Além deFernanda Torres, a atriz Zoe Saldaña também fez história ao receber o primeiro Globo de Ouro da carreira. A atriz, que interpretou a personagem Rita Mora Castro, no filme “Emilia Pérez” venceu a premiação na categoria “Melhor Atriz Coadjuvante” e fez um discurso emocionado: “Meu coração está cheio de gratidão”, afirmou.
A atriz não conteve as lágrimas durante seu discurso no Globo de Ouro 2025, destacando: “Meu Deus. Sei que não tenho muito tempo, e tenho dislexia, então tendo a esquecer quando estou realmente ansiosa, e estou cheia de adrenalina, mas meu coração está cheio de gratidão. Muito obrigada ao Globo de Ouro por celebrar nosso filme e homenagear as mulheres de Emilia Pérez . Muito obrigada”.
Zoe Saldña celebra primeiro Globo de Ouro – Foto: Getty Images
Ela também celebrou os colegas de elenco, incluindo Selena Gomez, que concorria na mesma categoria: “Esta é a primeira vez para mim, e estou tão abençoada por estar compartilhando este momento com Selena [Gomez] e Karla [Sofía Gascón] e Jacques [Audiard] e todos os meus colegas indicados. Estou impressionada com vocês, sua força, sua complexidade, seu talento inegável. Sei que é uma competição, mas tudo o que testemunhei foi apenas nós aparecendo um para o outro e celebrando um ao outro, e é tão lindo”, afirmou.
Emilia Pérez foi o filme que recebeu o maior número de indicações, somando 10. O filme venceu em categorias como melhor filme e filme em língua não inglesa e melhor canção original.
O cinema brasileiro começou 2025 com motivos para comemorar. No palco da cerimônia do Globo de Ouro, Viola Davis anunciou o prêmio de “Melhor Atriz em Filme de Drama” para a brasileira Fernanda Torres.
Antes de anunciar o nome de Torres, Viola Davis afirmou que as atrizes que concorriam na categoria eram “forças da natureza”: “É uma grande honra e privilégio estar aqui (…). E celebrar o talento excepcional das mulheres indicadas à atriz em filme de Drama. Não há dúvidas de que todas vocês nos deram atuações estelares. No entanto o que me vem a mente é a palavra icônicas. Nicole, Pamela, Fernanda, Angelina, Tilda e Kate. Continuo impressionada com seu brilhantismo e como se redefinem na tela. Vocês não são apenas atrizes, são forças da natureza moldando a história do cinema”.
Ao receber o prêmio por interpretar Eunice Paiva no longa “Ainda Estou Aqui”, Fernanda Torres lembrou a vitória da mãe, Fernanda Montenegro, em 1999, por seu personagem em “Central do Brasil”: “Quero dedicar esse prêmio à minha mãe. Vocês não têm ideia… Ela estava aqui há 25 anos. Isso é uma prova de que a arte pode permanecer na vida das pessoas, mesmo em momentos difíceis, como os que Eunice Paiva viveu.”
Zoe Saldaña foi a única atriz negra a vencer em uma categoria na premiação. A atriz venceu na categoria de “Melhor Atriz Coadjuvante em Filme” pela atuação no longa “Emília Pérez”, que também foi reconhecido como “Melhor Filme Musical ou Comédia” e “Melhor Filme em idioma não inglês”.
Logo de largada, este texto vem com uma dica para nortear todos os profissionais pretos em 2025, não importa seu cargo ou a sua empresa: nosso valor é intrínseco e inegociável, independentemente de quem tente invisibilizá-lo. Tenha esta frase sempre próximo de você e quando bater aquele sentimento de dúvida, aquela pulga atrás da orelha que o racismo estrutural do dia a dia sabe muito bem como colocar, volte e releia esta dica e se reconecte com você mesmo. Vai por mim comunidade, porque para 2025 será necessário.
Embora a evolução para tempos modernos do racismo estrutural insista em usar nossas mentes para nos diminuir, precisamos urgentemente ressignificar nossas narrativas. “Seu valor não diminui com base na incapacidade de alguém em reconhecer o seu valor.” (autor desconhecido). Esta frase dialoga justamente sobre como, de 2020 para cá, a construção das nossas narrativas sofreu com perspectivas alteradas, de forma drástica, pela temeridade de pessoas não negras se sentirem obrigadas a abrirem mão de seus privilégios e pactos em detrimento do que agora chamamos de anti-woke mas que até 2024 nomeamos como zona de conforto de pessoas aliadas.
Nós nos adaptamos a esta zona de conforto no ambiente corporativo, porque finalmente a terra prometida de estratégias inclusivas para além de discursos e adoções de ações antirracistas concretas se tornavam tangíveis para alguns dos nossos. Recursos, liderança e oportunidades reais foram colocados à nossa disposição como se finalmente o espaço necessário para mostrar nossa força, nossa criatividade e a imensa contribuição que trazemos para a empresa seria finalmente valorizada.
E durante um tempo isso ocorreu e, infelizmente, somente para alguns de nós e não para o coletivo. A síndrome do preto único se tornou estratégia de sobrevivência corporativa para estes alguns, normalizando esta zona de conforto que só o privilégio da branquitude pode vivenciar, apoiando de forma silenciosa uma das únicas coisas que os racistas estruturais sabem que podem “machucar” de verdade um profissional preto: a nossa segurança psicológica.
Cuidar da nossa segurança psicológica é fundamental. A pressão diária, as microagressões e o constante questionamento sobre nossas competências nos desgastam, nos machucam e já temos casos de que nos mataram. A chibata moderna é virtual, usa IA e algoritmos, é silenciosa,tem suas próprias estratégias e não bate mais no lombo e sim na nossa alma. Precisamos construir pontes entre nós, criando redes de apoio e espaços de celebração. Em tempos de crise, aprendemos com os nossos antepassados que a nossa união é um ato estratégico e necessário para nos reorganizamos e reconectarmos com a nossa essência de resistência. Não importa se você nomear esta reconexão como aquilombamento, Wakanda, pretos e pretas de um segmento de mercado específico, somente se reconecte com os nossos aos quais você tem afinidade. E se a sua primeira tentativa de conexão não houver sucesso, sim, porque pessoas pretas podem servir muito bem como massa de manopla para o sistema, recalcule rota e se conecte novamente. Um dos principais grupos que você deve se conectar são os seus afetos próximos.
A celebração de nossas vitórias é também um manifesto. Estamos conscientes de nossas dores, mas é imprescindível que nos reconheçamos para além delas. A resistência é importante, mas a celebração nos humaniza e fortalece. Que nossas histórias de sucesso ecoem e que sejamos, cada vez mais, inspiração para futuras gerações. 2025 promete e será o ano em que o campo estará minado e assim como 2024 nosso pensamento é de nos jogar daqui (corporativo), mas também será o ano que precisaremos, de forma coletiva, revistar nossos acordos pessoais para juntos, encontramos para cada uma das nossas verdades corporativas a nossa fórmula mágica da paz.
O ano de 2024 foi marcado por um período rico de séries lançadas nos streamings que exaltaram o protagonismo negro, trazendo histórias potentes, emocionantes e repletas de representatividade. Relembre dez produções selecionadas pelo Mundo Negro!
Detetive Alex Cross
Estrelada e produzida por Aldis Hodge, a primeira temporada da série baseada na franquia de livros do autor James Patterson foi lançada com oito episódios cheios de suspense, ação e um pouco de terror. Cross é um detetive capaz de investigar a mente dos assassinos e de suas vítimas para solucionar casos, compreende sua responsabilidade enquanto um policial negro na sociedade, mas que precisa administrar o seu trabalho enquanto lida com seus traumas e perseguições contra a sua família. Disponível no Prime Video.
Cidade de Deus: A Luta Não Para
Com seis episódios na primeira temporada, o reboot do clássico nacional tem como ponto de partida as memórias de Buscapé, dando continuidade a história de seus personagens icônicos. O enredo se passa no início dos anos 2000 e traz trechos do filme em flashbacks, para reconstrução de lembranças e memórias afetivas dos protagonistas. Além do retorno de Alexandre Rodrigues como Buscapé, o elenco também conta com o retorno de Edson Oliveira como Barbantinho, Roberta Rodrigues como Berenice e Sabrina Rosa como Cinthia. Disponível na Max.
Iwájú
Ambientada na cidade de Lagos, na Nigéria, ao longo de seis episódios, a animação acompanha a história de Tola, uma criança da ilha rica, e seu melhor amigo, Kole, um garoto autodidata em tecnologia, do continente. Juntos, eles descobrem os segredos e perigos em seus diferentes mundos divididos pela classe social e contarão com o apoio de Otin, um lagarto robótico com habilidades poderosas. Disponível no Disney+.
Arcanjo Renegado (3ª temporada)
A nova temporada traz Mikhael (Marcello Melo Jr.) mais destemido do que nunca. Após sair da equipe Arcanjo no final da 2ª temporada, ele embarca para o Pará, onde acompanha de perto como é viver em um assentamento, liderado por sua aliada, a irmã Emily (Chris Couto), sob constantes ameaças por produtores rurais. Enquanto no RJ, Sarah (Erika Januza) encara frustrações na rotina como policial, Ronaldo (Álamo Facó), agora com seu site de notícias, segue repercutindo ao denunciar esquemas que ligam o Bispo Cristóvão (Thelmo Fernandes) a uma série de crimes. Disponível no Globoplay.
Supacell
O drama segue um grupo de cinco pessoas que desenvolvem superpoderes de forma inesperada. Não têm nada em comum, exceto uma coisa: são todos negros do Sul de Londres. Cabe a um homem, Michael Lasaki (Tosin Cole), reuni-los para salvar a mulher que ama, Dionne (Adelayo Adedayo). O elenco também conta com Eddie Marsan, Nadine Mills, Eric Kofi-Abrefa, Calvin Demba, entre outros. Disponível na Netflix.
Toda Família Tem
A comédia protagonizada por Pedro Ottoni, acompanha o Pê, um jovem de 19 anos, que vê sua vida mudar quando retorna com a família para a casa da avó Geni no Rio de Janeiro, deixando para trás seu estilo de vida confortável. A série também é estrelada por Duda Pimenta, Gabriela Dias, Maíra Azevedo, Érico Brás, Solange Couto, entre outros. Disponível no Prime Video.
Abbott Elementary (3ª temporada)
Segundo as sinopses dos primeiros episódios da nova temporada, “é um novo ano na Abbott Elementary, e Janine (Quinta Brunson) está mais animada do que nunca. Ela planeja uma iniciativa em todo o distrito – Dia da Carreira – e está ansiosa para que seja um sucesso. Enquanto isso, Ava (Janelle James) tem uma nova abordagem para o seu trabalho, e Melissa (Lisa Ann Walter) recebe uma pergunta surpreendente”.Tyler James Williams, Sheryl Lee Ralph e William Stanford Davis também integram o elenco. Disponivel no Disney+.
Os Quatro da Candelária
Dirigida por Lomenha e Marcia Faria, a produção acompanha as 36 horas que antecedem a tragédia pelo ponto de vista de quatro crianças. Oriundos de lares desestruturados, esses jovens encontram nas ruas do Rio de Janeiro, e na companhia mútua, uma forma de tocar a vida e, quem sabe, alcançar seus sonhos e viver aventuras – até terem seus futuros interrompidos por uma chacina de repercussão mundial. Disponível na Netflix.
The Big Cigar
Estrelado por André Holland, a série mostra a vida de Huey P. Newton, co-fundador do Partido dos Panteras Negras. A produção conta como o líder conseguiu escapar para Cuba enquanto era perseguido pelo FBI, com a ajuda do produtor de Hollywood, Bert Schneider, para evitar um processo por assassinato. Disponível na Apple TV+.
Encantado’s (2ª temporada)
Na nova temporada, a trama vai mostrar o que acontece depois do desfile apoteótico de Encantado’s, que aconteceu na primeira temporada. No mercado, Maria Augusta (Evelyn Castro), influencer digital e mulher de Eraldo, salva o Encantado’s da falência e se auto proclama como gerente, sendo mais um problema para a cunhada. As relações familiares ganham diferentes camadas e as histórias dos personagens que vivem no entorno dos protagonistas são aprofundadas. Disponível na Globoplay.
Quando o relógio bate meia-noite no Brasil, o brinde tem que ser tão único quanto o nosso país. Com uma diversidade de climas e tradições gastronômicas que vão da farofa à lentilha, do tacacá ao bacalhau, harmonizar o vinho certo com os pratos da ceia de Réveillon é uma arte deliciosa. Neste texto, eu, que sou amante das surpresas à mesa, trago dicas de harmonizações que fogem do óbvio e prometem ser o destaque da sua festa de Ano Novo.
Espumantes: o clássico versátil
Nada grita “Réveillon” mais do que o estalo de uma rolha de espumante. Mas, em vez de se jogar no tradicional brut, que tal um espumante Nature? Com menor teor de açúcar, ele harmoniza maravilhosamente com pratos leves e refrescantes, como saladas tropicais e ceviches com manga e camarão.
Vinho Verde e o Réveillon: Um par incrível para Frutos do Mar
Um vinho muito querido pelos Brasileiros é o vinho verde de Portugal, com sua acidez vibrante e leve efervescência, é perfeito para entradas e frutos do mar grelhado ou com molhos cítricos.
Vinho Laranja: a estrela da ousadia
Sim, eles estão chegando com tudo e não poderiam faltar na sua ceia. Os vinhos laranja, feitos com uvas brancas vinificadas como tintos, têm corpo e estrutura para lidar com pratos mais complexos, pratos como comidas com dendê, porque sua acidez vibrante corta a gordura do óleo, enquanto os taninos limpam o paladar. Além disso, seus aromas complexos, muitas vezes, de frutas secas e especiarias complementam os sabores intensos do dendê, criando um equilíbrio perfeito entre a robustez do prato e a estrutura do vinho.
Rosés: o charme irreverente
Quer trazer cor à mesa? Os rosés são a resposta. Esqueça a ideia de que eles são leves demais: um rosé mais encorpado, feito de Grenache ou um rosé de Syrah da Serra Gaúcha são excelentes companhias para salpicão ou mesmo uma paella de frutos do mar.
Tintos leves
Um Pinot Noir chileno ou um jovem Tempranillo são ótimos para quem prefere tintos, já que são delicados e podem ser servidos ligeiramente gelados.
Doces & Borbulhas: Como Espumantes Transformam Sobremesas em Magia
A sobremesa também merece um toque de glamour. Pense em um Moscato d’Asti para acompanhar rabanadas ou um espumante doce como um bom Moscatel brasileiro para acompanhar tortas de frutas e mousse de limão. O contraste do açúcar natural do vinho com a acidez das frutas é de chorar de emoção (no bom sentido, claro!).
Dicas da Somm
No fim das contas, harmonizar é experimentar, ousar e se divertir. Afinal, o que seria do Réveillon sem a leveza de um brinde inesperado e a alegria de descobrir novos sabores com amigos e pessoas especiais? Independentemente de onde você esteja no Brasil, o vinho certo está ao alcance da sua taça.
Brinde à diversidade que o mundo dos vinhos oferece, ao sabor e, claro, a um 2025 cheio de descobertas! Saúde!
Fotos: Wilssa Esser/Divulgação; Divulgação/Paramount Pictures; Divulgação/Netflix; Divulgação/Paris Filmes; Renato Falcão; Glen Wilson/Netflix; e Laura Campanella
2024 foi mais um ano inspirador com lançamentos de filmes com representatividade negra nos streamings e nos cinemas. Para celebrar, o Mundo Negro selecionou nove dessas produções nacionais e internacionais, para indicar novamente a quem ainda não teve a oportunidade de assistir ou para relembrar as obras que marcaram o ano. Confira abaixo:
Shirley Para Presidente
Em um ano de eleição nos Estados Unidos com a Kama Harris como candidata à presidência, a Netflix lançou ‘Shirley Para Presidente’, estrelado por Regina King, que acompanha a história de Shirley Chisholm (1924 – 2005), a primeira congressista negra eleita no país, que também se tornou a primeira mulher negra a se candidatar para a presidência, pelo partido dos Democratas, em 1972.
A Festa de Léo
Estrelado por grandes talentos da comunidade vidigalense, o premiado filme narra a história de Rita (Sabrina Rosa), mãe dedicada que deseja dar para o filho Léo (Nego Ney) uma festa de aniversário pelos seus 12 anos. Porém, com a chegada da data, descobre que todo o dinheiro que havia juntado para a festa foi roubado por Dudu (Jonathan Haagensen), seu marido, para pagar uma dívida perigosa com os moradores locais. A trama gira em torno da corrida contra o tempo da busca de Rita por formas de conseguir o dinheiro para salvar a vida do pai de seu filho e poder comemorar com ele o aniversário. Disponível na Globoplay.
Um Tira da Pesada 4: Axel Foley
Após 30 anos desde que foi lançado ‘Um Tira da Pesada 3’, Eddie Murphy retorna no papel principal, para novas aventuras eletrizantes em Beverly Hills, depois que a vida de sua filha (Taylour Paige) é ameaçada. Os dois vão se unir a um novo parceiro, interpretado por Joseph Gordon-Levitt, além de antigos companheiros de Foley, Billy Rosewood (Judge Reinhold) e John Taggart (John Ashton) para acabar com uma conspiração. Disponível na Netflix.
Bandida: A Número Um
Em sua estreia no cinema, a atriz Maria Bomani interpreta Rebeca. Baseado em uma história real, aos nove anos, Rebeca foi vendida pela avó para pagar uma dívida de jogo. Trabalhando para o maior bicheiro da Rocinha, ela sobe na hierarquia do crime e se torna a primeira mulher a comandar o tráfico na favela. Disponível na Netflix.
Batalhão 6888
Inspirado em uma história real, o filme dirigido por Tyler Perry e estrelado por Kerry Washington, narra a trajetória do 6888º Batalhão do Diretório Postal Central, a única unidade composta exclusivamente por mulheres negras do Exército dos Estados Unidos enviada para fora do país durante a Segunda Guerra Mundial. Essas heroínas enfrentaram não apenas as dificuldades da guerra, mas também o racismo e o sexismo, desempenhando um papel vital ao processar milhões de correspondências para as tropas americanas. Disponível na Netflix.
Levante
O filme narra os desafios de Sofía, interpretada por Ayomi Domenica, uma jovem de 17 anos que, às vésperas de um campeonato de vôlei decisivo para seu futuro como atleta, descobre uma gravidez indesejada. Ao tentar interrompê-la de maneira clandestina, a adolescente se torna alvo de um grupo conservador decidido a detê-la a qualquer preço. Para resistir à violência dos fundamentalistas vigilantes, Sofía conta com uma importante rede de apoio, cujo grande pilar é seu time de vôlei, mas também conta com os cuidados da treinadora Sol (Grace Passô) e de seu pai, João (Rômulo Braga). Disponível na Telecine.
Piano de Família
Estrelado por Samuel L. Jackson e John David Washington, o filme acompanha a família Charles. No centro da discórdia, um valioso piano ameaça cortar os laços entre dois irmãos. De um lado da trincheira, está o irmão que tenciona vender o instrumento em prol da fortuna da família. Do outro lado, está a irmã que não olha a meios para conservar o último resquício do legado familiar. O tio deles tenta conciliar vontades opostas, mas não consegue manter os fantasmas do passado afastados. Disponível na Netflix.
O Auto da Compadecida 2
O clássico brasileiro revisita a dupla icônica Chicó e João Grilo, estrelado por Selton Mello e Matheus Nachtergaele, 25 anos depois da realização do primeiro filme. Nesta sequência, além de outros atores também retornarem ao elenco, Taís Araujo surge como a Compadecida, antes interpretada por Fernanda Montenegro, e Luis Miranda como Antônio do Amor, um novo personagem. A comédia está em exibição nos cinemas.
Gladiador 2
A sequência de Gladiador (2000) traz Denzel Washington como Macrinus, um traficante de armas influente e poderoso. Enquanto Paul Mescal assume o papel de Lucius Verus, antigo herdeiro do Império, e Pedro Pascal, Joseph Quinn, e outros se destacam no elenco, a presença de Denzel como Macrinus oferece uma nova dimensão ao universo de Gladiador. Em exibição nos cinemas.
1. Semana passada o STF libertou um homem negro de 65 anos acusado de tráfico de drogas pelo único fato de encontrar-se numa rua próxima de um ponto de tráfico.
2. Com ele não foram encontradas drogas, dinheiro, balanças, contatos de pessoas (eventuais usuários), nada! Ainda assim ele foi condenado a 7 anos e 6 meses de prisão em primeira instância, pelo Tribunal de Justiça de São Paulo e pelo STJ.
3. Nos Estados Unidos, em que o sistema de Justiça é muito mais transparente e fiscalizado pela opinião pública do que aqui, o lendário advogado Brian Stevenson estima que cerca de 10% dos negros condenados a morte são inocentes. Vale a pena assistir o filme “Luta por Justiça”.
4. No Brasil e suas meritocráticas “famílias de juízes”, “famílias de promotores”, nas quais parece que os “bebês branquinhos” nascem com compulsão genética para aprovação em concurso público, a pergunta é: qual o percentual de negros condenados, trucidados ou mortos no sistema ou em razão da passagem pelo sistema penitenciário pelo fato único de serem negros?
5. Por isso, é certo que o “Protocolo para Julgamento com Perspectiva Racial”, sobre o qual falamos na semana passada, não representa a solução final para o velho negacionismo dos efeitos do racismo na aplicação da lei.
6. A mudança sempre vem das lutas coletivas do Movimento Negro, hoje tão bem representado pela Coalização Negra por Direitos. Mas não tenhamos dúvidas de que o “Protocolo” traduz um valioso e potente instrumento de mudança e terá tanto mais êxito quanto mais for utilizado por advogados, defensores, delegados, promotores, vítimas, enfim, toda a população interessada.
7. Também as cotas raciais no acesso a concursos da magistratura, do ministério público, defensorias, etc, reivindicadas pelo Movimento Negro desde os anos 70 (ver por exemplo livro “Quilombismo, de Abdias do Nascimento), fortalecem o esforço por justiça racial.
8. Ainda falando sobre um importante fato ocorrido semana passada, foi aprovado pelo Senado o Marco Regulatório da Inteligência Artificial, disciplinando o reconhecimento facial, entre outras matérias.
9. Apesar de o projeto mencionar riscos de viés discriminatório e racista, o Povo Preto tem boas razões para acompanhar esse assunto com atenção e desconfiança. Num país com o histórico supremacista que acabamos de ilustrar, a formatação e alimentação do algoritmo dificilmente estará imune ao racismo.
10. Voltando aos julgamentos com perspectiva de racismo (não confundir com racial), sendo o autor deste artigo um opositor do engodo do racismo sem racista, sem intenção, o tal racismo estrutural, eu deveria nomear os responsáveis pela crueldade intencionalmente imposta ao jovem ou ao idoso negros. Por ora, vou omitir os nomes.
11. Vejamos se os julgadores ou a instituição se darão ao trabalho de vir a publico dizer o que está sendo feito concretamente para que esse tipo de prática vire coisa do passado.
O ano de 2025 está logo ali. Mas serei bem sincero: poucas coisas me fazem acreditar que, nesse ano, a situação da população negra e pobre será diferente do que temos presenciado. Algumas pessoas negras dirão que tivemos mudanças. Isso nem discuto. A vida em sociedade não é instável.
Essas pessoas negligenciam que a essência da hierarquia continua a mesma desde o período colonial. Aos olhos dos descendentes dos colonizadores ou sujeitos lidos, socialmente, como brancos, os negros e indígenas, são sub-humanos. Consequentemente, a visão supremacista impede que tenhamos os direitos básicos; e os privilégios usufruídos pelos brancos, tornou-se uma condição normal.
Estou cansado de ter o horizonte de vida limitado e ver a nossa população sofrendo. Isso causa exaustão em todos nós, negros. No entanto, cabe um adendo nesse meu pessimismo: minha descrença diz respeito apenas às ações do Estado e instituições responsáveis pela organização da sociedade brasileira. Quem acompanha os bastidores da política nacional sabe que a síntese da ação dos governos é a defesa das classes dominantes.
A esperança que tenho reside na crença de que melhores condições de vida surgirão da consciência coletiva das pessoas negras; dentre elas, o senso de irmandade, redes de apoio emocional, fomento de negócios próprios, promoção de uma educação focada nos valores africanos e afro-brasileiros, cooperação para produção cultural, conscientização política e organização de pautas para enfrentamento político.
É importante pontuarmos que esse trabalho não poderá deixar de excluir os negros que escolheram o lado do opressor. Aliado é aliado. Inimigo é inimigo. Pois, diante deste sistema, colocar-se como isento é apoiar a branquitude. No próximo ano, retomemos a prática dos nossos ancestrais para superarmos os obstáculos, lembremos das palavras de Makota Valdina “cada um de nós, negros, hoje é um Zumbi vivo. E o Zumbi do passado está a nos dizer: lutem, lutem e lutem.”
Em uma recente entrevista ao The Guardian, a cantora Liniker, compartilhou detalhes sobre sua trajetória musical e os desafios que enfrentou ao longo de sua carreira. Nascida em Araraquara, no interior de São Paulo, ela conquistou uma legião de fãs com seu álbum Caju, lançado em agosto de 2023. O disco, que foi um grande sucesso, alcançou 6 milhões de plays no Spotify em menos de 24 horas após o lançamento.
“É claro que é muito importante como artista usar os holofotes sobre você e o microfone em sua mão para se posicionar sobre muitas coisas”, pontuou ela sobre a importância de sua visibilidade para defender as comunidades negra e LGBTQIA+ no Brasil. Ao refletir a respeito de sua carreira e como sua identidade de gênero tem sido tratada pela mídia, a cantora destacou que, muitas vezes, sua música era colocada em segundo plano em entrevistas, com o foco sendo sua identidade trans e negra. “Foi realmente tedioso e cansativo. Teve até um momento… paramos de fazer entrevistas… Eu não queria que tudo fosse sobre meu gênero e que minha música fosse empurrada para segundo plano… como se, para defender minha música, eu primeiro tivesse que dizer como era ser uma travesti e uma mulher negra”, comentou.
Ao comentar sobre seu atual momento de carreira, Liniker destaca: “Pela primeira vez sinto meu trabalho em primeiro plano – então podemos falar sobre minha música sem ter que navegar pela questão de gênero para falar sobre minha função principal… que é minha profissão”, disse a cantora e compositora.
A artista que combina em sua música elementos de soul, samba, rock e R&B, e sua ascensão não se limitou apenas ao Brasil. Após lançar o álbum, ela iniciou uma turnê nacional com ingressos esgotados rapidamente, além de abrir o show de Lenny Kravitz no Allianz Parque, em São Paulo. Recentemente, Liniker também foi a grande vencedora do Prêmio Multishow, levando para casa quatro prêmios, consolidando ainda mais sua posição no cenário musical.
Em sua jornada internacional, Liniker se prepara para uma apresentação no Electric Ballroom, em Londres, no ano de 2025, onde deve realizar apresentações em outros países da Europa.
O show de intervalo de Beyoncé no NFL Christmas Gameday, realizado no último dia 25 de dezembro, não apenas impressionou os fãs, mas também foi amplamente elogiado pela crítica internacional. A performance, marcada pela grandiosidade e pela celebração cultural, foi um dos eventos mais comentados do Natal, consolidando-se como um marco na história da NFL e da cultura pop.
O Washington Times destacou a importância do show para a estreia da Netflix na transmissão de jogos da NFL, afirmando que “Beyoncé proporcionou mais emoção do que qualquer outro jogo durante a estreia da Netflix na NFL no dia de Natal”.
A produção, apelidada de “Beyoncé Bowl”, foi exaltada pelo The New York Times como “impressionante” e digna de uma pergunta instigante: “Quem, além dela, poderia realizar esse tipo de espetáculo?”. O jornal descreveu o evento como uma superprodução cinematográfica, com centenas de dançarinos e figurantes vestidos de branco deslumbrante, além de uma Beyoncé que se mostrou generosa, dividindo os holofotes com convidados e outros artistas.
Já o The Hollywood Reporter apontou que a apresentação “ajudou a NFL a solidificar outro momento dourado da cultura pop, transformando o show do intervalo no Dia de Natal em um espetáculo cobiçado, semelhante ao tão disputado show do intervalo do Super Bowl”.
Por sua vez, a Forbes trouxe um olhar mais profundo sobre os significados culturais do espetáculo, descrevendo a apresentação como “uma carta de amor em homenagem à sua cidade natal, à comunidade negra de Houston e ao legado dos cowboys negros”. O uso de um casaco felpudo branco e de uma roupa de rodeio repleta de brilhantes conectou Beyoncé à rica história cultural de Houston e ao papel histórico dos cowboys negros na formação da América.
Os visuais do show foram repletos de referências, incluindo carros customizados conhecidos como Swangas e elementos da cultura automotiva de Houston, além de coreografias que misturaram hip-hop com movimentos de dança de linha. Para a Forbes, o espetáculo foi uma “aula de história”, ao destacar o papel frequentemente ignorado dos cowboys negros nos Estados Unidos, cuja contribuição cultural foi fundamental, mas amplamente apagada dos registros históricos.
A revista concluiu que Beyoncé “usou sua plataforma e seu estrelato para destacar uma das muitas facetas do que significa ser negro na América”. A performance foi considerada “uma das mais culturalmente significativas de sua carreira”, misturando arte e ativismo ao celebrar a história dos cowboys negros e o legado da comunidade negra de Houston.
A participação de Blue Ivy, filha mais velha da diva pop também foi um assunto à parte. A menina de 12 anos mostrou seu talento dançando ao lado da mãe e dos dançarinos que se juntaram à performance de Natal.