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Racismo Algorítmico não é apenas sobre engajamento nas redes sociais

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2020 tem sido um ano bem digital. A soma do avanço das tecnologias à pandemia de coronavirus que forçou as pessoas a buscarem soluções digitais para praticamente tudo, tem feito com que as pessoas voltem suas atenções a mais detalhes do meio digital. O mundo não seria mundo se as relações sociais embebidas em racismo do nosso dia a dia não fossem transportadas para as relações no meio digital e, com todos os olhares voltados ao digital, falar sobre Racismo Algorítmico não parece somente coisa de ficção cientifica.

De certo modo, é muito importante que esses debates alcancem o máximo de pessoas possíveis na internet, mas assim como todos os assuntos importantes que caem no mainstream digital, este acabou sofrendo com algumas distorções perigosas.

Bom, vamos começar do “começo”. Digo começo entre aspas porque preciso deixar claro que cientistas e divulgadores científicos negros já falam sobre esse assunto há muito tempo e reduzir o inicio desse debate a 2020 pode parecer injusto com eles. Porém, como este é um artigo que tende a ser mais curto, eu preciso partir de um ponto e decidi partir de tal para facilitar algumas compreensões.

TIK TOK ESCONDE PESSOAS FEIAS

De acordo com uma matéria publicada pelo site The Intercept, em março de 2020, documentos internos comprovavam que a rede social escondia pessoas “Feias” e casas pobres.

O TIKTOK instruiu seus moderadores a esconderem vídeos que mostrassem pessoas consideradas “feias”, deficientes e até casas consideradas “pobres”, segundo documentos internos analisados pelo Intercept. Os arquivos mostram regras explicitas quanto a isso e orientam os moderadores do TikTok a observar com atenção vídeos gravados na casa de pessoas com “características não óbvias de favelas”. Detalhes como “paredes descascadas” ou decoração de mau gosto são características que o site considera indesejáveis. A mera aparência de falta de reparos, o documento mostra, poderia significar a diferença entre o vídeo ser distribuído mundialmente ou ficar relativamente invisível.

Mas isso não diz respeito necessariamente ao algoritmo, certo? São orientações para os moderadores da rede social e isso reflete uma interferência humana classista, racista e preconceituosa dentro da organização da rede social. O interessante desse caso é refletir sobre como as redes sociais podem acabar por refletir a sociedade e valores preconceituosos que nela existe em prol do aumento de usuários e crescimento da rede social.

ALGORITMO RACISTA DO TWITTER

Ainda em 2020 um teste do algoritmo de entrega de imagens no twitter foi testado e gerou polêmica.

O experimento feito no twitter mostrou que o algoritmo da rede prioriza mostrar fotos de pessoas brancas nos tweets. Independentemente da posição das fotografias, mesmo em casos de ter mais fotos de pessoas negras, o algoritmo colocou sempre a foto da pessoa branca em destaque.

https://twitter.com/bascule/status/1307440596668182528

Após viralizar o experimento ainda contou com diversas tentativas de dar destaque à pessoas negras. Foram colocadas diversas fotos da pessoa negra e apenas uma da pessoa branca. A mesma pessoa em uma montagem como branca e como negra e até mesmo imagens de desenhos animados como Simpsons com personagens brancos (amarelos) e negros. Em todos os experimentos o resultado sempre era o da pessoa branca em destaque.

Após a polêmica a rede social emitiu uma nota de desculpas e declarou que iria promover mudanças em seus algoritmos.

“Nosso time realizou testes para vieses antes de lançar o modelo e não encontrou evidências de vieses de raça ou gênero”, afirmou o Twitter, em comunicado, ao jornal britânico The Guardian. “Mas está claro por esses exemplos que temos mais análises a fazer. Nós vamos continuar compartilhando o que aprendermos, quais ações tomaremos e vamos abrir nossas análises para que terceiros possam revisá-las e replicá-las”.

TESTE COMPORTAMENTAL NO INSTAGRAM

Pouco tempo após a polêmica com o Twitter foi a vez do Instagram ser testado. A Influencer Sá Ollebar decidiu publicar fotos de mulheres brancas em seu feed após ver seus números caírem e se espantou com o resultado. Após algumas publicações seu engajamento teve um aumento de cerca de 6000% com relação a suas publicações comuns.


“Antes eu pensava que meus posts não apareciam pq eu não tinha a casa perfeita, a floresta perfeita e não morava na praia.
Hoje eu moro na praia, construí uma casa de quase 400m2, tenho mais de 600 plantas e adivinha?
Não adianta! Preciso de ajuda e não é porque sou incapaz, ao contrário sou tão capaz e persistente que continuo usando meu dinheiro pra aprender mais e mais sobre como fazer meu trabalho melhor, ao invés de usá-lo pra clarear minha pele e fazer cirurgias plásticas pra mudar meus traços.”
Afirmou Sá em sua publicação.

https://www.instagram.com/p/CGL6xpHDGgl/?utm_source=ig_embed

Dentro dessa discussão é importante ressaltar duas coisas. A primeira é que o teste feito por Sá mostra um comportamento de público com relação a publicações do tipo e não reflete sobre os algoritmos. Isso não quer dizer que o algoritmo não tenha viés racial ou que os moderadores do Instagram não priorizem conteúdos de creators brancos e “bonitos” como o Tik Tok, mas a forma como o teste foi feito não reflete resultados de teste em algoritmo e sim em comportamento de usuários que acabam por refletir também a sociedade.

A segunda coisa é que a discussão sobre racismo algoritmo não é somente sobre engajamento nas redes sociais e precisamos tomar cuidado para não reduzirmos esse debate à isso.

Engajamento e entrega de publicações de grupos minoritários nas redes sociais são sim muito importantes, isso pode se refletir em diversas problemáticas seríssimas, mas cientistas negros vem apontando para problemas ainda maiores dentro da discussão sobre racismo algoritmo e isso precisa ganhar espaço nessa discussão.

RACISMO ALGORÍTMICO E RECONHECIMENTO FACIAL

Diversas cidades pelo mundo já têm utilizado reconhecimento facial para resolução de crimes. Acontece que o método ainda não é seguro o suficiente e o Racismo Algorítmico contribui para que muitas acusações sejam feitas de forma errônea.

Esse foi o caso de Robert Williams. O departamento de polícia de Detroit (EUA) o prendeu sob a acusação de um roubo de uma loja de luxo, com base na identificação via software de reconhecimento facial. O problema é que o sistema reconheceu a pessoa errada, e tanto o suspeito quanto a pessoa presa por engano eram negros.

Liliane Nakagawa em uma matéria do site Olhar Digital explica que Para a identificação facial funcionar, utiliza-se um modelo para treinar a inteligência artificial. A maioria das bases de imagens disponíveis para o treinamento de modelos, são bases de dados não inclusivas com a maioria das imagens de pessoas brancas e asiáticas.

“Resultados de uma análise em julho de 2019 mostraram que o software de uma das maiores empresas de reconhecimento facial, a francesa Idemia, possuía maior probabilidade de identificar de forma incorreta mulheres negras em relação às mulheres brancas ou homens brancos e negros. Em configurações de sensibilidade, o algoritmo identificou, de forma errada, mulheres brancas em uma taxa de uma para cada 10 mil. No caso de mulheres negras, a taxa foi de uma para 1 mil. Esse resultado mostra que há dez vezes mais chances de errar o reconhecimento facial em mulheres negras.” Afirma Liliane.

De acordo com informações do Portal do Governo de São Paulo a Polícia paulista usará reconhecimento facial em investigações Em janeiro de 2020 foi inaugurado em São Paulo o Laboratório de Identificação Biométrica – Facial e Digital, na sede do IIRGD (Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt). Por meio de uma tecnologia de reconhecimento facial, as autoridades do estado poderão identificar imagens de cidadãos. O objetivo é usá-la principalmente em investigações policiais.

Além disso o TSE planeja trocar urna eletrônica por voto no celular e tal utilizaria identificação facial e biométrica para que seja efetivado. A ideia é demonstrar a novidade já nestas eleições. O Juiz auxiliar da presidência do TSE e coordenador do projeto Eleições do Futuro, Sandro Vieira diz que três cidades brasileiras terão votação online, com candidatos fictícios, já no primeiro turno destas eleições, marcadas para 15 de novembro.

Paula Guedes Fernandes da Silva em seu artigo “Sorria você está sendo reconhecido: o reconhecimento facial como violador de direitos humanos?” aponta que “existem muitas formas de como o reconhecimento facial pode prejudicar as pessoas, principalmente aplicado à segurança pública. Historicamente, a vigilância do governo foi (e ainda é) direcionada desproporcionalmente às comunidades marginalizadas, principalmente imigrantes, pobres, minorias étnicas e negros, o que é verificado em diferentes contextos. Por exemplo, nos Estados Unidos, em comparação com a taxa de brancos, norte-americanos negros são mortos duas vezes mais pela polícia, enquanto no Brasil, especificamente no estado do Rio de Janeiro, 78% dos mortos pela força policial em 2019 eram negros.

Há preocupações concretas sobre os impactos discriminatórios da vigilância por meio de reconhecimento facial, o que é também confirmado por diferentes estudos que já demonstraram a tendência de esses sistemas desempenharem de forma menos precisa com relação a pessoas de certos grupos demográficos, especialmente mulheres e negros. Nesse sentido, pesquisa do Massachusetts Institute of Technology (MIT) realizada em 2018 concluiu que as principais ferramentas de reconhecimento facial de grandes corporações, como Microsoft e IBM, identificava mulheres negras em uma taxa de erro de 35% em comparação com apenas 1% para homens brancos, demonstrando enviesamento (bias) racial e de gênero em seus resultados.”

Paula afirma que o problema passa a ser ainda maior quando empresas americanas passam a ser responsáveis por esses softwares em contextos sul-americanos diferentes do que eles estão acostumados, como nos EUA e Europa “O problema do enviesamento dos algoritmos de reconhecimento facial é ainda agravada quando deslocamos a questão para o contexto dos países do Sul Global. O Brasil, por exemplo, não possui indústria brasileira relevante que desenvolva tecnologia de reconhecimento, o que faz com que sejamos consumidores de sistemas produzidos por empresas que lidam com realidades e características diferentes das nossas, vindas da Europa, Estados Unidos e Ásia. Esta constatação reforça a chance de produção de resultados imprecisos e enviesados, o que pode levar a constrangimentos, apreensões indevidas e aprofundamento de preconceitos estruturais, já existentes em nossa sociedade desigual.”

Notaram? Falar sobre racismo algoritmo é extremamente importante, complexo e requer um senso coletivo que vai muito além do que o nosso próprio engajamento. Como eu disse anteriormente, essa discussão não é nova e cientistas negros vêm nos alertando há anos sobre essas problemáticas. Um deles é o pesquisador brasileiro Tarcizio silva que compila e divulga dados em seu site referentes a essa discussão. Inclusive Tarcizio disponibilizou em seu site um fragmento de seu projeto de doutorado com uma linha do tempo do Racismo Algorítmico/Tecnológico com casos, dados e reações, vale muito a pena acompanhar o site para entender melhor sobre essa discussão.

Pesquisador Tarcízio Silva

É NECESSÁRIO TER UM OLHAR CRÍTICO PARA A TECNOLOGIA

Falar sobre Racismo algoritmo vai muito além de falar sobre o meio digital e redes sociais, é sobre como a tecnologia pode afetar também a vida de pessoas não necessariamente conectadas. As pesquisadoras Silvana Bahia e Larissa Bispo também pontuam que “Os algoritmos estão presentes tanto nos aplicativos como na nossa vida, e nada mais são do que comandos e orientações programados para serem seguidos – em uma explicação rasa, porém de fácil entendimento. Muitas vezes, olhamos para essas tecnologias com um olhar pouco crítico, quase deslocado das aplicações reais. Mas o que está em jogo é: as tecnologias e os aplicativos não são neutros. Nós precisamos começar a olhar para essas funcionalidades a partir do entendimento de que elas carregam uma visão de mundo, ou seja, o olhar, os objetivos, as intencionalidades e as subjetividades de quem está criando, pensando e estruturando essas ferramentas. E é nesse momento que alguns problemas como o racismo algorítmico podem surgir.”

Em um artigo publicado pelo Sesc São Paulo Silvana Bahia e Larissa Bispo chamam a nossa atenção para a discussão da diversidade na tecnologia. “Falar sobre diversidade dentro da cena tecnológica é cada vez mais importante ao olharmos os quadros das equipes que compõem os times nas empresas. E é dentro desse cenário que problemas como o racismo algorítmico podem acontecer, quando temos aplicativos com algoritmos enviesados, ou seja, com vieses de cor, gênero, raça, orientação sexual. É preciso conhecer quem está por trás das tecnologias que já estão no nosso dia a dia, já estão mudando nossa forma de experimentar o mundo. Enquanto não houver diversidade nesse processo, enquanto pessoas negras, por exemplo, não estiverem pensando tecnologia e inovação, e se não existirem ações para que elas de fato façam parte das mudanças e transformações tecnológicas, nós vamos perder totalmente nosso poder de integração no mundo. Nós não vamos fazer parte do futuro e do que está sendo feito.”

Desde as relações nas redes sociais, aplicativos, tecnologias para eleições e até mesmo resolução de crimes, tudo isso pode refletir um inviesamento racial de algoritmos uma vez que não há diversidade nem nos corpos das equipes que criam tais softwares, até nos bancos de dados utilizados para o Machine Learning. É importante que passemos a refletir sobre isso e reforcemos nosso compromisso para com cientistas e pesquisadores negros que possuem grande empenho em denunciar e divulgar essas problemáticas.

É, o futuro chegou e junto com ele o racismo vigente dentro da nossa sociedade falida.

Filha de diarista faz pós-doutorado em Hong Kong e incentiva o caminho pelo estudo

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Foto: Anderson Coelho

Julia Macedo Rosa, 30 anos, que sempre foi uma aluna aplicada, foi a primeira mulher da família a conquistar um diploma universitário. Sua principal motivação era proporcionar uma vida confortável para a mãe, Maria Aparecida Macedo Pinto, 66, que trabalhava como diarista. Julia é atualmente cientista, formada na Universidade Federal de Santa Catarina e, pós-doutoranda em Bioquímica na The Hong Kong Polytechnic University, uma prestigiada universidade em Hong Kong. 

Sua viagem à Ásia em prol dos estudos, só foi possível por meio da ajuda de amigos e familiares que apoiaram seu financiamento coletivo feito na internet. “O estudo é o único caminho”, afirma Julia em recente entrevista ao UOL. A cientista foi bolsista em uma escola tradicional da cidade e 2009, foi aprovada no curso de Farmácia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Na ocasião, Julia figurou entre os menos de 30% de mulheres negras e pardas que recebem uma bolsa para iniciação científica pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Entretanto, a bolsa no valor de R$ 300 não facilitou as dificuldades financeiras que enfrentou ao longo dos estudos, assim como das tentativas, sem sucesso, de ingressar no mercado de trabalho. Por ter focado na carreira acadêmica e não ter experiência profissional, Julia não conseguia ser aprovada nos processos seletivos. Apesar de ter pensado em desistir, a acadêmica se inspirou no apoio e trajetória difícil de sua mãe, que teve se aposentar por invalidez devido ao trabalho braçal como diarista. Ela segue persistindo nos estudos e vai aprofundar, na Universidade em Hong Kong, os conhecimentos que iniciou no doutorado sobre os efeitos benéficos do exercício físico para os sintomas da depressão.

Exposição coletiva “Zonas Limítrofes”

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Foto: Divulgação

Artistas  propõe a superação de barreiras através de obras inéditas

Inaugurada dentro do “Festival Híbrido Vila Sul Multilinguagem” do Goethe-Institut Salvador-Bahia, a exposição coletiva “Zonas Limítrofes” recebe visitação até o dia 6 de novembro, de segunda a sexta-feira, das 11h às 17h. Ocupando as duas galerias do Instituto, localizado no Corredor da Vitória, a mostra tem curadoria de Tiago Sant’Ana e reúne obras inéditas, criadas para a ocasião. A autoria é dos artistas brasileiros Iris Helena, No Martins, Rafael BQueer e Ventura Profana, residentes do Programa de Residência Artística Vila Sul. A entrada é gratuita e a visita deve ser previamente agendada.

A exposição ‘Zonas Limítrofes’ tenta entender a existência dos limites como uma relação de interdependência. Perceber como uma delimitação espacial, por exemplo, não existe sem aquilo que se avizinha. Sempre há uma existência de um ou vários outros que permite afirmar a diferença”, comenta Tiago Sant’Ana. A exposição, assim, propõe não o estabelecimento de barreiras, e sim uma superação delas, não somente nas questões conceituais trazidas pelos trabalhos artísticos, mas também pelas próprias linguagens das obras.

Todos os protocolos de segurança e saúde determinados pela Prefeitura de Salvador são rigorosamente seguidos. Os agendamentos são obrigatórios e feitos exclusivamente por meio digital, não sendo possível efetuá-los no local. Os visitantes devem estar utilizando máscaras de proteção facial e terão temperatura aferida na entrada.

SERVIÇO

Exposição coletiva “Zonas Limítrofes”

Curadoria: Tiago Sant’Ana 

Artistas: Iris Helena, No Martins, Rafael BQueer e Ventura Profana 

Quando: De 7 de outubro a 6 de novembro, segunda a sexta-feira, das 11h às 17h

Onde: Goethe-Institut Salvador-Bahia (Av. Sete de Setembro, 1809, Corredor da Vitória)

Quanto: Gratuito, com agendamento prévio em www.sympla.com.br/goethebahia

Classificação indicativa: 14 anos

Transmissão ao vivo: www.youtube.com/goethebahia

Inscrições abertas para formação online sobre ações de enfrentamento ao racismo

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Foto: Nappy

Realizada em parceria com a Universidade Federal do ABC (UFABC), curso online tem início em novembro com o objetivo de promover reflexões sobre o racismo na região

O Consórcio Intermunicipal Grande ABC, em parceria com a Universidade Federal do ABC (UFABC), abriu as inscrições para uma formação regional online para o fortalecimento das ações de enfrentamento ao racismo. O curso tem início em 3 de novembro, com uma aula magna aberta com o tema “A dor tem cor: perspectivas de superação”.

A sete palestras seguintes ocorrerão uma vez por semana, sempre nas quartas- feiras, de 4 de novembro a 16 de dezembro, das 9h às 11h, e serão transmitidas por meio do canal do Youtube do Consórcio ABC.

Durante os encontros serão tratados os seguintes temas: “A população negra no mercado de trabalho: desafios e perspectivas”, “O reflexo do racismo na vida da mulher negra”, “O impacto do racismo na saúde da população negra”, “A valorização da cultura afrobrasileira através das comunidades tradicionais”, “A urgência das políticas públicas para o enfrentamento ao racismo”, “Desigualdade racial no Brasil: conceitos e aspectos históricos e ideológicos” e, por último, ‘A importância da educação para a equidade racial”.

Organizada pelo Grupo Trabalho (GT) Igualdade Racial, a formação tem como objetivo promover reflexões acerca do racismo na região e suas consequências biopsicossociais sofridas pela população negra.

A ação regional integra as iniciativas de formação e produção de conhecimento da Escola de Governo do Consórcio ABC. Ao final do curso, haverá certificação para quem atingir, minimamente, 75% de presença, que será controlada eletronicamente.

SERVIÇO

Formação Regional para o Fortalecimento das Ações de Enfrentamento ao Racismo

De 3 de novembro a 16 de dezembro, das 9h às 11h

Transmissão ao vivo: Canal do Consórcio ABC no YouTube

Inscrições: Pelo formulário disponível aqui

Mahmundi libera nova faixa visual de seu álbum “Mundo Novo”

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Foto: Divulgação / Universal Music

Videoclipe intimista de “Vai”é gravado em sua casa em São Paulo

A cantora, compositora e produtora Mahmundi, lançou nesta terça-feira (13) o videoclipe de “Vai”, mais uma faixa de seu álbum visual “Mundo Novo”. Após o lançamento em maio, a artista teve a ideia de criar novas versões das faixas apoiadas por vídeos intimistas gravados em sua casa, em São Paulo.

O álbum foi criado por Mahmundi em parceria com os artistas visuais Isadora Soares e JP Cuenca. A ideia do vídeo é apresentar o “novo Mundo Novo” de Mahmundi, em uma tela de computador. Na versão visual do álbum, janelas com imagens separadas de Mahmundi (voz), Frederico Heliodoro (baixo, guitarra, violão, teclado), Felipe Continentino (bateria), Filipe Coimbra (guitarra) e Marcos Abujad (piano) aparecem na tela. Unidos, mesmo que separados. 

 “Mundo Novo” é o terceiro álbum de Mahmundi e traz ao todo sete faixas: “Mundo Novo” – Intro (Paulo Nazareth), “Nova TV” (Mahmundi / Castello Branco), “Convívio” (Paulo Nazareth), a releitura de “No coração da escuridão” (Dadi / Jorge Mautner), “Nós de fronte” (Mahmundi / Castello Branco), “Sem medo” (Mahmundi / Felippe Lau), produzida por Mahmundi e Davi Moraes, e “Vai” (Frederico Heliodoro). 

A artista se destacou com seu disco de estreia, “Mahmundi”, que ganhou em 2016 o Prêmio Revelação da APCA (Associação Brasileira dos Críticos de Arte) e colheu inúmeros elogios da crítica. Em 2018, Mahmundi lançou “Para Dias Ruins”, seu primeiro projeto na Universal Music, que recebeu uma indicação ao Latin GRAMMY®️, na categoria “Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa”.

Xande de Pilares lança novos clipes que integram a primeira parte do DVD “Nos Braços do Povo”

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Após mais de 20 anos no grupo Revelação, o cantor se reinventa desde 2014, e o resultado dessa mudança está no novo projeto. “Comecei minha carreira solo de uma forma muito consciente do caminho que eu tinha para frente. Lancei dois CDs, Perseverança e Esse menino sou eu, para que eu tivesse base e alguma coisa pessoal para colocar nesse trabalho ao vivo, além de ir seguindo essa mesma linha de clássicos do samba que gosto. Juntou tudo isso e resultou Nos braços do povo”, conta Xande.

O trabalho está sendo lançado em duas partes, a primeira já disponível nas plataformas digitais de música e conta com participações de Jorge Aragão, Pretinho da Serrinha, Marcelinho Moreira e Dona Maura, mãe de Xande. Já a segunda chegará ao público em 30 de outubro.

Até lá, Xande vem disponibilizando em seu canal oficial no Youtube, vídeos que integram ao DVD “Nos Braços do Povo”, registrado em novembro de 2019, em que cantor, banda e convidados comandam uma celebração e registram um sambista em estado de graça, oferecendo um repertório variado e poderoso, apimentado por sete canções inéditas e uma produção que leva Hollywood até o Salgueiro.

Eu vejo a gravação do meu primeiro DVD solo, ‘Xande Nos Braços do Povo’, como uma recompensa vinda de Deus depois de todo este trabalho que venho fazendo. Já são cinco anos tendo o apoio do público e agora chegou o momento de registrar. Estou muito feliz”, comemora o sambista. No DVD “Xande Nos Braços do Povo”, o sambista contou com os músicos da Banda Arca de Noé, com a luz de Carlinhos Nogueira, cenário do artista plástico Fessal, direção musical de Wilson Prateado e a direção de Ancelmo Trancoso.

Nesta sexta-feira (16) os vídeos de “Ah! Como eu amei”, “Minha opinião” e “A doida”. – essa última conta com a participação do Pretinho da Serrinha – ficaram disponíveis; Confira:

Uma indígena brasileira será a nova Mulher-Maravilha dos quadrinhos da DC Comics

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O anúncio feito pela editora de quadrinhos DC Comics, nesta quinta-feira (15), diz que a nova Mulher-Maravilha se chamará Yara Flor, uma indígena brasileira da floresta amazônica. Yara faz parte do “Future State”, nova saga da DC, que vai começar a ser publicada em janeiro de 2021. Os gibis vão misturar personagens clássicos e novos. A brasileira será a protagonista de “Future State: Wonder Woman”. Ela vai viver aventuras ao lado do novo Superman, herói que será assumido por Jon, filho de Clark Kent.

Em entrevista ao jornalista Jesse Schedeen, do site IGN, ​Jamie S. Rich, editor da DC, confirmou que Yara é do Brasil, mas uma imigrante nos Estados Unidos. “Apesar de vermos ela atualmente ativa como a Mulher-Maravilha, eventualmente vamos descobrir sua origem –parcialmente com ela entendendo o que isso significa, de onde ela é, por que ela é isso, como ela se relaciona com Diana [Prince] e com as outras amazonas“, disse.

Rich também falou sobre as diferenças entre a nova personagem e a heroína original. “Diana Prince é uma deusa, ela está sempre um pouco acima de nós. Esta é uma chance de meio que voltar a algumas das raízes iniciais da Mulher-Maravilha, quando Diana estava tentando ser humana e tentando aprender como ser humana. Agora estamos indo para o caminho oposto –como uma humana aprende a ser uma deusa?

Mataram Marielle: Livro-reportagem revela os bastidores da investigação da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes

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No livro-reportagem, com lançamento para novembro, os jornalistas Chico Otavio e Vera Araújo revelam os bastidores da investigação da morte da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes. Especialistas na cobertura jornalística da cidade do Rio de Janeiro e dedicados à cobertura do caso com repercussão internacional e ainda não esclarecido, os autores mostram como este violento episódio foi determinante para escancarar a atuação do crime na capital fluminense. Ao desvelar uma intrincada rede de criminalidade, o livro mostra como muitos outros atos criminosos são derivados da execução de Marielle e Anderson.

Chico e Vera esmiuçaram a rede que movimenta o submundo carioca e seus múltiplos agentes. Traficantes, milicianos, torturadores egressos dos porões da ditadura, ex-policiais altamente treinados assumindo o papel de assassinos de aluguel, bicheiros e as disputas travadas entre eles estão por toda parte e povoam as páginas de Mataram Marielle.

Na noite de 14 de março de 2018, a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram mortos a tiros no Estácio, zona central da cidade do Rio de Janeiro. Liderança nascida e criada na favela, a quinta vereadora com mais votos no pleito em que foi eleita, Marielle era ao mesmo tempo assertiva e carismática em seus posicionamentos, fosse na defesa de moradores de áreas dominadas por milícias ou nas reivindicações ligadas às comunidades LGBTQIA+ e ao movimento Negro. Seu assassinato se tornou emblemático não somente por ser um claro ataque à democracia e às bandeiras defendidas pela parlamentar, mas também por ter marcado um novo patamar de atuação da criminalidade na cidade.

Mesmo sem dar uma resposta definitiva ao caso, as diversas linhas de investigação tomaram as manchetes dos jornais, foram amplamente discutidas nas redes sociais e colocaram holofotes sobre a estrutura do crime organizado carioca, suas áreas de atuação e práticas. Em meio aos debates sobre a federalização das investigações, o legado político de Marielle e a pressão da opinião pública por respostas, tornou-se cada vez mais clara a onipresença das organizações criminosas na cidade, suas redes internas e elos externos.

Teresa Cristina pensa em desistir das lives no Instagram depois de onda de ataques

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A sambista Teresa Cristina - Foto: Reprodução Instagram

Desde 26 de março deste ano, durante quase toda a quarentena, a cantora Teresa Cristina tem levado a alegria para um incontável número de pessoas que acompanham suas lives no Instagram. Artistas, políticos e gente anônima participaram de noites regadas de música, papo cabeça e muito afeto.

A sambista, no entanto, demonstrou uma grande insatisfação com o Instagram, plataforma escolhida por ela para suas performances. Teresa disse que não tem se sentido segura e afirmou sofreu tentativas de invasão em seu perfil, o que teria derrubado algumas das suas lives. “Infelizmente eu não poderei continuar no Instagram do jeito que está. A minha live está caindo no meio e eu acho muita falta de respeito com a minha dedicação e tudo o que eu tenho feito, com toda a minha história aqui”, disse a cantora.

“Eu vou me recolher e aguardar uma resposta digna do Instagram, porque estou desde domingo reclamando com o Instagram , dizendo que tem coisas estranhas aparecendo e as pessoas não me respondem”, comenta a sambista.

Outros artistas se solidarizaram com a cantora, uma delas foi a atriz Juliana Alves . “Teresa você segurou a onda de tanta gente, ne! [sic] Vc nos diverte e nos emociona, alimenta nossa alma com tanto talento e generosidade! Uma rainha, um farol todas as noites! Obrigada!! Você merece todo respeito e todo amor!!! “.

https://www.instagram.com/p/CGYtHcBnhlG/

“Era para ser uma reunião de amigos e se tornou uma festa conhecida no país todo”, Thiaguinho fala sobre Tardezinha, série original Globoplay

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A Tardezinha ganha hoje, dia 15, mais um capítulo. Um dos maiores projetos musicais dos últimos tempos vai virar série no Globoplay. Após conquistar quase um milhão de pessoas ao longo de quatro anos e meio circulando o país, em 162 edições por 22 estados, a ‘Tardezinha’, idealizada por Thiaguinho e Rafael Zulu, estreia como série original da plataforma nesta quinta-feira – assista aqui. “Tudo começou quando eu estava gravando um programa todo domingo à noite, no Rio de Janeiro. Conversei com o Zulu e pensamos em fazer um pagode aos domingos de tarde, que era o horário que eu tinha livre. Era para ser uma reunião de amigos aos domingos para cantar músicas nostálgicas e se tornou uma festa conhecida no país todo“, lembra Thiaguinho. Na mesma data, a Som Livre lança o álbum “Tardezinha no Maraca”, com 20 faixas, nas principais plataformas de música – ouça aqui. E, ainda este mês, estas mesmas faixas gravadas no show histórico realizado no estádio do Maracanã estarão disponíveis, exclusivamente no Globoplay.

Ao longo de quatro episódios, a série documental, dirigida por Benedita Zerbini e João Pedro Januário, da Pindorama Filmes e por LP Simonetti, desvenda como surgiu o projeto, os desafios e alegrias desta jornada. Além disso, conta com depoimentos de profissionais e amigos que marcaram essa trajetória, como Alexandre PiresBeloRodriguinhoThiago MartinsFerrugemPériclesDi FerreroIZALudmillaTiago Abravanel, entre outros. O show de encerramento no Maracanã, com ingressos esgotados e mais de 40 mil pessoas presentes, e imagens de outras apresentações também compõem o material.

“Lembrei de todas as dificuldades que já passei como artista (e que ainda passo), e ter esse documentário e registro como recompensa está sendo um momento único. Foi incrível de assistir e relembrar! Eu estava tão comprometido no palco, em gravar tudo perfeito e mais do que isso… emocionado em viver aquele sonho que, quando acabou, eu nem senti passar. E olha que foram 6 horas de show”, comenta Thiaguinho sobre o projeto.

A Tardezinha promoveu grandes encontros entre Thiaguinho e diversos nomes da música brasileira em shows com clássicos do samba e do pagode da década de 90 e dos anos 2000. Entre as músicas que marcaram uma geração e fizeram o público do Maracanã cantar em uníssono por seis horas estão “Cheia de Manias”, “Depois do Prazer”, ‘Que se chama Amor’, “Domingo”, “Telegrama”, “Marrom Bombom”, ‘Temporal’ e muitas outras.

Confira a entrevista completa com o cantor Thiaguinho:

Como surgiu e o que A Tardezinha representa na sua carreira?
Esse projeto começou pequeno, descontraído e acabou tomando proporções que nem eu imaginava. Era para ser uma reunião de amigos aos domingos para cantar músicas nostálgicas e se tornou uma festa conhecida no país todo. As pessoas se identificam e fazem do Tardezinha uma alegria em forma de evento. Ela representa a leveza da minha música. Poder subir no palco e cantar músicas que cresci ouvindo, poder receber artistas, ver o brilho nos olhos da galera curtindo aquilo, cantar as músicas da minha carreira… Acabo fazendo uma viagem no tempo da minha carreira, o que também é sensacional. Tardezinha representa uma parte muito bonita e importante da minha vida.

Como as parcerias foram formadas ao longo desta turnê?
A maioria das parcerias que eu recebi na Tardezinha são parcerias da vida, não só da turnê. Mas, ao longo da turnê da Tardezinha, pude ter a chance de cantar com bastantes pessoas com as quais eu não tinha cantado ainda. Como Iza, Maria Gadu, Marcelo D2, Saulo, Arlindo Cruz. Fico feliz demais em saber que a Tardezinha era um palco democrático, que recebia tanta gente de várias vertentes, fora a galera do pagode, principalmente meus ídolos: Péricles, Alexandre, Belo, Rodriguinho, Salgadinho, Netinho… Todos passaram pelo palco da Tardezinha. Foi um palco receptivo pra caramba!

Qual é a emoção de ver um projeto musical mobilizar quase 1 milhão de pessoas e encerrar em grande estilo, no Maracanã, palco de tantos shows e eventos históricos?
O show do Maracanã é só a pontinha do iceberg de toda a luta que eu venho tendo na música brasileira ao longo desses 18 anos que eu canto. Acho que o Maracanã representa não só essa turnê da Tardezinha, mas toda a minha história desde o Fama, de quando eu saí da minha cidade pra tentar viver de música. Sou de Presidente Prudente, interior de São Paulo, criado em Ponta Porã, Mato Grosso do Sul. Depois eu fui pro Fama, aí participei do Exalta, uma luta grande no Exalta. Graças a Deus com vitória. Depois veio a carreira solo. De todos os momentos que eu já passei pela minha vida artística e pessoal, o Maracanã foi a coroação disso tudo. Todas as pessoas que estavam lá entenderam muito bem o que significava aquele momento, depois de 18 anos de luta. Espero que seja bem mais duradouro. Mas cantar num palco como aquele, num estádio como o Maracanã, onde só grandes artistas se apresentaram é motivo de muita honra.

O que o público vai poder descobrir no documentário?
É bacana porque é um documentário que mostra os bastidores da festa da Tardezinha, conta a história de como surgiu o projeto, mostra bastidores da estrada, de como é fazer o evento. Como é a tensão para deixar tudo do jeito que a gente espera e o show do Maraca, que com certeza é o ponto alto da série. Tenho certeza de que as pessoas vão se divertir e se emocionar também. Tem vários momentos emocionantes que mostram o lado humano da festa.

Por falar na sua trajetória, qual é a importância de A Tardezinha estar disponível para o público assistir quando e onde puder, no Globoplay?
Isso é sensacional. Primeiro poder levar essa nossa festa, que a gente trata com muito carinho e com muito cuidado junto com o Globoplay – e com a Globo também porque a Globo faz parte da minha vida. Foi onde eu apareci para o Brasil, através do programa Fama. Poder contar com essa parceria mais uma vez é importante pra mim. A série estar disponível para as pessoas assistirem na hora que puderem e quiserem é sensacional. Muita gente vai ter acesso a um conteúdo maravilhoso, não só musical, mas de vida, de vitória.

Gostaria de deixar algum recado para seus fãs e amigos, que são fundamentais neste projeto?
Só gratidão. Agradeço a todas as pessoas envolvidas, a todos os parceiros da Tardezinha, principalmente ao público brasileiro que fez a Tardezinha ser a maior festa do Brasil. Também devo gratidão a todos os pagodeiros, a todos os cantores de samba e de pagode que me influenciaram e me fizeram sonhar um dia ser quem eu sou hoje. Eu sou muito grato a todos e, principalmente, ao povo. O povo que fez a Tardezinha ser um show duradouro de várias horas de pagode, 5-6 horas de pagode, o combustível sempre foi o povo. Então só agradeço. E obviamente agradeço a Deus pelo dom, por me permitir viver todo este sonho.
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