

Com um olhar firme sobre o corpo, o estilo e a cena, Raquel encerra com o que para ela é o centro de tudo: autenticidade com propósito. “Eu ouso, mas sempre conversando com aquilo que é meu. Africano, urbano, dançante. Essa sou eu.”

A artista estará na final nacional do Red Bull Dance Your Style Brasil, marcada para o dia 12 de julho, em Belo Horizonte.

Festival Negritudes Globo reúne dois mil participantes em dia de celebração preta no Rio

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Os cantores Alcione e Mumuzinho, a atriz Isabel Fillardis e o idealizador, pesquisador e produtor do Negro Mundo, Pedro Rajão, participam da mesa ‘As narrativas da vida e da obra de Alcione’, com mediação da jornalista Aline Midlej. Crédito Globo/Manoella Mello

A segunda edição do Festival Negritudes Globo reuniu cerca de duas mil pessoas no Galpão da Cidadania, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (15), em uma jornada de encontros, homenagens e trocas que exaltaram a potência da cultura negra brasileira. O evento contou com a presença de artistas, jornalistas, intelectuais e criadores que ocupam com protagonismo as telas e bastidores do audiovisual.

Gilberto Gil, Alcione, MV Bill, Teresa Cristina, Maju Coutinho, Erika Januza, Duda Santos, Neguinho da Beija-Flor e Kenya Sade participaram de conversas e atrações que marcaram o Palco Negritudes, espaço com roteiro de Dimas Novaes, direção artística de Clayton Nascimento e liderança de Ronald Pessanha. Thiago Oliveira conduziu o evento como apresentador.

“Nos cercamos de autoridades no audiovisual para pensar, conversar e debater como a gente traz a nossa ancestralidade e cultura afro para as telas”, afirmou Ronald Pessanha, líder do festival.

Além dos painéis sobre fé, autoestima, carreira e amor, o Palco Ubuntu trouxe discussões sobre diversidade, inteligência artificial e música no audiovisual, além de oficinas de tranças e turbantes, batalhas de rima e a apresentação da comissão de frente da Estação Primeira de Mangueira.

O podcast ‘Ubuntu Esporte Clube’, projeto do ge produzido integralmente por profissionais negros, também esteve presente. A agenda foi encerrada com um show de Teresa Cristina, que participou pela primeira vez do festival.

Patrocinado pela Natura, o evento teve ativações da marca no local. A empresa também patrocinará as edições de Salvador e São Paulo, previstas ainda para este ano. Para quem perdeu, o conteúdo da edição carioca estará disponível no Globoplay nos próximos dias.

Pai que perdeu filho em ação policial é acusado de matar agente horas depois nos EUA

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Foto: Cincinatti.com

Rodney Hinton Jr., homem negro de 38 anos, está sendo acusado de atropelar e matar um policial em Cincinnati, nos Estados Unidos, no dia 2 de maio de 2025 — apenas um dia após seu filho, Ryan Hinton, de 18 anos, ser morto a tiros por agentes da polícia local. O caso teve ampla repercussão nacional e reacendeu o debate sobre violência policial e justiça racial no país.

De acordo com informações do The Washington Post, Hinton teria dirigido seu carro deliberadamente contra o delegado Larry Henderson, de 57 anos, que estava organizando o tráfego em uma formatura da Universidade de Cincinnati. Promotores alegam que não houve qualquer tentativa de desvio ou frenagem, o que caracterizaria a ação como intencional.

A morte de Ryan ocorreu em 1º de maio, durante uma investigação de um carro supostamente roubado. Segundo a Associated Press, o jovem teria fugido do veículo e, de acordo com a versão da polícia, apontado uma arma antes de ser baleado. Duas armas de fogo foram encontradas: uma com Ryan e outra dentro do carro.

Horas após assistir às imagens da câmera corporal que registraram o momento do assassinato do filho, Hinton teria cometido o atropelamento. A promotoria do Condado de Hamilton acusa o pai de homicídio qualificado e agressão agravada, e solicitou a pena de morte. A defesa de Hinton declarou que deve alegar insanidade, afirmando que o acusado sofreu um colapso psicológico ao ver o vídeo.

Organizações como a NAACP de Cincinnati lamentaram publicamente as duas mortes e reforçaram a importância de que todas as ações policiais com desfecho fatal sejam investigadas com total transparência.

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