A morte trágica de Thiago Menezes Flausino, um adolescente de 13 anos, chocou a Cidade de Deus, na zona oeste do Rio de Janeiro. O jovem foi baleado durante uma operação da Polícia Militar na noite de domingo (6/8), e, segundo relatos da família, foi atingido por, pelo menos, cinco disparos.
Os familiares da vítima e os moradores da comunidade alegam que a ação policial foi desastrosa e questionam a versão apresentada pela Polícia Militar do Rio de Janeiro. De acordo com Nathaly Bezerra Flausino, tia de Thiago, os policiais chegaram atirando ao local, sem qualquer justificativa aparente. Outras testemunhas, que preferiram não se identificar, confirmaram essa versão e denunciaram que os militares chegaram a simular uma troca de tiros para encobrir os fatos.
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“Ele estava do outro lado da Cidade de Deus, de moto, com os amigos, e aí quando o pai soube que estava tendo operação, imediatamente pediu para que ele voltasse para casa. Ele rapidamente veio, só que nessa dele vir, quando ele foi atravessar, ele pegou a principal, passava, não sei se era moto ou carro de polícia, e começaram a mandar um monte de tiro para cima dele”, contou a tia. “Como ele estava um pouquinho distante da moto, a gente imagina que ele conseguiu sair da moto e correu. Só que ele corria, a polícia continuava dando tiro nele, ele caiu no chão e ainda com vida agonizando, o policial chegou assim, a gente conseguiu ver um pouco nas câmeras, e dá o último tiro”, disse ela.
Thiago, além de muito querido pela comunidade, tinha o sonho de se tornar um jogador de futebol profissional. Ele era aluno do projeto social Canelinhas Futebol Clube, também localizado na Cidade de Deus. “Uma criança muito amorosa, sempre com um sorriso no rosto. Uma criança especial. E sem contar que era nossa estrela do futebol”, lembrou ela.
A morte prematura do adolescente gerou indignação nos moradores da região, que exigem respostas e justiça para o ocorrido. A União Nacional dos Estudantes (UNE) também se pronunciou, questionando a violência militar que continua ceifando a vida de jovens negros no Brasil.
Em resposta às acusações, a PMERJ afirmou que um criminoso ficou ferido durante o confronto com os policiais e que uma arma de fogo foi apreendida com o suspeito. Entretanto, a versão apresentada pelas testemunhas coloca em xeque a legitimidade dessa ação.
A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro divulgou uma nota informando que a Corregedoria Geral abrirá uma investigação para apurar todas as circunstâncias da operação que resultou na morte de Thiago Menezes Flausino. Além disso, a Secretaria de Estado de Polícia Militar se comprometeu a colaborar integralmente com as investigações conduzidas pela Polícia Civil.
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