Texto: Kelly Baptista

ESG (do inglês environmental, social and governance) foi um termo cunhado em 2004, através de uma provocação do secretário geral da ONU, Kofi Annan, a grandes instituições financeiras com intuito de ressaltar a importância de integrar questões sociais, ambientais e de governança no âmbito corporativo.

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Recentemente uma pesquisa do Google em parceria com a plataforma de pesquisa MindMiners e o Sistema B, afirmou que a maioria dos brasileiros não sabe o que é ESG (em portuguê ASG – Ambiental, Social e Governança), mas entendem que é necessário consumir de marcas com responsabilidade social.

Das 3 mil pessoas entrevistadas de todos os gêneros, regiões do país e classes sociais, 47% dizem que não conhecem as marcas que tratam deste assunto e uma em cada cinco pessoas, dizem  que já ouviram falar do tema, no entanto, quando recebem explicações, 87% acreditam que a prática deve ser adotada e tratada como prioridade por instituições públicas e privadas.

Grandes corporações já identificaram que precisam acelerar rumo à igualdade, e lançam compromissos públicos Antirracistas, que estabelecem um conjunto de objetivos até 2030, incluindo mulheres negras em posições de liderança, contratação de metade de pessoas negras no board, letramento e sensibilização das equipes, apoio ao empreendedorismo negro feminino e maior representatividade negra nas áreas de Comunicação, Recursos Humanos, Marketing e Vendas.

Num país em que a população negra é maioria, observamos que praticamente todos cursos, seminários e mesas de ESG têm maioria de pessoas brancas nos locais de discussão e tomada de decisão, com parâmetros objetivos e metas é possível tornar o impacto das estratégias de ESG tangível e com maior potencial de angariar recursos. Além disso, possibilita contornar desafios como o greenwashing , que é a falsa aparência de sustentabilidade promovida por ações pontuais de empresas que não estão de fato realizando as iniciativas que divulgam.

A necessidade é para ontem, as empresas precisam amadurecer e absorver as estratégias de ESG e, no país que vivemos, principalmente o S (Social). Precisamos analisar cada área e verdadeiramente pôr em prática. 

A pesquisa avaliou 274 marcas com atuação no Brasil, analisando o quanto os consumidores as associam com critérios relacionados ao meio ambiente, panorama social e governança. No geral, a análise constatou que o ESG ainda é um espaço com baixo nível de associação de marcas – 13% foi a média de associação que os brasileiros fizeram entre as marcas e o tema no Brasil.

O estudo traz ainda dados sobre os hábitos das pessoas quando o assunto é ESG: 72% faz separação do lixo eletrônico e de materiais perigosos, 69% faz separação de lixo reciclável e orgânico, 72% utilizam meios de transporte coletivos ou alternativos ao carro/moto movido à gasolina, 42% participam ou apoiam ONGs/projetos pelos direitos de populações sub-representadas. Das 274 marcas avaliadas, os setores que tiveram as maiores notas foram, em ordem: Beleza, Finanças, Bens de Consumo, Alimentação, Cuidados Pessoais, Tecnologia, Moda e Varejo. Pesquisa do Google (Google/Reprodução).

A pesquisa ainda mostra que as marcas mais queridas do Brasil, também são as de melhor reputação quando se trata de ESG, reforçando o quando é positivo o posicionamento das marcas, sobre tais temáticas e trazendo paixão e interesse para seus consumidores. 

Vale ressaltar que  estarão fadadas ao fracasso as empresas que não tiverem as políticas de ESG e as políticas de diversidade cultural. Empresas que desejam obter índices elevados nas métricas ESG para compor portfólios de grandes fundos e chamar a atenção de investidores precisam expor sua gestão sobre seu capital humano e mostrar quanto de engajamento tem as partes interessadas em seu negócio para que desempenhem um papel socialmente benéfico para toda a sociedade.

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