“Conteúdo negro é falar de racismo?”, fica o questionamento do último artigo publicado no LinkedIn pelo Alê Garcia, co-Fundador da Casablack e considerado um dos 20 Creators Negros Mais Inovadores do País pela revista Forbes. No início da reflexão, ele aponta a importância de um jornalismo que não sirva apenas para denúncias. “Há um excesso de abordagens da cultura negra sob o viés da dor e do racismo. E poucas abordagens sob o viés da excelência”, diz.

“Em 2018, quando me dei conta da perpetuação deste fato, amparado pela ideia de ter chegado a algum espaço de poder — eu era um diretor de criação em uma agência no Rio Grande do Sul, com mais de 15 anos de carreira, palestrando sobre criação, conteúdo e diversidade nas universidade gaúchas, e podendo decidir por casting negro nas campanhas e contratando pessoas negras para a área de criação —, a minha reação foi usar meu conhecimento e redes de contato para mudar com a potência que eu poderia: criando o podcast Negro da Semana“, lembra o publicitário.

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Alê Garcia conta que sempre se interessou nas diversas possibilidades de comunicação e artes para transmitir a sua realidade como afrodescendente e a paixão pela cultura negra. “Isto me possibilitou ter uma carreira como escritor e roteirista, publicitário, criador de conteúdo, palestrante, mentor e consultor criativo”.

Desta forma, o escritor do livro ‘Negros Gigantes‘, percebeu o quão atrasado está o Brasil em relação aos outros países. “Quanto mais me aprofundava em me conectar com empresas, práticas e entendia os bastidores do mercado no Brasil, mais me dava conta da existência de uma lacuna profunda na naturalização das nossas narrativas”.

Essa foi uma das razões que levou o Alê Garcia, junto com a publicitária e economista Gilvana Viana Cruz, a fundar a Casablack, um hub de cultura negra. “É para mostrar aos negros, aos não-negros, às marcas, ao mundo, que a cultura negra é excelente nas mais diversas áreas; seja moda, gastronomia, tecnologia, arte, empreendedorismo, beleza, e tantas outras”, afirma.

E destaca: “é para propor as formas mais incríveis de transformar isso em conteúdo relevante, em experiências on e off muito potentes, nos conectando com empresas que queiram realmente dialogar com a cultura negra de maneira correta e envolvente”, conta.

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