A Disney inicia ‘Mufasa: O Rei Leão’, longa cuja história se passa antes dos acontecimentos do original ‘O Rei Leão’, com uma homenagem ao ator James Earl Jones, falecido em 9 de setembro, aos 93 anos. Jones deu voz ao icônico personagem Mufasa no clássico animado de 1994 e na releitura de 2019.
O filme abre com a frase “Olhe para as estrelas”, parte do discurso de Mufasa no original, enquanto a tela exibe a dedicatória: “Em memória de James Earl Jones”. Segundo o diretor Barry Jenkins, responsável por títulos como Moonlight e Se a Rua Beale Falasse, a decisão de incluir o tributo foi guiada por um profundo respeito à influência do ator.
Para a Variety, o diretor reforçou ainda a importância da homenagem feita para o ator: “Parecia que todos nós havíamos perdido um patriarca. Perdemos esse homem que significava tanto. Era impossível assistir ao filme – passar uma hora e quarenta minutos – sem homenageá-lo de alguma forma. Você ficaria pensando nas maneiras de honrá-lo, então parecia que tínhamos que fazer isso logo no início. O estúdio concordou imediatamente, e tentamos encontrar algo que fosse muito simples, mas também muito claro e impactante.”
“Ouvi cada fala que ele gravou para o filme anterior. Era impossível não ser impactado por sua performance. Para muitos, Mufasa representa a figura paterna ideal. Essa voz precisava ser honrada”, disse Jenkins à Entertainment Weekly.
O novo filme, que estreia em 20 de dezembro, narra a juventude de Mufasa, separando-se dos pais após uma enchente e sendo acolhido pela matilha de Taka, o futuro Scar. A história, narrada por Rafiki (John Kani), Timão (Billy Eichner) e Pumba (Seth Rogen), conecta passado e presente em uma saga sobre lealdade e liderança.
O elenco reúne nomes como Aaron Pierre (Mufasa adulto), Braelyn Rankins (Mufasa filhote), Kelvin Harrison Jr. (Taka), Blue Ivy Carter (Kiara, filha de Simba e Nala), além de Thandiwe Newton, Lennie James e Anika Noni Rose.
A noite da última terça-feira, 3, foi marcada pela celebração da terceira edição do Prêmio Fashion Futures, promovido pelo Instituto C&A, pilar social da C&A no Brasil. O evento, apresentado pela jornalista Cris Guterres, não apenas celebrou projetos e marcas inovadoras que estão desenvolvendo projetos sustentáveis no setor da moda, mas também destacou as 50 Personalidades Fashion Futuristas do Ano, com André Hidalgo, da Casa de Criadores, levando o título de Personalidade Fashion Futurista de 2024.
Entre os destaques, a categoria “Marca de Moda Autoral do Ano” foi para a marca Dendezeiro, reconhecida por sua originalidade e impacto no mercado. Outras categorias premiaram projetos voltados à responsabilidade social, inovação e circularidade, reforçando a importância de soluções concretas para os desafios socioambientais da indústria da moda.
A Oficinas Catarina Mina conquistou a categoria “Projetos Sociais na Moda”, que valoriza iniciativas comunitárias conectadas à sustentabilidade, recebendo R$ 50 mil. Já a AIPER, focada em novas matérias-primas e regeneração de ecossistemas, venceu em “Inovação e Novos Materiais”, com um prêmio de R$ 10 mil. Na categoria “Circularidade e Marcas Sustentáveis”, a Trama Afetiva se destacou por práticas inovadoras de gestão de resíduos e redução da pegada de carbono.
O prêmio também celebrou projetos que promovem inclusão e igualdade. Bocaiúva Moda Inclusiva e Rendeiras da Aldeia foram reconhecidas na categoria de “Diversidade e Redução de Desigualdades”, categoria que premia negócios que integram grupos sub-representados e geram impacto social na cadeia produtiva.
A curadoria dos premiados ficou a cargo de uma banca especializada, composta por nomes de destaque no setor, como Daniela Falcão, Hanayrá Negreiros, Patrícia Carta e Alexandra Farah, além de especialistas do Instituto C&A e do SEBRAE.
Para Gustavo Narciso, Diretor Executivo do Instituto C&A, a premiação é mais do que um reconhecimento. “Este prêmio é uma oportunidade de ampliar essas conversas e um chamado à ação para moldar um futuro em que a moda seja de fato justa, diversa e mais sustentável. Juntos, podemos criar uma mudança significativa”, afirmou.
Esse conteúdo é fruto de uma parceria entre Mundo Negro e Instituto C&A.
Em 2023, o Brasil registrou uma redução expressiva no número de jovens entre 15 e 29 anos que nem estudam e nem trabalham, os chamados “nem-nem”. De acordo com a Síntese de Indicadores Sociais 2024, divulgada pelo IBGE, a taxa caiu para 21,2%, abrangendo 10,3 milhões de brasileiros. Em comparação com 2022, quando o percentual era de 22,3% (663 mil pessoas a mais), houve uma queda de 5,8%. Este é o menor índice da série histórica iniciada em 2012, marcando um avanço significativo.
A redução da taxa de jovens brasileiros “nem-nem” em 2023 representa um avanço significativo, mas os desafios persistentes exigem atenção e ações concretas. A recuperação do mercado de trabalho e o aumento da inclusão escolar foram fatores cruciais para essa melhora, no entanto, as desigualdades sociais profundas ainda impedem que muitos jovens tenham acesso a oportunidades de qualidade.
Ao analisar os dados, observa-se que a redução da taxa de “nem-nem” foi mais acentuada em algumas regiões do país, evidenciando a importância de políticas públicas regionais e a necessidade de considerar as especificidades de cada localidade. Além disso, a persistência das desigualdades raciais e de gênero é evidente, com as mulheres negras e os jovens de famílias mais pobres sendo os mais afetados pelo problema.
A pandemia de Covid-19 agravou a situação de muitos jovens, intensificando a desigualdade digital e limitando o acesso à educação e ao trabalho. A retomada gradual das atividades econômicas contribuiu para a redução da taxa de “nem-nem”, mas é fundamental que as políticas públicas sejam direcionadas para garantir a permanência dos jovens na escola e a transição para o mercado de trabalho de forma segura e eficaz.
Para reduzir ainda mais a taxa de jovens “nem-nem”, é preciso investir em políticas públicas que promovam a igualdade de oportunidades, a qualidade do ensino, a geração de empregos e o desenvolvimento de habilidades para o mercado de trabalho. Programas de qualificação profissional, de apoio à primeira inserção no mercado de trabalho e de combate à evasão escolar são essenciais para garantir que todos os jovens tenham um futuro promissor.
Os dados negativos dos últimos anos , trazem alguns pontos que vale considerar: a maioria deste percentual é formado por mulheres pretas, pardas e indígenas. Diferentes motivos explicam o abandono da educação formal e do mercado de trabalho por esse público . Entre elas, o casamento e a necessidade de começar a trabalhar cedo para sustentar a família, a gravidez precoce é o principal motivo do abandono, uma vez que mais da metade das jovens nessa situação têm filhos.
Observando esses fatos, podemos fazer alguns questionamentos: o quanto o ensino e o emprego “tradicional” está frustrando os jovens nessa faixa? Que perspectiva eles têm? Ser avaliado por provas, abafando sua criatividade, sua autenticidade na escola é atrativo?
É preciso criar condições para que os jovens tenham oportunidades de emprego e, quando acessarem o ensino superior, consigam terminar a graduação, com êxito. Ou criamos políticas que abarquem esses jovens, em especial pretos, pardos e indígenas, ou os teremos cada vez mais distantes do mercado de trabalho.
Chester, peru, salpicão, farofa. A mesa de Natal dos brasileiros é, sem dúvida, repleta de delícias tradicionais. Mas, além das tradições familiares, que tal inovar e incluir pratos ou ingredientes característicos das culinárias africanas nas celebrações de Natal ou Ano-Novo? Sim, no plural, pois estamos falando de um continente com uma gastronomia vasta e rica, que influencia e inspira cozinhas ao redor do mundo.
E como trazer esses sabores, pratos e ingredientes para nossas ceias? Nossa editora-chefe do Guia Black Chef, Silvia Nascimento, conversou com a chef Ignez Beatriz Lemos, do Rio de Janeiro. CEO do Dendê Raiz e pesquisadora em culinária da diáspora africana, Ignez encoraja aqueles que têm receio de inovar: “Usem a criatividade. A base da culinária africana permite caminhos inimagináveis, substituições e misturas de proteínas e vegetais sem perder a identidade e o sabor inigualável.”
1. Como sua especialização em cozinha ancestral transforma a maneira de pensar uma ceia natalina ou outras celebrações de fim de ano?
Minhas pesquisas sobre culinária da diáspora me levaram aos registros sobre a celebração cultural do Kwanzaa, de origem afro-americana, que dura sete dias (de 26 de dezembro a 1º de janeiro) e valoriza a cultura e ancestralidade africanas. Baseada nesses estudos, recriei pratos tradicionais dessa celebração com um toque brasileiro. Essa abordagem permite replicar saberes e sabores ancestrais, além de dar visibilidade a essa comemoração cheia de significado.
2. Quais elementos da cozinha ancestral você considera indispensáveis para criar pratos que remetam à tradição africana nas festas de fim de ano?
Elementos indispensáveis são dendê, quiabo, milho, batata-doce, couve, arroz, feijões, frango, frutos do mar e especiarias.
3. O que você diria para quem deseja substituir os pratos tradicionais de Natal por receitas que valorizem nossa ancestralidade, mas ainda agradem a todos os paladares?
Usem a criatividade. A base da culinária africana permite caminhos inimagináveis, com substituições e misturas de proteínas e vegetais que mantêm a identidade e o sabor inigualável. Sugiro pescados de carne clara, como linguado ou dourado, ou incorporar pernil, linguiças condimentadas e frutos do mar em pratos como o jambalaya — uma fusão de culturas da Louisiana, Nova Orleans, França e África. É uma maneira de agradar até os paladares mais exigentes.
4. De que forma você utiliza ingredientes e preparos típicos da cozinha ancestral para criar uma conexão mais profunda com as histórias e memórias das celebrações?
Utilizo técnicas ancestrais, como o uso do pilão para preparar especiarias e ervas frescas, e a cocção de peixes na folha de bananeira para conservar a suculência e intensificar os sabores. Sempre penso em uma cozinha rica e sustentável.
5. Poderia compartilhar uma receita ou dica prática para quem deseja incluir a essência da cozinha africana em sua ceia de Natal?
Arroz Jollof (África Ocidental) Um arroz avermelhado, temperado com ervas, especiarias e ingredientes aromáticos, que agrada diversos paladares. É perfeito para as celebrações de fim de ano, reunindo família e amigos.
Foto: Divulgação
Ingredientes:
3 pimentões vermelhos grandes picados
3 cebolas roxas grandes (2 cortadas em cubos médios, 1 em rodelas)
350 ml de caldo de camarão (feito com infusão de cascas e cabeças de camarão e ervas aromáticas, como salsão e alho-poró)
500 g de camarões limpos (reservar 8 unidades com casca e cabeça para decorar)
Ervas frescas: coentro, salsa, cebolinha, tomilho e louro
Sal a gosto
Modo de preparo:
Bata no liquidificador: cebola, tomates, pimentões, talos de coentro, salsa, cebolinha, gengibre, 4 dentes de alho e as pimentas dedo-de-moça sem sementes.
Leve a pasta a uma panela com azeite aquecido e deixe reduzir à metade.
Acrescente o arroz, o caldo de camarão, as ervas (louro e tomilho) e as especiarias. Misture bem, cubra com papel alumínio e leve ao forno pré-aquecido a 180°C por 25 minutos.
Enquanto isso, tempere os camarões com sal e pimenta. Doure fatias de alho em azeite, salteie os camarões e reserve. Repita o processo com a cebola em rodelas.
Salteie as bananas em dendê, dourando ambos os lados, e reserve.
Retire o arroz do forno, misture os camarões limpos e decore com os camarões inteiros, cebola dourada e rodelas de banana.
A estreia de Mufasa: O Rei Leão em Los Angeles, na noite de segunda-feira, 9, foi marcada por uma celebração familiar e holofotes sobre Blue Ivy Carter, filha de Beyoncé e Jay-Z. A jovem de 12 anos dá voz a Kiara, a filha de Simba (Donald Glover) e Nala (Beyoncé), no filme que serve conta a história anterior à relatada na adaptação do live-action de 2019 de O Rei Leão.
Beyoncé, que também reprisa o papel de Nala, usou as redes sociais para homenagear o momento da filha. “Minha linda filha. Esta é a sua noite. Você trabalhou duro e fez um trabalho maravilhoso dando voz à Kiara. Sua família não poderia estar mais orgulhosa. Continue brilhando”, escreveu a cantora no Instagram, onde também compartilhou fotos de Blue Ivy no tapete vermelho.
Além de Beyoncé e Blue Ivy, o evento contou com a presença de Jay-Z e Tina Knowles, avó de Blue. Durante a première, o diretor Barry Jenkins reuniu o elenco no palco, destacando o trabalho colaborativo que deu vida à narrativa do filme, que chega aos cinemas em 20 de dezembro.
No entanto, a aparição pública de Jay-Z também ocorreu após uma polêmica ser publicada na imprensa na noite do último domingo. O rapper e empresário foi nomeado em um processo civil reaberto recentemente, que o acusa de envolvimento em um caso de estupro de uma menor em 2000, junto com Sean “Diddy” Combs. Jay-Z repudiou as acusações, classificando-as como parte de uma “tentativa de chantagem”. Em declaração, lamentou o impacto das alegações em sua família: “Minha esposa e eu teremos que sentar nossos filhos […] e explicar a crueldade e a ganância das pessoas”.
Apesar das polêmicas, o foco da noite permaneceu em Blue Ivy. Sua estreia como dubladora marca um novo capítulo na carreira da jovem, que já havia acompanhado Beyoncé em sua última turnê mundial. “Esta é a sua noite”, reafirmou a diva pop, celebrando o talento da filha no início de sua trajetória artística.
A cientista Carika Weldon, natural das Bermudas, está transformando o panorama da pesquisa genética no Caribe com a CariGenetics, empresa que fundou em 2022 e que já é referência em genômica na região. Primeira do tipo liderada por mulheres no Caribe, a empresa utiliza a diversidade genética local para desenvolver soluções de saúde adaptadas às necessidades das comunidades caribenhas e da diáspora.
“A diversidade genética do Caribe é um tesouro de informações”, afirmou Weldon. A CariGenetics se dedica a problemas de saúde prevalentes na região, como anemia falciforme e cânceres de mama e próstata, com foco na medicina de precisão. Essa abordagem, que adapta tratamentos com base no perfil genético de cada paciente, busca substituir o modelo tradicional de “tamanho único” por intervenções mais eficazes e econômicas: “O primeiro problema é que todos os medicamentos no mercado hoje foram projetados com base em dados genéticos europeus, representando apenas 15% da população mundial. Isso significa que 85% do mundo, incluindo nós no Caribe, não são atendidos quando se trata de medicamentos”, apontou.
Um marco recente da empresa foi o Caribbean Breast Cancer Whole Genome Pilot Study, o primeiro estudo genômico sobre câncer de mama na região. Concluído localmente com 102 participantes, o projeto identificou tendências genéticas inéditas que podem transformar os diagnósticos e tratamentos futuros.
A visão de Weldon para a CariGenetics também inclui a capacitação de cientistas locais e a reconstrução da confiança nas comunidades negras, historicamente impactadas por práticas antiéticas na ciência, como no Experimento Tuskegee e no caso de Henrietta Lacks. “Se tivéssemos mais cientistas e médicos negros, poderíamos ter evitado injustiças como essas”, destacou a pesquisadora.
Inspirada por iniciativas de mapeamento genético na Islândia, Weldon fundou a CariGenetics após perceber lacunas na infraestrutura científica do Caribe durante a pandemia de COVID-19. “Com a pandemia, percebi que precisávamos de mais cientistas e pesquisas genéticas no Caribe. Estávamos tão atrasados que enviávamos amostras para um único laboratório em Trinidad para toda a região”, relembrou.
Entre as inovações da empresa fundada por Carika Weldon está o uso de bio-NFTs, que permitem aos participantes serem proprietários de seus dados genéticos e até monetizá-los. Para o futuro, a empresa planeja expandir sua atuação para outros países caribenhos e novas áreas de pesquisa, como câncer de próstata, reforçando seu compromisso com a inclusão e o avanço científico na região.
Em abril de 2023, o mundo levou um susto com a internação de Jamie Foxx por uma emergência médica misteriosa. O astro ficou hospitalizado por 20 dias, período que gerou rumores e teorias da conspiração sobre sua saúde. Agora, Foxx transforma essa experiência em humor no especial What Had Happened Was…, que estreia nesta terça-feira (10) na Netflix. A produção já garantiu ao ator uma indicação ao Globo de Ouro 2025 na categoria Melhor Performance em Stand-Up Comedy na Televisão.
No stand-up, Foxx explora, com um toque de comédia, os desafios que enfrentou durante sua recuperação. “Foi um período excruciante, reabrindo essas feridas todos os dias,” revelou o ator em entrevista ao CBS Mornings após finalizar a gravação do especial no Alliance Theatre, em Atlanta. Ele destacou que a autenticidade do material foi crucial: “Se as emoções são intensas, o mesmo pode ser dito sobre o conteúdo.”
No trailer, o comediante não esconde a emoção: “Estou muito feliz por estar aqui.” As imagens alternam entre manchetes especulativas sobre sua saúde e cenas dele no palco, equilibrando vulnerabilidade e humor.
O especial marca o retorno de Foxx ao stand-up após mais de 20 anos e já começa a ser reconhecido pela crítica, consolidando sua trajetória como um dos artistas mais versáteis de sua geração.
No palco, o Pará se torna protagonista, e a Amazônia, com sua força e riqueza cultural, é elevada a um patamar da subversão e modernidade. Com o espetáculo Tambor & Beat, o multiartista afroamazônida, Jeff Moraes, trouxe ao Rio de Janeiro um show que vai além da música: é um manifesto cultural e político que celebra as raízes da Amazônia enquanto as conecta ao mundo.
Os ritmos amazônicos, como carimbó, guitarrada e marabaixo, misturam-se aos beats eletrônicos contemporâneos, criando uma sonoridade singular que encanta e provoca reflexão. É impossível assistir a Jeff Moraes no palco sem sentir a potência da cultura paraense que ele carrega. Mais do que um cantor, Jeff é um contador de histórias, um embaixador da Amazônia que traduz em música, dança e poesia as vivências do seu povo.
O show, apresentado em espaços emblemáticos do Rio, como o Sesc Copacabana, foi uma experiência completa para o público. Desde o primeiro acorde, o artista e sua banda – formada exclusivamente por músicos paraenses – convidam o espectador a mergulhar em um universo onde tradição e inovação coexistem de forma harmônica. A performance é vibrante, e o público é constantemente chamado a participar, seja com aplausos, dança ou apenas entregando-se à imersão cultural que o espetáculo proporciona.
O repertório, majoritariamente autoral, traz canções como “Jambú & Dendê”, que mistura o pagodão baiano com os sabores sonoros do Pará, provando que a música brasileira não conhece barreiras regionais. Essa fusão reflete o desejo de Jeff de ampliar os horizontes da música amazônica, colocando-a no mapa das grandes produções nacionais. E ele faz isso com maestria, sem perder a essência das ruas de Belém, de onde veio.
Além da música, a presença cênica de Jeff Moraes é um show à parte. A coreografia sincronizada com os bailarinos paraenses – Hian Denis e Cinthia Tavares e os figurinos, de Vinny Araújo e Jonathan Camelo, cuidadosamente pensados são elementos que elevam a narrativa visual do espetáculo. Cada detalhe é planejado para contar a história de um Pará contemporâneo, diverso e cheio de vitalidade. É impossível não se emocionar com o diálogo entre tradição e modernidade que Jeff apresenta no palco.
Jeff Moraes, no entanto, não se limita ao espetáculo musical. Ele é um artista multimídia que transita com desenvoltura por diferentes linguagens, como teatro, audiovisual e redes sociais. Sua trajetória de mais de dez anos está profundamente enraizada na valorização da negritude amazônica e na crítica social, elementos que permeiam seu trabalho e dão profundidade às suas obras. O episódio “Ver-o-Peso”, da série Sampleados, estrelado por Jeff, é um exemplo disso, somando mais de um milhão de visualizações e reafirmando o impacto de sua arte.
Outro ponto que merece destaque é a maneira como Jeff Moraes ressignifica o conceito de pop no Brasil. Em um mercado musical muitas vezes dominado por fórmulas pré-estabelecidas, o cantor paraense quebra paradigmas ao inserir elementos regionais e identitários em suas produções. Ele não busca apenas sucesso comercial, mas também reconhecimento enquanto porta-voz de uma cultura rica, que merece estar no centro das discussões artísticas do país.
O show Tambor & Beat (produção de Sandro Santarém, Jonas Macedo) não é apenas entretenimento. Ele se torna um ato político ao reafirmar a importância de olhar para o norte do Brasil com o respeito e a valorização que ele merece. Em um país onde as manifestações culturais muitas vezes são silenciadas ou ignoradas fora do eixo Sudeste, a turnê de Jeff é uma vitória para a música brasileira e para a representatividade amazônica. Para quem teve a oportunidade de assistir à apresentação, ficou claro que Jeff Moraes não apenas carrega o Pará consigo, mas também entrega ao público uma nova visão sobre a Amazônia. Ele transforma a cultura paraense em algo tangível e universal, provando que o Brasil, com sua pluralidade, ainda tem muito a oferecer ao cenário mundial.
Ao final do espetáculo, é impossível não se sentir transformado. Jeff Moraes nos lembra que a arte tem o poder de conectar, emocionar e ensinar. Com Tambor & Beat, ele convida cada espectador a celebrar as diferenças, a valorizar o que vem das margens e a se orgulhar de um Brasil que pulsa nas batidas de um tambor e nos acordes de uma guitarrada. Assim, Jeff Moraes não apenas reafirma a potência da cultura paraense, mas também assume seu lugar como um dos grandes nomes da música brasileira contemporânea. E, ao fazê-lo, ele nos mostra que o futuro da arte brasileira passa, necessariamente, pela Amazônia e por artistas como ele.
O Pará não está na moda, porque moda é passageira. A cultura do Pará sempre existiu, firme e ancestral, mas agora, mais do que nunca, está rompendo as barreiras da hegemonia cultural que insiste em silenciar vozes periféricas. E essa revolução não tem volta.
Nicea Fonseca Pereira, mulher negra de 65 anos, foi condenada a pagar R$ 10 mil em custas processuais e honorários advocatícios após perder um processo contra a autora Lilia Schwarcz e a editora Claro Enigma, do Grupo Companhia das Letras. O processo judicial que envolve o livro “Nem preto nem branco, muito pelo contrário: cor e raça na sociabilidade brasileira“, escrito por Schwarcz, está em disputa desde 2020, e agora segue para a segunda instância. Nele, Nicea acusa a autora de usar uma fotografia sua sem autorização para ilustrar a capa da obra, lançada em 2013.
Capa do livro que, de acordo com Nicea, leva sua foto. Imagem: Reprodução
A imagem, tirada pelo extinto jornal Última Hora, mostra uma criança negra de mãos dadas com uma boneca branca, e Nicea afirma ser a menina retratada. A mulher entrou com uma ação de indenização, pedindo R$ 100 mil, mas o pedido foi negado pelo juiz Rafael Alves, da 4ª Vara Cível de Nova Iguaçu (RJ), em fevereiro de 2024, segundo informações publicadas pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo. O magistrado considerou que não havia danos à imagem de Nicea, argumentando que seria “impossível” que alguém reconhecesse a mulher na capa do livro, exceto talvez um parente muito próximo. A editora e a autora se defenderam, afirmando que a foto foi retirada do Arquivo Público de São Paulo, e não havia identificação da criança. De acordo com a defesa, não havia necessidade de autorização, já que a imagem não a identificava de forma clara.
Apesar de a sentença favorável à editora ter sido proferida, os advogados de Nicea, liderados pelo ex-Secretário de Justiça de São Paulo, Hédio Silva Júnior, apelaram da decisão. Em documento protocolado em novembro, pediram que o caso fosse reavaliado em segunda instância, argumentando que a legenda da foto, que identificava Nicea, não foi considerada, e que não houve autorização para o uso da imagem. Para a defesa de Nicea, a decisão inicial representa uma “sentença racializada”, com a editora e a autora, que se posicionam contra o racismo, utilizando “métodos lombrosianos” para desqualificar a mulher negra. Esses métodos, desenvolvidos no século XIX, associam características físicas a atributos negativos, e a defesa alega que foram utilizados ao comparar as imagens de Nicea para argumentar que não era ela na capa.
A defesa de Lilia Schwarcz e da Claro Enigma, por sua vez, afirmou que sempre agiram de boa-fé e que tentaram um contato prévio com Nicea antes da judicialização do caso, sem sucesso. A disputa continua, com os próximos capítulos aguardados no tribunal de segunda instância.
Ludmilla anunciou que pretende tirar licença-maternidade após o nascimento de seu primeiro filho com Brunna Gonçalves. A declaração foi feita antes de subir ao palco para apresentar o show Numanice, no Riocentro, na zona oeste do Rio de Janeiro, na tarde do último domingo, 8.
“Vou tirar o tempo que for necessário para ficar com ele, para dar atenção. É o primeiro filho? Ainda não sei [o sexo]”, afirmou a cantora, que não escondeu a felicidade durante a apresentação, marcada pela comemoração da gravidez de sua esposa.
Brunna Gonçalves, que está à grávida do primeiro filho do casal, ao lado de Ludmilla, brincou com o público sobre o mistério do sexo do bebê, que será revelado no próximo dia 17, durante o chá de bebê. “Como vocês fazem parte da nossa vida, queremos contar que seremos mães de? (?)”, disse Ludmilla, provocando risos e aplausos.
O casal recebeu fraldas como presente de fãs, que lotaram o espaço. A apresentação, que reuniu 25 mil pessoas segundo a assessoria da cantora, incluiu sucessos das três edições de Numanice e contou com convidados especiais.