O cantor e compositor D’Angelo, um dos maiores nomes do R&B soul, faleceu aos 51 anos em Nova York, vítima de câncer no pâncreas, segundo informações do site TMZ, nesta terça-feira (14).
Vencedor de quatro prêmios Grammy, D’Angelo conquistou o público e a crítica com seu talento e sua contribuição para o renascimento do soul nos anos 1990 e 2000. Seu álbum de estreia, Brown Sugar (1995), marcou uma geração e abriu caminho para colaborações com artistas como Erykah Badu, Jay-Z, Snoop Dogg e Q-Tip.
Entre seus maiores reconhecimentos estão os Grammys de Melhor Álbum de R&B por Voodoo (2001) e Black Messiah (2016), além de Melhor Canção de R&B por Really Love e Melhor Performance Vocal Masculina de R&B por Untitled (How Does It Feel).
O artista deixa dois filhos e uma filha. A cantora Angie Stone, mãe de seu primogênito, também faleceu neste ano, em um acidente de carro.
⚠️ Alerta de Gatilho: Este conteúdo aborda temas como depressão e suicídio.
O ator Jonathan Majorsfalou abertamente sobre suas lutas contra pensamentos suicidas e o impacto da saúde mental em sua vida, destacando o apoio constante da esposa, Meagan Good, em seu processo de recuperação, durante participação no podcast Den of Kings, apresentado por Kirk Franklin.
“Houve momentos em que… eu e minha esposa, nunca conversamos sobre isso, mas ela nunca me deixou sozinho. Eu nunca me deixei ficar sozinho”, contou a estrela de ‘Creed III’, revelando que chegou a estar sob vigilância por risco de suicídio.
O ator afirmou que se abriu com a Meagan sobre seus sentimentos. “Eu disse a ela de forma muito direta: ‘Eu simplesmente não quero isso’. Sabe, falando sobre a vida”, revelou. Sobre o que o levou a esse ponto, Majors citou isolamento, ostracismo, humilhação e abandono.
Ele também refletiu sobre como experiências traumáticas parecem marcar a vida. “Ser preso ou perder o emprego… você acha que é isso que te pega, mas geralmente, eu descobri por mim mesmo, é algo muito, muito, muito antigo. Quer dizer, overdose de drogas… É. Quase morei num telhado, só com bastante… eu nem fumo cigarros… bastante cigarro e uísque. Escrevi uma carta. Eu fiz tudo e já passei por isso”, relembrou.
Majors foi elogiado pela “coragem” de se abrir sobre sua saúde mental e ele destacou como a sociedade os homens negros são tratados na sociedade. “Nascemos em uma narrativa que nos coloca ladeira abaixo. E aí você acaba tendo que fingir que é alguém que não é para passar por certas portas pelas quais eu passei”, afirmou.
O ator também comentou como seus problemas legais afetaram a vida profissional de Meagan Good. Em março, durante entrevista ao The Breakfast Club, Majors revelou que perdeu o papel de Kang no Universo Cinematográfico Marvel em meio a acusações de agressão e assédio, ocorridas enquanto ele e Good iniciavam o relacionamento em maio de 2023.
Onde buscar ajuda
Se você estiver enfrentando um momento difícil e precisar de ajuda imediata, o Centro de Valorização da Vida (CVV) está à disposição. O CVV oferece um serviço gratuito de apoio emocional e prevenção ao suicídio, disponível para qualquer pessoa que precise conversar. Para falar com um voluntário, você pode enviar um e-mail, acessar o chat pelo site ou ligar para o número 188. O atendimento é confidencial e está disponível 24 horas por dia, todos os dias da semana.
Além disso, o CVV, em parceria com o UNICEF, disponibiliza um canal de escuta exclusivo para adolescentes entre 13 e 24 anos chamado “Pode Falar”. Este serviço, também anônimo, é voltado para adolescentes que precisam de acolhimento e desejam conversar sobre suas dificuldades. O atendimento pode ser feito via chat online ou WhatsApp. Para mais informações sobre horários de atendimento, consulte o site.
Da direita para a esquerda: vice-presidente Lucia Witbooi, presidente Netumbo Nandi-Ndaitwah e presidente da Assembleia Nacional Saara Kuugongelwa-Amadhila. (Fotos: Reprodução)
A Namíbia entrou para a história ao se tornar o primeiro país do mundo a ter mulheres ocupando simultaneamente os três cargos mais altos do governo: Presidente, Vice-Presidente e Presidente da Assembleia Nacional. A conquista, celebrada durante a 80ª Assembleia Geral da ONU em setembro, foi destacada pela presidente Netumbo Nandi-Ndaitwah como um marco do progresso democrático e da igualdade de gênero no continente africano.
Empossada em 21 de março de 2025, Nandi-Ndaitwah assumiu a Presidência ao lado da vice-presidente Lucia Witbooi e da presidente da Assembleia Nacional Saara Kuugongelwa-Amadhila, formando uma equipe de liderança inteiramente feminina.
Durante seu discurso nas Nações Unidas, a presidente ressaltou que as nomeações se basearam em competência e dedicação, e não apenas em critérios de gênero. Ela reafirmou o compromisso do governo com o combate à violência de gênero, a ampliação dos direitos econômicos e fundiários das mulheres e o empoderamento da juventude por meio da educação e de oportunidades de emprego.
A conquista da Namíbia é resultado de um processo contínuo iniciado após a independência do país, em 1990. O partido governista SWAPO implementou políticas de promoção da igualdade de gênero, incluindo o sistema de cotas conhecido como “zebra”, que garante paridade entre homens e mulheres em cargos políticos.
Hoje, as mulheres representam cerca de 49% do Parlamento e 44% dos cargos ministeriais, colocando a Namíbia entre os países com maior representatividade feminina no mundo — e líder no continente africano. Esse avanço reflete reformas estruturais e o trabalho de organizações da sociedade civil que atuam na formação política, no combate à violência de gênero e na promoção da autonomia econômica feminina.
Em julho de 2025, o padre Danilo César, da Paróquia São José, em Areial, Paraíba, fez declarações durante uma homilia transmitida ao vivo em que questionou a fé de Preta Gil e associou religiões de matriz africana a “forças ocultas”.
Após a repercussão das falas, Gilberto Gil e sua família enviaram uma notificação extrajudicial ao padre e à Diocese de Campina Grande, solicitando retratação pública e responsabilização pelas declarações.
Quando não houve resposta formal satisfatória, a família ajuizou, em outubro de 2025, uma ação judicial por danos morais, pedindo R$ 370 mil de indenização. Os autores da ação incluem Gilberto Gil, Flora Gil, os irmãos de Preta Gil e o neto Francisco. A ação argumenta que o discurso do padre ultrapassou o limite da liberdade de expressão e configurou intolerância religiosa.
Paralelamente, o padre Danilo César é alvo de investigação policial por intolerância religiosa. Boletins de ocorrência foram registrados e ele prestou depoimento, afirmando que suas declarações se basearam em sua fé católica e que não teve intenção de ofender outras crenças ou a memória da cantora. Até o momento, não houve retratação pública nem posicionamento formal da Diocese de Campina Grande.
Fotos: Victor Vieira; Reprodução/Instagram; e Fabio Rocha/TV Globo
Os noveleiros de carteirinha já podem se preparar para a grande final de ‘Vale Tudo’com um evento especial. O último capítulo será transmitido ao vivo na “PALADAR da vida real”, diretamente do restaurante Kaza 123, em Vila Isabel (RJ). A noite promete telão, TVs para não perder nenhum close dramático e um bolão ao vivo com apostas sobre quem matou Odete Roitman.
O grupo que acertar o autor do crime ganhará o prêmio “mais chique (e perigoso) da TV brasileira”, como descreve a organização — um drink batizado de “Odete Roitman”. Os ingressos são gratuitos e estarão disponíveis pelo Sympla; a retirada antecipada é necessária para controle de público, porque o espaço possui capacidade limitada.
O evento está sendo organizado pela produtora Carioquice Negra do Julio de Sá, com a presença da chef Maria Júlia Ferreira. Nas redes sociais, o comediante convocou o público para assistir juntos o final da novela. “Apesar da gente reclamar a novela inteira, vai ser igual a final de Copa do Mundo. É igual a final de um jogo muito importante do teu time e do coração”, disse.
Evento: Exibição da final de ‘Vale Tudo’ Local: Kaza 123 – Rua Visconde de Abaeté, 123, Vila Isabel, Rio de Janeiro (RJ) Ingresso: Gratuito, disponível pelo Sympla. (Clique aqui)
Em um Brasil em que o trabalho doméstico era visto como uma “obrigação natural” das mulheres negras, herança direta do período escravocrata, uma voz pioneira se ergueu. Laudelina de Campos Melo, que no último domingo, 12 de outubro, faria 121 anos, não aceitou o silêncio. Em 1936, aos 32 anos, a neta de escravizadas fundou, em Campinas (SP), a Associação de Empregadas Domésticas, a primeira da categoria no país. Com este ato disruptivo, Laudelina não criara apenas uma entidade, mas plantara a semente de uma luta que, décadas depois, geraria frutos com a conquista da PEC das Domésticas, aprovada em 2013.
Conheça mais sobre a história dessa mulher que transformou um sindicato em um projeto de vida
A luta de Laudelina era prática e nascia de sua própria experiência. Nascida em 1904, na cidade de Poços de Caldas (MG), começou a trabalhar como empregada doméstica aos sete anos. Mesmo após se formar professora, viu o racismo impedi-la de lecionar, sendo empurrada de volta ao serviço doméstico. A discriminação dupla, de raça e de gênero, moldou sua visão.
A associação que fundou não se limitava a reivindicar melhores salários. Funcionava como uma rede de apoio integral. Ela organizou um clube de lazer para as trabalhadoras, um espaço onde podiam socializar e se reconhecer como comunidade, rompendo o isolamento característico da profissão. Mais tarde, criou uma creche para que as mães trabalhadoras tivessem onde deixar seus filhos, um problema que ela mesma enfrentara. Laudelina entendia que a emancipação passava por garantir direitos trabalhistas, mas também por assegurar dignidade e condições de vida.
Baile da Pérola Negra. Restaurante Armorial, São Paulo, SP, 1957. Fotografia analógica/Autoria não identificada. Acervo Sindicato das Trabalhadoras Domésticas de Campinas/Divulgação Instituto Moreira Salles
Ela combatia a invisibilidade. Em uma época em que as domésticas sequer eram reconhecidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) de 1943, sua associação foi um ato revolucionário de reconhecimento: o serviço doméstico é trabalho, e quem o executa merece respeito. Ela abriu as portas para a organização coletiva, mostrando que empregadas domésticas podiam e deviam ser protagonistas de suas próprias histórias. Sua luta era, acima de tudo, antirracista, pois desmontava a ideia de que mulheres negras deveriam servir sem questionar.
O legado de Laudelina
Essa trajetória de resistência, que incluiu a refundação do sindicato sob a ditadura do Estado Novo e sua persistência mesmo com a perseguição política, pavimentou o caminho para que, em 2013, a Emenda Constitucional 72 fosse promulgada. Conhecida como PEC das Domésticas, ela estendeu direitos fundamentais como FGTS, hora extra, seguro-desemprego e limitação da jornada a milhões de trabalhadoras. A PEC não caiu do céu; foi conquistada sobre o alicerce construído por Laudelina e pelas gerações de mulheres que, inspiradas por ela, continuaram a lutar.
Dona Zica, associada da ONG CRIOLA e uma das lideranças que fundaram, nos anos 1980, o Sindicato dos Trabalhadores Domésticos do Município do Rio de Janeiro, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Partido dos Trabalhadores (PT), reflete sobre esse legado: “Laudelina nos ensina que a liberdade é uma construção coletiva. Ela desafiou sozinha a estrutura racista e patriarcal que relegava as mulheres negras aos cantos da sociedade. Sua coragem ao criar o primeiro sindicato foi um ato de afirmação da humanidade dessas trabalhadoras. A PEC é a materialização contemporânea desse sonho, uma vitória que carrega o DNA da sua luta pioneira pela cidadania plena para todas nós”.
A luta atual contra o racismo
Hoje, mesmo com os avanços, a batalha pela valorização da categoria continua, com a informalidade e o racismo como obstáculos centrais. Mas celebrar Laudelina, que se estivesse viva faria aniversário no próximo dia 12 de outubro, é lembrar que uma mulher negra, com raízes na escravidão, mudou os rumos do trabalho doméstico no Brasil, transformando servidão em profissão.
Lúcia Xavier, coordenadora geral da ONG CRIOLA, organização que, há mais de 30 anos, luta pelos direitos de meninas e mulheres negras, fala sobre a importância de Laudelina para a causa. “Laudelina representa, no campo da atuação política das mulheres negras, um ícone da atuação coletiva. Ela não agiu somente olhando para si, mas para todo o conjunto de mulheres que, como ela, enfrentava aquela mesma situação de degradação e de trabalho precário. Nesse sentido, quando ela funda um sindicato, uma associação das trabalhadoras, e traz para o convívio social as mulheres negras na condição de trabalhadoras domésticas, ela inverte o processo político, constituindo coletivos, associações, trabalho gerado por todas elas para alcançar seus direitos”, analisa.
O legado de Laudelina é um projeto vivo. Ela não fundou apenas um sindicato, mas uma possibilidade, cultivada por gerações, que segue florescendo na luta por um país que um dia reconheça o trabalho no lar como sinônimo de dignidade e igualdade.
O ator e empresário Rafael Zulu, 43, emocionou os seguidores ao celebrar a conquista da filha mais velha, Luiza, 18, junto à mãe da jovem, Maria Clara Mesquita. Luiza participou da Cerimônia do Jaleco, evento simbólico em que estudantes que acabam de ingressar no curso de Medicina recebem seu primeiro jaleco. Em uma publicação nas redes sociais na última sexta-feira (10), Rafael relembrou sua trajetória e destacou o orgulho de ver a primogênita realizando um sonho.
Rafael relembrou as dificuldades quando morava em São Gonçalo (RJ). “Lá, sobretudo na minha época, era um lugar MUITO difícil de sonhar. Eu sonhei muito pouco inclusive. Justamente pq alguns lugares é tão óbvio que vc não vai dar certo que o sonho vira um elemento quase que intocável literalmente falando. Mas dentro de mim sempre existiu um desejo de ganhar o mundo e mudar a minha vida e de quem estivesse perto de mim”, iniciou o texto.
Zulu contou que desde pequena Luiza demonstrava determinação. “Aos 12 anos ela já falava que gostaria de ser médica. No começo era quase que uma brincadeira de criança, e eu na minha cabeça de adulto pensava: ‘imagina eu ter uma filha médica!?’ Que loucura, a primeira médica na família, de uma família com pouquíssimas pessoas que mal tem o 3° grau!”, destacou.
O ator ressaltou que a conquista da filha é também uma vitória ancestral. “Ontem eu pude sentir uma das coisas mais legais pra um pai: ORGULHO! Orgulho de olhar pra alguém que de alguma forma você contribuiu pra colocar no mundo e manter (importante isso). Ontem tive Orgulho de abraçar um abraço demorado e dizer somente algumas vezes: parabéns filhotoca, você merece e eu te amo! Nossos ancestrais devem estar orgulhosos de vc”, declarou.
O cantor Thiaguinho, amigo de Zulu, comentou a publicação e se emocionou com a trajetória da família. “Somos frutos de um povo escravizado. Muita gente lutou — e sofreu — pra que a gente pudesse ser livre. E olha o que você conseguiu, irmão… Sua filha vai ser médica. Negra. Num lugar que, por muito tempo, disseram que era ‘deles’. Mas agora é nosso também”, celebrou o artista.
Luiza também respondeu à homenagem do pai com gratidão: “Nada me emociona mais do que saber que eu realizo um sonho que também é de vocês. Obrigada por sempre acreditar em mim antes mesmo que eu soubesse o tamanho dos meus passos. Eu vim ao mundo pra dar orgulho aos meus.”
A Powerlist Mundo Negro – Mulheres Negras Mudam Histórias 2025 anuncia suas dez vencedoras, celebrando trajetórias de excelência que representam o impacto, a criatividade e a liderança de mulheres negras em diversas áreas. A cerimônia acontece no dia 17 de outubro, na Casa Manioca, em São Paulo, e reunirá homenageadas, executivas, artistas, lideranças e representantes de marcas parceiras.
Com patrocínio da Natura e do Grupo L’Oréal, a edição 2025 reforça o compromisso do Mundo Negro em destacar histórias que inspiram e transformam. Nesta edição, as premiadas foram reconhecidas por duas frentes complementares: júri técnico, responsável por seis categorias, e votação popular, aberta ao público em quatro delas.
Entre as homenageadas pelo júri técnico estão Majur, na categoria Cultura, Artes e Entretenimento, celebrada por sua força artística e representatividade; Aline Lima, Head de Diversidade, Equidade e Inclusão da Natura para a América Latina, em Liderança Corporativa; Lívia Rodrigues, pesquisadora e cientista, em Educação e Ciência; Amanda Graciano, referência em inovação e tecnologia, em Tecnologia e Inovação; Vetusa Santos Pereira, por sua atuação social e comunitária, em Diversidade e Impacto Social; e Cida Bento, reconhecida por sua Trajetória Transformadora, referência nacional na luta por equidade racial e de gênero.
Nas categorias de voto popular, as vencedoras foram Najara Black, na categoria Moda e Beleza, pelo trabalho que valoriza a estética negra; Cricielle Muniz, em Criadora Digital, destacando-se pela construção de narrativas autênticas nas redes; Sônia Oliveira Santos, em Destaque em Gastronomia, celebrada por sua atuação que une ancestralidade e inovação culinária; e Jamile Lima, premiada como Empreendedora que Inspira, exemplo de liderança e impacto econômico no afroempreendedorismo.
“A Powerlist é mais do que uma premiação, é um movimento de reconhecimento e visibilidade que afirma o protagonismo de mulheres negras em todos os espaços”, destaca Silvia Nascimento, fundadora e Head de Conteúdo do Mundo Negro. “Cada uma dessas vencedoras representa um Brasil mais plural e comprometido com o futuro que queremos construir.”
As dez premiadas foram selecionadas a partir de critérios como impacto, consistência de trajetória, relevância social e contribuição para a ampliação da representatividade. A escolha foi feita por meio de votação popular no site oficial e pela deliberação de um comitê técnico formado por 11 mulheres negras de referência em suas áreas.
Com quatro anos de história, a Powerlist Mundo Negro se firma como um dos prêmios mais aguardados do calendário de diversidade, reunindo público, marcas e lideranças comprometidas com o avanço da representatividade negra no Brasil.
Vencedoras da Powerlist Mundo Negro 2025
Majur | Cultura, Artes e Entretenimento (júri técnico)o
Aline Lima | Liderança Corporativa (júri técnico)
Lívia Rodrigues | Educação e Ciência (júri técnico)
Amanda Graciano | Tecnologia e Inovação (júri técnico)
Vetusa Santos Pereira | Diversidade e Impacto Social (júri técnico)
Najara Black | Moda e Beleza (voto popular)
Cricielle Muniz | Criadora Digital (voto popular)
Sônia Oliveira Santos | Destaque em Gastronomia (voto popular)
Jamile Lima | Empreendedora que Inspira (voto popular)
Criada em 2022, a Powerlist Mundo Negro nasceu para reconhecer e celebrar o protagonismo de mulheres negras que transformam o Brasil com suas trajetórias. Em sua quarta edição, o prêmio se consolida como um dos eventos mais aguardados do calendário de diversidade e inovação, reunindo representantes de diferentes setores e marcas comprometidas com a equidade racial.
Serviço
Evento: Powerlist Mundo Negro – Mulheres Negras Mudam Histórias 2025
“Eles não têm videogame, às vezes nem televisão” Racionais MC’s
Os adultos negros que vieram de uma infância pobre reconhecem que o Dia das Crianças não era diferente dos outros dias do ano. A não ser pelo constrangimento de não ter os brinquedos novos para mostrarem na escola, como as crianças brancas. Os nossos pais estavam preocupados em juntar os trocados que garantissem a comida na mesa. Mesmo decorridos muitos anos, nada mudou para as novas gerações. A desigualdade racial continua presente por toda a sociedade. Tempos atrás, uma professora do ensino fundamental me contava sobre a dificuldade de concentração das crianças que iam para a escola esfomeadas, ansiosas pelo horário da merenda.
Essa falsa atmosfera de alegria relacionada ao 12 de outubro, apenas beneficia o comércio para aumentarem as vendas de produtos infantis. O cuidado que deveria garantir a dignidade humana é apenas uma discussão simbólica. Portanto, é fundamental quebrar as fantasias e denunciar as dores que envolvem as crianças negras.
Caso você não saiba, no Brasil, a população de 5 a 17 anos submetida a trabalho infantil é preta e parda! Ela representa 66% do total de crianças e adolescentes nessa condição. O encarceramento e assassinato de negros também atinge as crianças; muitas são filhas e filhos dessas pessoas.
E no meio das mazelas, diariamente testemunhamos famílias negras morando em condições desumanas. Ao redor, as crianças brincam e correm sem a exata noção dos motivos de viverem daquela maneira. Isso quando não estão maltrapilhas nos semáforos, nos centros urbanos, trens e metrôs pedindo alguma coisa para comer e dinheiro. Diante dessas questões, a pergunta continua: Feliz Dia das Crianças. Para quais crianças?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGÊNCIA BRASIL. Trabalho infantil no país cai 21,4% em oito anos, mostra IBGE. Disponível em: <https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2025-09/trabalho-infantil-no-pais-cai-214-em-oito-anos-mostra-ibge.> Acesso em: 9 out. 2025.
No cenário contemporâneo, onde a tela do celular muitas vezes se torna uma extensão de nossas mãos, o curta-metragem de animação francês “Doudou Challenge” (2023), produzido pela renomada Rubika School, emerge como uma obra pertinente e provocadora. A narrativa, que acompanha a jovem Olivia, de 10 anos, mergulhada no universo das redes sociais, oferece uma lente para examinarmos a relação da nova geração com a tecnologia e a importância de se reconectar com o mundo real.
Olivia, uma criança como muitas de sua idade, encontra-se em uma viagem de férias com a família, mas sua atenção está cativa ao brilho do smartphone. O enredo toma um rumo inesperado quando, em um descuido dos pais, ela é deixada para trás em uma área de serviço na estrada. Sozinha, tendo como única companhia seu bicho de pelúcia, Olivia é forçada a confrontar a ausência de sua conexão digital e a redescobrir formas de interação e brincadeira que transcendem o virtual.
O “Doudou Challenge” não é apenas uma história sobre uma menina e seu celular; é um espelho das discussões atuais sobre o impacto da tecnologia na infância e na adolescência. A obra convida à reflexão sobre a necessidade de equilibrar o mundo digital com as experiências offline, o desenvolvimento da imaginação e a construção de laços afetivos genuínos. A maneira como Olivia lida com a situação, inicialmente com frustração e depois com uma crescente curiosidade e resiliência, ressoa com a jornada de autodescoberta que muitos jovens enfrentam ao tentar se desvencilhar da constante demanda por atenção das plataformas digitais.
Embora o curta não aborde explicitamente questões raciais, sua temática universal sobre a infância, a tecnologia e a busca por identidade pode dialogar com o público do Mundo Negro ao promover uma discussão mais ampla sobre o bem-estar e o desenvolvimento de crianças e adolescentes em diversas comunidades, incluindo a negra. A representação de narrativas que estimulam o pensamento crítico e a valorização de experiências humanas autênticas é sempre relevante.
Para assistir ao curta-metragem “Doudou Challenge” e mergulhar nesta instigante reflexão.
Ficha Técnica:
•Título Original: Doudou Challenge
•Ano de Produção: 2023
•País: França
•Escola de Produção: Rubika School
•Direção: Julie Majcher, Marine Benabdallah, Léo Campagne, Chloé Giraud, Laura Giraud, Maïwenn Le Bihan, Théo Lecomte, Anaïs Lelièvre, Antoine Marchand, Camille Marchand, Anaïs Pignot, Antoine Pirot, Anaïs Riff, Julie Roussel, Maïwenn Simon, Léa Souchon, Manon Varenne (equipe de 5º ano)
•Gênero: Animação, Curta-metragem
•Temas: Vício em redes sociais, infância, desconexão digital, autodescoberta.