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Simone Biles vai competir na final da trave das Olimpíadas de Tóquio

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A maior ginasta de todos os tempos, Simone Biles,confirmou que vai participar da final da trave nas Olimpíadas de Tóquio. A informação foi confirmada através do Twitter da USA Gymnastics (órgão regulador nacional de ginástica dos Estados Unidos). “Estamos muito animados em confirmar que você verá dois atletas americanos na trave final amanhã – Suni Lee e Simone Biles !! Mal posso esperar para ver vocês duas!”, diz a postagem.

Simone Biles – Wikipédia, a enciclopédia livre
Imagem: Getty Image

A ginasta de 24 anos está sendo acompanhada dia a dia por uma equipe médica que avalia sua condição física e psicológica. Biles não pôde participar das finais em que tinha se classificado: havia desistido do individual geral – prova em que Rebeca Andrade conquistou a prata -, decisão do salto, barras assimétricas e da final por equipes, em que Estados Unidos ficou com a prata.

“Não é sobre ser a favor, é sobre sociedade”, diz Taís Araújo sobre vacinação

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Imagem: Divulgação

A atriz conversou com a bailarina Ingrid Silva sobre pandemia, novos projetos e maternidade no quadro ‘Frente a Frente’ em novo episódio já disponível no Globoplay e que foi ao ar na sexta (30) às 17h no Multishow.

Ingrid, que atualmente mora em Nova York, nos EUA, ressalta as bonanças de estar em um país em que o processo de vacinação tem avançado, já Taís Araújo pontua a importância do SUS, ainda que com suas fragilidades e em como a sua prática é fundamental para a sociedade como um todo.

“A preocupação tem que ser com a vida do outro, porque quando todos estiverem vacinados, garantimos a saúde e a vida dessa maioria. Então, não é sobre você querer ou ser à favor, não é sobre você! Este assunto é sobre sociedade, é uma questão humanitária”, comenta a atriz.

Após as atividades culturais serem estacionadas devido à pandemia, Taís ainda ressalta a saudade dos palcos, a urgência de voltar ao teatro e em breve com a peça ‘O Topo da Montanha’ – produção sobre a última noite de Martin Luther King, em que contracena com seu esposo e também ator e apresentador, Lázaro Ramos.

Ingrid também destaca o seu novo projeto: o livro que está escrevendo e será lançado em breve.”Eu me descobri, também, como escritora. (…) E acho que tomei um gosto muito grande pela escrita, eu já gostava de escrever antes, desde pequena eu sempre tive diários. Neste livro são memórias, coisas que eu já vivi”, relata a bailarina.

Com apresentação de Alberto Pereira Jr., Xan Ravelli, Ad Júnior, João Luiz Pedrosa e Babu Santana, a nova temporada do Trace Trends tem, a cada semana, um episódio inédito exibido às quartas-feiras no Globoplay e às sextas-feiras, às 17h, no Multishow.

A moda como aliada na luta contra governos autoritários

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Run DMC.

Por Caique Nucci.

De acordo com o dicionário, moda significa: 1. Conjunto de opiniões, gostos, assim como modos de agir, viver e sentir coletivos. 2. abs. O uso de novos tecidos, cores, matérias-primas etc. sugeridos para a indumentária humana por costureiros e figurinistas de renome. Quando paramos para observar a indústria de moda hoje, encontramos atrelada à ela palavras como luxo, desejo, riqueza e poder. É comum nos depararmos com pessoas que ainda carregam a ideia de que trabalhar com moda é “coisa de burguês.” Para conseguirmos entender melhor as raízes desse pensamento, precisamos fazer uma viagem histórica para os primórdios da
humanidade a fim de encontrarmos os pontos principais da construção e transformação do significado dessa palavra.

Começando pelo período Paleolítico, que é a parcela de tempo que corresponde desde às origens do homem até 8.000 A.C, os primeiros seres humanos eram nômades e viviam se deslocando em busca de melhores condições de vida. Nesse período, conhecido como Pedra Lascada, o Homo Sapiens realizava a caça de animais de grande porte(renas e mamutes) através da invenção de diferentes armadilhas para dois principais fins específicos: alimentação e aquecimento. A camada grossa de couro com pêlos dos animais abatidos era utilizada como manto para aquecer o corpo e revestir o interior das cavernas que esse grupo habitava temporariamente. Além disso, carregar uma camada grossa de couro de animais nas costas também servia como representação de força e emitia o sinal de que aquele indivíduo possuía grande habilidade com a caça, tornando-o assim, através deste e de outros processos, o chefe da tribo.

Quando avançamos um pouco mais no tempo e observamos as organizações de povos das civilizações antigas Africanas, também encontramos sistemas parecidos de comunidades desenvolvidas. Chefes de tribos empunhando suas lanças com dentes de animais capturados na ponta, capas de pêlos nas costas e até mesmo, ossos de animais representando colares e amuletos de proteção. Até aqui, a moda – se assim podemos dizer – já era utilizada para distinção de quem era quem, e o que esse indivíduo representava dentro do grupo.

Abrangendo pequenas regiões, dada a falta de globalização e quilômetros de terra separando os povos nesse período, a moda não era usada como ferramenta de opressão e segregação, mas sim como exibição de crenças e cultura.

Shaka, O Genial Guerreiro que fundou o Império Zulu.

Dando um largo salto na linha do tempo e aterrissando na França, em específico no período de 14 de maio de 1643 a 1 de setembro de 1715, que corresponde aos 72 anos de reinado de Luís XIV(conhecido como o Rei Sol), conseguimos encontrar aqui, um exemplo sólido de como a moda era utilizada como ferramenta detentora de poder, sinônimo de riqueza e arrecadação de fortuna.

Depois de dois séculos com a Espanha dominando a Europa e desfrutando de sua Idade de Ouro – acumulando um vasto império global que alimentou uma economia em ascensão – a indumentária espanhola era estreita, rígida e predominantemente preta. Como forma de posicionamento e articulação política, Luís XIV começa a propagar na França a ideia de que o luxo era o novo ideal. Roupas, tecidos, jóias e móveis começaram a ser desenvolvidos no próprio Estado, o que fazia a economia girar dentro do país, gerando emprego para seus súditos e transformando a França em líder mundial de bom gosto e tecnologia. (Esse acontecimento antecedeu a Revolução Francesa, que aconteceu em 1789, resultado da desigualdade entre diferentes grupos sociais e a crise econômica vinda dos excessivos gastos para bancar os luxos da corte francesa).

Banhada por um estilo colorido, brilhante e marcante, todos os produtos tinham tempo certo para serem exibidos, sendo
Versailles o grande palco desse desfile, deixando a França sempre à frente no que significava ditar moda, arte, música e cultura. O Rei Sol acreditava que o luxo era necessário não só para a saúde econômica da França, mas para o prestígio e sobrevivência da própria monarquia.

Aqui, em meio ao século XVII, começamos a perceber como a moda também pode ser utilizada como pilar de sustentação para regimes opressores e governos absolutistas, principalmente para a distinção de pessoas em classes sociais.

O Casamento do Rei Luís XIV.

Progredindo mais um pouco na linha temporal, dessa vez concentrando nosso olhar para os Estados Unidos em 1983, no bairro do Queens, em Nova York, onde a rebeldia e a luta contra um sistema arbitrário crescia, nasce o grupo de Hip-Hop Run DMC – o qual não passa despercebido quando o assunto é comunicação através da indumentária. Representando a estética presente nas ruas, composta por agasalhos esportivos, correntes de ouro e bucket caps, um dos itens principais dessa combinação era o tênis branco Adidas. Com uma história não tão calorosa, o tênis branco era utilizado sem cadarços por detentos dentro dos presídios americanos, que proibiam a presença desses complementos, a fim de evitar suicídios ou serem usados como instrumentos de comportamentos violentos. A propagação desse item se tornou tão grande no mainstream após serem utilizados por jogadores de basquete, jovens músicos e artistas, que virou até letra e título de uma música do Run DMC: My Adidas, lançada no álbum
Raising Hell, de 1986, com versos do tipo:

“Pegamos a batida da rua e colocamos na tv
Meu adidas são vistos na tela do cinema
Hollywood sabe que é bom se você sabe o que eu quero dizer
Nós começamos no beco, agora estamos chill em Cali..”

Hoje, a maioria das pessoas tem ou já teve um par de tênis branco, e poderia apostar que muitos já utilizaram esse calçado sem cadarços, sem conhecer a história e movimento de luta de classes por trás dessa aplicação. Aqui, conseguimos ter uma dimensão maior de como a moda pode ter uma mensagem inicial que transmita representação, e ao decorrer de sua passagem, ter seu significado alterado à favor de uma indústria de base capitalista. Nesse ponto, começamos a esbarrar nas vertentes do significado de apropriação e hegemonia cultural.

Run DMC, My Adidas – 1986.

Esse rapto de narrativas que utilizam a moda como ferramenta de representação na luta contra um sistema autocrático já aconteceu em outros momentos na história da humanidade, podendo citar nesse parágrafo principalmente os movimentos Punk, Hippie e Panteras Negras – que iam contra instituições racistas, segregacionistas e mercadológicas. Na época em que esses
movimentos aconteceram, muitos conservadores perderam o sono, até estes conseguirem entender que a melhor maneira para manter as estruturas funcionando dentro do sistema capitalista, era dar voz e palco para esses grupos dentro da mídia e por de trás das cortinas, continuar os enfraquecendo.

Para conseguir explicar melhor como essa estratégia funciona, preciso citar o conceito de Hegemonia Cultural, segundo o Marxismo(definição que se encontra na enciclopédia Columbia, quinta edição, de 1994, na página 1215): “Na filosofia Marxista, a
hegemonia cultural é o domínio de uma sociedade culturalmente diversa pela classe dominante, que manipula a cultura dessa sociedade, ou seja, as crenças, as explicações, as percepções, os valores, os costumes, de modo que a visão de mundo deles, a visão de mundo imposta dessa classe, se torne uma norma cultural.

A ideologia dominante e universalmente válida, que justifica o status social, político, econômico, como natural e inevitável, perpétuo e benéfico a todos, e não como uma construção social e artificial que beneficia apenas a classe dominante.” E para conseguir entender mais a fundo como essa hiper mercantilização de tudo acontece sem que percebamos, poderia adicionar à definição anterior mais um conceito de Marx, dessa vez sobre a Alienação. Para o filósofo, sociólogo, economista, historiador e
revolucionário socialista Karl Marx, a alienação acontece quando “o indivíduo não se reconhece mais plenamente no produto de seu trabalho e tem acesso a ele apenas mais tarde, ao comprá-lo no mercado” ou seja, “em vez de se apropriar de imediato do produto resultante do ato de trabalho, o trabalhador precisa comprar no mercado aquilo que, muitas vezes, ele mesmo produziu para seu empregador.

A apropriação só acontece por meio da mediação do mercado, que aparece como instância central da economia. O produtor não se reconhece no produto, não se reconhece como produtor, e afirmar-se socialmente como comprador e consumidor.” Essa definição pode ser encontrada no livro Marx – Uma Introdução, doeconomista e escritor Jorge Grespan.

Ilustração, Calvin e Hobbes – Bill Watterson.

Com isso, conseguimos perceber que a raiz central que fortalece a facilidade da mudança do significado e mensagem que a moda pretende passar, vem da desconexão do próprio indivíduo com aquilo que está presente no mercado. E quando essa conexão acontece, como no caso dos tênis brancos nas cadeias dos Estados Unidos, ou do movimento Punk e Hippie, a classe dominante, que detêm o poder das instituições de mercado, rapidamente se apropria da causa central desses movimentos, enfraquecendo-os e transformando-os em um discurso que vá de encontro com suas próprias ideologias.

Para exemplificar melhor como esse mecanismo funciona na prática, poderia citar a exploração da hashtag #BlacklivesMatter, que começou a surgir com o assassinato de George Floyd em março de 2020, nos Estados Unidos, e hoje está sendo utilizada para estampar canecas e camisetas.

Gostaria de mencionar também outro caso de assassinato de uma jovem mulher negra, modelo e designer de interiores no Rio de Janeiro. Kathlen tinha apenas 24 anos, estava grávida de 14 semanas quando foi atingida com um tiro de fuzil no tórax, na comunidade de Lins de Vasconcelos. Quando a notícia se espalhou nas redes, grupos e imprensa negra começaram a cobrar explicações sobre o caso. A notícia tomou tamanha proporção nacional que a empresa de moda onde Kathlen trabalhava veio à público se pronunciar.

Com uma nota publicada em suas redes, a empresa em questão prestou solidariedade à família da jovem assassinada e aproveitou a ocasião para divulgar um cupom de desconto com o nome de Kathlen para a realização de compras no site, com a mensagem de que “uma porcentagem no valor da compra seria revertida para instituições de caridade.”

Black Lives Matter, 2020.

O principal ponto desse texto é tentar deixar cada vez mais claro para que você leitor possa entender como a moda em si não possui um DNA ruim, pelo contrário… ela pode e deve ser utilizada como ferramenta essencial na luta contra governos e sistemas racistas, autoritários e detentores de poder. Mas é necessário frisar aqui também, como ela pode ser facilmente sequestrada por instituições e utilizada em prol de seu fortalecimento.

Cabe a nós ficarmos atentos para ver até que ponto a mudança e apoio às causas minoritárias divulgada em campanhas publicitárias realmente acontecem no dia-a-dia dentro das empresas que levantam essas bandeiras. Antes de realizar a compra de qualquer roupa que transmita a mensagem de algo que defendemos e acreditamos, precisamos procurar tentar ao menos saber em que conta bancária o valor daquele produto chegará e quem assina o cheque final.

Ensinar sobre moda e desmistificar esse mercado considerado elitista, deveria ser a pauta mais importante atrelada à essa indústria. Quando compreendemos a força e importância da moda, ela passa a ser nossa melhor aliada.

Caíque Nucci
Jovem atuante no mercado de comunicação, Caíque Nucci começou sua trajetória no mercado de moda como modelo, participando de casting de desfiles para marcas e estilistas como LAB Fantasma e Fernando Conzendey, em eventos como Casa de Criadores e SPFW. E foi no backstage que encontrou sua verdadeira paixão. Formado em Design de Moda pela Escola Panamericana de Arte e Design, Fashion Marketing pela Belas Artes e com especialização em Marketing Digital pela EBAC – Escola Britânica de Artes Criativas, começou a estruturar sua carreira profissional dentro de assessorias de imprensa e agências de comunicação, na parte de produção de moda e jornalismo. Até aqui, carrega em seu portfólio o trabalho prestado para marcas como Converse, Levi’s, New Era, Luxottica, PUMA, Antonio Bernardo e Animale. Fascinado por desenvolvimento de marcas, pesquisa de tendências e comportamento, sempre em busca de inovação, Caíque também integra o grupo de três apresentadores do A Hora Delas Podcast, onde debatem sobre temas como moda, beleza, cultura e sociedade.

A magia da roda de jongo: uma saudade

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Roda de Jongo. Foto: Reprodução.

Por Obalera

“Eu vim saravá terra que piso. Eu vim saravá terra que piso”…“Meu galo macuco boa noite. Meu galo carijó bom dia”… “Nasci n’Angola. Angola que me criou. Eu sou neto de Moçambique, eu sou negro sim sinhô”

No repicar dos tambores do Jongo de Pinheiral, Jongo da Serrinha, Jongo do Quilombo São José, responsáveis pelos pontos que abrem esta gira de palavras, respectivamente, saúdo-as e por meio delas saúdo todas as comunidades jongueiras e as peço licença para conduzir esse texto-roda.

E lá se vão mais de um ano desde que a pandemia do covid-19 começou. Meses e meses sem “nossas aglomerações” pretas em forma de roda aqui pelo Rio de Janeiro. Aquelas que nos fazem sorrir e aquecem nossos corações.

Que saudade de ouvir, cantar, dançar, celebrar esses e tantos outros pontos de jongo. De sentir o pulsar do meu coração junto ao candongueiro, de tabiá no compasso do caxambu e girar-levitar junto as viradas do tambu. Saudade de me apaixonar por cada saia de chita que gira e com elas suas variedades de cores e flores. De escutar cada verso de jongo e me fazer viajar pelas nossas histórias, memórias contadas muitas vezes por meio de uma linguagem cifrada. Sabedoria trazida por nosso povo de além-mar e transmitida de geração em geração.

E os encontros, os abraços, beijos, sorrisos com as pessoas que se gosta?! Muitas delas só são vistas no dia da roda. Porém, sentidas e vividas com tamanha intensidade. Alegria indescritível, eu diria. E aquele brilho nos olhos ao ver a irmã ou irmão chegando na roda enquanto se está com o “machado” (tá puxando um ponto), aquela/e que a gente não vê um tempão. Dependendo da ocasião, canta logo, por exemplo, um ponto do Quilombo São José: “se eu soubesse que cê vinha eu mandava te esperar. Mandava amarrar canoa no laço verde do mar”. Ou então, se tá na roda respondendo o canto e batendo palma, na primeira oportunidade chama-a para dar aquelas umbigadas dentro da roda.

Saudade de tocar os tambores do jongo e vibrar com o diálogo singular entre o candongueiro, caxambu e tambu. Cada um cumprindo sua missão. Candongueiro batendo como um coração da roda que, como dizem os antigos, vai “buscar quem mora longe”; o caxambu impulsionando nosso balançar, o nosso gingado. E o que falar sobre o grandioso tambu, o mais grave dos tambores, fazedor dos floreios, viradas e improvisos.

Mas, de todos eles, falta sinto mesmo é de tocar e ser tocado pelo candongueiro. É espiritual, lugar de introspecção, conexão ancestral. A cada tocar com as minhas mãos o coro desse tambor, sinto um pulsar melodioso de um grande coração que se faz imensidão por se constituir através da junção de cada pessoa-coração entregue no bater de uma palma, cantar, tocar e dançar. 

Roda micro-cosmo da Existência, onde todas as partes – divindades, ancestrais, elementos da natureza, pessoas e animais – se fazem presentes manifestando sua função. Não se trata de religião, mas a expressão de um modo de viver, sentir, pensar que só se faz em interconexão. Não manifestação de uma cosmovisão simplificadora da vida, mas a corporificação de uma “cosmosensação”. Lugar de reconexão com nossas práticas e valores ancestrais. Antiguidade, palavra, espiritualidade, musicalidade, circularidade, ancestralidade, comunidade… tá tudo lá, atravessando a todas/os que se permitem verdadeiramente sentir-vivenciar. 

Recordo das histórias de jongueiros que falam do pé de bananeira que é plantado durante uma roda e que cresce e alimenta a todos. Ou então das pessoas que se perdem no caminho de volta para casa por causa de um ponto que não foi desatado, ou mesmo de pessoas que são curadas de uma enfermidade dentro da roda. Histórias contadas e recontadas e tantas outras vividas a cada roda de jongo iniciada. Descrições de sabedorias e conhecimentos ancestrais.

Além dessas memórias, é bom se contar também as histórias de mulheres e homens que deixam de negar seus cabelos, sua pele, suas histórias e as assumem com orgulho e altivez. A cada roda, pessoas vão retomando sua autoestima e dignidade negra sequestrada pela violência do racismo. A roda também é essa magia! A cada cantar um turbante é colocado, a cada tocar um crespo é valorizado, a cada dançar sorrisos de autoamor são escancarados e celebrados. É o poder político de nossas tradições, é a magia jongueira atuando em nossos corações.

Antes de cantar os pontos de despedida, é preciso se dizer sobre a saudade daquelas conversas regadas a cerveja, cachaça e licor fora da roda. Momento de saber das novidades, de fofocar, de xavecar o encanto visto na roda, de fazer novas amizades e de matar ainda mais a saudade dos já amigos/as. E, sobretudo, de gargalhar a vida ao lado de quem se gosta. Afetos experienciados, curtidos, cultivados e conquistados.

“Vou caminhar que o mundo gira. Gira meu mundo” (Jongo da Serrinha).

Assim, vou me despedindo dessa “roda de palavras”, mas não sem antes saudar e pedir a benção de Vovó Maria Joana Rezadeira, Mestre Darcy do Jongo, Tia Maria do Jongo, Tio Mané, Mestre Cabiúna e a todos ancestrais jongueiros. E pedir para que, tão logo estejamos todas/os vacinadas/os, a gente possa fazer nossas rodas de jongo pela cidade e assim, (re)encantar as ruas com a magia das rodas de jongo. Machado!

Obalera é Homem negro de Candomblé. Cientista social pela PUC-RIO e mestrando de Filosofia na UFRRJ. Pesquisador-ativista na área de relações raciais, escritor e poeta. Educador e brincante da Companhia de Aruanda

Livro infantil conta história da criação do mundo a partir de jornada dos orixás

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Imagem: Marcone Silva.

Publicação adota linguagem lúdica para refletir sobre a preservação da cultura ancestral e a proteção da natureza, atendendo ao currículo da educação básica sobre o ensino da cultura negra

O livro infantil “Òrun Àiyé: A Criação do Mundo”, escrito pela cineasta baiana Jamile Coelho, incorpora narrativa lúdica da mitologia iorubá sobre as origens humanas, a partir da jornada dos Orixás. A narrativa transita pela preservação da cultura afro-brasileira e o respeito aos mais velhos e a natureza, atendendo à proposta curricular sobre o ensino da cultura negra na educação básica do país. A obra está em pré-venda na plataforma Catarse.

A história tem início no Òrun, plano espiritual onde vive Olorum, o senhor de todas as coisas. Ele confere ao filho Obatalá a missão de criar o mundo, o Àiyé. Mas é Odùdùa que espalha a magia do saco da criação, criando a terra, diante da desobediência do irmão. A história é contada a partir da interação dos irmãos Antônio e Beth com o Vovô Jaime, enaltecendo a tradição africanista do saber transmitido entre gerações pela oralidade. O livro de 40 páginas tem ilustrações do artista visual Marcone Silva e contracapa do antropólogo baiano Vilson Caetano.

Na cultura africana, as pessoas mais velhas são elevadas a bibliotecas do pensamento ancestral. Quando um griô, o contador de histórias, parte para o mundo espiritual, essa memória é perdida. Mas quando homenageada, essa herança, que já virou anciã, vem à tona. Por isso, a publicação reverencia a importância de Jaime Sodré, professor e historiador baiano falecido em 2020, referência na preservação e na divulgação dos estudos africanos na Bahia.

O ebook, disponível para leitura em agosto, custa R$ 20 e o exemplar físico, com entrega em setembro, é R$ 49 mais frete. Há outros valores disponíveis, com opções de brindes. O livro é inspirado em animação homônima, codirigida por Jamile Coelho e Cintia Maria, pela Estandarte Produções. Recordista de visualizações da plataforma Itaú Cultural Play, o filme é narrado e tem trilha sonora do músico Carlinhos Brown, ganhou mais de 25 prêmios erodou mais de 100 festivais em 25 países e 22 estados brasileiros.

Veja o teaser:

FICHA TÉCNICA:

Título: Òrun Àiyé

Subtítulo: A Criação do Mundo

Autora: Jamile Coelho

Editora: Emôrio

Tamanho: 23 x 19cm

Páginas: 40

Preço sugerido: R$ 20 (ebook) e R$ 49 (livro físico)

Compra: catarse.me/orunaiyelivro

Classificação indicativa: 6 anos 

Família Preta: manutenção de nossas vidas

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Pintura: "Redenção de Cam" do artista espanhol Modesto Brocos

Por Jonathan Raymundo

É preciso compreender o racismo como um sistema de dominação GLOBAL que visa a exploração ou o descarte das raças tidas como inferiores para a manutenção e elevação das condições materiais, simbólicas, psicológicas e sociais dos racistas. Portanto, um elemento fundamental é a economia.

Foi a partir da escravização que os Europeus conseguiram acumular riqueza e produzir os avanços tecnológicos das duas Revoluções Industriais e desenvolver suas armas automáticas com as quais conseguiram adentrar no interior da Africa e hoje são capazes de destruir o PLANETA apertando botões.

O dourado que foram buscar em África não foi o sol e nem seus olhos cor de mel irmão e irmã, mas o ouro, a força de trabalho, a inteligência, etc. Não é porque você é bonito ou feio, mas porque você possui algo que é preciso roubar e que sem a qual eles não conseguem se desenvolver e nem garantir as suas famílias a reprodução tranquila das suas características genéticas. Pois quando conseguirem sobreviver sem nós, seremos descartados até o final.

Faça uma lista de quantos povos africanos e indígenas já não existem mais e depois responda pra si mesmo se é exagero. Racismo é sobre SOBREVIVÊNCIA GENÉTICA. É nesse sentido que eu proponho o debate sobre a família preta. Eu não tô falando de ilusão liberal individualista, não tô falando sobre o amor romântico, menos ainda sobre a solução dos seus ou meus problemas emocionais, muito menos sobre slogans ao modo “meu corpo, minhas regras” levado a frente pelo feminismo, e sim, sobre a manutenção genética de nossa gente no Planeta.

Tô falando sobre produção de riqueza, herança, manutenção de valores civilizatórios, de PODER e sobretudo sobre SOBREVIVÊNCIA. Essas questões no território que mais mata jovens negros do Planeta, que é o segundo que mais aprisiona, que mantém ainda a raça preta em condições materiais de miséria são mais que fundamentais, são emergenciais e se não entendem isso, não compreenderam nada sobre a História de dominação dos povos e sobre o conceito de Necropolitica.

Basta uma crise na economia que o nossa gente volta a comer carcaça. Diante dessa emergência e desse caráter objetivo da família preta e dos bebês pretos qualquer filosofia ou pensamento que se desdobra na desunião estratégica (não tô nem dizendo romântica) do nosso povo é COLONIZAÇÃO. Irmã e Irmão se certa ideologia faz você não olhar e enxergar a dignidade no seu semelhante é COLONIZAÇÃO, é desgraça, é necropolitica, compõe a totalidade sistêmica do racismo.

Infelizmente, a maioria das discussões sobre amor e sobre família preta nas redes sociais não pode ser levada a sério, porque: Primeiro, fala a partir de imaginação. O fato é que 75% dos casamentos são entre pessoas da mesma raça. Segundo, fala a partir de uma análise liberal romântica branca e burguesa que não percebe GLOBALMENTE a realidade e reduz o todo ao seu umbigo.

Encarceramento em massa, empobrecimento, deseducação, assassinato, falta de seguridade alimentar, suicídio, auto ódio, patriarcado, colonização, desestruturação familiar por N ataques, todos dados que precisam ser racializados e entendidos à luz da História de dominação racial e a pessoa começa a frase com o: “Eu passei por….”

É cilada bino. Não é sobre eu. É sobre nós. É sobre o futuro de nossa gente no planeta! Enquanto você tá aí, eles já tão indo colonizar Marte e vão te deixar pra trás tá?

‘O Voo’: Tensão constante e um dos personagens mais complexos de Denzel Washington

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Muito comum que a presença de Denzel Washington cause uma simpatia instantânea por seus personagens. Mesmo em tipos malandros como seu policial de ‘Dia de Treinamento’, há algo que faz com que haja um esforço em estar no lugar dos papéis interpretados pelo ator. Em “O Voo” (2012) o ator compõe uma de suas figuras mais complexas dentro da extensa cinematografia que construiu e oferece simpatia e antipatia em uma receita de complexidade que só um ator desse calibre poderia defender sem esbarrar na canastrice.

Flight' Stars Denzel Washington as an Alcoholic Pilot - The New York Times
Imagem: Reprodução

O piloto Whisp Whitaker consegue salvar a aeronave e a maioria de seus passageiros, tornando-se um herói para a imprensa, mas a morte de seis dos ocupantes faz com que a Administração Federal de Aviação aprofunde as investigações até encontrar evidências de abuso de álcool e drogas por parte do piloto antes de assumir o avião. 

Whitaker é um homem que vive no limite, entre a fuga da realidade promovida pelas bebidas e os conflitos com filho e ex-esposa, o acidente faz com que decida por mudar os rumos de sua vida. Na face cansada de Washington se vê a história de um homem que sabe o que é o certo a se fazer, mas está preso dentro de circunstâncias que fogem ao controle.

É incrível como mesmo que saibamos quando Whitaker conta uma mentira, a convicção de Washington em tela faz com que a gente esqueça desse detalhe (como quanto ele tenta convencer outros e a si mesmo que o álcool e a cocaína não teriam interferência na sua capacidade de pilotar um avião).

O filme dirigido por Robert Zemeckis (‘Forrest Gump’) tece críticas às companhias aéreas, sindicatos, indústria farmacêutica e esconde no cinismo de seu protagonista uma certa amargura com relação aos supostos desígnios divinos. Na sequência incrível do acidente o avião destrói parte de uma igreja e acaba em um cemitério, numa alegoria que perpassa a existência do anti-herói do longa.

Is Denzel's Upside-Down Flying Trick Plausible? | Daily Planet | Air &  Space Magazine
Imagem: Divulgação

Com uma trilha sonora recheada de clássicos do rock que ajudam a dar cor ao que se passa em tela, “O Voo” mantém um nível de tensão sempre no alto, alimentando um suspense imprevisível, difícil de desvendar. Desde o início mostrando cena de sexo e uso de drogas emendando com a cena da queda da aeronave, não há tempo para respirar e não por causa de reviravoltas fajutas, o que torna a experiência no mínimo instigante.

Ao redor do personagem temos as boas participações de John Goodman como um traficante de plantão e a dependente química interpretada por Kelly Reilly. Essa última acaba por se tornar um ponto de identificação e possível redenção para o piloto interpretado por Washington, mas o que será maior? A paixão entre os dois ou vício?

Outro destaque é a interação de Washington com o advogado áspero interpretado por Don Cheadle, que rende alguns dos melhores diálogos do filme.

“O Voo” traz Denzel Washington em um de seus personagens mais complexos. Zemeckis traz em seu filme um estudo de personagem fascinante, onde o heroísmo e anti-heroísmo moram em zonas cinzentas, difíceis de identificar. Experiência total que compensa o trecho final um pouco piegas.

O filme foi indicado (merecidamente) ao Oscar nas categorias de Melhor Ator e Melhor Roteiro original.

Disponível na Netflix.

Casa Sueli Carneiro abre inscrições para o curso “Fazedoras de Memórias Negras”

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A Casa Sueli Carneiro abre inscrições para o curso “Fazedoras de Memórias Negras”. Totalmente gratuito, a formação é uma parceria com a Fundação Rosa Luxemburgo e tem como objetivo apoiar pessoas e instituições que têm a intenção de organizar e disseminar a memória negra

Imagem: Instagram/ Casa Sueli Carneiro

O curso será ministrado de forma remota  por doze especialistas de diferentes áreas do conhecimento, como Leda Maria Martins e Tiganá Santana, com início  na tarde de 9 de agosto. A carga horária total é de 40 horas, divididas em  4 módulos de 10 horas cada um. Gabriela Leandro Pereira – Gaia e Bianca Santana participarão de todos os encontros como facilitadoras. Quem tiver interesse em participar,  pode se inscrever por meio de formulário até 03 de agosto.

Sobre os módulos:

Módulo 1: Temporalidades, história e memória 

Além da cronologia ocidental, cosmogonias afro-brasileiras têm diferentes e complexas percepções do tempo. O cosmograma bakongo, por exemplo, sistematiza temporalidades cíclicas a partir da ideia de kalunga. Tais acepções do tempo serão apresentadas em diálogo com o tempo histórico e as teorias de construção e disseminação de memória.

Aulas com:Ana Flávia Magalhães, José Eduardo Ferreira dos Santos, Tiganá Santana, 

Módulo 2: Arquivos – organização e pesquisa

Documentos escritos, fotografias, recortes de jornal, objetos, livros podem ser organizados e catalogados de forma intencional como arquivos públicos. A organização de acervos será um tema do módulo, bem como a pesquisa em acervos já organizados. 

Aulas com: Maria Aparecida Moura, Martha Rosa Queiroz, Jean Camoleze

Módulo 3: Corpo e oralidade

Povos e culturas tradicionais registram e disseminam memória por meio da oralidade e de práticas corporais como a dança e o canto. Nas famílias, vizinhanças, casas e santo e práticas culturais há memória negra a ser percebida e registrada.

Aulas com: Leda Maria Martins, Uã Flor Do Nascimento, Fabiana Cozza 

Módulo 4: Território e narrativa

A forma como os lugares são ocupados, formatados, constituídos carrega a memória. Algumas vezes valorizada e tantas vezes apagada, a memória negra pode ser percebida em marcas nos territórios. Na contemporaneidade, há diversas narrativas de memória que retomam informações guardadas no espaço físico.

Aulas com:Alex Ratts, Gabriela Leandro (Gaia), Dinha

Para saber mais, acesse as redes sociais da Casa Sueli Carneiro.

Gravando a novela “Quanto mais vida melhor”, Mariana Nunes estreia dois filmes nos cinemas

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Foto: Fernanda Cândido.

Com 17 longas-metragens no currículo, a atriz estreia nos cinemas e no Festival dia 05 de agosto como Claudina, a esposa do protagonista Dr. Luiz Gama, no filme histórico “Doutor Gama”, de Jefferson De. Em seguida, poderá ser vista no contemporâneo “A morte habita a noite”, longa-metragem de Eduardo Morotó. Em paralelo, segue nas gravações de “Quanto mais vida melhor”, a próxima novela das 19h da TV Globo, onde interpreta a cirurgiã cardíaca e cardiologista pediátrica Joana, braço direito do vaidoso Dr. Guilherme (Mateus Solano), dono da Clínica Monteiro Bragança, por quem nutre uma paixão secreta.

“Eu comemorei muito a personagem Claudina Fortunata Sampaio no filme ‘Doutor Gama’! É a primeira vez que, em uma obra de época, interpreto uma personagem não escravizada. Claudina viveu antes de 1888, já nasceu livre, se casa com Luiz Gama, um dos maiores líderes abolicionistas do Brasil, e com ele tem um filho, Benedito. Gama frequentou o curso de Direito do Largo do São Francisco como ouvinte, pois era negro e não poderia estudar como aluno. Usando seus conhecimentos como advogado, conseguiu libertar mais de 500 pessoas escravizadas antes mesmo da abolição ser oficializada”, rememora.

Após ser lançado no 49º Festival Internacional de Cinema de Rotterdam e na 30º edição do Cine Ceará (ambos em 2020), “A morte habita a noite” também é atração do Festival do Rio. No filme, a brasiliense de 40 anos vive Lígia, esposa do protagonista Raul. A personagem é uma mulher decidida, que abandona sua carreira em uma loja de seguros e vai viver com o antigo cliente. Diante da escassez do casamento ela se vê infeliz e prestes a escolher um novo caminho para sua vida.

“As personagens Lígia e Joana se aproximam de alguma forma porque são mulheres que, independente de terem ou não uma relação conjugal, querem seguir suas vidas, seus desejos. Diferente de Claudina, que vive o conflito de querer proteger sua família ameaçada pelos inimigos e, ao mesmo tempo, apoia a causa do esposo, que também é sua causa. Embora tenham origens diferentes, já que Claudina nasceu livre, ela é ativa junto a Gama para libertar os demais negros escravizados”, pondera Mariana sobre as três personagens atuais.

Aos 26 anos de carreira, a atriz ainda aguarda para este ano a estreia de outros dois longas-metragens dos quais participou – “Um dia qualquer”, dirigido por Pedro Von Kruger, e “Pureza”, de Renato BarbieriMariana esteve recentemente em trabalhos de destaque na TV e no cinema. No especial “Falas Negras”, da TV Globo, deu corpo e voz à professora, socióloga e uma das fundadoras do MNU (Movimento Negro Unificado) Lélia Gonzalez; esteve na novela “Amor de Mãe” como Rita, a mãe biológica de Camila (personagem de Jéssica Ellen) e no longa-metragem “M8 – Quando a morte socorre a vida”, de Jeferson De, interpretou Cida, a mãe solo de um aluno cotista de medicina.

Ao longo de sua trajetória, a camaleônica Mariana já fez três filmes internacionais – “Zama” (Argentina), “Pelé, the birth of the legend” (EUA) e “São Jorge” (Portugal) – e conquistou cinco prêmios no cinema: no Festival do Recife (2009) e no III Anápolis Festival de Cinema (2013), faturou o prêmio de Atriz Coadjuvante em “O Homem Mau Dorme Bem”; no Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe (2012), levou o de Melhor Atriz por “Febre do Rato”; e pelo filme “Blaxploitation: A Rainha Negra”, foi premiada Melhor Atriz no Festival de Audiovisual de Belém (2014) e na 14ª Mostra ABD Cine Goiás – 18º FICA (2016).

Google oferece vagas de estágio para estudantes negros em SP e MG

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Foto: Shutterstock

Programa busca aumentar a representatividade de pessoas negras na companhia e não exige fluência em inglês

O Google anunciou, nesta sexta-feira (30), a abertura das inscrições para a 2ª edição do Next Step, programa de estágio que busca aumentar a representatividade de pessoas negras entre os talentos da companhia. Lançado em 2019, o programa foi ampliado: agora, além de buscar por talentos na Grande São Paulo, também selecionará estagiários para atuar no Centro de Engenharia do Google em Belo Horizonte.

Neste ano, as vagas serão divididas nas áreas de Negócios e Engenharia de Software. A área de Negócios selecionará estagiários para atuarem no escritório da empresa em São Paulo e irá incluir diversas equipes, incluindo vendas, marketing, suporte e soluções para clientes, finanças, jurídico, entre outras.

O estagiário será alocado em uma equipe, mas poderá participar de projetos envolvendo outras áreas ao longo do programa. Poderão se inscrever estudantes de graduação de qualquer área, contanto que tenham formatura prevista entre março de 2024 e junho de 2024. Assim como na primeira edição do programa, não será exigido conhecimento de inglês e os estagiários receberão aulas do idioma custeadas pela empresa.

Já as vagas do programa de Engenharia de Software serão oferecidas no escritório do Google em Belo Horizonte. Neste caso, serão considerados estudantes matriculados em cursos de graduação relacionados às áreas de tecnologia, como Ciência da Computação, Engenharia da Computação, entre outros, com previsão de término para o período entre março de 2024 e junho de 2024. Para participar, é preciso ter noções básicas de alguma linguagem de programação, como: C, C ++, Java, JavaScript ou Python, assim como inglês básico para programar.

Os estudantes precisam ter disponibilidade para residir nas cidades onde estão localizados os escritórios do Google: São Paulo, para as vagas de Negócios, e Belo Horizonte, para as de Engenharia de Software.

“Investir em equidade racial no mercado de trabalho é urgente e deve ser responsabilidade de todas as organizações. O Next Step é uma das iniciativas que fazem parte do comprometimento global do Google em aumentar a representatividade de grupos historicamente sub-representados na nossa força de trabalho e criar um senso de pertencimento para todos”, destaca Flávia Garcia, head de Diversidade, Equidade e Igualdade do Google para América Latina e Canadá.

A gerente do Programa de Estágio, Lia Romano, conta que a experiência bem sucedida da primeira turma mostra que o programa vem conseguindo atingir o seu objetivo. “O Next Step surgiu como um projeto-piloto do Google Brasil, criado com o objetivo de refletir melhor a rica diversidade do país na força de trabalho da empresa. Dois anos depois, estamos felizes em anunciar a continuidade do programa com o lançamento da segunda turma em São Paulo e as novas vagas em Belo Horizonte”, afirma Lia.

Berthier Ribeiro-Neto, diretor do Centro de Engenharia do Google na América Latina, considera a inclusão das vagas de Engenharia de Software no programa um passo importante para derrubar barreiras de acesso ao mercado de tecnologia. “Sabemos que há uma sub-representação histórica de pessoas negras na área de Engenharia de Software e queremos que essa realidade mude. Por isso, também vamos contar no nosso Centro de Engenharia em Belo Horizonte com uma estrutura que ofereça as ferramentas necessárias para que os estagiários se desenvolvam e consigam construir e gerenciar suas carreiras no mercado de tecnologia”, diz o executivo. “Acreditamos que promover a representação racial é também o caminho que nos levará a criar produtos melhores e mais diversos”, completa.

Veja como funcionará o processo seletivo do Next Step 2021

Na primeira etapa, será feita uma seleção de perfil com base nos pré-requisitos do programa. Em seguida, os candidatos serão convidados para eventos informativos e focados em desenvolvimento, que, nesta edição, acontecerá virtualmente devido às restrições causadas pela pandemia. Nesta etapa, os estudantes serão apresentados à Cultura Google, conhecerão o dia a dia da empresa e terão mais detalhes sobre os atributos avaliados durante as entrevistas. Os candidatos selecionados após a revisão do formulário e currículo também poderão passar por uma simulação de entrevista com colaboradores do Google com o objetivo de prepará-los para a etapa final de entrevistas com as equipes.

Para as vagas de Negócios, na sede da capital paulista, as inscrições já estão abertas por meio da consultoria externa Empodera e devem ser feitas até dia 30 de agosto (inscrições neste link). Em Belo Horizonte, para as vagas de Engenharia de Software, a abertura do processo está prevista para o início de setembro, através da plataforma Olabi.
Mais informações no post sobre o programa no blog do Google Brasil.

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