Será que os fãs podem sonhar com mais filmes ou séries derivadas de ‘Ó, Paí Ó 2’? Em entrevista para o Mundo Negro com a editora Halitane Rocha, o ator Lázaro Ramos, que interpreta Roque, revela a sensação de ainda ter muita história para contar com cada personagem.
“Nos filmes, na série, cada um tem um pequeno momento, mas a gente sabe que é um mundo inteiro. Quando o filme começou a ser pensado, tudo que se pensava era muito sobre os personagens já existentes. São personagens que o público ama, que as pessoas fazem meme, que compartilham cena na internet. Quando foi fazer aquela revisão das histórias que a gente tinha contado na série, quase todo mundo teve filho, todos estão na adolescência”, diz Lázaro Ramos, cujo personagem Roque, também tem um filho.
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Ao ser questionado sobre a mensagem deixada com o destaque dos adolescentes no filme, que também lutam pela preservação da comunidade negra no Pelourinho, ator reflete na “passagem de bastão, que é homenagear, fazer referência e reverência a quem está e quem veio primeiro, mas ao mesmo tempo compreender esse novo tempo e ver quais são as novas estratégias de vida e de sobrevivência que a gente tem, e as novas expressões”.
No decorrer do filme, os adolescentes usam muita tecnologia e poesias para ajudar a salvar o bar de Neuzão (Tânia Toko), que ela perde para um coreano desconhecido. “Me emociona muito o momento que os jovens estão ali fazendo Slam [batalhas de poesias]. Eu acho importantíssimo os debates de pais, mães e filhos. Ele representa muito o que a gente tem pensado enquanto ativismo nesse momento. Como é que a gente vai se aquilombar, trabalhar coletivamente, saber as estratégias que foram feitas e escutar as novas gerações e um fortalecer o outro? Claro que a gente está fazendo esse filme que é um musical, que é uma comédia, mas ele tem essas mensagens todas que eu fico torcendo muito para que o público abrace, compreenda e se sinta representado”, diz Lázaro com muitas expectativas.
Já a diretora Viviane Ferreira, conta como foi importante a nova abordagem depois do final trágico de ‘Ó, Paí Ó’. “No meio de tanto não, é preciso ter um sim. É preciso reafirmar a nossa possibilidade de esperançar. Para a gente era muito importante o filme com uma mensagem de esperança, e uma mensagem de esperança. Não numa solução advinda de um super-herói ou de algum lugar extremamente mágico, mas uma esperança partindo de nós mesmos, a capacidade da gente se dar as mãos, acreditar nas nossas possibilidades de existir e se dar suporte no mundo. Acreditamos demais na nossa capacidade de sonhar e acreditamos muito que a gente pode e merece ser feliz”.
‘Ó, Paí Ó 2’ estreias nos cinemas brasileiros em 23 de novembro, na Semana da Consciência Negra. Veja o trailer!
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