Medea Mina Jeje reestreia neste sábado no teatro Pequeno Ato, após temporada de sucesso

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Medea Mina Jeje reestreia neste sábado no teatro Pequeno Ato, após temporada de sucesso
Foto Julieta Bacchin

O espetáculo Medea Mina Jeje, após temporada de sucesso no SESC Ipiranga (SP), reestreia neste sábado (12), às 21h, no Teatro Pequeno Ato. Com direção de Juliana Monteiro, dramaturgia de Rudinei Borges e atuação de Kenan Bernardes, a peça é constituída a partir da fricção entre a narrativa polissêmica da Medea negra da Mina Jeje e a leitura da clássica tragédia datada de 431 a.C.

O espetáculo foi considerado excelente pela Folha de S. Paulo, que ainda afirmou tratar-se de um monólogo poderoso, “pautado por escolhas dolorosamente poéticas”. “Medea Mina Jeje é uma releitura do clássico Medeia, de Eurípedes, um poema cênico no qual Medea, uma mulher negra escravizada na Vila Rica de Nossa Senhora de Ouro Preto, nas Minas Gerais do século XVIII, narra o sacrifício de seu filho Age.

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Na peça, para se vingar do abandono de Jasão, por quem havia renunciado à própria família e à terra natal, a protagonista mata os próprios filhos para se vingar.A escravizada Medea vê na morte do filho a única libertação possível do sofrimento causado pelo trabalho escravo nas minas de ouro que moveram a economia brasileira colonial durante séculos.

Medea Mina Jeje é a voz de quem grita, em sussurro, sendo portadora duma confiança sui generis e percepção, mesmo intuitiva, da condição de opressão em que vive. Ela é portadora de uma busca pela liberdade, ainda que a saída para chegar a isso seja o sacrifício do filho”, afirma o dramaturgo Rudinei Borges.

Já Kenan Bernardes, idealizador e produtor geral da peça, afirmou que o espetáculo nasceu do desejo de conversar com a própria ancestralidade, de abrir os ouvidos para as vozes de indivíduos livres que foram trazidos para o Brasil como escravos e dar voz aos seus antepassados mortos. “Encontrei na tragédia de Eurípedes e na obra homônima de Pasolini, o fio subjacente disparador que deu origem a esta Medea, que agora levo à cena. Foram quase dois anos de pesquisa e processo que agora oferto ao público como quem deseja entregar um presente a alguém muito estimado”, explica.

Para a diretora Juliana Monteiro, a relação entre as obras reverberou em todos os envolvidos no projeto. “A aproximação com determinados aspectos da jornada de Medeia de Eurípedes permitiu aos artistas deste espetáculo traçar uma analogia com sua própria trajetória, o encontro com desejos de reelaborar os próprios caminhos no teatro”, relata.

A peça fica em cartaz até dia 17 de junho, sábado às 21h e domingos às 19h. O Teatro fica na Rua Dr. Teodoro Baima, 78 – Vila Buarque, São Paulo. Ao lado do Teatro de Arena. Os ingressos custam R$ 30,00 a inteira e R$ 15,00 a meia-entrada. Vendas online: https://www.sympla.com.br/medea-mina-jeje__281352.

 

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