A professora aposentada Diva Guimarães, que se destacou por seu relato comovente na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) em 2017, morreu no último sábado (11), aos 85 anos. A informação foi divulgada por familiares nas redes sociais e confirmada pelo serviço funerário de Curitiba (PR).
O velório será realizado na Capela Luto Curitiba, na capital paranaense, neste domingo (12), seguido pelo sepultamento. Diva ganhou notoriedade ao relatar sua trajetória como neta de escravizados durante uma mesa na Flip que tinha a participação do ator Lázaro Ramos, que lamentou o falecimento em suas redes sociais: “A nossa Diva partiu. Obrigada, dona Diva Guimarães, por todos os ensinamentos que a senhora me passou em cada encontro. Sei que você estará em um bom lugar e em paz. Até o final, a sua presença me ensinou alguma coisa, como, por exemplo, a importância da amizade. Ver suas amigas com a senhora, lhe apoiando, te levando alegria e conforto até o fim, foi emocionante demais. Obrigada por inspirar tantas pessoas com sua história. Sim, estou triste mas junto também tem a memória de todo o seu carinho, força e inspiração que sei compartilho com muitas pessoas”, escreveu o ator e diretor.
Durante sua fala na Flip, em 2017, emocionada, Diva Guimarães descreveu como enfrentou o racismo e as dificuldades para se tornar professora, profissão que exerceu por quatro décadas: “Aos 6 anos, eu amadureci”, disse na ocasião, lembrando histórias contadas em sua infância que ilustravam o preconceito. O depoimento rendeu aplausos de pé da plateia e repercutiu amplamente nas redes sociais, alcançando milhões de visualizações em poucas horas. Em 2022, Diva participou do filme Medida Provisória, dirigido por Ramos, que a convidou para integrar o elenco.
A Flip também publicou uma nota de pesar, destacando o impacto da professora na edição de 2017, cujo homenageado foi Lima Barreto. “Sua voz corajosa e cheia de sabedoria ecoou por Paraty e pelo Brasil, marcando a importância da luta contra o racismo e pela igualdade”, diz o texto.
O espetáculo “Benjamim, O Palhaço Negro” chega ao Espaço Parlapatões, na Consolação, em São Paulo, para uma temporada de 4 a 26 de fevereiro, com apresentações às terças e quartas-feiras, às 20h30. A produção homenageia Benjamim de Oliveira, reconhecido como o primeiro palhaço negro do Brasil, e traz uma versão reformulada após temporadas de sucesso no Rio de Janeiro.
Com texto e direção de Tauã Delmiro e direção musical de Thalyson Rodrigues, o musical incorpora canções originais compostas por James Lau e apresenta novidades na cenografia e nos figurinos. “Depois de dois anos, conseguimos implementar cenas que sempre desejamos e atualizamos a obra. É uma versão que reflete o espetáculo que sempre sonhei”, comenta Isaac Belfort, idealizador do projeto e integrante do elenco.
Foto: Paulo Aragon
Além de celebrar o pioneirismo de Benjamim nos palcos, picadeiros e até no cinema, a narrativa reflete sobre racismo e o apagamento de histórias pretas na arte brasileira. O elenco reúne seis jovens artistas negros — Caroll Badon, Douglas Motta, Isaac Belfort, Lakis Farias, Sara Chaves e Samuel Conze — que alternam entre personagens históricos e suas próprias vivências, reforçando o diálogo entre o passado e as novas gerações de criadores negros no país.
“A história de Benjamim é fundamental para entendermos o impacto do racismo na nossa cultura. Apesar disso, o espetáculo aborda esses temas com humor e magia, trazendo uma perspectiva crítica”, afirma Belfort.
Premiado e com mais de 3 mil espectadores desde sua estreia em 2022, “Benjamim, O Palhaço Negro” percorreu o estado do Rio de Janeiro e participou de festivais em São Paulo, conquistando destaque por exaltar a cultura preta e provocar reflexões sobre representatividade na arte.
SERVIÇO Benjamim, O Palhaço Negro
Espaço Parlapatões Praça Franklin Roosevelt, 158 – Consolação, São Paulo – SP Temporada: 4 a 26 de fevereiro Dias e horários: Terças e quartas às 20h30 Ingressos: R$40 (meia) e R$80 (inteira) Duração: 95min Classificação: 10 anos Gênero: Musical Ingressos: https://bileto.sympla.com.br/event/102064/d/296914/s/2028868?share_id
A moda contemporânea tem se tornado um campo cada vez mais rico para o diálogo entre o presente e o passado, onde a ancestralidade emerge como um elemento fundamental para a construção de narrativas criativas. Expandindo sua visão para além dos tecidos ou adornos, a ancestralidade na moda traz consigo uma reflexão profunda sobre as raízes culturais e históricas que moldam a identidade, traduzidas de maneiras inovadoras, desde o uso de materiais até as histórias que sustentam as coleções.
Andreza Ferreira, fundadora da escola de moda Neit, tem sido uma voz importante nesse movimento, propondo uma nova abordagem para a educação e a criação de moda. Inspirada pela divindade egípcia Neit, protetora da tecelagem, ela fundou uma instituição onde as narrativas negras são o ponto central da formação criativa. “Durante minha formação, não tive muitas referências negras. Tudo o que encontrei foi de forma autônoma e fora das instituições de ensino”, diz Andreza.
Durante a edição 2024 do São Paulo Fashion Week, estilistas negros levaram para a passarela coleções que mostram como a moda contemporânea não apenas resgata memórias do passado, mas também pavimenta o caminho para um futuro onde a ancestralidade continua a inspirar novas formas de expressão criativa e cultural.
Marcas como o Ateliê Mão de Mãe, de Vinícius Santana e Patrick Fortuna, têm seguido essa linha de valorização cultural e histórica, com coleções que exaltam as figuras e símbolos do candomblé, como as ìyàmìs, mães protetoras. Elementos como penas, escamas e palha de piaçava não são apenas adornos, mas um tributo à coletividade e às tradições que sustentam as crenças.
Mônica Sampaio, à frente da Santa Resistência, também encontra na ancestralidade uma poderosa fonte de inspiração. Sua coleção “Manifesto Ancestral” une o afrofuturismo e as raízes Maasai, que ela descobriu por meio de um teste de DNA, criando um elo entre o futuro e as tradições africanas. A escolha de tecidos sustentáveis e estampas vibrantes, somadas ao manto Maasai desenhado por Alex Rocca, reforçam a busca pela reconexão com a história e a identidade africana.
Enquanto isso, o designer Luiz Claudio, da Apartamento 03, com sua coleção “Grão”, homenageia os ancestrais cafeeiros do Brasil. A coleção, que utiliza tecidos como paetê e cetim, traz à tona uma narrativa que não só celebra a riqueza do café, mas também lembra as mãos negras que construíram essa riqueza.
A Meninos Rei, de Júnior e Céu Rocha, também celebrou sua trajetória com a coleção “Suco de Axé”, que traz o olhar sobre a ancestralidade baiana, suas estampas e novos conceitos como a cor branca nos looks minimalistas. Os acessórios feitos por quilombolas de Pitanga dos Palmares e Dandá reafirmam o valor da cooperação comunitária, fortalecendo a ideia de que a moda, além de estética, é um espaço de pertencimento e valorização das raízes culturais.
Esse conteúdo é fruto de uma parceria entre Mundo Negro e Instituto C&A.
Fotos: Fábio Braga; Divulgação; Kevin Mazur; Vantoen Pereira Júnior; Giles Keyte/Universal Pictures; Disney
O ano de 2025 terá alguns lançamentos nos cinemas com protagonistas negros, em narrativas diversificadas e impactantes. Uma variedade de filmes brasileiros e internacionais de drama, musical e com histórias reais, que vale a pena conferir.
Veja a lista selecionada pelo Mundo Negro abaixo:
Sing Sing
Estrelado por Colman Domingo, o filme acompanha Divine G, um detento condenado por um crime que não cometeu, que encontra propósito ao participar de um grupo de teatro formado por outros presos. Juntos, eles se empenham em montar uma peça original intitulada “Breakin’ the Mummy’s Code”, explorando a transformação pessoal e a busca por redenção através da arte. O drama estreia nos cinemas em 13 de fevereiro.
Kasa Branca
Vencedor de diversos prêmios no Festival do Rio, o aclamado filme nacional é inspirador em uma história real e acompanha Dé (Big Jaum), morador da periferia de Chatuba, que passa a viver com sua avó Dona Almerinda (Teca Pereira), diagnosticada com Alzheimer e com pouco tempo de vida. Dé, ao lado de seus dois amigos inseparáveis Adrianim (Diego Francisco) e Martins (Ramon Francisco), tenta aproveitar a convivência com a avó da melhor forma. O longa estreia nos cinemas dia 23 de janeiro.
One of Them Days
Segundo a sinopse oficial, as melhores amigas e colegas de quarto Dreux (Keke Palmer) e Alyssa (SZA) estão prestes a ter um dia daqueles. Quando descobrem que o namorado de Alyssa torrou o dinheiro do aluguel, a dupla se vê indo a extremos em uma corrida cômica contra o relógio para evitar o despejo e manter sua amizade intacta. A comédia estreia nos cinemas dos Estados Unidos em 17 de janeiro, mas ainda não ganhou data para chegar no Brasil.
Os Sapos
Estrelado por Thalita Carauta, o filme acompanha Paula, de 38 anos, que foi convidada para um fim de semana numa casa de campo isolada. Nesse cenário bucólico, ela se surpreende ao encontrar dois casais desconhecidos em profundas crises de relacionamento. Sua presença deflagra conflitos até então insuspeitos. O filme brasileiro estreia nos cinemas no dia 6 de fevereiro.
Michael
A cinebiografia do Michael Jackson dirigida por Antoine Fuqua e protagonizada pelo sobrinho do astro, Jaafar Jackson, “dará ao público um retrato detalhado do homem complicado que se tornou o Rei do Pop”, segundo o comunicado enviado para a imprensa. O filme tem estreia prevista para o dia 2 de outubro.
Fotos: Michael/Kevin Mazur e Divulgação
Malês
Dirigido por Antonio Pitanga, o filme conta a história real de Dassalu e Abayomé, protagonizado por Rocco Pitanga e Samira Carvalho, um casal separado à força durante o casamento quando foram arrastados de África e vendidos como escravizados no Brasil. Ambos lutam para sobreviver e se reencontrar enquanto começa a Revolta dos Malês, o maior levante organizado por pessoas escravizadas no Brasil. O longa estava previsto para lançamento em 2024 e foi adiado para 2025. A data oficial ainda não foi revelada.
Wicked: Parte 2
Wicked narra a história de uma improvável amizade entre Elphaba (Cynthia Erivo), antes de se transformar na temida Bruxa Má do Oeste, e Glinda (Ariana Grande), a futura Bruxa Boa do Sul. Apesar de suas personalidades contrastantes, visões de mundo divergentes e a rivalidade pelo amor do mesmo homem, as duas acabam se tornando grandes amigas. A primeira parte foi lançada em novembro de 2024 e a segunda está prevista para 20 de novembro de 2025.
Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa
Com participação especial de Taís Araujo como a Dona Goiabeira, sua personagem é uma árvore que tem uma forte ligação com Chico Bento e compartilha sua sabedoria com o protagonista vivido por Isaac Amendoim. O filme infantil estreou nos cinemas nesta semana.
Pecadores
Dirigido por Ryan Coogler, o novo filme sobre vampiros segue os irmãos gêmeos, interpretados por Michael B. Jordan, que retornam à cidade natal para recomeçar suas vidas, mas encontram um mal ainda maior à espreita. O lançamento nos cinemas está marcado para 6 de março.
Capitão América: Admirável Mundo Novo
Estrelado por Anthony Mackie, o quarto filme do herói norte-americano será o primeiro com o personagem Sam Wilson como Capitão América. Sam enfrentará desafios que testam seus valores e habilidades enquanto luta para proteger a liberdade em um mundo em constante mudança. Ao lado de antigos aliados e novos personagens, ele confronta ameaças globais que tentam desestabilizar a paz mundial. O longa estreia em 13 de fevereiro.
Mais um ano se iniciando, e com ele os problemas de gestão pública seguem alarmantes, mais de um milhão de alunos em escolas sem água potável. 440 mil estudantes estão matriculados em colégios sem banheiro no Brasil. Os alunos indígenas e negros são os mais prejudicados. Os dados são do estudo ‘Água e Saneamento nas Escolas Brasileiras: Indicadores de Desigualdade Racial’ a partir do Censo Escolar.
A desigualdade racial se manifesta de forma cruel na questão do acesso à água nas escolas brasileiras. Dados do Instituto de Água e Saneamento e do Cedra apontam que 1,2 milhão de estudantes, principalmente negros, estudam em escolas sem água potável. Essa disparidade se acentua quando analisamos a composição racial das escolas: aquelas com mais de 60% de alunos negros apresentam um déficit de água muito maior. A pesquisa sugere que essa desigualdade está profundamente enraizada em questões históricas e estruturais de racismo e desigualdade social no Brasil.
O estudo revela uma disparidade alarmante: estudantes em escolas predominantemente negras têm sete vezes mais chances de não ter acesso a água potável em comparação com aqueles em escolas predominantemente brancas. Dos 1,2 milhões de alunos sem água potável, a maioria (768,6 mil) está em escolas com maioria negra.
A falta de alimentação e água potável em uma escola impacta significativamente a vida de um estudante, tanto no curto quanto no longo prazo. As consequências podem ser diversas e abrangentes, afetando desde o desempenho escolar até a saúde física e mental.
Saneamento básico
A pesquisa avalia não apenas o acesso à água potável, mas também a disponibilidade de banheiros, coleta de lixo e esgoto em escolas de todas as etapas da educação básica. Os resultados revelam uma disparidade racial significativa: mais da metade dos alunos em escolas predominantemente negras (52,3%) enfrenta a falta de pelo menos um desses serviços, enquanto nas escolas predominantemente brancas esse índice é de apenas 16,3%.
Segundo o estudo, os serviços de saneamento são condições essenciais à dignidade humana, “e sua ausência nas unidades educacionais certamente afeta a aprendizagem dos estudantes. Portanto, a falta desses serviços é mais um obstáculo na trajetória educacional dos estudantes negros e constitui-se em uma camada adicional a ser somada às tantas outras que formam o amplo e complexo panorama da desigualdade racial na educação”, diz o texto.
A análise racializada dos dados revela uma complexa dinâmica de desigualdade. Escolas com predominância de estudantes negros apresentam, em média, infraestrutura de água e saneamento inferior. No entanto, ao olhar mais de perto, percebe-se que essa desigualdade se manifesta de forma ainda mais acentuada quando se compara a situação de estudantes negros em escolas predominantemente brancas: eles se concentram nas escolas com as piores condições dentro desse grupo. Em contrapartida, estudantes brancos em escolas predominantemente negras tendem a estar nas melhores escolas deste grupo, evidenciando uma dupla desigualdade racial.
Ser uma das poucas mulheres negras a figurar em importantes listas de liderança global é uma conquista e, ao mesmo tempo, um desafio para Nathália Rodrigues, a Nath Finanças. A empresária e influenciadora financeira, conhecida por tornar temas econômicos mais acessíveis, anunciou o lançamento do projeto Creators Nath Play, um espaço de cocriação de conteúdo com foco na diversidade e educação financeira.
“Tenho muito orgulho de tudo que conquistei e da minha trajetória até aqui, mas é muito solitário ser quase sempre a única. Sei que temos muitos talentos por aí e foi por isso que criei o Creators Nath Play”, destacou Nath.
Para o início do projeto, seis criadores foram selecionados: Tiele Miranda, Mariana da Grana, Átila Lima, Larissa Rafael (Ogbón Contabilidade), Monique Diniz e Presley Vasconcellos. Eles produzirão conteúdos exclusivos com o suporte do time da Nath, receberão mentoria e remuneração, além de aprender a gerir seus negócios com estrutura profissional.
Cada participante terá até R$ 20 mil ao longo de oito meses para investir na produção de seus conteúdos. Todo o material gerado se transformará em séries e minisséries exclusivas para a plataforma de streaming Nath Play, criada por Nath Finanças. Os temas abordados incluirão economia, finanças para casais, gestão para empreendedores, entretenimento e organização financeira para obrigações religiosas, como o candomblé.
O lançamento oficial acontece no dia 15 de janeiro nas redes sociais da Nath Play e Nath Finanças. “A informação é uma ferramenta valiosa de transformação na vida das pessoas e juntar esse time é continuar o nosso legado. Afinal, democratizar a educação financeira continua sendo nossa grande missão”, afirmou Nath.
O McDonald’s no Brasil não seguirá a mesma estratégia adotada pela operação norte-americana, que decidiu revisar suas políticas de diversidade, equidade e inclusão (DE&I). A Arcos Dorados, responsável pela rede de fast-food no Brasil e em outros 19 países da América Latina, reafirmou seu compromisso com a promoção de equipes diversas.
Segundo o comunicado enviado ao Meio & Mensagem na quinta-feira, 9, a empresa destacou que continuará a estimular “o respeito, a participação de todas as pessoas, favorecendo a inclusão e a igualdade de oportunidades”.
A Arcos Dorados ressaltou suas iniciativas em cinco áreas principais: gênero, relações intergeracionais, diversidade sexual, saúde e bem-estar, e pessoas com deficiência. Na região, o McDonald’s obteve certificações de igualdade de gênero na Colômbia e Chile, além de ter aderido a iniciativas da ONU (Organização das Nações Unidas) relacionadas a esses temas.
No âmbito geracional, a empresa mencionou seus programas de treinamento para jovens e mentorias para colaboradores mais experientes. Também lançou um Guia de Diversidade Sexual, adotou uniformes neutros em todos os países e implementou banheiros inclusivos para clientes e funcionários.
Enquanto isso, sob pressão de grupos conservadores, o McDonald’s nos Estados Unidos decidiu não estabelecer mais “metas de representação aspiracionais”. A companhia afirmou que continuará a “incorporar práticas de inclusão” em suas operações diárias, mas deixará de aplicar políticas de DE&I em sua cadeia de suprimentos.
A Meta, empresa de tecnologia liderada por Mark Zuckerberg, anunciou o encerramento imediato de seus principais programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI), incluindo iniciativas de contratação, treinamento e seleção de fornecedores. A decisão foi comunicada por meio de um memorando interno obtido pela Axios, publicada nesta sexta-feira (10).
Segundo Janelle Gale, vice-presidente de recursos humanos da Meta, a decisão foi tomada porque “o cenário legal e político em torno dos esforços de diversidade, equidade e inclusão nos Estados Unidos está mudando”.
O memorando publicado para os funcionários da Meta no Workplace, a ferramenta de comunicação interna da empresa, também critica o termo ‘DEI’. “A Suprema Corte dos Estados Unidos tomou decisões recentemente sinalizando uma mudança na forma como os tribunais abordarão a DEI. … O termo ‘DEI’ também se tornou controverso, em parte porque é entendido por alguns como uma prática que sugere tratamento preferencial de alguns grupos em detrimento de outros.”
A decisão ocorre apenas três dias depois da Meta anunciar o encerramento da verificação de fatos e monitoramento de discurso em suas plataformas, Facebook, Instagram e Threads. Essas medidas seguem um movimento para se alinharem às visões políticas do presidente eleito Donald Trump.
Principais Mudanças Anunciadas pela Meta:
Corte na Equipe DEI: A Meta não terá mais uma equipe dedicada a DEI. Maxine Williams, diretora de diversidade, assumirá uma nova função focada em acessibilidade e engajamento.
Fim dos Programas de Equidade e Inclusão: Novos programas serão criados para aplicar práticas justas e consistentes, mitigando preconceitos para todos, independentemente de sua origem.
Encerramento dos Esforços de Diversidade de Fornecedores: A Meta deixará de buscar fornecedores comerciais de empresas de propriedade diversificada, concentrando-se em pequenas e médias empresas.
Fim da Abordagem de Lista Diversificada para Contratação: A Meta não usará mais a abordagem que garantia a consideração de candidatos de diferentes origens para cada posição aberta.
Acabar com Metas de Representação: A empresa não terá mais metas de representação, para evitar a impressão de que decisões são baseadas em raça ou gênero.
“A Meta tem o privilégio de atender bilhões de pessoas todos os dias”, conclui o memorando. “Continuamos focados em servir a todos e construir uma força de trabalho multitalentosa e líder do setor, de todas as esferas da vida.”
Mamadou Gaye, cônsul honorário da França na Bahia desde 2019, decidiu levar adiante uma nova batalha judicial contra Fabien Liquori, cidadão francês residente no estado, por injúria racial e assédio moral. Natural do Senegal e naturalizado francês, Mamadou relata indignação com a decisão judicial em primeira instância, que condenou o réu ao pagamento de R$ 3 mil por danos morais, sem incluir a retratação pública solicitada.
“Qual é o preço do racismo? Independente do valor, a dor é ver que, mais uma vez, a justiça minimizou a situação. O dano foi público, a injúria foi pública. A retratação precisa ser pública também, por uma questão, sobretudo, educativa”, afirmou Mamadou, que atualmente é doutorando na Universidade Federal da Bahia (UFBA).
O caso teve início quando Liquori, insatisfeito com a negativa de pedidos administrativos fora da alçada do consulado, enviou reiterados e-mails ofensivos a Mamadou, copiando instituições como o consulado da França em Recife e a Academia de Letras da Bahia. Nas mensagens, ele qualificava o cônsul como “tirano africano” e fazia ataques racistas, inclusive sugerindo que Mamadou “voltasse para seu buraquinho em Paris”.
Após a decisão de primeira instância, Mamadou recorreu ao Tribunal de Justiça da Bahia. O pleito inclui um pedido de indenização de R$ 40 mil e a retratação pública, ainda não julgada. Para Rodrigo Moraes, advogado do cônsul, o caso exemplifica a dificuldade de aplicação rigorosa das leis em crimes de racismo no Brasil. “Estamos na cidade mais negra do mundo fora da África, e um representante de um país parceiro do Brasil é tratado dessa forma. Crime é crime!”, declarou.
A indignação de Mamadou reflete uma realidade revelada em pesquisa da FGV: apesar de 62% das ações civis de vítimas de racismo resultarem em condenação, os valores das indenizações frequentemente não ultrapassam R$ 10 mil. Além disso, decisões judiciais ainda tratam o racismo como dano individual, ignorando seu impacto coletivo.
Tina Knowles, empresária e mãe das cantoras Beyoncé e Solange Knowles, compartilhou nas redes sociais o impacto emocional da destruição de sua casa localizada à beira-mar em Malibu, consumido pelos incêndios florestais que atingem Los Angeles, nos Estados Unidos, desde o dia 7 de janeiro.
Ela lamentou a perda da propriedade, considerada seu ‘lugar favorito’: “Era meu lugar favorito, meu santuário, meu lugar sagrado e feliz. Agora ele se foi!”, escreveu Knowles no Instagram ao publicar um vídeo da vista que tinha do local, registrado dias antes, durante a celebração de seus 71 anos. Tina também agradeceu o trabalho dos bombeiros e se solidarizou com as famílias que perderam suas casas: “Para as pessoas que perderam suas casas e pertences, eu não consigo imaginar a dor e o sofrimento que estão enfrentando. Minhas orações profundas vão para todos vocês”, disse.
Além de Tina Knowles, outras personalidades tiveram imóveis destruídos pelos incêndios, entre elas Billy Crystal, Paris Hilton e Anthony Hopkins. Os desastres têm gerado comoção na região, com esforços concentrados em conter os focos e auxiliar as vítimas.
Região registrou 10 mortes causadas pelos incêndios
Os incêndios em Los Angeles já causaram 10 mortes e destruíram mais de 13 mil hectares, com cinco focos ainda ativos alimentados pelos ventos secos do deserto. Os incêndios de Palisades, entre Santa Monica e Malibu, e de Eaton, próximo a Pasadena, são considerados os mais devastadores da história da região, consumindo mais de 13.750 hectares e transformando bairros inteiros em cinzas. As perdas econômicas estimadas pela AccuWeather variam de 135 a 150 bilhões de dólares, sinalizando uma longa e custosa recuperação.