As trancistas mantém a tradição de fazer penteados que carregam nossa ancestralidade e exaltam a beleza dos cabelos crespos. E agora, esse segmento está ganhando novos espaços ao chegar no mercado de luxo.
Carolina Pinto e Taynara Alves são as fundadora do RAS, um espaço de luxo especializado em tranças afro, localizado em São Paulo. Próximas participantes do Shark Tank Brasil, as empresárias levarão a história do salão, que fica na área central da capital paulista, para o streaming com o objetivo de buscar mais investimento para o negócio.
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Em sete temporadas de programa, essa é a primeira a receber um salão especializado em tranças. As representantes do RAS poderão ser vistas no Shark Tank no sétimo episódio, que será exibido no próximo dia 6 de outubro, quinta-feira, às 21h30, no Sony Channel.
Em entrevista para o Mundo Negro, Carolina Pinto conta que a seleção para participar do programa aconteceu através de uma inscrição. Para ela, participar do Shark Tank Brasil, transmitido pela Sony, foi uma oportunidade de reconhecimento nacional.
“Com certeza é uma experiência única, que carrega muitos elementos positivos para o negócio. Temos a visibilidade, a oportunidade de sermos um salão conhecido nacionalmente, a chance de investimento e portas abertas para olharmos nosso negócio com ainda mais potencial”, celebra a empresária e afirma que a participação no programa é um aprendizado. “Tudo que aconteceu foi um grande aprendizado! O programa tem o ritmo de um ‘tanque de tubarões’ mesmo, e independente do resultado, quando a gente passa por isso, entende que pode passar qualquer coisa, entrega muita experiência”, conta ela ao destacar os pontos fortes dessa experiência.
Ao ser questionada sobre como acredita que o programa contribui para potencializar os negócios de pessoas pretas, Carolina destaca: “Sabemos que, ainda que empreendedores pretos sejam a maioria no país, somos os que menos têm visibilidade sobre os nossos negócios, acesso a crédito, e a possibilidade de recebimento de investimentos, então ter essa porta aberta é um grande primeiro passo!”.
“Porém, para isso acontecer da melhor forma, percebemos que só há a possibilidade do programa contribuir com empresas criadas por e para pessoas pretas, quando o time de investidores é composto por pessoas que entendem para além dos negócios, mas também, sobre questões de diversidade, questões raciais e recortes sociais”, observa Carolina Pinto.
Para a empresária, o universo das tranças é lucrativo, mas ainda precisa ser visto como tal. “Vemos o mundo das tranças como um oceano azul de possibilidades que ainda pode ser muito desbravado! Por exemplo, em um passado não muito distante, grandes setores não viam a necessidade de criar maquiagens para peles escuras, produtos capilares para cabelos crespos, e sentimos que no mundo das tranças é assim também! Estamos entrando em uma era que vão perceber que essa também é uma área lucrativa, também capaz de mover bons números financeiros”, comenta.
Ao criar um espaço de luxo especializado em tranças afro, Carolina Pinto e Taynara Alves não miravam a ostentação financeira, elas tinham o objetivo de mostrar que o luxo também é algo que sempre pertenceu às pessoas pretas. “Nós somos descendentes de reis e rainhas, luxo, para nós não é no sentido da ostentação, é resgate, é entregar o que quiseram nos fazer crer que não é nosso. O luxo vem de nós desde que o mundo é mundo”, explica Carolina.
Os próximos passos do RAS
“O que não falta para o RAS são planos, temos sim planejado e desenhado os próximos passos, que vão desde aumento da nossa capacidade de atendimento até outras vertentes dentro do ramo da beleza”, conta a empresária sobre os planos para o futuro do salão que se tornou pioneiro no mercado de luxo ligado ao segmento de beleza.
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