“Metade dos nosso colaboradores são negros”, diz Carrefour em nota após novos casos de racismo na rede

0
“Metade dos nosso colaboradores são negros”, diz Carrefour em nota após novos casos de racismo na rede
Foto: André Feites/Reprodução

Na noite da última terça-feira (11), o Grupo Carrefour veiculou um pronunciamento na TV aberta após os casos de racismo que ganharam destaque nas redes sociais nos últimos dias, em São Paulo e em Curitiba. No pronunciamento, a empresa afirmou que metade dos 150 mil colaboradores do grupo são negros ao falar sobre as iniciativas antirracistas que têm adotado.

O grupo classificou ainda como “lamentáveis” os casos de racismo denunciados no último final de semana. Na televisão, o Carrefour disse que “todos os ofendidos têm nosso respeito e solidariedade”, ressaltou que implementou mais de cinquenta ações antirracistas nos últimos dois anos e disse que criou, em convênio com a Universidade Zumbi dos Palmares, um curso superior para agentes de segurança antirracista. Ao final do pronunciamento, o grupo se comprometeu a fazer “uma grande mobilização de combate ao racismo”.

Notícias Relacionadas


O posicionamento do Carrefour acontece depois que dois casos em diferentes supermercados do grupo vieram a tona no último final de semana. O primeiro foi no Atacadão em Curitiba, quando a professora Isabel de Oliveira tirou a roupa dentro do supermercado para mostrar que não havia roubado nada depois de ter sido seguida pelo segurança da loja. Bastante abalada, a professora contou que foi seguida por mais de meia hora e se sentiu como uma marginal, ela chegou a questionar ao segurança o motivo de estar sendo seguida e o mesmo negou e disse que só estava cuidando do setor. Depois do ocorrido, ela ligou na delegacia, onde ouviu que o caso não se configurava como racismo e ele “só estava cumprindo o seu papel”.

O outro caso foi denunciado por Vinícius de Paula, marido da jogadora de vôlei Fabiana Claudino. Vinicius contou que uma atendente se recusou a passar suas compras em um caixa preferencial que estava vazio, mas que passou as compras de uma mulher branca não preferencial em seguida. 

Em seu comentário para o #J10, da GloboNews, na última segunda-feira (10), a jornalista Aline Midlej criticou o Grupo Carrefour, ressaltando que a empresa tinha “obrigação moral” de explicar o que estava sendo feito para combater o racismo nos estabelecimentos da marca. “O Carrefour tem uma obrigação moral de explicar o que foi feito até aqui e que não está funcionando claramente, porque se estivesse funcionando a gente não teria esses dois episódios”, disse.

Notícias Recentes

Participe de nosso grupo no Telegram

Receba notícias quentinhas do site pelo nosso Telegram, clique no
botão abaixo para acessar as novidades.

Comments

No posts to display