O Site Mundo Negro, primeiro portal de notícias voltado para a população negra da América Latina, foi tema do trabalho de conclusão de curso “Há espaço para o jornalismo afrocentrado? Uma análise do Site Mundo Negro como símbolo de resistência”, apresentado pela jornalista e colaboradora do portal, Maria Clara Ferreira da Silva.
Motivada pela pouca visibilidade negra no jornalismo, busca por representatividade racial e entender onde estaria a representação dos 56% de pessoas negras do Brasil dentro do jornalismo, Maria Clara analisou a produção jornalísitica do site. “Eu pude observar entendendo o jornalismo afrocentrado como toda uma produção jornalística diferenciada, é a escolha de pautas, o time de redatores 100% negro, o público-alvo, os personagens, a própria narrativa, como é falado”, explica Maria Clara.
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Em sua análise, a pesquisadora observou o pioneirismo apresentado pelo portal em sua forma de levar informações sobre a população negra para a população negra no mundo da internet. “O pioneirismo em falar pela primeira vez sobre o negro como protagonista, de fato. É também pioneiro em tratar das notícias sobre negros de uma forma positiva, em trazer novas perspectivas sobre a comunidade negra, entretenimento, arte cultura e também debates”, analisou.
Para a pesquisa, Maria Clara analisou três momentos distintos do portal. Primeiro o ano de 2011, primeiras publicações do site no endereço eletrônico atual; depois em 2018, com uma maior diversidade de conteúdo, pluralidade de narrativas e, finalmente, o ano de 2022. Apesar da crescente melhora de qualidade, para a pesquisadora ainda falta uma ampla visibilidade da população em geral.
Além da análise das publicações, a pesquisadora teve a oportunidade de entrevistar a fundadora e editora-chefe do site Silvia Nascimento, para entender os funcionamento e a história por trás da criação do Mundo Negro. A banca de defesa contou com a participação da jornalista Luciana Barreto.
Nas redes sociais, a jornalista comemorou a conquista. “Como é apaixonante comunicar. E poder concluir esse ciclo defendendo algo que acredito foi uma dádiva!”, disse ela.
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