Sucesso entre o público durante os primeiros dias do Big Brother Brasil 22, Vinicius viu seu favoritismo cair ao longo do tempo em confinamento no reality. O cearense deixou o programa com 55,87% dos votos em seu primeiro paredão, disputado com Gustavo e Pedro Scooby. Muitas questões podem estar ligadas a esta virada, e o agora ex-brother especula algumas delas, mas nem por isso sua trajetória deixou de ter final feliz. Vyni conquistou grandes amigos, viveu seu maior sonho, mostrou talento para a criação de repentes e viu a participação no programa dar um empurrãozinho no negócio que garante o sustento de sua família. “Eu sou uma pessoa que sonha muito e acho que sonhar não é errado quando você tem a garra e a coragem para correr atrás. E foi isso que eu fiz a vida inteira; eu nunca deixei de correr atrás das minhas coisas”, reflete.
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Globo: Participar do BBB era um sonho seu, como você falou. Quais as diferenças entre assistir e jogar?
Vinicius: É completamente diferente. Para quem assiste é muito mais fácil e até prático porque assistindo a gente sabe a opinião de todo mundo, sabe o que falou, em qual momento e em qual contexto. Aqui fora são várias câmeras, mas lá dentro só temos dois olhos e dois ouvidos para ver e ouvir o que a gente puder. Então, nem sempre tudo fica claro, compreensível. A gente se apega a sinais; o menor sinal de alguma coisa é o que a gente tem e tenta seguir para jogar.
Você foi o participante que ganhou mais seguidores ao ser apresentado: dois milhões de pessoas. Dois dias depois da estreia, já eram três milhões. No entanto, foi eliminado em seu primeiro paredão. O que acha que aconteceu?
Eu acredito que eu me fechei, meio que me permiti ser ofuscado tanto pelas minhas inseguranças quanto pelo meu receio de magoar as outras pessoas. E olha que coisa curiosa: até algo que é bom, que foi o que eu mais ouvi desde que eu saí, que é sobre generosidade, em excesso prejudica. Você deixa de se colocar em primeiro lugar, esquece de si mesmo e passa a priorizar o outro. Eu acredito que isso aconteceu muito comigo. Em alguns momentos eu deixei de me priorizar para priorizar os outros e isso pode, sim, ter me atrapalhado.
Em certo momento do jogo o público notou que você parecia “forçar” tropeços durante o programa ao vivo. De fato foi uma de suas estratégias para chamar mais atenção no BBB?
Se eu tivesse pensado nisso como uma estratégia, seria a estratégia mais doida e mais sem noção do mundo (risos). Eu realmente sou estabanado na vida real, inclusive é algo que tenho que melhorar porque eu tropeço em tudo! Não tem nada para tropeçar e eu estou tropeçando, até no meu próprio pé. Não sei explicar o que é. Todo mundo me fala a mesma coisa, mas eu sou cheio de hematomas justamente por isso: eu caio muito. Não era uma estratégia, não.
O que você achou de terem pensado que era forçado?
É aquela coisa: eu não tenho como controlar o que as pessoas pensam nem interferir na maneira como as pessoas interpretam as coisas. Eu só posso dizer para todo mundo que não era nada forçado, era genuíno. Eu sou desse jeito mesmo.
O Eliezer foi um grande companheiro seu no confinamento. O que aproximou vocês dois?
Sabe que a gente não lembra o que foi? Inclusive Eli e eu conversamos sobre isso, tentando lembrar o momento em que nos tornamos amigos. No nosso quarto todas as pessoas criaram uma boa relação e uma identificação com todo mundo. E acabou que a gente se reuniu não para jogar, mas porque a gente se gostou. A partir daí a gente quis se proteger. Em relação ao Eli, é muito difícil dizer por que a gente se aproximou, a gente nunca para para pensar nisso. Mas eu acredito que, apesar de sermos pessoas diferentes, foi pelo carinho muito grande com que ele me recebeu. Ele me acolheu muito bem e eu retribuí.
Você realmente teve ciúmes em certas ocasiões do relacionamento do Eli com Natália e Maria? Quais eram seus reais sentimentos por ele?
Cheguei a comentar com o Eli: o povo está achando que eu estou iludido por você, depois lá fora vai ser o maior bafafá, você super fazendo sucesso e eu lascado com a fama de iludido (risos). Mas não teve nada disso de se apaixonar ou ter um relacionamento. Nós éramos grandes amigos dentro da casa e, sinceramente, não passava disso. Foi uma amizade muito forte, e esse é o meu jeito de demonstrar. Eu me entrego demais, me doo demais não só em uma amizade, mas em tudo que eu faço. Sempre entrego 100%, até 200% em tudo aquilo que eu me proponho a fazer. Quanto a ciúmes, também não existiu, só na brincadeira. Verbalizei para a própria Natália: vamos brincar que eu estou com ciúmes? Mas não passava disso. Eu até apoiava os casais, antes com Maria, depois com Natália.
Acha que estar tão ligado ao Eliezer atrapalhou seu desempenho no BBB?
De certa maneira, sim. Não estou aqui terceirizando culpa, mas justamente pelo fato de eu ter entrado no BBB sendo uma pessoa que tendia a priorizar mais o outro que a mim mesmo, a me doar e a cuidar muito do outro, eu acabei fazendo isso com o Eli e me esqueci um pouco de mim. Eu deixei o jogo um pouco de lado para cuidar das pessoas, e ele foi uma delas. O Eli foi uma das pessoas a quem eu mais entreguei o meu cuidado. Acho que nesse aspecto pode, sim, ter me prejudicado.
Que outros amigos você fez na casa e pretende levar para sua vida?
Uma pessoa que é muito especial para mim, e eu vejo como uma mãe, é a Lina. Ela é alguém que, desde o começo, teve muita identificação comigo. Ela chegou a falar algo como “Eu me vejo em você quando eu era mais nova, e é por isso que você está no meu pódio. Vejo qualidades em você que eu também tinha”. E eu pensando “Quem sou eu para ouvir um elogio desses da Lina!” (risos) Principalmente porque eu já conhecia o trabalho dela, sou super fã. Tenho um carinho e um amor gigantesco por ela, e acho que ela merece estar na final, levar o prêmio, por tudo aquilo que ela representa e traz junto com ela, pelo acolhimento que ela dá, por saber usar as palavras certas na hora certa. Ela é uma pessoa que vou levar para a vida. E não só ela, tem outras pessoas: a Eslovênia, de quem me aproximei bastante, o Pedro Scooby, a Maria, que já tinha saído… Eu não sei explicar o motivo de eu gostar tanto dela! Tenho um amor muito grande por Maria, para mim “Mary”, minha ovelhinha, por causa do cabelinho cacheado. E a Brunna Gonçalves também! Saudades do nosso “Salão da Kelly”.
Se pudesse voltar atrás, teria feito algo mais de diferente?
Primeiramente, eu não teria usado o medo para me fechar e, sim, para me impulsionar. O medo da pressão, o medo que a gente sente quando vê que a gente é gostado – porque até ser gostado por todo mundo, que era uma coisa com a qual eu não estava acostumado, paralisa, fez eu me fechar. Depois desse voto errado no confessionário, isso piorou. Eu poderia ter percebido mais a tempo que dentro do jogo não dá tempo de ficar mal. Não dá pra ficar o dia inteiro deitado, pensando, sem fazer nada. E outra coisa: eu teria ter me priorizado mais. Eu queria, sim, ter continuado mantendo boas as relações com todo mundo, mas não teria me entregado tanto. Eu sou muito intenso, como já falei, mas eu teria me colocado mais em primeiro lugar do que ao outro.
Quem tem mais chances de ganhar o prêmio?
A Lina tem muitas chances de ganhar, de verdade. Ela tinha me dito que seria importante saber que o Brasil pode abraçar uma pessoa como ela, com tudo que ela carrega. E eu acredito que pode, sim, que com certeza o Brasil vai abraçar e que já está fazendo isso. É alguém para quem eu torço muito que chegue à final e ganhe! Lina é muito merecedora.
Uma das suas primeiras conquistas vindas com o BBB foi o aumento da movimentação no restaurante da sua família. O que você achou quando soube disso?
Eu gritei de felicidade! É muita felicidade mesmo porque dali vem o nosso ganha-pão. O restaurante já estava mais parado há bastante tempo em termos de movimento. Veio a pandemia e piorou ainda mais essa questão. Então, só de saber que embora não tenha ganhado R$ 1,5 milhão a minha participação no BBB ajudou a minha família, direta ou indiretamente, já vale muito, muito mesmo.
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