Pelo segundo ano consecutivo o carnaval de rua é cancelado, uma medida apontada como protetiva e preventiva, para evitar aglomerações e a disseminação de mais uma variante do coronavírus. Justo. Mas sendo essa a única preocupação por qual razão essa medida não se estendeu e até contribuiu para o fomento de diversos eventos particulares?
Cancelar o carnaval de rua e manter as festas privadas abarrotadas de gente a preços absurdos mira em medida protetiva mas soa como elitismo e ódio a tudo que é popular. Virou um carnaval premium, onde quem paga tem direito a diversão. É a privatização da festa do povo.
Notícias Relacionadas
Debate histórico: audiência pública decide futuro do nome do Hospital Nina Rodrigues, em São Luís (MA)
Zumbi, infanticídio e memória da rebeldia negra
Ninguém tem dúvidas de que as medidas de controle sanitário precisam existir. Mas o carnaval vai além da celebração, é uma manifestação cultural importantíssima e que gera emprego e renda, a conversa sobre como essas medidas aconteceriam e seriam adotadas deveria ter sido acompanhada inclusive da preocupação com os trabalhadores que dependem diretamente do da festa.
Por outro lado o setor da cultura, já muito prejudicado, também precisa dos eventos privados para sobreviver. Mas de novo: Todas as realidades deveriam ser levadas em consideração, o debate (que nem existiu) precisava ter sido abrangente.
No mais, respondendo a pergunta título do texto, se é que dá pra chamar de carnaval uma infinidade de eventos a portas fechadas, vai ter carnaval sim… Mas só pra quem pode pagar.
Notícias Recentes
Artistas brasileiros constroem uma linguagem e estética únicas do afrofuturismo
Luminárias japonesas são retiradas do Beco dos Aflitos para resgatar memória negra na Liberdade