O bissau-guineense Luiz Fernandes Junior foi indenizado após ser acusado injustamente de roubar uma mochila numa loja da Zara, no Shopping da Bahia, em Salvador. Segundo informações do advogado de defesa, Thiago Thobias, o acordo foi feito no início do mês de abril.
“Em 22 anos atuando na defesa de vítimas de racismo, esse é um caso inédito para mim por três motivos: é a primeira vez que eu vejo uma empresa tomar a iniciativa de fazer um acordo extrajudicial, realizar esse acordo em tempo recorde e ainda por cima indenizar a parte ofendida com um valor muito superior ao que a Justiça brasileira costuma arbitrar”, declarou Thobias.
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Mais um caso de racismo na Zara em Salvador. O segurança obrigou um homem negro a abrir a mochila sem qualquer justificativa.
— Vivi Reis (@vivireispsol) December 29, 2021
Até quando a Zara continuará impune? RACISMO É CRIME! pic.twitter.com/nCfCrNPT08
A quantia da indenização não foi revelada, mas anteriormente, a defesa do bissau-guineense já tinha anunciado que iria pedir um valor na ordem de R$ 1 milhão contra a loja e o shopping, de forma a desestimular o racismo, com caráter educativo e punitivo. “Somente uma indenização de alto valor poderá desestimular os autores de práticas reiteradas de racismo. O caráter educativo e punitivo tem que se fazer suficiente para evitar que tais práticas se repitam”, enfatizou Tobias, em janeiro.
“Me senti humilhado por ser negro. Foi como se ele tivesse me matado e me deixado na rua, de qualquer jeito. Doeu muito. E em nenhum momento eles pediram desculpas. Eu cheguei em casa arrasado, com uma dor de cabeça intensa”, comentou Fernades Júnior na época do ocorrido.
Luiz Fernandes mora atualmente em São Francisco do Conde, município da Bahia, onde cursa um mestrado na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab).
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