Literatura negra é destaque na Bienal Internacional do Livro

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Literatura negra é destaque na Bienal Internacional do Livro
Aza Njeri e Luana Rodrigues, autoras de A Luz de Aisha. Foto: Divulgação.

Aumento nas buscas por autores negros contribuiu para o aumento do faturamento das editoras.

A XX Bienal Internacional do Livro ficará marcada como a que teve a maior presença de autoras e autores negros até hoje. O evento, que terminou no último domingo (12), revelou que a busca por autores negros pode ser um dos motivos da alta no faturamento da Bienal.

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Para a estreante editora Mostarda, a procura por escritores negros dobrou. A editora levou para a feira sua Coleção Black Power, com livros voltados para crianças e adolescentes, reunindo a biografia de personalidades como Zumbi e Dandara, Alice Walker, Malcolm X, Conceição Evaristo e Angela Davis. 

Na Melhoramentos, a venda de autores negros triplicou. O título mais vendido é “Com Qual Penteado Eu Vou”, da Kiusam de Oliveira, uma autora negra que tem vários livros infantis sobre a temática racial. “Além de trazer ilustrações belíssimas de penteados em crianças negras, traz nomes africanos e seus significados, fala sobre ancestralidade, sororidade e união familiar, é muito lindo”, resume Kiusam. 

Igor Pires, autor da série “Textos cruéis demais para serem lidos rapidamente”, está entre os mais vendidos da editora Globo. “Acredito que seja um dos mais procurados por ser um livro que trata sobre as relações humanas de uma maneira honesta, real, quase confessional. Então as pessoas acabam se relacionando e se vendo nas histórias que narro no livro”, diz Pires, em sua terceira bienal. Na lista dos cinco mais vendidos ali, está “O livro da história negra também”, que faz parte da coleção “As grandes ideias de todos os tempos”.

O Pequeno Príncipe Preto”, do Rodrigo França, é um dos mais pedidos na Ediouro, inclusive por professores. No estande da Vozes, a procura por obras escritas por negros é a mais expressiva. “O Movimento Negro Educador”, da autora Nilma Lino Gomes, foi a terceira obra mais vendida. Em seguida, o autor Muniz Sodré também tem uma grande procura e expressividade relevante no número de vendas, “não só neste evento, como, no nosso catálogo ao longo do ano”. Especialmente, a obra “A sociedade incivil”, lançada este ano. No primeiro fim de semana da Bienal, Sodré participou da mesa “As desigualdades e as elites no Brasil”, com as presenças de Jessé Souza, Luana Génot e mediação de Ruan de Souza.

Um estande 100% de literatura infantojuvenil negra

Uma arena para receber artistas, pais, educadores, pesquisadores, estudiosos, contadores de histórias, mediadores de leitura e autores. A Secretaria Municipal de Cultura levou o festival Paixão de Ler para a Bienal, onde ocupa um estande na entrada do pavilhão Azul, reunindo nomes da literatura negra que tratam de identidades, representatividades e ancestralidade, entre outros elementos. 

“O formato de arena favorece o olho no olho, ampliando o leque de trocas. A experiência do contato”, diz o secretário de Cultura, Marcus Faustini. “A Bienal é um dos maiores ativos culturais da nossa cidade, que deve ser apoiada porque, além de tudo, gera inclusão, empregos, renda e desenvolvimento.”

A obra A Luz de Aisha, de Aza Njeri e Luana Rodrigues foi lançada no último sábado, durante a bienal. O livro usa ideias da filosofia kindezi, do povo bantu, para construir uma narrativa delicada sobre a responsabilidade de todos em nutrir o brilho pessoal de cada um.

Na quarta capa, há um texto encantador, escrito pelo grande cantor e compositor Emicida, que, ao se recordar de um ditado africano, endossa a sabedoria que transborda de A luz de Aisha.

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