SZA fala sobre decisão de remover implantes mamários por conta de fibrose e histórico familiar de câncer de mama

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SZA fala sobre decisão de remover implantes mamários por conta de fibrose e histórico familiar de câncer de mama
Foto: Neilson Barnard/Getty Images

Durante uma entrevista para o podcast SHE MD, a cantora e compositora SZA falou sobre a decisão de remover os implantes mamários por conta do aumento da fibrose, excesso de tecido fibroso que a cantora tem nos seis. A artista também contou como o histórico médico de sua família também a influenciou para a retirada dos implantes, a mãe e a tia tiveram a câncer de mama.

Na conversa, a cantora afirmou se lembrar de ouvir que tinha 53% de chances de desenvolver a doença ao longo da vida por causa do histórico familiar. A mãe de SZA teve câncer de mama e sua tia precisou fazer uma mastectomia, quando acontece a remoção completa da mama, como consequência da doença.

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SZA também revelou ter fibrose nos seios, o que, segundo ela, já deveria ser um motivador para não colocar os implantes nos seios: “Quando fiz a cirurgia dos seios, meu médico retirou um pouco da minha fibrose e disse: ‘Havia tanta fibrose, foi uma loucura’”, contou.
“Eu tenho marcadores no meu seio, tipo marcadores de metal no meu seio para essas fibroses, para esses caroços ou o que quer que seja, eu não deveria estar colocando implantes mamários”, disse ela.

Em conversa com a equipe do Mundo Negro, a ginecologista e mastologista, Dra. Cecília Oliveira Pereira, explicou a relação entre desenvolvimento de câncer e a questão da hereditariedade: “Na verdade, existe um pouco de confusão quando a gente fala sobre câncer, genética e hereditariedade. Todo câncer é genético. O câncer acontece por conta de uma falha na replicação celular. Mas nem todo câncer é hereditário. Pensando em câncer de mama, só 10% dos cânceres de mama estão ligados à hereditariedade. Normalmente, esses cânceres são manifestados numa faixa etária menos comum do que a gente espera. O mais comum do câncer de mama são mulheres pós menopausa. E cânceres de mama ligados à hereditariedade geralmente acontecem em mulheres jovens abaixo de 40 anos. E são tumores que replicam muito rápido, têm um crescimento muito mais rápido. Por isso que normalmente essas pacientes fazem diagnóstico já com doença palpável”, detalhou a especialista.

Questionamos a Dra. Cecília existe a possibilidade de dar um percentual para o risco de desenvolvimento de câncer. Nesse caso, a médica afirmou que “não é possível dar um percentual para uma paciente, a medicina não trabalha com isso. O que a gente tem hoje, na verdade, são testes genéticos indicados por médicos geneticistas que podem mostrar se o seu risco é habitual, ou seja, como de toda a população, ou se você tem uma elevação desse risco, e aí você consegue dizer se é uma paciente de alto risco ou não, mas o percentual a gente não faz”.

A médica também falou sobre a relação entre o uso de próteses mamárias e o risco de desenvolvimento de câncer. Segundo ela, existe um tipo raríssimo de câncer, chamado linfoma de células anaplásicas que está associado à presença de próteses mamárias: “É um câncer que está associado à presença de próteses mamárias, que não é o câncer de mama clássico que a gente fala nas campanhas sobre prevenção, realização de mamografia precoce, esse câncer está ligado ao uso de próteses, mas ele é muito raro. Então, na verdade, eu acredito que quando ela diga que ela diminuiu o risco de desenvolvimento de câncer, tem a ver pensando exatamente nesse tipo de linfoma de células anaplásicas”.

Por fim, a ginecologista e mastologista explicou como a fibrose ocorre no organismo, detalhando que se trata de uma alteração no tecido conjuntivo e não na mama: “Fibrose, é um tecido cicatricial que pode ser exacerbado que provavelmente foi o que aconteceu no caso da cantora. Então ela deve ter tido uma fibrose mais importante, mais intensa, causando dor num local e isso pode acontecer com qualquer um de nós depois de um trauma seja por cirurgia ou por algum machucado. Alguns pacientes, além da fibrose, podem fazer uma cicatriz hipertrófica e outros podem ter uma tendência à queloide. Na verdade, a fibrose é uma alteração do tecido conjuntivo, é uma alteração da pele e não da mama. O termo fibroso tem a ver com isso e não tem nada a ver com um implante mamário. Ficou até um pouco confuso esse posicionamento dela.”

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