O taxista Márcio Antônio do Nascimento Silva, de 58 anos, morreu nesta última segunda-feira (3) no Rio de Janeiro. Vítima de complicações cardíacas, ele ficou conhecido no país inteiro por ter recolocado cruzes em um protesto que lembrava as vítimas de COVID-19, entre elas, seu filho de 25 anos.

“Meu nome é Márcio. Pai do Hugo, que faleceu aos 25 anos de COVID-19. Só queria dizer que a dor do pai é muito grande. É ter que conviver todo o dia com essa dor, com os pensamentos. Tentar lidar com estes pensamentos”, disse Márcio, em vídeo, à época do ocorrido. “Gostaria, por favor, que as pessoas tivessem mais empatia e compaixão pelas pessoas, pelas vítimas, por todos nós”.

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Em 2021, Márcio participou da CPI da COVID. Até o momento, mais de 686 mil brasileiros morreram vítimas da doença. “Eu não posso aceitar que alguém faça uma brincadeira com isso. Eu não posso entender como outros pais, outras pessoas acham que isso é normal“, disse o taxista enquanto participava da CPI. “Depois o sofrimento continua porque não é só meu filho, não estou falando só dele, estou falando de tudo que a gente vivencia. É muito duro, é muito triste. O sentimento que eu sinto não é só pela morte, mas pelo que vem depois, cada deboche, cada sorriso.”

“Eu acho que nós merecíamos um pedido de desculpa da maior autoridade do país. Porque não é questão política, nós estamos falando de vidas”, disse ele. Nesta próxima quarta-feira (5), às 10h, haverá um ato em frente ao hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, com a presença de familiares de Márcio, onde será reproduzida a cena emblemática do taxista levantando a cruz derrubada. 

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