O Ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio ALmeida, se manifestou em seu perfil nas redes sociais sobre o caso do motoboy negro que chamou a polícia após ser ameaçado por um homem branco no Rio Grande do Sul e acabou preso. O ministro afirmou que a ação dos policiais “demostra, mais uma vez, a forma como o racismo perverte as instituições e, por consequência, seus agentes”.
O caso aconteceu na tarde de sábado, 17, no bairro Rio Branco, em Porto Alegre, quando o motoboy, Everton Henrique Goandete da Silva, de 40 anos, acionou agentes do 9º Batalhão de Polícia Militar depois de ser agredido com uma faca por um morador branco, que não teve o nome divulgado. As imagens gravadas por testemunhas, mostram Everton sendo puxado pela camiseta por um policial depois de retrucar a um comentário do agressor, ele então é cercado pelos policiais que tentam algemá-lo enquanto o homem branco sai do local. Nesse momento, testemunhas começam a reclamar que Everton é a vítima da ocorrência.
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No RS,um branco comete tentativa de homicídio,mas a vítima,um negro,é que foi algemado e preso.
— RODRIGO PILHA🔋🇵🇸 (@RODRIGOPILHA) February 17, 2024
As brigadianas chegaram a escoltar o criminoso,e só com a pressão das testemunhas levaram o senhor branco junto.
O Racismo e violência da @brigadamilitar_ com a vítima foi criminosa! pic.twitter.com/VBSF1R0ug4
Everton foi levado para a delegacia sob a acusação de desacato à autoridade e foi liberado em seguida. Ao avaliar a ação dos agentes de segurança, Silvio Almeida também pontuou a necessidade de avaliações críticas e de medidas para combater o racismo nas instituições: “É preciso que as instituições passem a analisar de forma crítica o seu modo de funcionamento e aceitar que em uma sociedade em que o racismo é estrutural, medidas consistentes e constantes no campo da formação e das práticas de governança antirracista devem ser adotadas. Em outras palavras, é preciso aceitar críticas e passar a adotar medidas sérias de combate ao racismo em nível institucional”, disse. O ministro revelou que conversou com Anielle Franco, Ministra da Igualdade Racial, e que os dois devem entrar em contato com as autoridades gaúchas para acompanhar o caso.
Depois de prenderem Everton é que os policiais foram atrás do homem branco, que teve tempo de subir ao seu apartamento, vestir uma camisa e se esconder a faca usada na agressão ao motoboy. Ambos foram conduzidos à 2ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento da Polícia Civil e em seguida liberados. Uma sindicância foi aberta pela Brigada Militar para apurar o caso.
Testemunhas contaram ao jornal GaúchaZH que o homem branco mora no prédio e que constantemente reclama de motoboys que ficam do outro lado da calçada enquanto esperam o chamado de aplicativos. Uma discussão entre o motoboy e o homem começou, foi quando ele sacou uma faca e foi para cima de Everton, atingindo o pescoço do motoboy que sofreu um corte superficial.
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