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“Seja negro. O preto é lindo”: Queen Latifah se emociona ao ser homenageada no BET Awards

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Em uma noite recheada de grandes apresentações, um dos pontos altos do BET Awards 2021, realizado no último domingo (27) foi o discurso da multifacetada artista de Queen Latifah

Um vídeo apresentado pela MC Lyte trouxe nomes como Mary J. Blige, LL Cool J e Megan Thee Stallion deixaram palavras de carinho, falando da importância de Latifah para a cultura negra norte-americana. Após apresentação musical  feita por Rapsody, Monie Love, Lyte e Lil Kim, que fizeram rap de  sucessos da diva como  “Ladies First” e “U.N.I.T.Y”, a atriz e cantora subiu ao palco para receber o BET Awards Honorário pelo conjunto da obra (Lifetime Achievement Award) e fez um discurso homenageando as mulheres negras, aos pais e a outros rappers.

Queen Latifah Accepts Lifetime Achievement Award at 2021 BET Awards |  Billboard
Imagem: Reprodução

Segurando uma foto de sua falecida mãe, Queen, emocionada, agradeceu a Deus e a várias pessoas que a apoiaram durante a construção da carreira. “Eu queria nos celebrar porque sabemos que juntos somos mais fortes do que quando nos separamos”, disse, direcionando-se aos colegas de rap. “Eu só quero agradecer a Deus por permitir que eu trilhasse essa jornada. Eu jamais teria tido os pais que eu tive,meu pai, minha mãe. Minha mãe vive muito em mim ainda (…) muitas vezes quando eu estava no buraco vocês estavam comigo. Agradeço ao BET por criar um espaço para celebrar nossa beleza e nossa negritude (..) vamos ser pretas, vamos encorajar a beleza negra. Eu fui criada por uma mulher preta forte e pelo meu pai, um homem que ama as mulheres pretas”, agradeceu a diva.

Queen Latifah concluiu sua fala com um grito após apontar para Eboni, parceiro de longa data em sua carreira. “Seja negro. O preto é lindo”, concluiu emocionada.

Em novo single, Babu Santana fala de racismo, pandemia e critica Bolsonaro

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Foto: Reprodução.

“Me Falta Ar” vai ser lançada na próxima terça-feira (29).

O ator, cantor e ex-BBB Babu Santana vai lançar um novo single na próxima terça-feira (29), pela sua produtora, a Paizão Records. Na letra de Me Falta Ar, uma referência explícita à morte de George Floyd e à pandemia de covid-19, ele critica as estruturas racistas e classistas da sociedade brasileira, que levam jovens à criminalidade e também fala do sistema político, das polícias, e do assassinato de Floyd.

Os versos, compostos por Manuh e Kowl, fazem referência à crise de leitos de Manaus, durante a pandemia e dá pistas de quem são os culpados: “De ternos fardados/ Roubando/ Matando bilhões”.

Confira a letra:

Me falta ar (Autores: Manuh e Kowl)

Agora opressor
Se deixado guiar
Com coração
Cheio de rancor

Candidatos
Tão perfeitos
Por dentro
Só imperfeição
Manipulando o povo

Com sua conversação
Sem prefeito
Que só faz mal feito
E a população
É quem paga o preço

Por culpa de tanta
Corrupção
Ação que eles dizem fazer
E o povo quem
Sofre sem ter o que comer

Lamentável
Quantos vi se perder
O mundo tá cheio disso
De pessoas fascínoras
Que só funcionam

Em função de grana
Enquanto rico esbanja
Outros fazem a grama
De cama
Ficando sem opção

E o sistema sem saber
Cria mais um vilão
Com cano na mão
Longe do campo de visão

Só observando
Os movimentos
Moleque que antes
Não era conhecido
Hoje procurado
Como assassino

Antes oprimido
Agora opressor
Se deixando guiar
Com coração
Cheio de rancor

E no final das contas
Mais um inocente
Apago pago
Com a própria vida

O resultado de tanta
Negligência
São os menores de 15
Envolvidos na violência

Com sangue nos olhos
Tocando terror
Por entre as avenidas
A vida se resume

Em segundo milésimos
Centésimos
Mas pra cada um
A vida tem seu valor
Ela caminha junto
Com o tempo
O tempo todo
Alguns nem viu
Porque piscou

Refrão: De ternos fardados
Roubando
Matando bilhões

Me falta ar
Mas eu não tô tão mal
Quanto as pessoas que sobrevivem
Lá em Manaus
Lá em Belém também
Amazonas
Tá em todo lugar
Tipo George Floyd
Me falta SP RJ CDD PPG Rocinha Jaca e Arara
Me falta ar
Enquanto o mito ataca quem quer ajudar

Babu Santana está no ar atualmente na novela Salve-se Quem Puder, da TV Globo, e como apresentador no Trace Trends, semanalmente na Globoplay e no Multishow.

“Países devem parar de negar o racismo e combater o problema”, afirma ONU

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George Floyd e Luana Barbosa foram mortos pela polícia. Foto: Reprodução.

Em documento divulgado dias após a condenação do assassino de George Floyd, o Brasil aparece como um dos países onde o racismo é sistêmico nas forças policiais

“Exorto os Estados para que deixem de negar e comecem a desmantelar o racismo, para que acabem com a impunidade e estimulem a confiança, para que escutem as vozes das pessoas afro-descendentes, que enfrentem os legados do passado e procurem uma justiça reparadora”, destacou a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, poucos dias depois da condenação do policial que matou George Floyd nos Estados Unidos.

“Precisamos de uma abordagem transformadora que aborde os âmbitos interconectados que estimulam o racismo e levam reiteradamente a tragédias que poderiam ser evitadas, como a morte de George Floyd”, completou. Na última sexta-feira, Derek Chauvin, o policial branco que asfixiou George Floyd, foi condenado a 22 anos e meio de prisão.

O relatório afirma que a morte de Floyd e os grandes protestos gerados após o assassinato, e agora, a condenação do assassino “representam um marco na luta contra o racismo e uma oportunidade transcendental para alcançar um ponto de inflexão a favor da igualdade e da justiça raciais”.

No Brasil, no entanto, a situação é diferente. Casos como de Luana Barbosa dos Reis Santos, João Pedro Mattos Pinto – também mortos pela polícia – e muitos outros seguem sem que nenhum dos culpados seja responsabilizado.

“Com exceção do caso George Floyd, nenhuma pessoa foi declarada responsável por estas mortes, e as famílias ainda aguardam a verdade e a justiça”, disse a diretora do departamento de Estado de direito, igualdade e não discriminação do Alto Comissariado, Mona Rishmawi. “Constatamos que não há um único exemplo em que se tenha tratado da questão das reparações individuais, ou coletivas”, acrescentou.

O organismo da ONU também solicitou a aplicação de “mecanismos de controle independentes”, além de estimular um trabalho de revisão histórica.O relatório aponta a “necessidade longamente adiada de enfrentar os legados da escravidão, do comércio transatlântico de escravos africanos e do colonialismo, além de procurar uma justiça reparadora”. Também destaca a “falta de reconhecimento oficial da responsabilidade dos Estados”, instituições e pessoas que participaram dos fatos e continuam sendo beneficiadas.

“A mobilização mundial para pedir justiça racial forçou um reconhecimento longamente adiado do racismo e reorientou os debates à natureza sistêmica do fenômeno às instituições que o cometem”, afirma o texto.

O Alto Comissariado também examinou 190 casos de pessoas africanas, ou afro-americanas, falecidas em contatos com as forças de segurança e destacou que, “em muitos incidentes examinados (…) as vítimas não representavam uma ameaça iminente de morte, ou de lesões graves, que justificasse o nível de força utilizado”.

Com informações da AFP.

BET se consagra como uma das maiores premiações americanas na primeira edição pós-pandemia

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O BET Awards 2021 teve como grande estrela a cantora Megan Thee Stallion que levou três troféus. O evento aconteceu nesse domingo (27) de volta com uma platéia ao vivo. A transmissão foi feita do Microsoft Theatre, em Los Angeles, e exibida ao vivo pela MTV Brasil e Pluto TV. Na abertura,a anfitriã da noite, Taraji P. Henson homenageou as mulheres negras. ”O entretenimento importa. Hoje estamos comemorando o ano da mulher preta. É isso. Olha pra gente. Olha o poder todo dessa mulherada preta. O poder, a preciosidade. Comemorar mulheres pretas é importante, não é modinha. Temos que fazer isso o tempo todo”, disse a apresentadora que ainda fez citações a ginasta Simone Biles e a tenista Naomi Osaka, Kamala Harris e outras. “Vamos ser pretos até não poder mais. Vamos comemorar tudo”, disse.

Megan Thee Stallion (Imagem: Reprodução)

A primeira vencedora da noite, na categoria de Melhor Atriz  foi a cantora e atriz Andra Day, que interpretou Billie Holiday em ‘Estados Unidos vs. Billie Holiday’. Andra já tinha sido indicada ao Oscar e foi vencedora do Globo de Ouro deste ano. Outra que também esteve no Oscar e levou prèmio foi a H.E.R, que levou como Melhor Artista Feminina R&B/Pop.

Tarja P. Hempson lembrou dos cuidados que devemos ter com a saúde mental e mandou mensagem de força para a tenista: “nós valorizamos a sua coragem”. A tenista se envolveu em polêmica este ano após revelar que sofria com depressão e que dar entrevista piorava sua saúde mental.

Concorrendo com o premiadíssimo The Weeknd na categoria de Álbum do Ano, Jazmine Sullivan levou o prêmio e enviou a mensagem “continue sendo preto” para o público. Emicida concorria a Melhor Artista Internacional, mas quem levou o troféu foi o nigeriano Burna Boy.

Lil Nas em apresentação quente (Imagem: Reprodução)

A cantora, atriz, rapper, diretora e empresária Queen Latifah foi homenageada pelo conjunto da obra. “Quero agradecer minhas irmãs no rap. Eu só quero agradecer a Deus por permitir que eu trilhasse essa jornada. Eu jamais teria tido os pais que eu tive,meu pai, minha mãe. Minha mãe vive muito em mim ainda (…) muitas vezes quando eu estava no buraco vocês estavam comigo. Agradeço ao BET por criar um espaço para celebrar nossa beleza e nossa negritude (..) vamos ser pretas, vamos encorajar a beleza negra. Eu fui criada por uma mulher preta forte e pelo meu pai, um homem que ama as mulheres pretas. Muitas as vezes as pessoas tentam nos dividir, mas chega disso. Muito respeito à todas as MCs que estão aqui nesse palco hoje”, agradeceu a diva.

Confira os vencedores 

Álbum do ano

“After Hours” – The Weeknd

“Blame It On Baby” – DaBaby

“Good News” – Megan Thee Stallion

“Heaux Tales” – Jazmine Sullivan (Vencedora)

“King’s Disease” – Nas

“Ungodly Hour” – Chloe X Halle

Melhor Colaboração

Cardi B Ft. Megan Thee Stallion – “WAP”

DaBaby Ft. Roddy Ricch – “Rockstar”

DJ Khaled Ft. Drake – “Popstar”

Jack Harlow Ft. DaBaby, Tory Lanez & Lil Wayne – “What’s Poppin” (Remix)

Megan Thee Stallion Ft. DaBaby – “Cry Baby”

Pop Smoke Ft. Lil Baby & DaBaby – “For The Night”

Melhor Artista Feminina de R&B / Pop

Beyoncé

H.E.R. (Vencedora)

Jazmine Sullivan

Jhené Aiko

Summer Walker

SZA

Melhor Artista Masculino R&B / Pop Artist

6lack

Anderson .Paak

Chris Brown

Giveon

Tank

The Weeknd

Artista Revelação

Coi Leray

Flo Milli

Giveon (Vencedor)

Jack Harlow

Latto

Pooh Shiesty

ARTISTA REVELAÇÃO INTERNACIONAL (ESCOLHA DA AUDIÊNCIA)

Arlo Parks (UK)

Bramisto (França)

BREE RUNWAY (Rússia) [Vencedora]

Elaine (SOUTH AFRICA)

MC Dricka(BRAZIL)

Ronisia (FRANCE)

Tems (NIGERIA)

Melhor Grupo ou Duo

21 Savage & Metro Boomin

Chloe X Halle

Chris Brown & Young Thug

City Girls

Migos

Silk Sonic (Vencedor)

Melhor Artista Feminina de Hip Hop

Cardi B

Coi Leray

Doja Cat

Megan Thee Stallion (Vencedora)

Latto

Saweetie

Melhor Artista Masculino de Hip Hop

DaBaby

Drake

J. Cole

Jack Harlow

Lil Baby (Vencedor)

Pop Smoke

Dr. Bobby Jones Melhor Performance Gospel

Bebe Winans – “In Jesus Name”

Cece Winans – “Never Lost”

H.E.R. – “Hold Us Together”

Kirk Franklin – “Strong God”

Marvin Sapp – “Thank You For It All”

Tamela Mann – “Touch From You”

BET Her Award

Alicia Keys Ft. Khalid – “So Done”

Brandy Ft. Chance The Rapper – “Baby Mama”

Bri Steves – “Anti Queen”

Chloe X Halle – “Baby Girl”

Ciara Ft. Ester Dean – “Rooted”

SZA – “Good Days” (Vencedora)

Melhor Artista Internacional

Aya Nakamura (France)

Burna Boy (Nigeria) Vencedor

Diamond Platnumz (Tanzania)

Emicida (Brazil)

Headie One (Uk)

Wizkid (Nigeria)

Young T & Bugsey (Uk)

Youssoupha (France)

Escolha da Audiência

Cardi B Ft. Megan Thee Stallion – “WAP” (Vencedoras)

Chris Brown & Young Thug – “Go Crazy”

DaBaby Ft. Roddy Ricch – “Rockstar”

DJ Khaled Ft. Drake – “Popstar”

Drake Ft. Lil Durk – “Laugh Now Cry Later”

Lil Baby – “The Bigger Picture”

Megan Thee Stallion Ft. Beyoncé – “Savage” (Remix)

Silk Sonic – “Leave The Door Open”

Video do Ano

Cardi B – “Up”

Cardi B Ft. Megan Thee Stallion – “WAP” (Vencedoras)

Chloe X Halle – “Do It”

Chris Brown & Young Thug – “Go Crazy”

Drake Ft. Lil Durk – “Laugh Now Cry Later”

Silk Sonic – “Leave The Door Open”

Diretor de Vídeo do Ano

Benny Boom

Bruno Mars And Florent Déchard

Cole Bennett

Colin Tilley

Dave Meyers

Hype Williams

Melhor Filme

“Coming 2 America”

“Judas And The Black Messiah”

“Ma Rainey’s Black Bottom”

“One Night In Miami”

“Soul”

“The United States Vs. Billie Holiday”

Melhor Atriz

Andra Day, “The United States vs Billie Holiday” (Vencedora)

Angela Bassett

Issa Rae

Jurnee Smollett

Viola Davis

Zendaya

Melhor Ator

Aldis Hodge

Chadwick Boseman

Damson Idris

Daniel Kaluuya

Eddie Murphy

Lakeith Stanfield

Youngstars Award

Alex R. Hibbert

Ethan Hutchison

Lonnie Chavis

Marsai Martin

Michael Epps

Storm Reid

Esportista Femina do Ano

A’ja Wilson

Candace Parker

Claressa Shields

Naomi Osaka (Vencedora)

Serena Williams

Skylar Diggins-Smith

Esportista Masculino do Ano

Kyrie Irving

Lebron James (Vencedor)

Patrick Mahomes

Russell Westbrook

Russell Wilson

Stephen Curry

Samuel L Jackson e Danny Glover receberão Oscar honorário em 2022

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Samuel L. Jackson e Danny Glover receberão o Oscar honorário na cerimônia do Governors Awards de 2022. Segundo o anúncio feito pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, Glover receberá o Prêmio Humanitário Jean Hersholt por seu trabalho em defesa da justiça econômica e do acesso à saúde e educação, entre outras atividades sociais que costuma exercer.

“Estamos entusiasmados em homenagear que tiveram um impacto profundo no cinema e na sociedade. Sam Jackson é um ícone cultural cujo trabalho dinâmico ressoou em gêneros, gerações e públicos em todo o mundo (…) e a defesa de Danny Glover de décadas por justiça e direitos humanos reflete sua humanidade dentro e fora da tela”, disse a nota divulgada.

Imagem: Warner Bros

Samuel L Jackson já teve inúmeras participações marcantes em diversos filmes, roubando a cena em muitos longas como em “Os Oito Odiados” e “Django”, mesmo assim, além de nunca ter ganhado o Oscar, ele foi indicado apenas uma vez por seu papel em “Pulp Fiction”.Danny Glover nunca foi indicado.

O vencedor do Oscar humanitário que será dado a Glover foi vencido por Tyler Perry ano passado.

Kenya Barris desiste de contrato de 100 milhões de dólares por conta de liberdade criativa

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O diretor e roteirista Kenya Barris, idealizador da série ‘Black Ish’  desistiu de um acordo de US $100 milhões com a Netflix alegando que o serviço de streaming “se tornou a ABC”. O cineasta disse que a plataforma  não gostou de sua “voz nervosa”. “Acho que muitas pessoas pensaram que fui demitido ou desisti por algum tipo de problema com a Netflix. Só não sei se minha voz é a voz da Netflix. O que quero fazer é um pouco mais tenso, um pouco mais intelectual, um pouco mais inebriante, e acho que a Netflix quer ficar no meio termo”, disse Barris em entrevista ao The Hollywood Reporter.

Imagem: Instagram/ Holywood Reporter

Em 2018 Kenya Barris se indispôs com o canal de televisão ABC por causa de um episódio de ‘Black Ish’ que abordava temas políticos e sociais, mas a emissora se recusou a exibir.  No mesmo ano o empresário assinou contrato milionário com a Netflix e criou a série autobiográfica ‘Black AF’, que acompanhava uma versão do próprio Barris, que ao lado da esposa Joya (Rashida Jones) tenta ensinar lições relevantes para os filhos, enquanto é constantemente questionado sobre sua negritude, já que tem uma vida de branco rico e famoso. A série não foi renovada para uma segunda temporada, mas pode virar filme pelas mãos do próprio diretor.

Apesar das críticas, Barris postou em suas redes que é amigo de Ted Sarandos, diretor da Netflix e que ele mudou sua vida.

Manhãs de Setembro sai do clichê e aborda parentalidade trans com grande atuação de Liniker

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A estreia de Liniker como atriz em Manhãs de Setembro, disponível no Amazon Prime Video está de tirar o fôlego. Desde o primeiro episódio, a história de Cassandra, uma motogirl da cidade de São Paulo, que canta à noite fazendo cover da cantora Vanusa, prende a atenção de quem assiste, sem longas voltas para apresentar o enredo.

A vida de Cassandra está entrando nos eixos. Ela tem um relacionamento estável com o namorado Ivaldo (Thomás Aquino), conseguiu alugar um apartamento para morar sozinha e tem realizado o sonho de cantar na noite. O drama gira em torno do surgimento de Gersinho (Gustavo Coelho), uma criança fruto de um relacionamento entre Leide (Karine Teles) e Cassandra, uma mulher trans que está começando a viver a vida que sonhou pra si.

Foto: Divulgação.


Os capítulos se desenrolam com os conflitos de Cassandra entre manter a vida que começou a conquistar e afastar o passado que Gersinho e Leide trazem à tona, e as relações de afeto e senso de responsabilidade que circundam a protagonista.


A primeira temporada da série tem tantas camadas, com personagens tão profundas e complexas, que faz cada minuto assistido trazer uma reflexão, ou uma identificação com essa ou aquela faceta das personagens, sem cair em maniqueísmos de mocinhas e vilãs, com um tema pouquíssimo apresentado ao público brasileiro: a parentalidade de pessoas trans.

Foto: Divulgação


Um destaque merecido da série é Gersinho, que vive um menino que cresceu sem pai e tinha muito desejo de encontrar essa figura. Ao contrário do que se poderia esperar de roteiros mais óbvios, Gersinho não parece se incomodar em ter uma mulher como “pai”, o que também desconserta Cassandra.


A série caminha com fluidez pelos diversos aspectos da vida urbana como o trabalho cotidiano, a falta de moradia, e a realidade de não saber como será o dia de amanhã, vivida por Leide e Gersinho. Também colore o enredo, a rede de afeto tecida entre pessoas da comunidade LGBTQIAP+, que são o entorno de Cassandra, que também tem uma figura familiar importante na própria Vanusa, que atua como uma espécie de fada madrinha, mentora de Cassandra.

A primeira temporada de Manhãs de Setembro tem cinco episódios e está disponível no Amazon Prime Video. Veja o trailer:

Taís Araújo e Lázaro Ramos estão na lista “estrelas afro-latinas que merecem papéis importantes em Hollywood” da IndieWire

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A apresentação do site afirma que os atores “dominam a televisão brasileira desde o final dos anos 90 e início dos anos 2000, respectivamente, o que ainda é um feito extremamente raro.” E que são pessoas dominantes nas telas brasileiras, mesmo atingindo o mundo com os seus talentos.

Ao lembrar que os atores foram os escolhidos para dublar o desenho animado “Spies in Disguise” em português. A matéria cita a extensa e consagrada carreira do casal, que sempre encantou as telinhas do seu país: “com currículos longos, vários prêmios e inúmeras indicações em ambos os cintos, já passou da hora de eles se tornarem rostos reconhecíveis em Hollywood, especialmente em meio à estreia de Ramos na direção.”.

A matéria tem o intuito de mostrar como o cinema perde talentos por preservar um estereótipo de branquitude em seus filmes. “Afinal, continuar a não lançar negros em suas próprias narrativas é uma forma de cumplicidade na centralização da brancura. Isso não requer uma meia culpa; requer ação.”, afirmam eles.

O filme falado na matéria “Medida Provisória estreia dia 11 de novembro de 2021 nos cinemas brasileiros. Já  em Nova York segue em cartaz.

Confira no site.

Derek Chauvin é condenado a 22 anos e meio de prisão por matar George Floyd

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Derek Chauvin, o ex-policial condenado pelo assassinato de George Floyd, foi sentenciado a 22 anos e meio de prisão, encerrando um caso que gerou ondas de protesto em todo o mundo contra o policial direcionado á pessoas negras.

A sentença, proferida pelo juiz Peter A. Cahill do Tribunal Distrital do Condado de Hennepin, veio mais de um ano depois que um vídeo de celular amplamente compartilhado capturou Chauvin pressionando o joelho no pescoço de Floyd por mais de nove minutos em uma rua de Minneapolis.

Imagem: Reuters

Chauvin, que falou brevemente durante a audiência na sexta-feira, oferecendo condolências à família Floyd, está atrás das grades desde seu julgamento, que terminou em abril. As autoridades disseram que ele estava sendo mantido em confinamento solitário para sua própria segurança. Antes da audiência de condenação, o advogado de Chauvin, Eric J. Nelson, pressionou o tribunal por clemência, pedindo liberdade condicional e tempo de serviço.

O assassinato de Floyd, um homem negro de 46 anos, por Chauvin, de 45, que é branco, levou a um julgamento nacional sobre a injustiça racial em quase todos os aspectos da vida americana. Chamadas surgiram em todo o país para reduzir os orçamentos da polícia, remover estátuas de figuras históricas ligadas ao racismo e diversificar os conselhos corporativos predominantemente brancos.

As informações são do New York Times.

Lisiane Lemos: “Eu escolhi cuidar das pessoas que gosto, e esse nível de autoconhecimento é muito importante”

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A executiva Lisiane Lemos - Foto: @paulobarrosjou

Por Rodolfo Gomes em parceria com Victória Gianlorenço

Foi em uma pequena cidade no interior gaúcho, chamada Pelotas, que Lisiane Lemos nasceu e cresceu junto com mais de 20% da população preta que faz parte da região.

O fato de viver em cidade que historicamente já carregava o racismo, fez com que ela, desde pequena, quisesse ir embora da cidade. “Ir embora era na verdade uma forma que eu encontrei de encarar aquilo que eu mal conseguia compreender”, contou.

Mas aquela menina cresceu, e após alguns anos acabou retornando a sua cidade natal, e isso para ela foi uma forma de se reconectar com a suas raízes e ressignificar cada uma das situações que vivenciou.

Lemos veio de uma família de educadores: sua avó, mãe e tias foram por muitos anos professoras de escola de periferia, o que o fez imaginar que ela também seria.

“O estudo sempre foi a única coisa que vamos te deixar e que vai te tirar deste lugar” foi uma das frases que ela mais ouviu da sua mãe. Dona Rosemar Lemos, mesmo com uma situação financeira difícil não deixou de lutar para que os filhos tivessem acesso as bolsas de estudo e pudessem ter um ensino de qualidade.

Assim como a realidade de muitos pretos, a dela não foi diferente: sofreu racismo desde pequena, mas aprendeu que era preciso resistir, para seguir em frente. “Lembro como se fosse ontem quando teve uma festa de aniversário no McDonald´s e só eu uma amiga parda não fomos convidadas”, comentou.

Filha de funcionários públicos, desde muito cedo ela teve que encarar o racismo de frente, sendo uma das poucas pretas, em uma escola que estava um pouco à frente do tempo, e tratava de diversidade quando isso ainda nem era pauta.

Este episódio na escola foi um grande divisor de águas na sua vida. Foi depois desse acontecimento que originou “a conversa“ com seus pais.“ Quando lembro desse dia, me pergunto como vai ser quando eu precisar ter essa mesma conversa com meus filhos” confessou. A tal conversa, conhecida pela maioria do povo preto, é quando os pais precisam falar sobre racismo com os filhos, explicando o quanto a vida será difícil, em um país cujo racismo é estrutural.

Ao relembrar esses momentos Lisiane se sente grata, afinal, se não fosse isso ela não teria mudado a sua vida e inspirado tantas pessoas. “Sou grata mas confesso que não quero mais pessoas passem por isso”, desabafou.

Nascida em uma família completamente matriarcal, onde as mulheres tomam conta de tudo, ela sempre quis conhecer o mundo, e sabia que o fato de ser uma boa aluna a tornaria uma profissional diferente em qualquer ambiente.

Advogada por formação, pela Universidade Federal de Pelotas optou por trilhar sua carreira em vendas e tecnologia. Entrou no mercado de tecnologia quase que por acidente. Vendedora nata, aprendeu que seu forte é resolver problemas complexos, sendo remunerada por isso.

Na academia, buscou pelo máximo de atividades extracurriculares, para se encontrar. Desde projetos sociais a estágios não remunerados, mergulhou de cabeça no processo de aprendizado. Formada em direito, tinha certeza de que seu futuro não era no direito, e sim na área de vendas.

A busca sobre sua origem sempre fez parte de sua vida, já que na escola a história muitas vezes é apagada, durante a faculdade resolveu se envolver em projetos de empoderamento do povo preto para conhecer de fato suas raízes ancestrais.

Exímia tocadora de atabaque, aprendeu na cultura e dança afro muito sobre a importância da arte enquanto manifestação e união do povo preto. Viu que seria rico para sua carreira ter a vivência no exterior, e escolheu o continente africano, no Moçambique, para ter sua primeira experiência internacional.

Sem muitas coisas certas e sem plano B, teve ali um grande aprendizado. Desde o choque cultural, o abismo social, sistema de educação, saúde, tecnologia, durante os 6 meses que viveu em Moçambique. “O jovem é sem limitas, eu não sabia qual seria meu salário, onde ia morar, nada disso, mesmo assim me joguei”, contou.

Ainda recém-formada, prestou mais de 30 trainees e passou por dificuldades devido ao modelo de recrutamento baseado em raciocínio lógico. “Sigo protestando até o fim da vida sobre provas de raciocínio lógico em processos seletivos de trainee”, enfatizou.

Encontrou em um processo online a oportunidade de se candidatar a uma vaga de inside sales, na Microsoft, onde trilhou um caminho para especialista, técnico, abrindo portas também para fazer um MBA em gestão de TI pela FIAP. “Nessa época eu tinha aula 3 dias da semana o dia inteiro, além do trabalho. Foi um ano que eu me dediquei a aprender técnicas e valeu muito a pena”, disse ela.

Durante sua carreira descobriu que sua maior paixão é criar conexões entre as pessoas, fazendo um grande networking para que mais pessoas como ela possam ter oportunidades.

Mas, até descobrir isso passou por muitas dificuldades e confessa que o maior erro em sua carreira foi se apegar a cargos, e não ao aprendizado. “Me apaixonei por um cargo. Queria ser executiva antes dos 25 anos. Deu tudo errado. Aprendi que o foco precisa estar na jornada”, lembrou.

Aos 31 anos, seu maior objetivo é ser uma executiva que influencia o mercado. “Eu nunca sonhei em trabalhar em qualquer big tech. O que me atraiu foram as propostas de negócio”, confessou.

Dentro do universo de clientes, sempre teve que lidar com a questão de ser uma mulher jovem, negra, que não veio dos grandes centros, e não tem uma carreira de tecnologia. Com seus mentores, aprendeu que é importante estar sempre atenta e vigilante, e entender que as vezes é preciso ceder. Defende que o pipeline de mentores seja misto e não majoritariamente branco ou preto.

A participação no conselho 101, programa de incentivo à presença de mulheres negras em conselhos de administração, veio de uma inspiração do conselheiro e principal executivo da Microsoft, John W. Thompson. Um homem negro, entre os principais conselheiros da Big Tech.  “No Conselheira 101 não somos workshop, certificadores ou algo do tipo. Somos promotores de conversas. Incentivando para que Mulheres pretas sejam levadas a conselhos”, contou.

Hoje, seu maior foco é alavancar e construir novas conexões, com troca de aprendizados. “Tenho um bolsão único de energia. É a mesma energia que usamos para nos degastar com o que não gostamos, e cuidar de pessoas que gostamos. Eu escolhi cuidar das pessoas que gosto, e esse nível de autoconhecimento é muito importante”, disse ela.

Para o futuro, pensa em seguir influenciando o seu povo, de dentro, conversando e abrindo espaços para que mais pessoas tenham oportunidades profissionais.

A paixão em fazer a diferença vem de dentro de casa, tendo sua mãe e sua pai como maior referência. “Dona Rosemar é arquiteta, especialista em química, doutora em engenharia e pós-graduada em patrimônio material”, contou.

Lisiane Lemos, é executiva no Google, faz parte do conselho consultivo do Fundo de Populações da ONU, foi eleita uma das brasileiras mais influentes pela lista Forbes Under 30, acumula 2 palestras TEDx, além de ser cofundadora do Conselheira 101. “Descobri que tecnologia é o meu lugar e vou continuar agindo estrategicamente e indo para lugares que me permitem aprender mais, para aí sim dividir meus aprendizados dividir com o máximo de pessoas, completou.

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