Mulheres negras denunciam racismo de vizinha no RJ, “devia ser proibido entrar na portaria”

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Mulheres negras denunciam racismo de vizinha no RJ, “devia ser proibido entrar na portaria”

A jornalista Etiene Martins compartilhou em suas redes sociais um vídeo em que denuncia como foi vítima de racismo no prédio onde mora, no Rio de Janeiro. Etiene gravou o áudio das ofensas feitas por uma vizinha, que gritava ofensas racistas, enquanto ela estava dentro do seu apartamento.

Depois do vídeo relatando o caso, Etiene descobriu que outra moradora do condomínio também sofre com os ataques racistas feitos pela vizinha. Na tarde desta terça (7), ela e a modelo Luana Rolim registraram boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância: “Hoje resolvi verificar se havia outra pessoa negra que também foi violentada com os atos racistas da vizinha. Nessa busca conheci @luanarolimm que passa por essa violência desde setembro a gente se fortaleceu e viemos juntas fazer o boletim de ocorrência. Fomos muito bem atendidas pela policial civil Juliana na delegacia especializada em crimes raciais”, escreveu ela no Instagram.

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Etiene se mudou há pouco tempo para o Rio de Janeiro depois de passar no doutorado em Comunicação e Cultura na UFRJ e no mestrado em Relações Étnico-raciais no CEFET-RJ. A assessora contou que, como havia acabado de se mudar para o prédio, foi se apresentar ao porteiro e notou que havia uma pessoa ao seu lado, que em seguida subiu com ela no elevador. Quando entrou em casa, a jornalista começou a ouvir gritos como “macaca suja” e “devia ser proibido entrar na portaria”.

Pensando ser uma discussão entre duas pessoas, Etiene gravou as ofensas e fez uma queixa no livro do condomínio, a vítima contou que ao conversar com a síndica do prédio soube que a mulher que gritava morava sozinha, portanto não poderia estar discutindo com alguém. Em outra ocasião, quando recebeu uma equipe de televisão para gravação de um documentário, escutou novamente os gritos racistas.

A jornalista detalhou que foi até o apartamento de onde vinham os gritos e descobriu que a vizinha que fazia as ofensas era a mesma que esteve com ela no elevador. “Perguntei se ela poderia colaborar comigo 20 minutos apenas e ela, para minha surpresa, era a mesma  mulher que subiu comigo no elevador no dia que começou a gritar dessa forma. E ela falou pra mim que não era ela que estava gritando. Perguntou pra mim, ‘você tá vendo mais alguém aqui? Eu moro sozinha. Como é que você tá ouvindo som de voz?”, detalhou a jornalista. 

“Eu não pude discutir com ela, entrar na vibe dela, porque tinha uma equipe enorme dentro da minha casa me esperando pra eu poder dar entrevista. Quando eu volto ela começa a gritar me respondendo e xingando todo tipo de palavrão e falando ‘Como assim eu estou gritando? Conversando com alguém? Estou aqui sozinha?'”, contou Etiene ao explicar a reação da vizinha depois que a jornalista voltou para seu apartamento.

A jornalista destacou a dificuldade de provar casos de racismo, especialmente em situações como as que ela está vivendo, em que a vizinha grita de dentro do apartamento e depois nega.

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