Nova transcrição revela que George Floyd falou mais de 20 vezes “eu não consigo respirar”

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Nova transcrição revela que George Floyd falou mais de 20 vezes “eu não consigo respirar”

George Floyd disse aos policiais mais de 20 vezes que não conseguia respirar antes de morrer, de acordo com as transcrições recém-divulgadas de câmeras corporais usadas por agentes de Minneapolis, no estado americano de Minnesota, que documentam os últimos minutos de Floyd morto por asfixia por policiais que o detiveram em 25 de maio. Ele também exclamou várias vezes que os policiais o estavam matando.

As transcrições oferecem um dos relatos mais completos e dramáticos dos momentos antes da morte de Floyd, que desencadeou um grande movimento nos EUA contra o racismo e o uso indiscriminado da força pela polícia. Elas foram apresentadas a um tribunal estadual de Minneapolis na terça-feira (7), como parte da tentativa de um ex-policial, Thomas Lane, de ver canceladas as acusações de que ele ajudou e incentivou o assassinato de Floyd.

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“Dá um tempo, cara. Não consigo respirar. Não consigo respirar”, disse Floyd, de acordo com uma das transcrições. “Eles vão me matar. Eles vão me matar. Eu não consigo respirar. Eu não consigo respirar.”

Floyd morreu depois que outro policial, Derek Chauvin, pressionou o joelho em seu pescoço até que ele parasse de respirar.

Chauvin, que estava na polícia havia há 19 anos, enfrenta acusações de homicídio agravado pela morte de Floyd e pode pegar até 40 anos de prisão se for condenado. Lane, Alexander Kueng, eram policiais novatos, e Tou Thao, também enfrentam até 40 anos de prisão se forem condenados por acusações de ajudar e favorecer o assassinato de Floyd. Todos os quatro policiais foram demitidos depois do crime.

Os documentos apresentados ao tribunal nesta semana incluem 82 páginas de transcrições de câmeras corporais e a transcrição de 60 páginas de uma entrevista com Lane, ao lado de seu advogado, feita por investigadores da polícia de Minnesota.

Na entrevista, quando lhe perguntaram se ele sentia que Floyd estava em uma emergência médica, Lane respondeu:

— Sim, eu senti que talvez algo estivesse acontecendo.

No final da entrevista, Earl Gray, advogado de Lane, contestou quando um investigador perguntou a Lane se ele achava que ele ou Chauvin haviam contribuído para a morte de Floyd.

— Você não vai responder a isso — disse Gray.

Lane não respondeu à pergunta.

Os arquivos entregues também incluem, segundo Gray, fotos de dentro do carro onde Floyd estava sentado quando Lane se aproximou dele. Os policiais foram chamados depois que um funcionário de uma loja relatou que Floyd havia repassado uma nota falsificada de US$ 20. Segundo Gray, as imagens mostram duas notas falsas de US$ 20, amassadas, entre o console central e o banco do passageiro.

Mesmo antes de ser jogado no chão, Floyd reclamou que estava em apuros, alegando aos policiais que estavam tentando levá-lo a um carro da polícia que era claustrofóbico e não conseguia respirar.

A certa altura, de acordo com uma transcrição, ele disse:

— Mamãe, eu amo você. Diga aos meus filhos que eu os amo. Eu estou morto.

As transcrições se concentram nos momentos mais dramáticos da contenção de Floyd pelos policiais.

Depois que Floyd diz que os policiais vão matá-lo, Chauvin responde:

— Então pare de falar, pare de gritar, é preciso muito oxigênio para conversar.

Enquanto Floyd estava sendo dominado no chão, de bruços, com o joelho de Chauvin pressionado em seu pescoço, Lane perguntou se Floyd deveria ser virado de lado.

Chauvin respondeu:

— Não, ele vai ficar onde nós o pusemos.

Lane disse que estava preocupado com o fato de Floyd estar passando por uma emergência médica.

— Bem, é por isso que chamamos uma ambulância — retrucou Chauvin, de acordo com uma das transcrições.

— Tudo bem, imagino — respondeu Lane, acrescentando logo depois: — Acho que ele está desmaiando.

Naquele momento, um pessoa que passava gritou:

— Ele nem está respirando agora, mano, você acha legal? Você acha legal, certo?

Os arquivos foram o mais recente esforço de Lane, que segurou as pernas de Floyd enquanto ele estava no chão, para argumentar que não teve responsabilidade na morte do segurança, conforme os promotores dizem.

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