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Do Silêncio ao “Cale-se!” – Pode a Branquitude escutar?

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Foto: Freepik

Não é de hoje que o senso comum se serve da psicanálise para emoldurar questões do cotidiano, reconhecendo no fenômeno psicanalítico uma base mais ou menos “segura” para as elucubrações do dia a dia. Pode-se dizer que essa é uma proposição idealista de Freud, que condensa em seus textos, argumentos que se revelam no âmbito do comportamento e dos costumes, proximidade com as ações do cotidiano. Moral, ética, política, sociedade estão intrincadas nas entrelinhas e paráfrases da psicanálise, pois tais conceitos formalizaram essas teorias. Por isso mesmo é preciso entender que o contexto, onde a psicanálise acontece, não pode ser suprimido. Sendo assim, é necessário levar em consideração o tempo, o espaço e as necessidades existenciais que estavam interseccionadas naquele momento. 

Se por um lado, a psicanálise pode nos dar pistas, servindo de ferramenta de análise social e política; é preciso ter cuidado com a falsa sensação de douto-saber que a teoria pode exacerbar em alguns sujeitos. Ela sabe – Sim! – sobre a estrutura eurocêntrica que foi criada. Sobre as críticas que teceu em relação a esta estrutura. Sabe também, sobre as possibilidades de atuação na diminuição do sofrimento psíquico de determinados indivíduos. Mas ela, por si só, nada sabe das especificidades e das singularidades que emergem das relações mais ou menos identitárias propostas hoje na sociedade para os indivíduos, para dizer o mínimo. Não há conhecimento psicanalítico capar de sustentar sozinho o horror da escravidão e a atualização do racismo e do preconceito no cotidiano das pessoas não brancas e/ ou possuidoras de corpos dissidentes. É um conhecimento branco, forjado na estrutura patriarcal, hetero-cis, por assim dizer. Para que consiga servir de ferramenta de análise no contexto social que vivemos hoje, precisa se enegrecer. Se contaminar, colocando-se à disposição de uma possível metamorfose. Esses engendramentos só são possíveis a partir de lugares de FALA diversos. É necessário que lugares de escuta atentas de indivíduos que atuam, juntamente com a branquitude neste lugar de opressores, sejam criados.

Grada Kilomba, no programa Roda Viva (2024), traz uma definição muito didática do que é o silenciamento. Mais do que impedir alguém de falar, é impossibilitá-la de ser ouvida. Aqui me beneficiarei do conceito de Subalterna, também de Grada, para manter o gênero no feminino. É sob esta doma construída por ela, Fanon, bell hooks, Angela Davis, Lélia Gonzales, Virgínia Bicudo que me identifico como mulher, negra, periférica, psicanalista e militante de um movimento antirracista cotidiano e contracolonial. E nesse sentido, proponho um exercício de ação performativa (Butler, 2019) para a branquitude, contrapondo o lugar de CALE-SE, proposto por Maria Rita Khel em recente entrevista à TV Brasil: lugar de ESCUTA. 

Cara professora, ouça quem fala de um lugar que, mesmo conhecendo todas as atrocidades feitas pela branquitude aos corpos não brancos e/ ou dissidentes, os consideram como humanos, a ponto de despender tempo precioso a uma resposta polida ao seu lugar de CALE-SE, que nos foi proposto. É preciso entender que não há lugar de CALE-SE para quem é silenciado. Não há crítica válida à fala da Subalterna, pois ela não tem lugar de escuta da branquitude. De outro modo, o que justificaria uma mulher que se identifica como branca, de classe média, descendentes de alemães, propor um silenciamento explícito a um movimento que não conhece, dialoga e quiçá respeita? Descrevendo-o com todos os estereótipos opressores, dos quais me recuso a citar, Khel potencializa em seu discurso a força de silenciamento sobre a Subalterna. Vindo de qualquer lugar, essa ação já seria de posição equivocada. Vindo da psicanálise é inaceitável, por assim dizer, considerando que todo o saber psicanalítico emana da escuta. 

É por isso que reafirmo a proposição da ação performadora estratégias de ampliar o “laço social” citada em dada entrevista, no sentido da escuta. A branquitude precisa escutar mais, falar menos e não silenciar ninguém. A construção desse laço social citado por Khel, deve começar pela escuta. Nesse sentido, é preciso que veículos como TV Brasil, pagos com dinheiro público, tenham espaços de escuta para todas as falas e vozes diversas. Pessoas com anos de expertise em ações antirracistas, comprometidos mais ou menos com a (des)construção da psicanálise; nomes como Deivison Faustino, Mônica Gonçalves, Renato Nogueira, Jaciana Melquiades, Sueli Carneiro, Conceição Evaristos, Douglas Barros, Lourenço Cardoso, entre outros, sejam escutados. Estamos falando e não vamos parar até que o silenciamento cesse. A Subalterna falará até que possa ser ouvida. A psicanálise será atravessada pelos saberes ancestrais, até que cada singular possa ser contemplado pelo acolhimento. Escute aqui, branquitude! Há um lugar amoroso para sua dor narcísica. Mas é preciso que se rompa o pacto!

Vanessa RodriguesProfessora e Psicanalista Clínica @vanrodrigues.psi

Aline Chermoula lança nova temporada do podcast “Receitas Poéticas”, unindo oralidade e ancestralidade

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Créditos: Divulgação

A chef e pesquisadora da culinária afrodiaspórica, Aline Chermoula, está de volta com a segunda temporada do seu podcast “Receitas Poéticas”. Depois do sucesso da primeira fase, em que explorou ingredientes da diáspora e pratos marcantes como o acarajé, agora ela mergulha ainda mais fundo na força da oralidade, trazendo poesias que celebram a ancestralidade alimentar.

Dessa vez, os episódios misturam versos e reflexões sobre elementos essenciais da culinária afrodiaspórica, como azeite de dendê, pilão, feijão-fradinho e cocada. Com suas palavras, Aline resgata memórias, sabores e a espiritualidade que fazem da cozinha um espaço de resistência e conexão.

“Cozinhar é um ato de memória e afeto. Com essa nova série, quero que os ouvintes sintam os sabores através das palavras, que possam se conectar com a história e a energia dos alimentos”, diz a chef.

Assim como na primeira temporada, “Receitas Poéticas” segue disponível nas principais plataformas de streaming, levando conhecimento, poesia e tradição para quem quer se aprofundar na riqueza da culinária afrocentrada.

‘Sing Sing’ e ‘Capitão América 4’ estreiam nos cinemas nesta quinta-feira (13)

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Fotos: Dominic Leon/A24 e Marvel

Novos filmes com representatividade negra chegam aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (13), com o lançamento dos filmes “Sing Sing e “Capitão América: Admirável Mundo Novo”.

Para quem gosta de histórias emocionantes e baseado em histórias reais, “Sing Sing”, indicado a três categorias do Oscar, incluindo de Melhor Ator com Colman Domingo, é um drama inspirado no programa “Rehabilitation Through the Arts”, uma organização sem fins lucrativos.

Dirigido e co-escrito por Greg Kwedar, o filme acompanha Divine G, um homem preso injustamente, que descobre um novo propósito ao se juntar a um grupo de teatro formado por outros detentos. Juntos, eles se empenham em montar uma peça original intitulada “Breakin’ the Mummy’s Code”, explorando a transformação pessoal e a busca por redenção através da arte.

Já para os fãs do MCU (Universo Cinematográfico Marvel), finalmente vai estrear “Capitão América: Admirável Mundo Novo” marcando a estreia de Sam Wilson (Anthony Mackie) como o novo Capitão América em um longa-metragem, após os eventos da série “Falcão e o Soldado Invernal”.

O quarto filme da sequência do herói também conta com a participação de Harrison Ford no papel do General Thaddeus “Thunderbolt” Ross, agora presidente dos Estados Unidos, substituindo o falecido William Hurt. O elenco também inclui Giancarlo Esposito interpretando Seth Voelker, Tim Blake Nelson como o vilão Líder e Liv Tyler reprisando seu papel como Betty Ross. A narrativa segue Sam enquanto ele enfrenta um incidente internacional e tenta desvendar um plano global antes que o responsável cause um caos mundial.

P. Diddy pede US$ 100 milhões em processo contra a NBCUniversal por difamação em documentário

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Foto: Lucas Jackson/Reuters

Sean “Diddy” Combs entrou com um processo de difamação de US$ 100 milhões contra a NBCUniversal, Peacock TV e Ample Entertainment, alegando que o documentário Diddy: The Making of a Bad Boy” fez acusações “falsas, imprudentes e maliciosas” contra ele, incluindo tráfico sexual e assassinato.

A ação, movida na terça-feira (11), argumenta que o documentário, – que estreou em janeiro nos Estados Unidos, apresenta alegações de Rodney Jones (que já processou Sean Combs separadamente) e do advogado Ariel Mitchell, entre outros. O filme explora acusações contra o magnata, incluindo sua suposta ligação com as mortes de Kimberly Porter, ex-companheira do rapper, Biggie Smalls, Andre Harrell e Heavy D, além da tentativa de assassinato de Al B. Sure.

Erica Wolff, advogada de Combs, classificou o documentário como uma tentativa deliberada de “encher seus próprios bolsos às custas da verdade, da decência e dos padrões básicos do jornalismo profissional”.

“Explorando grosseiramente a confiança de seu público e correndo para superar seus concorrentes pela exposição mais obscena de Diddy, os réus maliciosamente e imprudentemente transmitem mentiras escandalosas em ‘A Queda de P. Diddy’. No suposto documentário, os réus acusam o Sr. Combs de crimes horríveis, incluindo assassinato em série e agressão sexual de menores – sabendo que não há evidências para apoiá-los. Ao fazer e transmitir essas falsidades, entre outras, os réus buscam apenas capitalizar o apetite do público por escândalos sem qualquer consideração pela verdade e às custas do direito do Sr. Combs a um julgamento justo”, continua Wolff.

“O Sr. Combs move esta ação para responsabilizar os réus pelos danos extraordinários que suas declarações imprudentes causaram”, finaliza sua declaração.

Combs busca US$ 100 milhões em indenização, alegando “graves danos econômicos e à reputação” decorrentes das alegações que classifica como falsas e difamatórias.

Prime Video divulga primeiro trailer de “G20”, filme de ação estrelado por Viola Davis como presidente dos EUA em missão de resgate

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Foto: Reprodução

O Prime Video divulgou nesta quarta-feira (12) o primeiro trailer de “G20“, novo filme de ação estrelado por Viola Davis, que interpreta uma comandante-chefe determinada a salvar sua família e líderes mundiais durante um ataque terrorista. O longa, dirigido por Patricia Riggen, chega ao streaming em 10 de abril e promete misturar suspense, tecnologia e cenas de ação intensas.

No trailer, Davis aparece como a presidente Danielle Sutton, que precisa enfrentar uma crise global quando terroristas assumem o controle da cúpula do G20 na Cidade do Cabo, na África do Sul. A trama ganha contornos ainda mais tensos com a ameaça do líder terrorista, interpretado por Antony Starr, que toma o poder no G20 à força e anuncia que lançará o Projeto Deepfake.

G20 é um filme de ação de alto risco com muito coração”, destacaram o casal Davis e Julius Tennon, em dezembro, durante o Festival de Cinema do Mar Vermelho, na Arábia Saudita. O casal assina a produção através de sua empresa, a JuVee. Segundo a diretora Patricia Riggen, a narrativa mistura ação clássica e elementos do mundo moderno: “Este é Viola Davis como você nunca viu — heroicamente chutando toneladas de bundas em uma viagem emocionante”, disse Riggen.

O elenco ainda conta com Anthony Anderson e Marsai Martin. Ramón Rodríguez (The Last Ship), Douglas Hodge (Joker), Elizabeth Marvel (Homeland), Sabrina Impacciatore (The White Lotus) e Clark Gregg (Agents of S.H.I.E.L.D.). O roteiro é assinado por Caitlin Parrish, Erica Weiss, Logan Miller e Noah Miller, com produção de Viola Davis, Andrew Lazar e Julius Tennon.

Michael B. Jordan se manifesta sobre caso Jonathan Majors: “Esse é meu garoto”

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Foto: Jon Kopaloff/ Getty Images para Vanity Fair

Michael B. Jordan falou pela primeira vez sobre o caso de Jonathan Majors, seu colega de elenco em Creed III, e a queda vertiginosa da carreira do ator após ser condenado por agressão imprudente e assédio. Em entrevista à GQ, Jordan expressou apoio a Majors, chamando-o de amigo e destacando sua resiliência diante da situação.

A relação entre os dois atores ganhou destaque em 2023, quando protagonizaram Creed III, terceiro filme da franquia derivada de Rocky. No longa, Majors interpretou Damian Anderson, um ex-amigo de infância de Adonis Creed (Jordan), que ressurge em busca de redenção e uma chance no boxe profissional. O embate entre os personagens foi intensamente promovido, e a química entre os atores dentro e fora das telas fez com que fossem apontados como uma das grandes duplas da nova geração de Hollywood.

Na época, Majors vivia um momento de ascensão meteórica. Além de Creed III, ele já havia se consolidado como peça-chave no Universo Cinematográfico da Marvel, interpretando Kang, o Conquistador, vilão central das futuras fases do estúdio. No entanto, sua trajetória sofreu uma reviravolta após um incidente com sua então namorada, Grace Jabbari, em março de 2023. Majors foi condenado por agressão imprudente em terceiro grau e assédio em dezembro daquele ano, recebendo uma sentença de liberdade condicional e a exigência de participação em um programa de intervenção contra violência doméstica. Como consequência, perdeu seu contrato com a Marvel e foi afastado de outros projetos. No entanto, em novembro de 2024, Jabbari retirou o processo de agressão e difamação que movia contra ele, encerrando todas as disputas legais entre as partes.

Questionado sobre como viu a situação se desenrolar, Jordan admitiu que foi difícil assistir à derrocada do amigo. “Foi uma situação difícil de ver se desenrolar”, disse o ator. Apesar disso, ele enfatizou que continua ao lado de Majors. “Estou orgulhoso de sua resiliência e sua força em tudo isso, e [de] seu tratamento [disso]. Estou feliz que ele esteja bem. Esse é meu garoto”, declarou.

Ao ser perguntado se trabalharia novamente com Majors, Jordan foi direto: “Sim. Sim.” A resposta demonstra que, apesar da controvérsia, o astro de Pantera Negra mantém o vínculo e a admiração profissional pelo ex-colega de elenco.

A postura de Michael B. Jordan contrasta com o afastamento da indústria em relação a Majors, que ainda enfrenta incertezas sobre sua carreira. O apoio do ator de Creed III sugere que, pelo menos para ele, a amizade e o talento de Majors não foram anulados pelo escândalo.

Principal fã-clube, Yeezy Mafia rompe com Kanye West após declarações pró-nazismo e venda de camisetas com suásticas

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Foto: Getty Images

Yeezy Mafia, principal fã-clube de Ye, também conhecido como Kanye West, anunciou na última terça-feira (11), que está deixando de apoiar o rapper após uma série de declarações polêmicas e ações consideradas antissemitas e pró-nazismo. Com mais de 3 milhões de seguidores, o perfil desistiu de promover o artista depois que ele postou uma série mensagens elogiando Adolf Hitler, além de vender camisetas com suásticas em seu site oficial, Yeezy.com.

Nos stories, o perfil afirmou: “Yeezy Mafia é uma plataforma independente e não é de propriedade nem operada por Ye. Assim como muitos, estamos surpresos com os acontecimentos recentes e ainda estamos avaliando a situação internamente. Cobrimos a Yeezy por quase 10 anos. Embora tenhamos trabalhado com Ye e Yeezy no passado, não endossamos seus comentários ou ações recentes. A partir de agora, estamos expandindo nossa cobertura para um espaço cultural mais amplo”, dizia o texto.

Além do fã-clube, a agência de talentos 33&West, que representava o artista, anunciou o rompimento do contrato. Em um comunicado no Instagram, o agente Daniel McCartney afirmou que a decisão foi tomada “imediatamente” devido aos “comentários prejudiciais e odiosos” do rapper. A Shopify também se distanciou, retirando do ar o site de vendas de West após ele promover camisetas com suásticas.

A situação de Ye se agravou durante o Super Bowl, quando o artista veiculou um anúncio direcionando os espectadores para o Yeezy.com, onde a camiseta com o símbolo nazista estava à venda por US$ 20. O site foi retirado do ar na terça-feira (11), após a Shopify determinar que o conteúdo violava suas políticas. Harley Finkelstein, presidente da empresa, afirmou que a decisão foi tomada após um dia de análise.

Antes disso, na segunda-feira (10), a conta de Kanye West no X (antigo Twitter) foi desativada após uma série de postagens consideradas ofensivas, com conteúdo nazista, racista e misógino. Inicialmente, Elon Musk, dono da plataforma, havia classificado o perfil do rapper como NSFW (não seguro para o trabalho) e deixou de segui-lo. Musk afirmou que a decisão foi tomada após West postar “conteúdo inapropriado” por três dias seguidos.

Após a decisão de Musk, West afirmou: “Elon parou de me seguir, então não estou certo de quanto tempo seguirei aqui no Twitter (X)”. Ele também agradeceu ao bilionário, dono da plataforma, por permitir que ele “desabafasse” publicamente. Musk restabeleceu a conta de ‘Ye’ no ‘X’ em 2023, oito meses após o rapper ter elogiado Hitler e postado uma imagem de uma suástica misturada com uma estrela de Davi.

Impacto na carreira

A situação parece marcar mais um capítulo na queda do artista, que já havia perdido parcerias com marcas como Adidas, Gap e Balenciaga em 2022 após suas declarações antissemitas. Na época, a Adidas congelou US$ 75 milhões em contas da Yeezy, embora o rapper tenha recuperado o controle da marca posteriormente.

Colaborações canceladas e processos judiciais

A designer russa Gosha Rubchinskiy, que recentemente colaborou com West, anunciou o fim da parceria. Em um post no Instagram, Rubchinskiy agradeceu a experiência, mas deixou claro que não trabalhará mais com o rapper. “À medida que avanço, continuo a desenvolver minha visão criativa, explorando novos projetos e evoluindo ideias passadas de maneiras que pareçam verdadeiras para mim”, escreveu.

Além disso, uma ex-funcionária de marketing decidiu processar Ye após ser demitida. A profissional, que é judia, alegou que o rapper enviou mensagens ofensivas, incluindo um “Salve Hitler”, e que o ambiente de trabalho era permeado por comentários antissemitas.

O rapper, que recentemente anunciou um patrimônio líquido projetado de US$ 2,77 bilhões para 2025, pode ver esse número cair drasticamente se o boicote, promovido por fãs nas redes sociais, continuar.

Starbucks é processada nos Estados Unidos por políticas de contratação com base em DEI

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Foto: Reprodução

O procurador-geral do Missouri, nos Estados Unidos, Andrew Bailey, moveu um processo contra a Starbucks, acusando a rede de cafés de adotar “práticas de contratação baseadas em raça e sexo” que violariam leis federais e estaduais. A ação alega ainda que as políticas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I) da empresa resultaram em serviços mais lentos e preços mais altos para os consumidores, ao priorizar critérios que não seriam exclusivamente baseados na qualificação dos candidatos.

No processo, Bailey argumenta que as políticas da Starbucks são “mero pretexto para seu real comprometimento com a discriminação ilegal”. A denúncia afirma que as práticas da empresa prejudicam moradores do Missouri que “trabalham ou gostariam de trabalhar” na rede, mas seriam discriminados com base em raça, sexo ou outras categorias protegidas por lei.

Em resposta ao processo, a Starbucks negou as acusações. Em uma declaração enviada para a CBS News, o comunicado afirmou que as alegações do promotor “são imprecisas”. A rede também destacou que suas práticas de contratação são “inclusivas, justas e competitivas”, visando selecionar “o candidato mais forte para cada vaga”. Além disso, especialistas destacaram que os altos preços e a lentidão no atendimento são causados por fatores como a inflação e a complexidade das personalizações de bebidas. A alta nos custos de ingredientes como café e leite, somada à vasta gama de opções de customização, tem pressionado os preços e os tempos de espera.

Brian Niccol, CEO da Starbucks, assumiu o compromisso de melhorar a eficiência da rede. No ano passado, ele prometeu simplificar as personalizações de bebidas e garantir que os pedidos sejam entregues em até quatro minutos. Niccol, que foi contratado da Chipotle para revitalizar a empresa, também tem buscado tornar as lojas da Starbucks mais acolhedoras.

Mudanças nas políticas da empresa

Recentemente, a Starbucks reverteu sua política de portas abertas, que permitia que pessoas usassem suas lojas e banheiros sem fazer compras. A medida, adotada em 2018 após um incidente em que dois homens negros foram presos em uma loja da Filadélfia, foi abandonada no mês passado. O caso, amplamente divulgado nas redes sociais, gerou críticas e levou a empresa a repensar suas práticas. Agora, a Starbucks exige que os clientes façam uma compra para permanecer em suas lojas ou usar os banheiros.

O litígio ocorre em um momento de crescente debate sobre programas de DEI nos Estados Unidos. Poucas semanas antes, o ex-presidente Donald Trump assinou uma ordem executiva proibindo tais iniciativas em órgãos governamentais e incentivando o setor privado a abandonar práticas que, segundo ele, promovem “discriminação ilegal”. Grandes empresas, como Ford, Google, McDonald’s, Meta, Target e Walmart, já revogaram ou revisaram suas políticas de DEI no país diante da pressão de grupos conservadores.

Google retira eventos culturais como Mês da História Negra e Orgulho LGBTQIA+ de calendário padrão

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Foto: Reprodução/ Dreamstime/TNS

O Google retirou eventos culturais como o Mês da História Negra, celebrado em fevereiro e que homenageia a história dos afro-americanos, e o Mês do Orgulho LGBTQIA+ da lista de feriados e comemorações nacionais padrão exibidos no Google Agenda. A mudança, que afeta também o Mês da História das Mulheres, o Dia da Memória do Holocausto, o Mês Nacional da Herança Hispânica e o Mês dos Povos Indígenas, foi implementada em meados de 2024, mas só agora começou a ser notada publicamente.

A gigante da tecnologia justificou a decisão afirmando que manter manualmente centenas de eventos culturais em escala global não seria “escalável nem sustentável”. Em comunicado à agência Associated Press, o Google explicou que, a partir de 2024, passou a exibir apenas feriados e datas comemorativas nacionais fornecidas pelo site timeanddate.com, permitindo que os usuários adicionem manualmente outros eventos importantes.

Ainda não está claro por que as alterações no Google Agenda estão sendo notadas apenas agora, mas a decisão já gera debates sobre o papel das grandes empresas na promoção da conscientização cultural e histórica. Críticos argumentam que a remoção desses eventos do calendário padrão pode diminuir a visibilidade de causas importantes.

Apesar da explicação, a mudança ocorre em um momento em que empresas de tecnologia têm reduzido publicamente seu compromisso com iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (DEI). Nos Estados Unidos, o tema ganhou destaque após o ex-presidente Donald Trump emitir, em seu primeiro dia no cargo, uma ordem executiva que encerrava programas e políticas de DEI no governo federal.

O Google não divulgou uma lista completa dos eventos removidos, mas a medida afeta principalmente celebrações que destacam a história e as contribuições de grupos minoritários. A empresa não comentou se planeja revisar a decisão ou oferecer alternativas para garantir que esses eventos continuem acessíveis aos usuários.

Enquanto isso, organizações e ativistas têm incentivado o público a adicionar manualmente essas datas ao Google Agenda, ressaltando a importância de manter viva a memória e a celebração de lutas e conquistas históricas.

Sorveterias de chefs negros: O frescor dos sabores brasileiros com toque de ancestralidade

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Foto: Instagram/@maisquefotosdecomida

O universo dos sorvetes vai muito além dos sabores tradicionais e das grandes redes. No Brasi, chefs negros vêm inovando na produção de sorvetes artesanais, resgatando ingredientes ancestrais e trazendo novos conceitos para essa sobremesa tão querida. Para curtir esse verão, se você quer experimentar sorvetes que misturam técnica, criatividade e identidade cultural, confira algumas sorveterias comandadas por chefs negros que merecem sua visita.

Ébanos Sorvete e Café | Vila Mariana, São Paulo

A marca fundada por Claudio Sales, que conta com o filho Bruno Soares como sócio, é conhecida pela variedade criativa no cardápio. São mais de 80 receitas, tendo sempre 16 à mostra para o cliente escolher. Os sabores dos sorvetes são sazonais e a equipe divulga nos stories do Instagram os que estão disponíveis no dia. Entre as variadas opções estão: Banoffee e Caprese: Mascarpone, recheado com geleia de tomate e grãos de pistache. Instagram: @ebanossorveteecafe

Uaiê Sorvetes | São Pedro, Belo Horizonte 

O chef Pedro Barbosa valoriza os sabores brasileiros nos sorvetes do seu estabelecimento e não possui um cardápio fixo, permitindo uma constante renovação de sabores, adaptando-se às frutas da estação e aos produtos de pequenos produtores locais, como o de sabor jabuticaba. Os sorvetes também se destacam pela variedade na criatividade do design feito para o público. Instagram: @uaiesorvetes

Sorveteria Sabor da Cor | Vila Madalena, São Paulo 

A sorveteria artesanal da chef Silmara Almeida tem especificidade em frutas do Norte e Nordeste do Brasil, com uma variedade de sabores de frutas 100% naturais e mesclas criativas, como opções de Caju, Cajá, Banana da terra, Tamara e Doce de leite. Instagram: @sorveteriasabordacor

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