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Beyoncé e sua influência cultural e política se tornam tema de novo curso na Universidade de Yale em 2025

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Foto: Reprodução/@beyonceaccessbr

Intitulado ‘Beyoncé Faz História: Tradição Radical Negra, Cultura, Teoria e Política Por Meio da Música’, a cantora será tema de um novo curso na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, que será ministrada por uma professora de Estudos Afro-Americanos e Música, a partir de 2025.

A docente Daphne Brooks disse que o curso irá se concentrar no período entre o álbum homônimo da Beyoncé de 2013 e o ‘Cowboy Carter’, lançado neste ano.

Segundo o The Guardian, Brooks já havia se envolvido em uma oferta de curso semelhante em Princeton, mas com o tema mais amplo: “Mulheres Negras na Cultura da Música Popular”.

“Levaremos a sério as maneiras pelas quais o trabalho crítico, o trabalho intelectual de alguns dos nossos maiores pensadores na cultura americana ressoa com a música de Beyoncé e pensaremos sobre as maneiras pelas quais podemos aplicar suas filosofias ao trabalho dela, e como isso às vezes está em desacordo com a ‘tradição intelectual radical negra'”, disse Brooks ao jornal.

No comunicado à imprensa, a professora informou que “ao olhar para a cultura por meio de Beyoncé, ela pode nos convidar a pensar sobre até que ponto a arte pode articular o mundo em que vivemos e nutrir nossos espíritos e nos dar espaço para imaginar mundos melhores e a ética da liberdade”.

Com o álbum “Cowboy Carter”, Beyoncé lidera com 11 indicações no Grammy 2024, incluindo Álbum do Ano, Canção do Ano e Melhor Álbum Country, elevando seu total histórico para 99 nomeações. Essa conquista reforça sua posição como uma das artistas mais influentes da indústria musical contemporânea.

Zileide Silva recebe primeiro Prêmio Glória Maria de Jornalismo na Câmara dos Deputados

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Foto: Reprodução

A Câmara dos Deputados homenageou nesta quarta-feira, 13, a jornalista Zileide Silva, da TV Globo, com o Prêmio Glória Maria de Jornalismo, concedido pela primeira vez desde sua criação em 2023. Em cerimônia no plenário da Casa, a repórter e âncora foi agraciada com a medalha do prêmio, que reconhece profissionais com destaque no jornalismo brasileiro.

O processo de escolha da premiada envolveu indicações das lideranças partidárias, com a decisão final aprovada pela Mesa Diretora da Câmara. A premiação contou com a presença de Laura Matta, filha da jornalista Glória Maria, ícone do telejornalismo nacional, cuja trajetória inspirou a criação do prêmio. “Esse prêmio é um reconhecimento ao trabalho dela. E ganhar esse prêmio me deixa orgulhosa demais”, afirmou Zileide em seu discurso.

Filha de um mestre de obras e de uma dona de casa, Zileide Silva nasceu em São Paulo, onde iniciou sua carreira jornalística em 1978. Dez anos depois, ingressou no jornalismo político e econômico, que consolidaria sua trajetória profissional. Em 1997, foi contratada pela TV Globo e designada à cobertura política em Brasília, onde acompanhou os principais acontecimentos no Congresso e no Planalto, incluindo a cobertura de todos os presidentes eleitos desde a redemocratização.

“Em um momento de ameaças à democracia, a criação deste prêmio é um símbolo importante, reconhecendo o compromisso ético e a postura equilibrada que são a base do jornalismo”, declarou Zileide.

Zileide Silva também foi correspondente internacional da TV Globo em Nova York e cobriu eventos marcantes, como os atentados de 11 de setembro de 2001. Na ocasião, anunciou ao país a responsabilização da Al Qaeda e de Osama Bin Laden pelos ataques, consolidando sua figura como “testemunha ocular da história”.

O evento, que celebrou a trajetória de Zileide e Glória Maria, teve mensagens da deputada Maria do Rosário (PT-RS) e de outros parlamentares, destacando o exemplo da premiada para novas gerações e sua relevância para o jornalismo brasileiro.

Ao longo de sua carreira, Zileide foi reconhecida por prêmios como o Comunique-se e o +Admirados Jornalistas Negros e Negras da Imprensa Brasileira. Ela representa, para o público e para colegas, um símbolo de ética e de perseverança no jornalismo nacional.

Erika Hilton anuncia que PEC da escala 6×1 alcançou assinaturas suficientes para tramitação na Câmara dos Deputados

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Foto: Vinícius Loures/Câmara dos Deputados
Foto: Vinícius Loures/Câmara dos Deputados

Na manhã desta quarta-feira, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) anunciou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa extinguir a escala de trabalho 6×1 alcançou 200 assinaturas, superando as 171 necessárias para iniciar sua tramitação na Câmara dos Deputados. O movimento ganhou força durante a eleição de Rick Azevedo (PSOL/RJ) para vereador, onde conquistou 29 mil votos abordando esse tema como foco principal.

A PEC propõe a revisão da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para eliminar a jornada de seis dias consecutivos de trabalho seguidos por um dia de folga, prática comum em setores como comércio e serviços. Com o apoio de parlamentares de diferentes partidos, incluindo PT, PSOL, PSB, União Brasil, PSD, Progressistas, Republicanos e PL, a proposta reflete uma crescente preocupação com a saúde mental e o bem-estar dos trabalhadores brasileiros. A deputada Erika Hilton destacou a importância da mobilização popular e das redes sociais na obtenção das assinaturas necessárias, onde uma petição pública alcançou mais de 2.8 milhões de apoiadores.

O próximo passo é a análise da PEC pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Se aprovada, seguirá para uma comissão especial e, posteriormente, para votação no plenário. Para ser promulgada, a emenda constitucional precisa do voto favorável de 308 deputados e 49 senadores.

Em apoio a PEC, movimentos sociais e sindicatos organizam manifestações em diversas capitais brasileiras para o próximo dia 15 de novembro, feriado da independência no Brasil. As mobilizações buscam pressionar o Congresso Nacional para avançar na tramitação da PEC. No Rio de Janeiro, o ato está programado para ocorrer na Cinelândia, a partir das 10h.

Em São Paulo, manifestantes se reunirão no vão livre do MASP, na Avenida Paulista, no mesmo horário. Outras capitais, como Belo Horizonte, Salvador e Porto Alegre, também terão eventos semelhantes, todos com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da proposta e mobilizar apoio popular. A deputada Erika Hilton confirmou presença no ato de São Paulo e ressaltou a importância da participação popular.

Festival Afrofuturismo Ano VI: Evento de inovação e diversidade explora o futuro através do saber ancestral do povo Asante, de gana

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Foto: Divulgação

Nos dias 29 e 30 de novembro, o Centro Histórico de Salvador se transformará em uma cidade futurista para receber o Festival Afrofuturismo Ano VI, conhecido como principal evento de diversidade, tecnologia e inovação da América Latina. A edição de 2024 promete explorar, por meio dos símbolos Adinkra, como o desenvolvimento econômico, social e cultural pode ser guiado pelos saberes africanos.

Realizado pelo Hub de inovação Vale do Dendê, o festival traz como tema “Adinkras – o código fonte da liberdade”, abordando o saber ancestral e a filosofia dos símbolos Adinkra, que emergiram do povo Asante, em Gana, como sistema de escrita e preservação de conhecimento. Cada símbolo representa um provérbio que, segundo a cultura Asante, oferece uma guia para o afrofuturo, destacando o caminho da liberdade.

Com uma programação diversificada que integra talks, palestras, rodas de conversa e apresentações culturais, o festival ocupará locais emblemáticos do Centro Histórico, incluindo a Casa Vale do Dendê, Faculdade de Medicina da Bahia, Museu Eugênio Teixeira, Casa do Olodum e outros espaços culturais, ampliando o acesso a um público que se conecta com o pensamento afrofuturista.

Além de ser parte das celebrações do Mês da Consciência Negra, o Festival Afrofuturismo é referência para inovadores e criativos no Brasil. Em 2023, o evento reuniu palestrantes de 23 países e recebeu mais de oito mil pessoas. Com a edição de 2024, Salvador reforça seu posicionamento no cenário global de inovação e criatividade, ao lado de cidades como Austin, Cannes, Lisboa e Nova Orleans.

Confira a programação

29 de novembro

Talks: Beleza e Moda, Artes Cênicas, Produção Cultural, Nova Cena Cultural da Bahia
Painéis: Ancestrais do Futuro, Influência Digital e Antirracismos, Música na Era da IA, Audiovisual Preto, Games e Diversidade, Robótica no Dia a Dia, Afrofofurismo, Empoderamento Econômico Negro

30 de novembro

Talks: Tecnologia e Grafite, Inclusão e Sociedade, Gastronomia Ancestral
Painéis: Afrofuturismo e Investimento Social, Novo Código para a Comunidade Negra, Humor Negro e Mercado, Futuro das Mídias Negras, Literatura Marginal e Afrofuturismo

Com o Festival Afrofuturismo Ano VI, Salvador se firma como um dos grandes polos globais de eventos que promovem inovação e diversidade.

Harlem retorna em janeiro com novos episódios e rostos conhecidos no Prime Video

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Foto: Divulgação

A série Harlem retorna ao Prime Video para sua aguardada terceira temporada no dia 23 de janeiro de 2024. As quatro protagonistas, Angie (Shoniqua Shandai), Quinn (Grace Byers), Camille (Meagan Good) e Tye (Jerrie Johnson), estão de volta em novos episódios que prometem continuar a trama carregada de dilemas pessoais e amizades fortes que marcaram as temporadas anteriores, ambas já disponíveis na plataforma de streaming.

Criada e escrita por Tracy Oliver, a série explora os desafios e as transformações vividas por essas quatro amigas que tentam conciliar o amor próprio e a realização pessoal em meio a questões de carreira, família e vida amorosa. Após o suspense que encerrou a segunda temporada, a nova fase trará novas reviravoltas nas vidas do quarteto.

Além das personagens centrais, a temporada também introduz novos rostos: Kofi Siriboe, Logan Browning, Robin Givens e Gail Bean. Siriboe será Seth, um jogador de baseball profissional que atrai uma das amigas com seu charme; Browning interpreta Portia, um amor do passado de Ian (Tyler Lepley) que volta ao Harlem; Givens assume o papel de Jacqueline, mãe de Eva, enquanto Bean vive Eva, uma capitalista de risco com laços profissionais com Tye.

A renovação da terceira temporada foi anunciada em dezembro de 2023. Harlem é ambientada em Nova Iorque e o roteiro é centrado na amizade de quatro mulheres negras que compartilham suas histórias, dramas, relacionamentos, sonhos e carreiras. A série é uma produção conjunta entre Universal Television e Amazon Studios.

Confira as imagens divulgadas:

Larissa Luz no AFROPUNK: Um espetáculo visceral de música e dança

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Foto: Caio Lírio

Texto: Rodrigo França

O show de Larissa Luz no AFROPUNK – uma das melhores apresentações da edição 2024, realizada no último final de semana – foi um turbilhão de intensidades que ecoou como um manifesto vivo, onde dança e música se entrelaçaram para criar uma manifestação visceral da cultura afro-brasileira. Na atmosfera carregada de energia e expectativa do evento, Larissa conduziu o público a um universo de canções inéditas, trazendo à tona uma performance que revelou a potência de cada movimento, cada batida, cada nota.

A coreografia, magistralmente conduzida por Tainara Cerqueira e Elivan Nascimento, foi um espetáculo visual por si só, capturando o espírito do AFROPUNK em uma narrativa que honrou as raízes ancestrais, ao mesmo tempo que dialogou com a modernidade. Os bailarinos — Jéssica Santana, Preto Brasa, Lipe Silva, Paulo Arth, Dudé Conceição, Talita Lima, além dos próprios coreógrafos — deram vida a uma linguagem coletiva através de seus corpos, uma expressão compartilhada que foi além da dança e se transformou em resistência e celebração à diversidade preta. Cada gesto, cada salto, cada deslocamento tornou-se uma reverberação de força e beleza, ressoando a complexidade e a resiliência da experiência negra. O palco se tornou um espaço ritualístico, onde o movimento era sagrado, e o público, cúmplice dessa experiência transformadora.

Fotos: Caio Lírio

Com faixas produzidas por Rafa Dias e sob a direção musical de Pivet Panda, que se apresentou também nos teclados, a banda encontrou uma sintonia com uma conexão orgânica, como se cada nota tivesse sua própria vida. As guitarras, nas mãos de Jad Ventura e do convidado Chibatinha, criaram uma textura sonora ao mesmo tempo densa e libertadora, enquanto a percussão de Dedê Fatumma e Rian Mourthé adicionou ritmos e nuances que remetiam às batidas ancestrais e às celebrações contemporâneas. A bateria de Lipe Bandeira, firme e precisa, agiu como o coração pulsante da performance, sustentando o espetáculo e concedendo-lhe uma cadência que hipnotizou e convocou à ação. Cada músico ocupou seu lugar com presença e intensidade, transformando o palco em um lugar de comunhão, onde cada som era uma forma de comunicação e um convite para o público se entregar por completo àquele momento. Vale sinalizar que todas vez que o arranjo nos conduzia ao rock, ratificava que o gênero é nosso.

No AFROPUNK, Larissa Luz (assina o roteiro e direção) encontrou o palco perfeito para expressar a subversão, a resistência e a inovação que constituem a essência desse festival global. Mais do que um evento musical, o AFROPUNK é um movimento cultural que celebra a negritude em suas múltiplas formas, proporcionando um espaço onde a arte negra não apenas existe, mas é exaltada e respeitada. O festival, que atraiu milhares de pessoas, se configurou como um ponto de encontro para indivíduos que compartilham o desejo de transformação e reconhecem na cultura negra uma força catalisadora de mudanças sociais. No meio dessa multidão, o show de Larissa Luz se ergueu como um grito de autenticidade e liberdade. Cada membro da equipe — desde os bailarinos até os músicos, passando por todos os responsáveis pela produção técnica — contribuiu para criar um espetáculo que foi muito mais do que entretenimento; foi uma experiência que tocou o público, levando-o a questionar, refletir e se engajar.

Fotos: Caio Lírio

Ao final, o show de Larissa Luz no AFROPUNK foi uma celebração da potência negra em todas as suas nuances. Uma apresentação que não apenas entreteve, mas inspirou e provocou, convidando o público a participar de uma viagem sensorial e emocional. A coreografia e a música se entrelaçaram para criar uma experiência ao mesmo tempo ancestral e contemporânea, que honrou o passado ao mesmo tempo que construiu o futuro. Um ponto importante foi a lembrança que a justiça deve ser feita no caso da Vereadora Marielle Franco. No palco, Larissa tornou-se um farol, uma guia que conduziu o público em uma jornada de autodescoberta e conexão, reafirmando a importância da cultura afro-brasileira e sua capacidade de inspirar e transformar o mundo ao seu redor. O AFROPUNK, como cenário, tornou-se a metáfora perfeita para essa vivência: um espaço de resistência, de orgulho e de expressão, que permitiu que o potencial de cada artista — bailarino, músico, coreógrafo, técnico — se revelasse em sua máxima potência, criando um espetáculo inesquecível que permanecerá vivo na memória de quem o presenciou. Um show internacional.

Aliados ou Protagonistas? O perigo de brancos ‘salvadores’ no agenciamento de carreiras negras

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Foto: Reprodução

Nos últimos anos, o mercado de entretenimento e cultura tem visto uma crescente e obstinada ascensão de artistas negros, que, após décadas de invisibilização, estão finalmente ocupando espaços de destaque. No entanto, mesmo com certo avanço, há um fenômeno que precisa ser analisado de forma crítica: a tentativa de protagonismo de agentes brancos no gerenciamento de carreiras negras. Muitas vezes, esses empresários se colocam como “salvadores da pátria”, assumindo o crédito pelo sucesso dessas carreiras e perpetuando uma narrativa de dependência, ao invés do reconhecimento de seus potenciais artísticos.

Ser um aliado na luta por equidade e representatividade não é se colocar à frente, mas sim atuar nos bastidores, sem tomar o lugar de destaque. Significa criar atalhos para os caminhos, apresentar ao mercado, lutar por direitos, batalhar por uma boa negociação, mas nunca reivindicar o mérito pelo sucesso alheio. Aliás, não existe sequer a possibilidade de meritocracia sobre corpos negros, essa parte eles deixam para os herdeiros e sucessores de artistas brancos já consolidados e privilegiados. 

Surpreendentemente temos sido impactados pelo comportamento de “complexo de salvador branco”, vindo de pessoas que, sem vergonha alguma, se colocam como as figuras centrais e principais responsáveis por aquele sucesso. O discurso recorrente de “eu descobri esse talento” ou “eu dei essa oportunidade” revela não só uma visão hierárquica das relações, mas também uma sutil imposição de uma dívida de gratidão. Há sempre uma sugestão de que, sem eles, o artista negro não teria chegado onde está, distorcendo a narrativa para que o foco esteja prioritariamente em sua influência, e não no talento da pessoa que está sob sua gestão. Isso cria uma dinâmica tóxica e abusiva, onde o artista está inserido e, muitas vezes, pressionado a manter uma postura de agradecimento eterno, ainda que não se percebam nesta situação.

Quando empresários brancos se colocam dessa forma, o que está em jogo não é apenas o protagonismo na gestão, mas a própria narrativa de artistas negros na indústria. Esse tipo de comportamento perpetua a ideia de que só se pode alcançar o sucesso se houver uma pessoa branca “descobrindo” ou “tomando a frente” de suas carreiras. Essa prática enfraquece toda uma luta histórica e tenta reforçar a ideia de que sempre será necessária a presença de uma figura branca para legitimar o sucesso. O problema não está no que acontece, mas em como acontece.

É importante lembrar que a descoberta de um talento é uma etapa comum na carreira de qualquer artista, independentemente da cor de sua pele. Portanto, quando essas ações são amplificadas de forma exagerada no caso de artistas negros, o que estamos vendo é a manutenção de uma estrutura de poder desigual. É um sutil retorno à mesma lógica colonial, onde a figura branca é colocada como “salvadora” de pessoas negras, ao invés de parceira de trabalho na caminhada.

Ser aliado é uma coisa, se colocar à frente é outra. Empresários brancos que atuam no gerenciamento de carreiras de artistas negros precisam entender essa distinção, caso contrário, continuarão perpetuando uma dinâmica de poder estruturalmente racista. Em 2023, escrevi um artigo para o POPLine Biz sobre a importância da liderança negra no mercado artístico. Reitero aqui meu respeito ao legado de outros agentes e empresários não-brancos da indústria que vieram antes de mim e aos parceiros da mesma geração, como por exemplo Evandro Fióti, Egnalda Côrtes, Ricardo Silvestre, Eliane Dias, Jorge Velloso e outros. O verdadeiro progresso só acontecerá quando as pessoas negras puderem de fato brilhar em seus próprios espaços, sem a constante sombra do “salvador branco” tomando o crédito por seu sucesso. Apenas assim daremos o primeiro passo para o para um mercado mais justo, e minimamente mais igualitário. 

Prêmio Ubuntu de Cultura Negra: O Reconhecimento Afro-Brasileiro

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O Teatro Nelson Rodrigues, no boêmio bairro da Lapa, no Centro do Rio de Janeiro, será palco de uma celebração poderosa: o Prêmio Ubuntu de Cultura Negra. Em sua quarta edição, o evento que acontece em 13 de novembro, às 17h, reunirá potências da cultura afro-brasileira em uma homenagem ao legado e à ancestralidade do povo negro no Brasil. Criado em 2019 por Paula Tanga, gestora cultural e assistente social, o prêmio surge com o propósito de enaltecer as vozes que, ao longo da história, foram caladas, silenciadas e invisibilizadas, mas que hoje ecoam alto por reconhecimento e respeito.

“Ubuntu” – termo de origem zulu, que significa “sou quem sou, porque somos todos nós” – reflete o espírito de unidade e coletividade que norteia o evento. Segundo Paula Tanga, o objetivo do prêmio é resgatar e reafirmar a importância da cultura negra para a sociedade brasileira, promovendo uma programação antirracista que, em pleno novembro, coloca em evidência os Pilares da Arte Preta Nacional. “Nossa missão é honrar o legado ancestral afro-brasileiro e destacar as potências negras que são fundamentais para a construção de um Brasil mais inclusivo e diverso”, afirma a idealizadora.

Nesta edição, o Prêmio Ubuntu traz uma programação variada, que inclui grandes nomes da música e da cultura negra. Entre as atrações confirmadas estão o cantor Kleber Lucas, o rapper Marvim e o Coral Acessoul, que prometem emocionar o público com performances que refletem a riqueza e a profundidade da cultura afro-brasileira. Além deles, a cerimônia contará com a presença de personalidades como Amaury Lorenzo, Jéssica Ellen, Robson Caetano, Levi Asaf, Ygor Marçal, Tatiana Tibúrcio, Ronald Pessanha, Aline Prado, Roberta Rodrigues, Clementino Jr, Fabrício Boliveira, Raphael Logan, Dom Filó, Rezzito, Diogo Almeida e Evaldo Macarrão, todos engajados em destacar o valor das expressões desportivas, artístico-culturais negras no Brasil.

Ao longo dos anos, o Prêmio Ubuntu de Cultura Negra tem se consolidado como uma resposta à ausência de representatividade preta nas principais premiações e homenagens culturais. Para Paula Tanga, esse espaço de valorização é fundamental para que as próximas gerações possam encontrar referências e inspiração para resistirem e prosperarem em uma sociedade ainda marcada pelo racismo estrutural. “É uma celebração do nosso legado e uma afirmação de que estamos aqui, de que somos muitos e de que a nossa voz é fundamental”, conclui.

Nesta quarta edição, o evento espera reafirmar o compromisso com a diversidade, reforçando o impacto e a relevância das artes e manifestações culturais de origem africana no Brasil. O Prêmio Ubuntu de Cultura Negra é mais do que uma premiação: é um ato de resistência e celebração da ancestralidade que sustenta as gerações atuais e futuras. Com essa iniciativa, Paula Tanga e todos os envolvidos relembram ao país a potência da arte preta, cujo brilho é irrefreável e essencial para uma sociedade mais justa e consciente de sua história.

Estreia do documentário Pequena África destaca o legado afro-brasileiro no Rio de Janeiro

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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Em comemoração ao Dia da Consciência Negra, o documentário Pequena África estreia no dia 18 de novembro no Canal Futura e na plataforma Globoplay. A produção, liderada pela atriz e produtora Maria Gal, coloca em evidência a importância histórica e cultural do Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, reconhecido como Patrimônio Mundial pela UNESCO. Responsável pela produção e apresentação, ela enfatiza a missão de trazer diversidade por meio do audiovisual. “Ter a responsabilidade de falar de nossas memórias, trazendo diversidade através do audiovisual, é um dos meus propósitos”, destaca.

Idealizado pelo Movimento Pela Equidade Racial (MOVER) e com o apoio da L’Oréal Brasil, o documentário teve sua primeira exibição em julho de 2024, no cinema Kinoplex, no Shopping Leblon, Rio de Janeiro. Agora, a partir de 18 de novembro, em homenagem ao Dia da Consciência Negra, estará acessível ao público em geral, ampliando o alcance das narrativas de resistência e da cultura afro-brasileira que permeiam a região da Pequena África.

Situada na zona portuária do Rio, a Pequena África compreende os bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo, sendo historicamente o principal ponto de entrada de africanos escravizados no Brasil, especialmente pelo Cais do Valongo. Após a abolição, tornou-se um centro de resistência e preservação da cultura afro-brasileira, onde surgiram manifestações como o samba e o candomblé. A Pedra do Sal, por exemplo, é considerada o berço do samba carioca e continua sendo um marco cultural até hoje.

Nos últimos anos, projetos diversos têm sido desenvolvidos nas comunidades da Pequena África para valorizar e preservar esse patrimônio histórico, promovendo conscientização e fortalecimento da identidade cultural local. Investimentos em infraestrutura e cultura também buscam revitalizar a região, transformando-a em um polo de turismo histórico e cultural que celebra a herança africana no Rio.

Marcelo Zimet, CEO da L’Oréal Brasil e entrevistado no documentário, reforça a importância de dar visibilidade ao legado da Pequena África. “A expansão do documentário para outros canais de comunicação permite que essa história seja transmitida em maior escala”, destaca Zimet, que vê no conhecimento desse passado uma base essencial para a construção de um Brasil mais inclusivo e diverso.

‘O Urso’: série ganha clipe com cenas inéditas da quarta temporada

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Foto: FX

A Disney+ emocionou os fãs nesta terça-feira, 12, ao anunciar um clipe inédito da quarta temporada da série ‘O Urso’, que será lançado em 2025. Em apenas dez segundos, surgiram Sydney (Ayo Edebiri), Marcus (Lionel Boyce), Corey Hendrix (Sweeps), Carmy (Jeremy Allen White), Ted (Ricky Staffieri) e Richie (Ebon Moss-Bachrach) e Donna Berzatto (Jamie Lee Curtis).

O clipe termina com a Donna, mãe de Carmy, dando um conselho para Sydney: “Às vezes, sua família de trabalho é mais próxima de você do que sua família”. Isso ocorre no contexto do crescente desejo de Sydney em deixar The Bear na terceira temporada, com o episódio final sugerindo possibilidades para o futuro. Mas a cena pode indicar que ela permaneceu ou, ao menos, que está buscando conselhos, talvez considerando a possibilidade de voltar à cozinha e se reunir com a equipe.

O elenco também conta com Tina (Liza Colón-Zayas), Ebraheim (Edwin Lee Gibson), Emmanuel (Robert Townsend), Natalie (Abby Elliott), entre outros. As três temporadas de ‘O Urso’ estão disponíveis no Disney+. 

A cena inédita foi incluída numa sequência de produções que serão lançadas na Disney+ no próximo ano, e também incluiu a aparição da atriz Dominique Thorne na série ‘Coração de Ferro’, mais uma novidade do MCU (Universo Cinematográfico Marvel).

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