“Só queria um pedido de desculpas”, diz advogada que foi ofendida por W. Eliodório

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“Só queria um pedido de desculpas”, diz advogada que foi ofendida por W. Eliodório
A advogada Andréia Silva - Foto: Arquivo pessoal

Eu sou Andréia Silva, advogada, coach, escritora e criadora da página no instagram  @mulheresquepulsam, criada para falar sobre todos os assuntos que envolvem nós mulheres, entre eles obviamente o racismo.


Decidi me pronunciar após vários veículos de comunicação noticiarem  a atitude racista do cabeleireiro das famosas, W.Eliodório contra mim, e embora a maioria das mensagens que tenho recebido sejam de apoio absoluto, inclusive questionando o silêncio quase que unânime das famosas, há algumas questionando porque não contei antes, não movi processo e até mesmo, embora poucas, de hatters, dizendo: aceite seu lugar de mulher preta invisível e ninguém se importa com o que aconteceu com você.

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Não processei porque na verdade eu só queria um pedido de desculpas e  porque como mulher preta sofro machismo, racismo e preconceito, o tempo todo, se for para processar, estarei dia sim, dia não no Tribunal; não contei antes, porque assim como a maioria das pessoas que são vítimas de algo, não contam no momento, mas buscam a coragem para se expor; decidi falar porque fui atingida por essa coragem.


Obviamente não desejo nenhum linchamento, mas o fato de ele poder mudar algum dia, não pode servir como desculpa para se apoiar o agressor e não a vítima, isso não é sinal de empatia, mas sim de injustiça, tampouco, em uma situação que envolve dois negros, apoiar um homem negro, que foi misógino e teve atitudes racistas, é mais justo que apoiar uma mulher negra que foi vítima dele.Pois se fosse uma mulher branca sendo chamada de “biscate“ em um salão  famoso, assim como, se uma mulher negra famosa sofresse as ofensas racistas que sofri, a repercussão seria outra.i

Ao que parece a união não se dá entre mulheres negras anônimas e mulheres negras famosas, atrizes, modelos, influencers e ativistas que se dizem militantes se silenciaram.

Aos que têm voz, dada inclusive por aqueles que não as têm, os seus fãs, repense o racismo seletivo, seus silêncios, suas vozes, sua militância, ser seletivo ou ignorar não é militar.

Os relatos não são para tirar o foco do racismo cometido por aqueles que criaram esse sistema, não são para promoção pessoal, mas sim, pra promover a causa que é nobre, o apoio ,a união tão enfraquecida entre nós negros, ou nunca venceremos a opressão.

Sabemos o poder que uma pessoa pública famosa tem, e embora ninguém seja obrigado a se posicionar, o posicionamento é apoiar aos que não tem vozes, é honrar o seu lugar de fala privilegiada, dada por nós os anônimos.

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